SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES: Recife, 2006 a 2016
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- Júlio César Schmidt Coimbra
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1 Secretaria de Saúde Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde Unidade de Vigilância Epidemiológica Setor de Doenças e Agravos Não transmissíveis e Promoção da Saúde SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES: Recife, 26 a 216 Recife, Outubro 217 1
2 Expediente A Situação Epidemiológica do Câncer de Mama é uma publicação da Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde - Setor de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde da Secretária Municipal de Saúde de Recife Prefeito: Geraldo Júlio Secretário Municipal de Saúde: Jailson de Barros Correia Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde: Joanna Freire Unidade de Vigilância Epidemiologia: Natalia Barros Setor de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde: Claudia Castro Elaboração: Equipe Técnica do Setor de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde Editoração Eletrônica Endereço Eletrônico: dant.recife@gmail.com 2
3 SUMÁRIO Página 1 Introdução Incidência de Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife Morbidade Hospitalar do Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife Mortalidade por Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife Referências Bibliográficas
4 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICO DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES 1. Introdução Nas últimas décadas, um aumento progressivo na mortalidade proporcional por doenças e agravos não transmissíveis tem sido observado no Brasil de uma maneira geral. Anualmente, mais de 4% das mortes registradas no país ocorrem por doenças crônicas, como infarto, derrame cerebral, enfisema, cânceres e diabetes (Brasil, 212). Atualmente, o câncer representa a terceira causa das internações hospitalares no Recife e a segunda causa de óbito, em mulheres. O desenvolvimento da maioria dos cânceres ocorre ao longo de muitos anos e alguns tipos podem ser evitados pela eliminação da exposição a fatores determinantes. O controle, prevenção e detecção precoce desta patologia representa um dos grandes desafios que a saúde pública enfrenta, demandando a realização de ações com variados graus de complexidade (Inca, 215). O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Possui maior incidência e representa a primeira causa de morte por câncer em todo o mundo. A idade representa um dos principais fatores de risco, porém outros fatores são bem conhecidos, como aqueles relacionados a vida reprodutiva da mulher, história familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo, exposição a radiação ionizante e alta densidade do tecido mamário. Cerca de 3% dos casos de câncer de mama podem ser evitados por medidas como alimentação saudável, prática de atividade física regular e manutenção do peso (Inca, 215). Este documento, apresentará a situação epidemiológica do câncer de mama na cidade do Recife, com dados de incidência, internações hospitalares e mortalidade. 4
5 2. Incidência de Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife Para o ano de 216, espera-se para Recife 74 casos novos de câncer de mama em mulheres, com uma taxa de 84,89/1. habitantes (Inca,215) No período de 26 a 212, foram registrados casos novos de câncer de mama em mulheres residentes no Recife (Gráfico 1). Observando a linha de tendência, os dados mostram uma estabilidade no número de casos registrados. Gráfico 1 Número de casos por câncer de mama, em mulheres e linha de tendência, segundo ano de ocorrência. Recife, 26 a Fonte: RCBP/Recife/Inca A análise por faixa etária, mostra maior concentração de casos no grupo de 5 a 59 anos (26,4%). Situação epidemiológica que se reflete nos óbitos destas mulheres. 5
6 Gráfico 2 Percentual de casos por câncer de mama, em mulheres, segundo faixa etária. Recife, 26 a ,4 2,6 19,9 14,6 8,5 8,1,,1 1,8 a a 19 2 a 29 3 a 39 4 a 49 5 a 59 6 a 69 7 a 79 8 e + Fonte: RCBP/Recife/Inca A análise por morfologia do tumor primário mostra que grande parte dos casos (9,1%) foram classificados como carcinoma. No grupo de outras morfologias estão agrupados os seguintes tipos: comedocarcinoma, Doença de Paget mamária, melanoma, sarcoma, histiocitoma, carcinossarcoma e tumor filodes maligno. Gráfico 3 Percentual de casos por câncer de mama, em mulheres, segundo morfologia do tumor primário. Recife, 26 a 212 2,1 7,2,6 Carcinoma Adenocarcinoma Neoplasia maligna Outras morfologias 9,1 Fonte: RCBP/Recife/Inca 6
7 3. Morbidade Hospitalar do Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife As informações referentes à morbidade hospitalar são provenientes do Sistema de Internação Hospitalar (SIH) do Datasus/MS, no período de 26 a 216. No período estudado ocorreram internações hospitalares de mulheres residentes de Recife. Os registro referentes a gravidez, parto e puerpério e as doenças do aparelho circulatório ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente, e as neoplasias apareceram em terceiro lugar com (7,7%) dos casos. Em relação às neoplasias, o câncer de mama ocupou o primeiro lugar com casos de internações, no período de 26 a 216. No referido período, o câncer de mama, em mulheres, apresentou tendência crescente correspondendo a uma elevação de 288,3% em 216, quando comprado a 26. (Gráfico 4). Gráfico 4 Número de internações hospitalares por câncer de mama, em mulheres, segundo ano de ocorrência. Recife, 26 a FONTE: SIH/Datasus/MS Quanto à faixa etária, observou-se que o maior número de casos de câncer de mama nas mulheres ocorreu a partir dos 6 anos com 32,5% dos casos e em segundo lugar ficou a faixa de 4 a 49 anos com 24,2%. Destaca-se o aparecimento de casos na faixa de adolescentes (Gráfico 5). 7
8 Gráfico 5 Percentual de internações hospitalares por câncer de mama, em mulheres, segundo faixa etária. Recife, 26 a ,5 24,2 24, 11,1 5,3 2,9, 1 a 9 1 a 19 2 a 29 3 a 39 4 a 49 5 a 59 6 e + FONTE: SIH/Datasus/MS A raça/cor só começou a ser registrada nos internamentos a partir de 28. Entre 28 e 216 o percentual de ignorados foi muito elevado e entre as declaradas, as internações por câncer de mama nas mulheres predominou nas pardas com 4,% dos casos (Gráfico 6). Gráfico 6 Percentual de internações hospitalares por câncer de mama, em mulheres, segundo raça/cor. Recife, 26 a , 4,6 4,2 Branca Preta Parda Amarela Indígena Sem info.,,2 4, FONTE: SIH/Datasus/MS 8
9 4. Mortalidade do Câncer de Mama em Mulheres residentes em Recife No período de 26 a 216 ocorreram 6.75 óbitos de mulheres residentes do Recife, ficando as Doenças do Aparelho Circulatório em primeiro lugar com óbitos (3,9%) e em segundo as neoplasias com mortes (18,4%). Entre as neoplasias malignas destacou-se em todo o período estudado, o câncer de mama, pulmão e útero como os principais tipos de óbitos nas mulheres. Em relação ao câncer de mama, ocorreram óbitos entre 26 e 216, com variações no período, apresentando elevação de 4,4% em 216, quando comparado os óbitos do ano de 26, mostrando tendência crescente (Gráfico 7). Gráfico 7 Número de óbitos por câncer de mama e linha de tendência, em mulheres, segundo o ano de ocorrência. Recife, 26 a 216* FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife *Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 9/1/17 A faixa etária com maior número de óbitos por câncer de mama em mulheres foi a de 5 a 59 anos com 475 óbitos, correspondendo a 24,3% dos casos ocorridos em todo o período (Gráfico 8). 9
10 Gráfico 8 Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo faixa etária. Recife, 26 a 216* ,7 24,3 21,4 17,1 16,9 1 5,1,4 5,1 15 a 19 2 a 29 3 a 39 4 a 49 5 a 59 6 a 69 7 a 79 8 e + FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife *Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 9/1/17 A raça/cor branca concentrou o maior número de óbitos com 49,6%, seguido das pardas com 4,2% (Gráfico 9). Gráfico 9 Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo raça/cor. Recife, 26 a 216*,1 2,7 4,2 49,6 Branca Preta Amarela Parda Indígena Ing,8 6,7 FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife *Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 9/1/17 Os óbitos se concentraram nas mulheres com 8 a 11 anos de estudo (2,7%) e naquelas com mais de 12 anos de estudo (17,8%). Destaca-se o percentual elevado de ignorados (Gráfico 1). 1
11 Gráfico 1 Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo escolaridade. Recife, 26 a 216* 3 26, ,4 14,1 2,7 17, ,7 Nenhuma 1 a 3 4 a 7 8 a e + Não inf/ign FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife *Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 9/1/17 A proporção de óbitos foi maior nas mulheres solteiras com 36,2%, seguido das casadas (31,5%) (Gráfico 11). Gráfico 11 Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo estado civil. Recife, 26 a 216* 1,1 3,7 22,3 36,2 Solteira Casada Viúva Separada jud. União cons. 31,5 FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife *Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 9/1/17 As residentes dos distritos sanitários IV e VI apresentaram maior número de óbitos no período de 26 a 216, com 18,3% e 17,7% das ocorrências, respectivamente (Gráfico 12). 11
12 Gráfico 12 Percentual de óbitos por câncer de mama, em mulheres, segundo Distrito Sanitário de residência. Recife, 26 a 216* ,7 13,4 1,8 18,3 15,5 17,7 8,8 8,3 5 I II III IV V VI VII VIII ign,4 FONTE: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife *Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 9/1/17 5- Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil Brasil: Ministério da Saúde 211. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Estimativas 216: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA,
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