Em 1951 foi fixada a respectiva ZEP, publicada no Diário do Governo (II Série) n.º 189 de 16/08/1951, que inclui uma zona non aedificandi.
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3 INFORMAÇÃO DSBC/DRCN/09 data: cs: Processo nº: DRP/CLS Assunto: Revisão da Zona Especial de Protecção do Santuário de Panóias, freguesia de Panóias, concelho e distrito de Vila Real Introdução O Santuário de Panóias foi classificado Monumento Nacional pelo Decreto de 16/06/1910, publicado no Diário do Governo 136 de 23/06/1910. Em 1951 foi fixada a respectiva ZEP, publicada no Diário do Governo (II Série) n.º 189 de 16/08/1951, que inclui uma zona non aedificandi. Perante a evolução da doutrina sobre o património e atentos às dinâmicas que actualmente regem o ordenamento do território, considerámos necessário proceder ao estudo de uma nova ZEP, mais consentânea com os actuais conceitos de interpretação e gestão do património cultural. Esta proposta tem como base o exaustivo trabalho realizado pelo colega Arquitecto José Eduardo em Foram feitas alterações de pormenor à proposta original, na sequência da obtenção de cartografia mais rigorosa e depois de uma análise articulada com o gestor do sítio, Dr. Orlando Sousa. O monumento O Santuário de Panóias é talvez o mais famoso monumento do distrito de Vila Real. Pág. 1 de 3
4 Documento histórico incontornável para o estudo da romanização e das religiões no território nacional, Panóias é também um dos monumentos mais visitados da região norte e faz parte de todos os roteiros turísticos. Afecto à Direcção Regional de Cultura do Norte, tem sido objecto de grandes investimentos ao longo dos últimos anos, que o tornaram particularmente apto para fins científicos e pedagógicos, dando assim resposta às muitas solicitações de visita por parte de investigadores e comunidade escolar. A ZEP O forte impacto que a visita a Panóias proporciona deve muito à espectacularidade das rochas e à densidade histórica que se experimenta no local, mas também à preservação e amplitude da paisagem envolvente. Um santuário relaciona-se sempre de forma intensa com o território que o rodeia. Desde as épocas mais ancestrais que os lugares sagrados ou de representação do sagrado se constituem como lugares centrais. Esta centralidade assume uma dupla vocação: um centro simbólico para a comunidade 1 e um centro topológico, que marca o território (Norberg-Schulz, e mais próximo de nós, Carlos Alberto Ferreira de Almeida, explicaram-no com clareza). A doutrina internacional sobre património reconhece e valoriza cada vez mais esta relação entre o monumento e a sua envolvente, que encontra o seu expoente na noção de paisagem cultural. Este entendimento esteve na base da actual proposta de ZEP, que teve uma especial preocupação com os horizontes visuais. Justifica-se esta preocupação em face da importância patrimonial e do tipo de sítio (santuário de ar livre), que se articula com a necessidade de garantir a participação desta Administração na análise de futuros projectos com especial impacte sobre a qualidade da paisagem envolvente (linhas eléctricas, estradas, armazéns agrícolas, modelações do terreno, etc.). Esta participação é agora mais pertinente, uma vez que a construção recente de novas acessibilidades torna aquela zona cada vez mais apetecível à fixação de espaços comerciais, industriais e habitacionais, dada a curta distância em relação a Vila Real e a existência de terrenos livres. Procurámos sempre fazer coincidir os limites da ZEP com as vias existentes, de modo a reduzir ao máximo eventuais ambiguidades. 1 Um lugar mental, que é uma referência independentemente da sua localização física. Pág. 2 de 3
5 A extensão da ZEP na zona oriental justifica-se pela amplitude da paisagem. A partir do santuário observa-se, nessa direcção, um vale aberto muito arborizado, particularmente sensível a intervenções que envolvam alterações da topografia ou obras de edificação. O Plano Director Municipal de Vila Real classifica esta área como Reserva Agrícola Nacional (junto à linha de água) e Espaço Florestal (nas encostas), o que diminui os riscos de conflitualidade. Sabemos, no entanto, que estes instrumentos de gestão do território podem ser facilmente alterado, enquanto a ZEP é uma servidão administrativa de muito longa duração. A actual zona non aedifiandi mantém pertinência enquanto instrumento de salvaguarda da envolvente mais próxima do monumento. Não encontramos razões de interesse público que justifiquem qualquer alteração, pelo que propomos a sua manutenção integral na nova ZEP proposta. Assim, em face do exposto, propomos a revisão da Zona Especial de Protecção ao Santuário de Panóias, através da revogação da ZEP existente e da fixação da ZEP proposta, conforme planta anexa, que é parte integrante desta informação. À consideração superior O técnico superior David Ferreira Pág. 3 de 3
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