DESAFIOS PARA OS FUNDOS DE PENSÃO Marcelo Rabbat e Tais Campos Importante: Este documento não constitui uma opinião ou recomendação, legal ou de qualquer outra natureza, por parte da Vinci Partners, e não leva em consideração a situação particular de qualquer pessoa.
Gestão de passivo: como funciona hoje? ALM => define a alocação alvo nas classes de ativos para fazer frente ao passivo. CDI Inflação Renda Variável ALM Real Estate Private Equity Empréstimos
Alocação atual (Setembro/204) Classe de ativos Renda Fixa Fonte: RiskOffice Fonte: RiskOffice 2
Alocação atual (Setembro/204) Títulos públicos Títulos privados Fonte: RiskOffice Fonte: RiskOffice 3
Cenário Atual A taxa de juros no Brasil vem sofrendo uma queda estrutural nos últimos 5 anos, conforme apresentado pelo gráfico abaixo. A tendência é que as fundações tenham que buscar cada vez mais alternativas de investimentos que não os títulos públicos para superar a meta atuarial. 4
Geração de alpha Quais classes de ativos podem gerar alpha para a fundação? Crédito Real Estate Private Equity Infraestrutura Public Equities Investimento no Exterior 5
Crédito O crédito não bancário é uma das primeiras alternativas para buscar retornos acima da meta atuarial. As operações de crédito pagam um spread em relação ao CDI para compensar: - risco de liquidez - risco de contraparte - prazos mais longos 6
Crédito O gráfico abaixo apresenta o retorno real (Agosto/4) de investimentos em NTN-B e debêntures segregadas por rating. Percebe-se que as debêntures pagam um spread em relação as NTN-Bs, que varia de acordo com o rating (quanto melhor, menor o spread). A 0,97%,26% AA AAA Spread - 2,0% Fonte: Anbima e Vinci Partners 7
Crédito Cenário favorável para investimentos em crédito no Brasil: Baixa taxa de endividamento Baixos níveis de desemprego Classe média em expansão Fonte: ABECIP 8
Crédito Pirâmide de Renda / Classes Sociais Crescimento do poder de compra da população gerou um grande aumento da demanda interna por bens e serviços. Fonte: FGV/PNAD/IBGE Redução do endividamento público permitiu uma queda estrutural do risco-país, o que combinado com juros em patamares historicamente baixos, aumentam a atratividade de investimentos no setor real. Fonte: Bacen 9
Crédito Os ativos abaixo são boas alternativas ao ALM das fundações, pois geralmente oferecem retornos superiores aos dos títulos públicos, além de serem indexados a inflação e possuírem prazos mais longos, casando com o passivo dos fundos de pensão. CRIs, debêntures e títulos de créditos com garantia real Fundos de investimentos focados na originação de operações de crédito com garantia real oferecem uma interessante relação risco-retorno aos investidores institucionais (spreads entre 200 a 300bps com baixo risco de crédito). Debêntures Privadas de Infraestrutura (saneamento, setor elétrico e setor logística) Oferecem aos investidores institucionais retornos indexados a inflação, de longa duração e com baixo risco. 0
Crédito Limitadores para investir em crédito não bancário: Limite mínimo de rating - Muitas políticas de investimento (PIs) ainda são bastante restritivas com relação ao limite mínimo de rating. Prazo de investimento - Aprovar investimentos em operações com prazos mais longos (ex: operações de infraestrutura que oferecem retornos interessantes), pois grande parte das PIs limita o prazo máximo dos investimentos. Dificuldade na precificação de ativos de crédito
Real Estate Expectativa de retornos superiores ao CDI + para refletir: Risco de liquidez Prazos mais longos de investimento Risco de inadimplência Risco de desapropriação Risco de sinistro 2
Real Estate Condições favoráveis no país: Baixa alavancagem em crédito imobiliário Classe média em expansão Baixa taxa de desemprego Baixo nível de inadimplência imobiliária Inadimplência da Carteira Imobiliária Contratos (garantia em hipoteca ou alienação fiduciária) com parcelas em atraso > 3 meses (fonte: ABECIP) 3
Private Equity Geralmente geram alpha pois embutem: Prêmio de liquidez Prêmio de risco por investir em empresas fechadas Prêmio pelo prazo do investimento (longo) 4
Infraestrutura Os investimentos em infraestrutura possuem as seguintes características: Proteção contra inflação Projetos com vida útil longa Fluxo de caixa robusto e previsível Baixa correlação com outras classes de ativos 5
Infraestrutura Os principais riscos envolvendo investimentos em ativos de infraestrutura são: Risco de construção: a obra pode não ser concluída ou custar mais caro do que o planejado. Risco de operação: a operação do ativo custar mais caro do que o planejado. Risco de demanda: a demanda prevista para o ativo em questão não se realizar. 6
Infraestrutura 7
Public Equities O investimento nas diferentes estratégias de renda variável tende a gerar alpha no médio-longo prazo, compensando a maior volatilidade dessa classe de ativos. As principais estratégias são: Long-only Dividendos Small caps / Valor Long-bias 8
Public Equities O Histograma abaixo apresenta a distribuição de frequência dos retornos de 3 anos do Ibovespa no intervalo de 994 a 204 (retornos acumulados foram calculados como uma média móvel com janela de três anos). Exemplo: 32 casos tiveram entre 40% e 60% de retorno acumulado de 3 anos. A linha vermelha representa o ponto em que estamos hoje, com retorno acumulado de -6,36% nos últimos três anos. Fonte: Economática e Vinci Partners Obs: Dados Mensais, data base:3/0/204 Total de Casos: 86 9
Public Equities O Histograma abaixo apresenta a distribuição de frequência dos retornos de 3 anos do IBRX no intervalo de 996 a 204. A linha vermelha representa o ponto em que estamos hoje, com retorno de 4,68% nos últimos 3 anos. Através da análise de ambos os histogramas (Ibovespa e IBRX) percebe-se que estamos em um dos piores momentos dos últimos anos no mercado de renda variável. Fonte: Economática e Vinci Partners Obs: Dados Mensais, data base:3/07/204 Total de Casos: 88 20
Public Equities A tabela abaixo apresenta o retorno das diferentes estratégias de investimentos em renda variável durante o período de 2007-204. As estratégias que mais se destacaram foram as de Long-Biased e Dividendos. Jan/2007 a Out/204 2007 2008 2009 200 20 202 203 204 Consolidado Dividendos 43% Dividendos -24% Small Caps 38% Small Caps 23% Dividendos 4% Long-Biased 29% Long-Biased 6,% Long-Biased 6,9% Long-Biased 80% Long-Biased 36% Ibovespa -4% Long-Only 0% Long-Biased 2% Long-Biased 7% Small Caps 29% Long-Only 2,5% Ibovespa 6,% Dividendos 35% Long-Only 33% Long-Biased -43% Long-Biased 9% Long-Only 6% Long-Only -7% Dividendos 22% Dividendos -4,2% Long-Only 4,0% Long-Only 07% Ibovespa 44% Long-Only -45% Ibovespa 83% Dividendos % Small Caps -7% Long-Only 7% Small Caps -5,2% Dividendos -5,3% Small Caps 35% Small Caps 2% Small Caps -53% Dividendos 55% Ibovespa % Ibovespa -8% Ibovespa 7% Ibovespa -5,5% Small Caps -9,9% Ibovespa 24% Fonte: Vinci Partners 2
Public Equities Estratégia de Dividendos As empresas pagadoras de dividendos oferecem as seguintes vantagens: Receitas atreladas à inflação (através da correção dos contratos ou repasse de preços). Suas margens tendem a ser estáveis e previsíveis. Baixa volatilidade comparada ao índice Ibovespa. 22
Public Equities Estratégia de Dividendos 23
Public Equities Estratégia de Dividendos A estratégia de Dividendos (IDIV) apresenta alta probabilidade de superar o CDI, conforme apresentado pela tabela abaixo. Janela de Investimento Probabilidade de superar o CDI 2 meses 6,2% 36 meses 65,0% 60 meses 82,8% Fonte: Vinci Partners Data-base: 20//204 24
Public Equities O gráfico abaixo mostra o retorno e o índice Sharpe dos índices IDIV, Ibovespa, IBRX, IBRX50 e CDI entre 2006 e 204. Percebe-se que a classe de dividendos (representada pelo IDIV) apresenta retorno e Sharpe significativamente superiores aos demais durante o período analisado. 25
Investimento no Exterior As principais vantagens oferecidas pelos investimentos no exterior são: Diversificação de riscos (baixa correlação entre o mercado brasileiro e os do exterior). Acesso a setores não representados no Brasil, ou com baixa presença. Exposição cambial. OBS: Uma das principais limitações ao investimento no exterior por parte das EFPC é o limite de 25% do patrimônio de um fundo de alocação no exterior. 26
Principais Mudanças na Legislação Resolução CGPC nº 5, 9//204 Meta Atuarial Alteração na meta atuarial das fundações, que passará a ser variável, oscilando dentro de um intervalo de taxas a ser divulgado pela PREVIC. Será construída uma curva com a estrutura a termo das NTN-Bs (média das taxas das NTN-Bs nos 3 anos antecedentes a apuração), o limite superior do intervalo será 0,4 ponto percentual acima da curva média e o limite inferior será 70% da curva média. Os intervalos de taxas serão portanto diferentes para cada duration. Cada plano de benefícios passará a ter a sua própria meta atuarial, igual a expectativa de rentabilidade de seus investimentos (comprovado por estudo). Esse valor deve estar dentro do intervalo definido para a duration específica do plano. 27
Propostas de Mudança na Legislação As principais propostas que estão sendo analisadas para mudança na legislação atual são: Investimento em imóveis: Alteração no limite para investimento em imóveis de 8% para 0%. Investimento no exterior: Alteração no limite de 25% do patrimônio de um fundo para alocação no exterior. A idéia é que esse limite passe a ser do fundo global investido e não do fundo local que compra cotas dos fundos globais. 28
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