DIREITO CONSTITUCIONAL

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1 DIREITO CONSTITUCIONAL Partidos Políticos Partidos Políticos Parte 2 Profª. Liz Rodrigues

2 - Modelos de organização partidária: - Unipartidarismo: o sistema permite a existência legal de apenas um partido. Típico de regimes autoritários, o partido é responsável por divulgar as ideias do grupo dominante. Ex.: República Popular da China. - Bipartidarismo: dois grandes partidos, com programas bem definidos. Ex.: EUA (Democratas e Republicanos).

3 - Pluripartidarismo ou multipartidarismo: existem inúmeros partidos, que representam as mais diversas correntes de opinião existentes na sociedade. É o caso do Brasil.

4 - Sistemas eleitorais: técnicas e procedimentos utilizados na realização de eleições, a fim de definir, com base na vontade popular, quem foi escolhido para exercer o mandato. - Sistema majoritário e sistema proporcional. - Sistema majoritário: são eleitos os candidatos que tiverem o maior número de votos.

5 - Maioria absoluta: o candidato deve obter mais de 50% dos votos para ser eleito. É o caso das eleições para Presidente da República, Governador e Prefeito (municípios com mais de 200 mil eleitores). Se ninguém obtiver o número necessário de votos, será realizado um segundo turno. - Maioria relativa (simples): basta que o candidato tenha a maioria dos votos. Vale para o Senado e para a eleição de Prefeitos em municípios com até 200 mil eleitores.

6 - Sistema proporcional: utilizado nas eleições para cargos no Poder Legislativo. Visa garantir que todos os partidos sejam representados em uma proporção o mais próxima possível do número de votos obtido (Novelino). - Observe que, em eleições proporcionais, é o partido/coligação quem recebe as vagas (e não o candidato). Ao votar, o eleitor escolhe ser representado pelo partido X e, preferencialmente, pelo candidato Y.

7 - Assim, em primeiro lugar, é preciso saber se o partido ou coligação conseguiu obter os votos necessários para ocupar uma (ou mais) cadeiras na Casa Legislativa em questão e, após, definir qual ou quais - dos candidatos daquele partido ou coligação irá/irão ocupar as cadeiras. - O Brasil adota o sistema de lista aberta, que permite que a ordem de colocação do candidato seja definida pelos eleitores.

8 - No sistema proporcional, escolhido o candidato, em um primeiro momento, o número de votos dado aos candidatos e à legenda é computado para o cálculo do número de cadeiras de cada partido ou coligação e, em seguida, o número de votos nominais recebidos pelos candidatos é considerado para definir a ordem dos eleitos por cada agremiação. Neste sistema, portanto, a ordem final dos candidatos é determinada pelo voto individual dos eleitores (Novelino).

9 - Quociente eleitoral: define o número mínimo de votos necessários para que um partido possa ocupar uma cadeira. É calculado dividindo-se o número de votos válidos pelo número de lugares a preencher. - Quociente partidário: define quantas cadeiras cada partido conseguiu. É obtido pela divisão do número de votos obtido pela coligação ou partido pelo quociente eleitoral.

10 - Definido o quociente partidário, as vagas serão ocupadas pelos candidatos do partido (ou coligação) que tiverem obtido a maior quantidade de votos. - Obs.: coligação é a união de dois ou mais partidos com vistas à apresentação conjunta de candidatos a determinada eleição. É uma entidade jurídica de direito eleitoral, temporária, com todos os direitos e obrigações dos partidos.

11 - É importante lembrar que, em 2015, uma alteração no Código Eleitoral estabeleceu que estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido ou coligação que tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido (art. 108). Cláusula de barreira.

12 - Consequências: um candidato não será eleito se não receber votos equivalentes a, no mínimo, 10% do quociente eleitoral e candidatos que foram pouco votados só serão beneficiados pelos puxadores de votos se tiverem atingido o número mínimo de votos necessários. - As regras para o preenchimento das cadeiras remanescentes e para o manejo das sobras estão no Código Eleitoral.

13 - Exemplo: eleições municipais de 2012 em São Paulo. - Votos válidos = Cadeiras = Quociente eleitoral = Coligação PSDB/PSB/PP/DEM (mais votada) = votos. - Quociente partidário = 16,5 (17 cadeiras). Receberam mais duas, nos termos da legislação eleitoral (manejo de sobras).

14 - Obs.: havia outra cláusula de barreira que foi considerada inconstitucional (ADIs n e 1354). No caso, alguns dispositivos da Lei n /95 restringiam o direito ao funcionamento parlamentar, o acesso ao horário gratuito de rádio e televisão e a distribuição de recursos do Fundo Partidário apenas aos partidos que obtivessem o apoio mínimo de 5% dos votos apurados, distribuídos em pelo menos 1/3 dos Estados (mínimo de 2% do total de cada um deles).

15 - Verticalização: esta regra, que havia sido criada por uma Resolução do TSE, impedia que partidos que ajustassem coligação para a eleição para Presidente da República formassem coligações para outras eleições com outros partidos que tivessem lançado candidato à eleição presidencial, isoladamente ou em coligação. - A EC n. 52/06 acabou com a proibição: não há obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas (art. 17, 1º, CF/88).

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