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DECISÕES» ISS. 3. Recurso especial conhecido e provido, para o fim de reconhecer legal a tributação do ISS.

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PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO N. º

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Transcrição:

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 691.826 - RN (2004/0136591-6) RELATOR AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS : MILENE GOULART VALADARES E OUTRO(S) : JOSÉ CARLOS DA CRUZ ARAGÃO : HELDER COSTA DA CÂMARA E OUTRO EMENTA PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. ALUNO-APRENDIZ. SENAI. REEXAME DE PROVAS. NÃO-OCORRÊNCIA. EFEITOS PREVIDENCIÁRIOS. EQUIPARAÇÃO AOS ALUNOS DE ESCOLAS TÉCNICAS FEDERAIS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO IMPROVIDO. 1. Não há reexame de provas quando a equivocada apreciação dos fatos se insere no domínio da própria qualificação jurídica destes, a revelar hipótese de valoração. 2. "O reconhecimento do período de ensino ministrado pelo SENAI, para fins previdenciários, tem por finalidade assegurar o aproveitamento dos períodos não exclusivos de estudos, combatendo-se a prestação de serviços sob regras de cunho trabalhista, sem a garantia de direitos futuros. Entendimento contrário implicaria injustificada discriminação, privilegiando-se com o benefício da contagem apenas os alunos de Escolas Técnicas Federais, que exerceram atividades de ensino remuneradas nos mesmos moldes que os alunos do SENAI" (AgRg no REsp 507.440/PR, Sexta Turma, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 9/12/08). 3. Agravo regimental improvido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental. Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi, Felix Fischer e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 15 de dezembro de 2009(Data do Julgamento). MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA Relator Documento: 935699 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2010 Página 1 de 8

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 691.826 - RN (2004/0136591-6) RELATOR AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS : MILENE GOULART VALADARES E OUTRO(S) : JOSÉ CARLOS DA CRUZ ARAGÃO : HELDER COSTA DA CÂMARA E OUTRO RELATÓRIO MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA: Trata-se de agravo regimental interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS contra decisão unipessoal de minha relatoria que deu provimento ao recurso especial do segurado para reconhecer tempo de serviço prestado na condição de aluno-aprendiz do SENAI. Sustenta o agravante, em síntese, que a aplicação da jurisprudência lançada na decisão não tem aplicação nesta instância superior, por implicar reexame de provas. Requer, alternativamente, que o provimento seja apenas parcial, uma vez que não estaria demonstrado nos autos que o período foi "laborado na forma exigida por esta Corte e pelo TCU". É o relatório. Documento: 935699 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2010 Página 2 de 8

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 691.826 - RN (2004/0136591-6) EMENTA PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. ALUNO-APRENDIZ. SENAI. REEXAME DE PROVAS. NÃO-OCORRÊNCIA. EFEITOS PREVIDENCIÁRIOS. EQUIPARAÇÃO AOS ALUNOS DE ESCOLAS TÉCNICAS FEDERAIS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO IMPROVIDO. 1. Não há reexame de provas quando a equivocada apreciação dos fatos se insere no domínio da própria qualificação jurídica destes, a revelar hipótese de valoração. 2. "O reconhecimento do período de ensino ministrado pelo SENAI, para fins previdenciários, tem por finalidade assegurar o aproveitamento dos períodos não exclusivos de estudos, combatendo-se a prestação de serviços sob regras de cunho trabalhista, sem a garantia de direitos futuros. Entendimento contrário implicaria injustificada discriminação, privilegiando-se com o benefício da contagem apenas os alunos de Escolas Técnicas Federais, que exerceram atividades de ensino remuneradas nos mesmos moldes que os alunos do SENAI" (AgRg no REsp 507.440/PR, Sexta Turma, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 9/12/08). 3. Agravo regimental improvido. VOTO MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA (Relator): A decisão agravada, que merece ser mantida pelos seus próprios fundamentos, foi assim concebida (fl. 88): Trata-se de recurso especial interposto por JOSÉ CARLOS DA CRUZ ARAGÃO contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região que, mantendo parcialmente a decisão de primeiro grau, deixou de reconhecer o tempo de serviço prestado por ele na condição de aluno-aprendiz. Alega o recorrente violação ao art. 58, XXXI, do Decreto 611/92. Sustenta que não há concomitância total do tempo laborado como aluno-aprendiz com aquele dedicado ao trabalho de eletricista. Sem contra-razões e admitido o recurso na origem, foram os autos encaminhados a esta Corte. Decido. Inicialmente, ressalte-se que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de se reconhecer o tempo de serviço exercido na condição de aluno-aprendiz em escola técnica federal. Nesse sentido: PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ALUNO-APRENDIZ. TEMPO DE SERVIÇO. APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE. SÚMULA Documento: 935699 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2010 Página 3 de 8

96/TCU. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. É firme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o período trabalhado como aluno-aprendiz em escola técnica federal pode ser computado para fins de complementação de tempo de serviço, objetivando fins previdenciários, em face da remuneração recebida, ainda que na vigência da Lei 3.552/59. Incidência da Súmula 96/TCU. 2. Recurso especial conhecido e improvido. (REsp 457.189/PE, de minha relatoria, DJ de 11/12/06) In casu, a atividade de eletricista desempenhada pelo segurado teve início em 27/6/69 (fl. 10). Por sua vez, o curso técnico realizado no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI estendeu-se de 15/2/69 a 15/12/69 (fl. 23). Logo, como o período compreendido entre 15/2/69 e 26/6/69 é anterior àquele laborado na condição de eletricista, impõe-se o reconhecimento do tempo pleiteado em sede recursal. Diante do exposto, com fulcro no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, dou provimento ao recurso especial para reconhecer ao segurado, além do período já estabelecido no aresto recorrido, o tempo adicional de 4 (quatro) meses e 11 (onze) dias. Intimem-se. Destarte, as razões lançadas no regimental nada trazem de novo no sentido de se provocar alteração ou mesmo de vulnerar a conclusão assentada no decisum agravado. Sobre o período laborado na condição de aluno-aprendiz, assinalou o acórdão recorrido (fl. 64): No tocante ao período desempenhado como aluno aprendiz, descabe reconhecê-lo, visto que das anotações constantes da Carteira de Trabalho (fls. 10 e 12) verifica-se que o período é concomitante ao do tempo, anteriormente reconhecido, exercido como eletricista (condições especiais). Ao contrário, resultaria em dúplice cômputo de atividade laborativa, o que é totalmente descabido, conforme dispõe o art. 96, inciso III, da Lei 8.213/91. Como se observa, o acórdão regional, em nenhum momento, rejeita a qualidade das atividades de aluno-aprendiz desempenhadas pelo autor como aptas a contagem de tempo de serviço. Ao contrário, a reconhece como atividade laborativa, inclusive para efeito da vedação do art. 96, III, da Lei de Benefícios. Isso, inegavelmente, constitui fato admitido pela instância ordinária. Logo, o óbice detectado pelo Tribunal a quo se resumiu à suposta concomitância entre esse período e aquele no qual o autor trabalhou como eletricista. No contexto do caso concreto, portanto, as conclusões manifestadas na decisão agravada não esbarram no reexame de provas; ao revés, refletem sua adequada valoração, uma vez que a equivocada apreciação dos fatos penetra na órbita da própria qualificação Documento: 935699 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2010 Página 4 de 8

jurídica destes (REsp 171.219/SC, Segunda Turma, Rel. Min. FRANCIULLI NETTO, DJ 12/3/02). Por outro lado, a condição de aluno-aprendiz do SENAI outorga ao autor a garantia de equiparação, para efeitos previdenciários, aos alunos das denominadas Escolas Técnicas Federais. O tema, aliás, já foi decidido pela Sexta Turma desta Corte. Confira-se: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ALUNO APRENDIZ. SENAI. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO DESEMPENHADO APÓS A VIGÊNCIA DO DECRETO-LEI 4.073/42. POSSIBILIDADE. EQUIPARAÇÃO DA SITUAÇÃO DOS ALUNOS DO SENAI COM A DOS ALUNOS EGRESSOS DAS ESCOLAS TÉCNICAS FEDERAIS. VIGÊNCIA DO DECRETO 611/92 À ÉPOCA EM QUE A CONTAGEM FOI REQUERIDA ADMINISTRATIVAMENTE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O STJ já firmou entendimento de que nem a Lei nº 3.552/59, nem as sucessivas alterações produzidas pelas Leis nº 6.225/79 e 6.864/80, trariam empecilhos ao reconhecimento do tempo de serviço nos moldes preconizados pelo Decreto-Lei nº 4.073/42, uma vez que, quanto à natureza do curso de aprendizagem e ao conceito de aprendiz, nenhuma alteração teria sido implementada. 2. No curso de aprendizagem profissional, o aluno não é um simples estudante, mas um verdadeiro integrante da cadeia produtiva, sujeito a normas de cunho trabalhista e a jornadas de trabalho típicas do empregado comum. 3. O reconhecimento do período de ensino ministrado pelo SENAI, para fins previdenciários, tem por finalidade assegurar o aproveitamento dos períodos não exclusivos de estudos, combatendo-se a prestação de serviços sob regras de cunho trabalhista, sem a garantia de direitos futuros. Entendimento contrário implicaria injustificada discriminação, privilegiando-se com o benefício da contagem apenas os alunos de Escolas Técnicas Federais, que exerceram atividades de ensino remuneradas nos mesmos moldes que os alunos do SENAI. 4. Aplicação, à espécie, do disposto no art. 58, inciso XXI, do Decreto 611/92, vigente à época em que o segurado requereu o benefício administrativamente, que assegurava expressamente aos alunos do SENAI a contagem de tempo de serviço pleiteada. 5. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (AgRg no REsp 507.440/PR, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 9/12/08) No bem lançado voto, consignou a Min. Relatora: Analisando-se a evolução da legislação que rege a matéria em comento, percebe-se que, com o advento do Decreto-Lei nº 4.073/42, foram estabelecidas as bases da organização e do regime do ensino industrial brasileiro para escolas profissionalizantes, recebedoras de recursos do orçamento público da União. Entendeu-se que, se o aluno aprendiz estivesse matriculado nas escolas técnicas Documento: 935699 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2010 Página 5 de 8

de ensino, poderia ser considerado empregado, fazendo jus à contagem de tempo de serviço como se trabalhando estivesse. Em sua defesa, o INSS argumenta que as modificações posteriormente introduzidas pela Lei nº 3.552/59 acabaram com o conceito de aluno-empregado, os quais passariam a ser tratados apenas como estudantes, sem que qualquer vínculo empregatício com a instituição de ensino. A despeito da tese sustentada pelo INSS, o STJ já se manifestou a respeito da possibilidade do cômputo do tempo de serviço, justificando, para tanto, que em nenhum momento da evolução legislativa teria havido alteração quanto à natureza dos curso de aprendizagem, nem quanto ao conceito de aluno aprendiz. Esta Corte entende que nem a Lei nº 3.552/59, nem as sucessivas alterações produzidas pelas Leis nº 6.225/79 e 6.864/80 trariam empecilhos ao reconhecimento do tempo de serviço nos moldes preconizados pelo Decreto-Lei nº 4.073/42, uma vez que, quanto à natureza do curso de aprendizagem e ao conceito de aprendiz, nenhuma alteração teria sido implementada. Embora não pairem dúvidas quanto à possibilidade de se reconhecer, para fins previdenciários, o tempo de serviço do aluno-aprendiz, a questão que se coloca no presente agravo regimental diz respeito à possibilidade de se estender tal garantia ao aluno egresso do SENAI, enquadrando-o no conceito legal de aprendiz. Contra o direito à referida contagem, o INSS sustenta que os alunos do SENAI não auferem remuneração à conta do orçamento da União, o que afastaria a aplicação da súmula nº 96/76 do Tribunal de Contas da União, tal como citado na decisão monocrática impugnada. Não se pode perder de vista que um curso de aprendizagem profissional é bastante diferente dos cursos escolares ordinários, uma vez que neles o aluno não é um simples estudante, mas um verdadeiro integrante de sua cadeia produtiva, sujeito a normas de cunho trabalhista e a jornadas de trabalho típicas do empregado comum. Tanto é assim que, ao tratar das escolas de aprendizagem, por várias vezes o legislador se refere ao aluno-aprendiz como empregado. O SENAI é um serviço social autônomo de natureza jurídica privada, integrante da Confederação Nacional da Industria CNI, que apóia diversas áreas industriais por meio da formação de recursos humanos e da prestação de serviços como assistência ao setor produtivo, serviços de laboratório, pesquisa aplicada e de informação tecnológica. No caso específico, deve-se ressaltar a especialidade da situação do segurado, tendo em vista que ele esteve no SENAI entre os anos de 1961 a 1962, por apenas 10 (dez) meses, muito antes, portanto, do advento da Constituição de 1988 e de todo o elenco de garantias trabalhistas por ela trazidas (certidão de fl. 15) O reconhecimento do período de aprendizagem encontra-se atrelado à efetiva demonstração da atividade de ensino sujeita à relação de emprego e a trabalho permanente, submetido à autoridade do empregador e mediante remuneração. Tem por finalidade assegurar o aproveitamento dos períodos não exclusivos de estudos, combatendo-se a prestação de serviço sob regras de cunho trabalhista, sem a garantia de qualquer direitos previdenciários futuros. Tal preocupação, todavia, deverá estar presente tanto no reconhecimento do tempo de serviço do aluno de Escola Técnica Federal quanto no daquele egresso do próprio SENAI, sobretudo porque, nesta última instituição, o aluno exerce sua atividade diretamente no setor produtivo da empresa. O entendimento contrário implicaria injustificada discriminação, privilegiando-se com o benefício da contagem apenas os alunos de Escolas Técnicas, que exerceram atividades de ensino remuneradas nos mesmos moldes que os alunos Documento: 935699 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2010 Página 6 de 8

do SENAI. Por oportuno, também cumpre esclarecer que, em 1995, época em que o segurado pediu administrativamente a contagem do seu tempo como aluno no SENAI (fl. 21), vigorava o Decreto 611/92, que assim lhe contemplava: "Art. 58. São contados como tempo de serviço, entre outros: (...) XXI - durante o tempo de aprendizado profissional prestado nas escolas técnicas com base no Decreto-Lei nº 4.073 de 30 de janeiro de 1942; a) os períodos de freqüência a escolas técnicas ou industriais mantidas por empresas de iniciativa privada, desde que reconhecidas e dirigidas a seus empregados aprendizes, bem como o realizado com base no Decreto nº 31.546, de 6 de fevereiro de 1952, em curso do Serviço Nacional da Indústria (Senai) ou Serviço Nacional do Comércio (Senac), por estes reconhecido, para formação profissional metódica de ofício ou ocupação do trabalhador menor;" Diante disso, mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos, a fim de reconhecer ao segurado o cômputo do seu tempo de serviço trabalhado como aluno-aprendiz no SENAI, nos mesmos moldes em que reconhecido por esta Corte para os alunos das Escolas Técnicas Federais, de que é exemplo o seguimento julgamento, também mencionado na decisão monocrática: "PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. ALUNO-APRENDIZ. ESCOLA TÉCNICA. 1. O tempo de estudante como aluno-aprendiz em escola técnica pode ser computado para fins de complementação de tempo de serviço, objetivando fins previdenciários, em face da remuneração percebida e da existência do vínculo empregatício. 2. Inteligência do artigo 58, inciso XXI, do Decreto 611/92. 3. É possível o reconhecimento do tempo de serviço prestado em época posterior ao período de vigência do Decreto-Lei nº 4.073/42, uma vez que o aludido diploma legal é utilizado, tão-somente, para definir as escolas técnicas industriais, em nada se relacionando com a vigência do Decreto nº 611/92. 4. Recurso especial conhecido e improvido." (REsp 336.797/SE, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, Sexta Turma, DJ de 25/2/2002) regimental do INSS. Ante o exposto, mantenho a decisão agravada e nego provimento ao agravo É o voto. Documento: 935699 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2010 Página 7 de 8

CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUINTA TURMA Número Registro: 2004/0136591-6 AgRg no REsp 691826 / RN Número Origem: 200005000167190 EM MESA JULGADO: 15/12/2009 Relator Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ALCIDES MARTINS Secretário Bel. LAURO ROCHA REIS RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO PROCURADOR AUTUAÇÃO : JOSÉ CARLOS DA CRUZ ARAGÃO : HELDER COSTA DA CÂMARA E OUTRO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS : VANESSA MIRNA B GUEDES DO RÊGO E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO PREVIDENCIÁRIO - Benefícios em Espécie - Aposentadoria por Tempo de Serviço (Art. 52/4) AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO AGRAVO REGIMENTAL : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS : MILENE GOULART VALADARES E OUTRO(S) : JOSÉ CARLOS DA CRUZ ARAGÃO : HELDER COSTA DA CÂMARA E OUTRO CERTIDÃO Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental." Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi, Felix Fischer e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 15 de dezembro de 2009 LAURO ROCHA REIS Secretário Documento: 935699 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/02/2010 Página 8 de 8