Perspectivas Setoriais 09 de Outubro de 2014. A grande discussão que vem permeando o setor é o patamar de precificação de celulose de fibra curta (BHKP), que vem mitigando a rentabilidade das empresas, assim como já foi observado na safra de balanços referentes ao 2 trim/14. A, que é uma empresa direcionada às exportações sofreu severo impacto no período, em virtude da queda de cerca de 8% nos preços de fibra curta em reais, quando comparada com o segundo trimestre de 2013. As quedas acentuadas nos preços de fibra curta se deram pelo aumento da oferta mundial, encabeçadas por diversos projetos de expansão e greenfields. A situação mais preocupante nos preços da commodity são os preços vendidos na China, que atingiram os patamares mínimos históricos, cerca de US$ 450/Ton. Vale comentar que apesar dos baixos preços asiáticos, a forte demanda chinesa vem garantindo cada vez mais representatividade nas exportações de celulose do Brasil, curiosamente é exatamente esta situação que configura um segundo semestre mais promissor para os preços de celulose de fibra curta. A diferença entre os preços de celulose de fibra longa (NHKP) e curta atingiram iram o patamar de cerca de US$ 200/ton, que deve ser o estopim que faltava para os diversos produtores chineses alterem seu parque fabril no processamento de celulose de fibra longa. Este processo já havia sido observado em períodos de forte queda nos preços de celulose na Ásia e aumento do spread de preços de fibra longa e curta, se confirmada essa tendência, os preços de fibra curta devem apresentar certo alento. Porém, o principal fator de otimismo se deu com os anúncios de fechamento de três fábricas ao redor do globo, que resultaram em uma retirada do mercado de cerca de 710 mil toneladas anuais de celulose. Na esteira dos anúncios, as companhias exportadoras brasileiras ( e Suzano) anunciaram no início de outubro um reajuste de cerca de US$ 20 por tonelada nos preços vendidos aos principais mercados internacionais, perfazendo melhores perspectivas para os balanços do segundo semestre. Já no que tange ao segmento de papéis, a conjuntura de baixo crescimento econômico vem pesando cada a vez mais nos resultados das empresas voltadas para o mercado interno, em bolsa temos a Klabin que possui cerca de 70% das receitas oriundas do Brasil, e em menor escala a Suzano com cerca de 50% de suas receitas. Diante de uma conjuntura de crescimento anêmico nos volumes de vendas, cada vez mais a flexibilidade no mix de produtos e o forte contingenciamento nos custos de produção vem sendo diferenciais estratégicos do setor para mitigar os efeitos adversos da economia doméstica. Além disso, a capacidade de flexibilizar as operações entre os mercados interno e externo (mediante as condições de mercado) também vem garantindo importantes ganhos para as empresas do setor, e a tendência é de que este processo se intensifique pendendo para maior exposição as exportações, conforme os preços de celulose no mercado internacional apresentem recuperação. Comparativos do Setor Resultado Líquido P/L 2014 (P) 2 Trim/13 2 Trim/14 30,3 26,8 19,4 12,4-595,7 Papel e Celulose 629,7 7,6 EV/EBITDA 2014 (P) 9,4 6,7 6,8-129,8 243,5 Papel e Celulose Cot./VPA -247,5 1,1 1,5 0,9 0,9 97,2 Papel e Celulose Fonte: Economatica e Projeções Análise Coinvalores. 1
ON Preço Alvo R$ 30,40 Up Side / 18,0% FIBR3 / R$ 25,76 em 08/Out/14 Breve Descritivo A é o resultado da fusão entre Votorantim Celulose e Papel (VCP) e Aracruz. A companhia opera 4 plantas que, em conjunto, têm capacidade produtiva de 5,25 milhões de toneladas de celulose de mercado por ano. Boa parte dessa produção é exportada, especialmente ecialmente para mercados como Europa e China. Para suportar essas plantas, a companhia conta com uma base florestal de 958 mil hectares, sendo 336 mil dedicados à conservação de ecossistemas nativos. As florestas da companhia estão nos estados de: ES, BA, MG, SP, MS e RJ. Composição Acionária: Principais Acionistas 29/Ago/14 Com Voto Sem voto Todos tipos Bndespar BNDES Participações 30,4% -x- 30,4% Votorantim Investimentos Industriais 29,4% -x- 29,4% S.A. Júpiter Global Estrategy Fund Ltd Gávea Investimentos Outros 28,1% -x- -x- -x- 28,1% Projeções em MM 2013 2014e 2015e 2016e 2017e 2018e Receita Líquida 6.917,4 7.263,3 7.626,4 8.236,6 8.895,5 9.607,1 EBITDA 2.750,2 2.997,3 3.231,2 3.464,8 3.753,7 4.073,6 Lucro Líquido (706,4) 1.132,9 813,5 624,2 1.150,4 1.265,0 Histórico Indicadores 2013 2014e 2015e 2016e 2017e 2018e COT/VPA Projetado 1,0 0,9 0,9 0,9 0,8 0,8 EV/EBITDA 7,0 6,1 5,8 5,3 4,5 3,8 Preço/Lucro (20,0) 12,5 17,4 22,6 12,3 11,2 Dividend Yield -x- 2,0% 1,4% 1,1% 2,0% 2,2% Pay Out -x- 25,0% 25,0% 25,0% 25,0% 25,0% Dívida Líquida (R$ MM) 7.433,2 4.313,2 4.526,3 4.077,6 2.696,4 1.530,1 % de Curto Prazo 30,4% 35,4% 34,0% 37,5% 46,9% 51,4% Part. De Capital de 3ºs 45,8% 45,6% 41,2% 40,5% 39,2% 36,2% ROE (%) -4,9% 7,4% 5,1% 3,8% 6,6% 6,9% Margem EBITDA 39,8% 41,3% 42,4% 42,1% 42,2% 42,4% Margem Líquida -10,2% 15,6% 10,7% 7,6% 12,9% 13,2% Conclusão Apesar de os preços na celulose (em especial na Ásia) continuarem pressionados consideramos que a companhia deve apresentar melhoras operacionais consideráveis neste ano. A aquecida demanda internacional e o patamar cambial favorável devem ajudar a sua receita, destacamos também que o endividamento da companhia se apresenta em níveis mais saudáveis, abrindo espaço para novos investimentos. Além disso, as perspectivas para o segundo semestre dos preços de celulose de fibra curta (BHKP) são de retomada a preços mais "palatáveis", sobretudo pela alteração de diversos parques fabris na China, que devem alterar o processamento de celulose de fibra curta para longa, trazendo um alento no que tange a oferta mundial. Continuamos otimistas para com o desempenho futuro da, e recomendamos compra para seus ativos. FIBR3 x IBOVESPA na base 100 2
Klabin Unit Preço Alvo R$ 14,00 Up Side / 14,4% KLBN11 / R$ 12,20 em 08/Out/14 Breve Descritivo A Klabin é a maior produtora, exportadora e recicladora de papéis do Brasil e líder nos mercados de papéis e cartões para embalagens, embalagens de papelão ondulado, sacos industriais e madeira em toras para serrarias e laminadoras. A companhia atualmente estrutura-se se em três unidades de negócio: Florestal, Papéis (papel cartão e papeis Kraft) e Conversão (caixas de papelão ondulado e sacos industriais) e opera 17 fábricas em oito estados do Brasil e uma na Argentina. Composição Acionária: Principais Acionistas Klabin Irmaos & Cia Monteiro Aranha S.A. Bndespar - BNDES Participações SA The Bank Of New York Adr Outros 29/Ago/14 Com Voto Sem voto Todos tipos 55,9% -x- 55,9% 4,2% 3,4% 7,9% 4,7% 13,3% 8,4% -x- 9,4% 5,9% 24,5% 61,8% 48,5% Projeções em MM 2013 2014e 2015e 2016e 2017e 2018e Receita Líquida 4.599,3 5.289,2 6.135,5 6.890,6 8.383,6 10.228,0 EBITDA 1.863,6 2.331,8 2.175,6 2.450,8 3.167,6 3.885,6 Lucro Líquido 290,1 944,5 856,6 840,1 1.532,6 1.964,4 Histórico Indicadores 2013 2014e 2015e 2016e 2017e 2018e COT/VPA Projetado 2,1 1,9 1,7 1,6 1,4 1,2 EV/EBITDA 6,8 6,5 6,9 6,0 4,3 3,2 Preço/Lucro 39,9 12,3 13,5 13,8 7,6 5,9 Dividend Yield -x- 2,4% 2,2% 2,2% 4,0% 5,1% Pay Out -x- 30,0% 30,0% 30,0% 30,0% 30,0% Dívida Líquida (R$ MM) 3.388,2 2.865,6 2.788,7 2.652,9 1.588,0 478,7 % de Curto Prazo 16,2% 15,7% 18,9% 14,6% 23,5% 21,3% Part. De Capital de 3ºs 65,2% 62,5% 58,1% 53,6% 50,5% 46,1% ROE (%) 5,4% 15,6% 12,9% 11,6% 18,4% 20,3% Margem EBITDA 40,5% 44,1% 35,5% 35,6% 37,8% 38,0% Margem Líquida 6,3% 17,9% 14,0% 12,2% 18,3% 19,2% Conclusão O mercado interno deve continuar a representar um desafio para a Klabin, e assim como observado no primeiro semestre a empresa deve focar em melhorias no mix de vendas. Destacamos que apesar do ritmo fraco de vendas de papéis no mercado interno, a carteira de clientes da Klabin é posicionada nos segmentos mais resilientes da economia, tais como alimentos e bebidas de modo a auferir vantagem competitiva as suas operações, que destoam do desempenho do setor. Já no mercado externo, a demanda aquecida continua a favorecer os volumes exportados, e a perspectiva para o segundo semestre é de início da retomada de preços de celulose. Consideramos que a Klabin deve apresentar resultados positivos, porém diante dos atuais patamares de precificação de seus ativos recomendamos somente manutenção para os papéis KLBN11. KLBN11 x IBOVESPA na base 100 3
Suzano PN Preço Alvo R$ 12,00 Up Side / 29,6% SUZB5 / R$ 9,26 em 08/Out/14 Breve Descritivo A Suzano, hoje, atua em dois segmentos: celulose de mercado e papel. A celulose da Suzano é comercializada em 13 países. A empresa é a segunda maior produtora de celulose de eucalipto do mundo. Já no segmento de papel, a companhia tem em seu portfólio papel revestido, papel não revestido, cutsize e papel-cartão, atuando em 80 países, com cerca de 30 marcas. A Suzano é a líder em papel branco na América do Sul. Atualmente, ela tem cinco unidades produtivas: Suzano, Rio Verde, Embu e Limeira em SP e Mucuri na Bahia. Ainda nesse ano será inaugurada uma nova fábrica, no Maranhão. Composição Acionária: Principais Acionistas Suzano Holding S/A Bndespar - BNDES Participações SA Outros Integrantes do Controle Outros 30/mai/14 Com Voto Sem voto Todos tipos 95,5% 0,4% 32,3% -x- 17,6% 11,7% 2,7% 10,6% 7,9% -x- 44,8% 29,8% Histórico Projeções em MM 2013 2014e 2015e 2016e 2017e 2018e Receita Líquida 5.688,6 7.110,8 8.177,4 8.995,1 9.827,7 10.772,0 EBITDA 1.865,0 2.348,1 2.719,9 3.032,7 3.348,3 3.709,3 Lucro Líquido (220,5) 611,0 965,9 940,1 1.520,9 1.771,1 Indicadores 2013 2014e 2015e 2016e 2017e 2018e COT/VPA Projetado 1,0 0,9 0,9 0,8 0,7 0,7 EV/EBITDA 8,4 8,5 7,2 6,4 5,4 4,6 Preço/Lucro (46,5) 16,8 10,6 10,9 6,7 5,8 Dividend Yield -x- 1,5% 2,4% 2,3% 3,7% 4,3% Pay Out -x- 25,0% 25,0% 25,0% 25,0% 25,0% Dívida Líquida (R$ MM) 9.187,3 9.651,2 9.241,5 9.062,7 7.981,5 6.967,8 % de Curto Prazo 7,8% 11,7% 22,5% 26,8% 27,4% 37,3% Part. De Capital de 3ºs 60,6% 60,7% 60,5% 56,6% 52,4% 49,5% ROE (%) -2,1% 5,5% 8,1% 7,5% 11,1% 11,8% Margem EBITDA 32,8% 33,0% 33,3% 33,7% 34,1% 34,4% Margem Líquida -3,9% 8,6% 11,8% 10,5% 15,5% 16,4% Conclusão Apesar da contínua nua pressão envolvendo os patamares de precificação da celulose de fibra curta, consideramos que os maiores volumes exportados (impactados pela inauguração da fábrica no Maranhão) e a valorização do dólar frente ao real devem continuar traduzindo-se em forte avanço operacional. Além disso, no segundo semestre deste ano, as perspectivas são de retomada nos preços de celulose de fibra curta, principalmente no mercado asiático. Já para o mercado interno as perspectivas de vendas permanecem anêmicas, sobretudo pela conjuntura econômica deficitária, porém a empresa vem empregando a assertiva estratégia de progressiva melhoria no mix de vendas, que vem mitigando tais efeitos conjunturais. Apesar de seu endividamento permanecer em patamares elevados, o cronograma de amortização da dívida neste ano se apresenta mais brando, impactando de forma menos acentuada seu resultado financeiro, abrindo espaço para que a companhia volte a reportar lucro. Em suma para 2014 teremos um cenário de forte crescimento de volumes e um custo de dívida reduzido, reforçando nossa recomendação de compra para os ativos da empresa. SUZB5 x IBOVESPA na base 100 4
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