TÍTULO: FATORES BIOPSICOSSOCIOCULTURAIS ASSOCIADOS AO DESMAME ANTES DOS 24 MESES DE IDADE

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1 TÍTULO: FATORES BIOPSICOSSOCIOCULTURAIS ASSOCIADOS AO DESMAME ANTES DOS 24 MESES DE IDADE CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): LETÍCIA CRISTINE NUNES PRESSI ORIENTADOR(ES): CLÉCIA SOARES DE ALENCAR MOTA

2 RESUMO A produção do leite materno é controlada principalmente pelo sistema endócrino, com a ação de diversos hormônios, dentre eles a prolactina e ocitocina. Este alimento, completo e indispensável no início da vida, além de favorecer a interação da mãe com o bebê, oferece diversas vantagens para ambos, assim como para a família. A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo por seis meses de vida e, após os seis meses, determina a introdução de alimentos complementares, juntamente com a amamentação, até os dois anos de vida. Porém, em diversas populações o desmame ainda é feito precocemente. O objetivo do presente projeto é compreender quais fatores interferem no desmame antes dos 24 meses de idade, buscando avaliar qual o papel da orientação adequada nesse processo. Para isso, realizou-se revisão integrada de literatura em artigos disponíveis em diferentes bases de pesquisa. Como resultados preliminares, os fatores que mais interferem no desmame precoce foram o uso de chupeta precocemente e o trabalho materno fora de casa. INTRODUÇÃO Mamíferos diferem-se dos outros animais por serem dotados de glândulas mamárias e estas, nas fêmeas, secretarem leite, alimento indispensável aos mesmos. Assim, todo mamífero nasce dotado do instinto natural de mamar 1. A produção de leite, nos primeiros dias após o parto, é controlada pelo sistema endócrino, com a liberação de diversos hormônios, como a prolactina e ocitocina que atuam na produção e ejeção do leite, respectivamente. Pela atuação endócrina, após o parto ocorre a produção de leite mesmo sem a sucção mamilar feita pelo bebê, porém é necessário que haja esse estímulo para a manutenção da lactação 2. Sentimentos agradáveis como o toque do bebê ou a confiança da mãe em amamentar podem contribuir positivamente para a ejeção do leite, assim como sentimentos desagradáveis, como dor ou estresse, podem influenciar negativamente nesse processo 2,3. A amamentação natural confere vantagens ímpares para o lactente, como diminuir a probabilidade de processos alérgicos e gastrintestinais nos primeiros meses de vida, melhorar o desenvolvimento cognitivo, melhorar o sistema de defesa, diminuir o risco de falência respiratória, promover o desenvolvimento adequado dos órgãos fonoarticulatórios, além de outros benefícios relacionados ao

3 desenvolvimento emocional e físico 4,5,6,1. Para a mãe, o aleitamento materno confere vantagens como reduzir a probabilidade de câncer de mama e promover a involução uterina mais rápida 7. Para a família, a amamentação natural é vantajosa, pois é uma opção econômica e prática 8. Frente a tantas vantagens que o aleitamento natural traz e devido aos altos índices de desmame precoce, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida e, após o seis meses, determina a introdução de alimentos complementares com a manutenção da amamentação até os dois anos de vida ou mais 9. Mas, ainda assim observa-se um importante índice de casos de ablactação precoce em diversas populações 10. Barbosa et al. 9, constatou que a duração média de aleitamento materno exclusivo não ultrapassava dois meses e que o período de aleitamento materno total foi de quatro meses. Ambos inferiores ao tempo recomendado pela OMS. OBJETIVOS Baseado nas estatísticas apresentadas no levantamento bibliográfico sobre desmame precoce, evidenciando a necessidade de maiores estudos para elucidar as interferências nesse processo, o presente projeto tem como objetivo compreender quais fatores estão relacionados ao desmame antes dos 24 meses de idade. E ainda, busca entender o papel da informação e orientação adequadas como fator emocional desencadeante das alterações fisiológicas que acarretam a interrupção da amamentação antes do tempo adequado. A compreensão dessas questões possibilitará o estabelecimento de ações eficientes junto aos envolvidos, direta ou indiretamente, no sucesso do aleitamento materno. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO Foram realizadas diversas pesquisas nas bases de dados GOOGLE ACADÊMICO, Portal CAPES e SCIELO, utilizando-se as palavras-chave: aleitamento, aleitamento materno, causas do desmame precoce, desmame, desmame precoce, fisiologia da lactação, hormônios da lactação, lactação e leite humano. Dentre os artigos e teses disponibilizados, até o presente momento foram escolhidos 15 artigos, sendo 3 revisões, como forma de adquirir o embasamento

4 teórico necessário sobre o tema e buscar resultados preliminares para responder ao objetivo do projeto. RESULTADOS PRELIMINARES Doze artigos foram selecionados aleatoriamente para o levantamento dos resultados preliminares, avaliando-se os principais fatores apontados como determinantes para o desmame precoce. Os mais significativos foram o uso precoce de bicos 1,9,11,12,14, como chupetas e mamadeiras, e a atividade da mãe fora de casa 6,12,13,14,15, seja para estudar ou trabalhar, seguido da falta de experiência ou primiparidade 10,12,15, estado civil 9,10,13 e dificuldade de amamentar 6,13,15. Fatores como orientação inadequada 1,8,15, influência de pessoas próximas 11,15 e estresse 3 também foram apontados como influentes no processo de desmame. Assim como variáveis demográficas: renda familiar 9 e idade materna 9,10, além da introdução de fórmulas alimentares ou outros complementos 7. FONTES CONSULTADAS 1. SILVA, W. F. da; GUEDES, Z. C. F. Tempo de aleitamento materno exclusivo em recém-nascidos prematuros e a termo. Revista Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica 15 (1): , GIUGLIANI, E. R. J. Aleitamento materno: aspectos gerais. Medicina ambulatorial 3: , DEWEY, K. G. Maternal and fetal stress are associated with impaired lactogenesis in humans. Journal of Nutrition 131 (11): 3012s-3015s, NEIVA, F. C. B.; CATTONI, D. M.; RAMOS, J. L. A.; ISSLER, H. Desmame precoce: implicações para o desenvolvimento motor-oral. Jornal de Pediatria 79 (1): 7-12, ALMEIDA, E. A.; FILHO, J. M. O contato precoce mãe-filho e sua contribuição para o sucesso do aleitamento materno. Revista de Ciências Médicas 13 (4): , BAPTISTA, G. H.; ANDRADE, A. H. H. K. G. de; GIOLO, S. R. Fatores associados à duração do aleitamento materno em crianças de famílias de baixa renda da região sul da cidade de Curitiba, Paraná, Brasil. Caderno de Saúde Pública 25 (3): , 2009.

5 7. GIUGLIANI, E. R. J.; VICTORA, C. G. Alimentação complementar. Jornal de Pediatria 76 (3): s253-s262, MOIMAZ, S. A. S.; SALIBA, O.; BORGES, H. C.; ROCHA, N. B.; SALIBA, N. A. Desmame precoce: falta de conhecimento ou de acompanhamento? Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada 13 (1): 53-59, BARBOSA, M. B.; PALMA, D.; DOMENE, S. M. A.; TADDEI, J. A. A. C.; LOPEZ, F. A. Fatores de risco associados ao desmame precoce e ao período de desmame em lactentes matriculados em creches. Revista Paulista de Pediatria 27 (3): , CARRASCOZA, K. C.; JUNIOR, A. L. C.; MORAES, A. B. A. Fatores que influenciam o desmame precoce e a extensão do aleitamento materno. Estudos de Psicologia Campinas 22 (4): , DEMITTO, M. O.; BERCINI, L. O.; ROSSI, R. M. Uso de chupeta e aleitamento materno exclusivo. Escola Anna Nery 17 (2): , SALUSTIANO, L. P. Q.; DINIZ, A. L. D.; ABDALLAH, V. O. S.; PINTO, R. M. C. Fatores associados à duração do aleitamento materno em crianças menores de seis meses. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 34 (1): 28-33, FROTA, D. A. L.; MARCOPITO, L. F. Amamentação entre mães adolescentes e não-adolescentes, Montes Claros, MG. Revista de Saúde Pública 38 (1): 85-92, LEONE, C. R.; SADECK, L. S. R. Fatores de risco associados ao desmame em crianças até seis meses de idade no município de São Paulo. Revista Paulista de Pediatria 30 (1): 21-26, RAMOS, C. V.; ALMEIDA, J. A. G. Alegações maternas para o desmame: estudo qualitativo. Jornal de Pediatria 79 (5): , 2003.