ações de cidadania ONG estimula o protagonismo de jovens para que eles atuem transformando a realidade de região castigada pela seca no Ceará



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Transcrição:

ações de cidadania Onde o sol nasce ONG estimula o protagonismo de jovens para que eles atuem transformando a realidade de região castigada pela seca no Ceará O triste cenário já é um velho conhecido por todos dali. A cidade de Pentecoste, município cearense com 36 mil habitantes, convive hoje com a pior seca dos últimos 50 anos. Se por um lado a força da natureza se mostra impiedosa, por outro faz com que seja ressaltada a importância do trabalho primoroso de jovens, filhos de agricultores familiares que, depois de terem tido a oportunidade de cursar o ensino superior, decidiram voltar à região de origem para aplicar seus conhecimentos em prol de seu desenvolvimento. Cientes de que no Vale do Curu não havia nenhuma organização que oferecesse assistência técnica ou que formasse os jovens para que eles pudessem realmente empreender e permanecer em suas comunidades, Francisco Wagner Gomes de Sousa, junto com outros 14 universitários, decidiu criar a Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel). Fotos: Divulgação O trabalho da Adel visa a empoderar os jovens atendidos para que eles sejam capazes de traçar estratégias contra os efeitos da seca na região do Vale do Curu

Equipe Linha Direta para todos Os resultados da iniciativa já começam a surgir: mais de 400 jovens já passaram pelo programa, sendo que, atualmente, mais de 120 egressos têm seus empreendimentos montados com geração de renda média de um salário mínimo. Além disso, a Adel já beneficiou mais de 575 pequenos e médios produtores de 70 comunidades rurais nos municípios de Pentecoste, Apuiarés, Tejuçuoca, General Sampaio, São Gonçalo do Amarante e Caucaia. Atividades A Adel é um empreendimento social sem fins lucrativos. Em seu cotidiano, a ONG trabalha com programas que visam a ajudar o agricultor familiar a desenvolver suas atividades na região. Além disso, a organização também atende a jovens rurais que desejam se tornar empreendedores. Seu diretor executivo, Francisco Wagner Gomes de Sousa, explica que a Adel possui dois públicos distintos e, portanto, a abordagem e o modo de trabalho também são diferenciados. Ele explica também que as atividades desenvolvidas com o agricultor têm um viés muito mais prático do que teórico. Já para atender aos jovens rurais, a ONG criou o programa Jovem Empreendedor Rural. Nele, as atividades são desenvolvidas através de quatro componentes: acesso à formação, acesso ao crédito, acesso às tecnologias da informação e comunicação e articulação de redes de jovens. A organização acredita que essas são iniciativas fundamentais para que o jovem possa de fato empreender e gerar sua renda e, assim, permanecer em sua comunidade e criar novas oportunidades para outras pessoas.

Para participar do programa Jovem Empreendedor Rural, o interessado precisa estar no último ano do ensino médio ou tê-lo concluído Nesse sentido, o primeiro passo a ser dado é o de garantir que o jovem tenha acesso ao conhecimento. Atualmente, a Adel dispõe de dois Centros de Formação de Jovens Empreendedores Rurais. Francisco explica que nesses ambientes o conhecimento é difundido através da metodologia Aprenda Fazendo. Em média, cem jovens se inscrevem para participar do programa. Do total de inscritos, 30 são selecionados para ingressar na ONG. A formação, que tem duração de quatro meses, com carga horária total de 720 horas, alterna atividades presenciais e visitas às comunidades e propriedades rurais. O programa inclui a hospedagem e alimentação dos educandos. Francisco explica que há toda uma estrutura montada para que o jovem realmente possa aprender a desenvolver um plano de negócio e a geri-lo. A capacitação envolve educadores, tutores, assessores, professores universitários e consultores de organizações com expertise na área de gestão, comunicação estratégica, marketing e comercialização. Ao final do curso, o jovem sai com o seu plano de negócio montado. A partir disso, ele tem condições de ir para a próxima etapa do programa, que é o acesso ao crédito. A Adel, junto a equipes de assessoria e consultoria, auxilia o jovem rural a implantar o seu empreendimento. Para que o conhecimento adquirido pelo aluno na formação possa se transformar em algo prático, a ONG criou um fundo de crédito chamado Fundo Veredas. Através dessa medida, o jovem tem acesso ao crédito com mais facilidade. No entanto, pouco adiantaria ao jovem empreendedor ter acesso ao conhecimento e ao crédito se ele não tivesse condições de comunicar o que está sendo feito e de gerir bem seus empreendimentos por falta de acesso às novas tecnologias da informação e comunicação. Francisco explica que essa é uma dificuldade do próprio território. Por se tratar de comunidades bem distantes, nem a telefonia móvel, nem as outras tecnologias da informação e comunicação chegaram ao local com eficiência. Para superar essa barreira, a Adel desenvolveu um projeto nas comunidades para que os atendidos possam ter acesso a computadores, internet e telefones móveis. São os chamados Centros Integrados de Tecnologia (CITs). Atualmente, cinco comunidades-polo da região contam com essa estrutura. A Adel acredita que os jovens precisam se mobilizar e se articular para que, de fato, possam interferir e propor políticas públicas para a juventude rural. Portanto, a ONG tem e estimula uma Rede de Jovens Empreendedores Rurais. A iniciativa conta com a participação de jovens de diversas comunidades que se unem para ter participação efetiva nas políticas municipais. Para participar do programa Jovem Empreendedor Rural, o interessado precisa estar no último ano do ensino médio ou tê-lo concluído. Francisco explica que esse

critério foi adotado porque a pegada do programa é muito forte e, por isso, exige uma escolaridade mais elevada. Caso o atendido esteja no 3º ano do ensino médio, é fundamental que não tenha faltas injustificadas. Além disso, o jovem precisa estar em situação de vulnerabilidade social, ter entre 16 e 32 anos de idade e residir no meio rural. Mudanças Ao longo dos anos, a Adel foi acumulando casos de sucesso. São histórias de jovens que mudaram toda a sua trajetória. Francisco explica que a seca interfere muito nos empreendimentos da região, mas que os atendidos mostram resiliência e, assim, conseguem mudar o cenário em que vivem. Através do Programa Jovem Empreendedor Rural, muitos montaram seu empreendimento e estão conseguindo gerar renda. Além disso, o diretor executivo conta que os atendidos estão mais articulados e mobilizados dentro de suas comunidades. Para ele, isso indica o progresso que está sendo feito. Anteriormente, esses jovens estavam fora do desenvolvimento de sua comunidade e, hoje, eles têm participação ativa: lideram centenas de comunidades, são muito bem articulados e conseguem interferir na rotina de várias organizações que atuam no território, comemora. No entanto, Francisco garante que não são apenas os jovens que se engrandecem com as ações da ONG. A equipe da Adel é formada por 12 colaboradores. Ele conta que, à medida que o projeto é desenvolvido, os profissionais que atuam na Organização também são transformados. Nós temos casos de pessoas que nunca tinham trabalhado com a questão do empreender com jovens e, hoje, têm outra visão do que é realmente atuar no campo, especialmente com jovens rurais. O diretor executivo diz que a participação dos jovens é muito ativa dentro do programa Jovem Empreendedor Rural. Ele acredita que este é o grande diferencial da iniciativa: O projeto é desenhado, criado e pensado por jovens, com os jovens e para os jovens. Criança Esperança Assim como a maioria das ONGs, a Adel vive da captação de recursos e da articulação de parcerias e conta com a ajuda de governos municipais e alianças bem pontuais. Além disso, possui parcerias com empresas, institutos empresariais e organizações nacionais e internacionais. Em 2014, pela segunda vez, a Adel contará também com o apoio do Programa Criança Esperança, uma parceria da UNESCO com a Rede Globo. Jovens Empreendedores Rurais II é o nome da ação que será apoiada. Em sua segunda etapa, o programa prevê a expansão das atividades para jovens de todos os municípios pertencentes ou próximos à região do Médio Curu. Dentre as ações previstas estão o acesso à formação e ao crédito e assistência técnica para os jovens rurais. Além daqueles a quem já atendemos, vamos beneficiar mais 70 jovens em 2014, comemora Francisco.

Indiretamente, a Adel já beneficiou quase 600 pequenos e médios produtores rurais de Pentecoste e municípios vizinhos O recurso do Criança Esperança ajudará na hospedagem e alimentação dos jovens nos Centros de Formação. O diretor executivo da Adel explica que, atualmente, esse é o maior custo do programa. O apoio financeiro também será investido no fundo de crédito para os jovens e em material didático, recursos humanos e acompanhamento técnico. Francisco acredita que a chancela do Criança Esperança é muito importante para a Adel. Nós acreditamos que esse é um programa sério, que tem grandes resultados e que busca organizações que não estão em evidência para todo o Brasil. Ele explica que, devido à localização da ONG, às vezes é difícil divulgar o trabalho que está sendo feito, principalmente em regiões como o Sudeste, onde acontecem muitas das tomadas de decisões e dos apoios estratégicos. Às vezes, organizações como a Adel estão longe desse polo, e o Criança Esperança nos ajuda não só com o recurso financeiro, mas também com visibilidade e todo um suporte de capacitação da equipe. A partir da visibilidade proporcionada pelo apoio do Criança Esperança, a Adel conquistou novas parcerias e alianças. O Criança Esperança chegou em um momento-chave da organização. Com esse apoio, começamos a ganhar visibilidade em escala nacional, avalia Francisco. Desafios e futuro A ONG trabalha com empreendimentos agrícolas e não agrícolas. Para realizar suas atividades, ela precisa buscar soluções que amenizem os impactos causados pela escassez de água na região. A seca afetou muito os empreendimentos, principalmente os agrícolas. Francisco pontua que um dos maiores desafios que a Adel enfrenta é precisar pensar sempre, junto aos jovens, em tecnologias e soluções que possam ser adaptadas à realidade do semiárido. No entanto, os profissionais da Adel não se intimidam com os desafios cotidianos. Ao contrário, encontram neles um estímulo para realizar voos ainda maiores. Atualmente, a ONG está em um ciclo de maturidade, e as expectativas para o futuro são as melhores possíveis. As ações do programa estão sendo replicadas em outros territórios, tanto que foi necessária a abertura de outro Centro de Formação. Nessa unidade, contando com os alunos que já estão sendo capacitados, esperamos formar em torno de mil jovens. Isso em um período de 2 a 3 anos, diz o diretor executivo. Além disso, Francisco conta que uma das expectativas é que, através da Rede de Jovens, os novos empreendedores que estão sendo formados pela Adel possam interferir e propor políticas públicas para a região. E que os governos municipais, estaduais e federal possam realmente ver os produtores rurais como uma oportunidade para o desenvolvimento das comunidades. Nós estamos aqui para mostrar não só que queremos alguma coisa, como também que estamos fazendo alguma coisa, finaliza Francisco.