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Transcrição:

APELAÇÃO CÍVEL. LICITAÇÃO E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. CGTEE. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS JURÍDICOS ESPECIALIZADOS NAS ÁREAS TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA. TÉRMINO DO PRAZO DE VIGÊNCIA DO CONTRATO. AUSÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO À PRORROGAÇÃO. CONTINUIDADE DA CONTRATAÇÃO QUE NÃO PASSOU DE MERA EXPECTATIVA DE DIREITO. DANOS MORAIS E MATERIAIS NÃO CONFIGURADOS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA CONFIRMADA. APELO DESPROVIDO. APELAÇÃO CÍVEL SEGUNDA CÂMARA CÍVEL COMARCA DE PORTO ALEGRE CAVALHEIRO E TRINDADE ADVOGADOS E CONSULTORES ASSOCIADOS S C GILBERTO CUNHA ASSOCIADOS S C CGTEE COMPANHIA DE GERACAO TERMINACA DE ENERGIA ELETRICA APELANTE APELANTE APELADO A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao recurso. Custas na forma da lei. 1

Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes Senhores DES. PEDRO LUIZ RODRIGUES BOSSLE (PRESIDENTE) E DES. ALMIR PORTO DA ROCHA FILHO. Porto Alegre, 13 de julho de 2011. DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS, Relatora. R E L A T Ó R I O DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS (RELATORA) 1. Trata-se de recurso de apelação interposto por CAVALHEIRO E TRINDADE ADVOGADOS E CONSULTORES ASSOCIADOS S/C e GILBERTO CUNHA ASSOCIADOS S/C em face da sentença que julga improcedente a ação de indenização ajuizada contra CGTEE COMPANHIA DE GERAÇÃO TÉRMICA DE ENERGIA ELÉTRICA, condenando os autores ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em R$ 2.000,00. (fls. 495-496) Nas razões, asseveram que a pretensão não é questionar a validade do processo licitatório levado a efeito pela municipalidade, tampouco a discricionariedade da ré, mas, sim, os critérios utilizados na prorrogação dos contratos respectivos com apenas dois dos escritórios contratados, violando, como decorrência, o objeto que ensejou a realização da licitação. Apontam afronta ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, que determina a observância das regras previstas no edital por todas as partes envolvidas na licitação. Sustentam violação do edital, na medida em que houve alteração do objeto da licitação, bem como uma prorrogação parcial dos serviços prestados. Destacam que também não foi 2

observado o princípio da igualdade, porquanto somente dois contratos foram mantidos (com o segundo e terceiro lugar do certame), sem a devida justificação. Questionam o fato de não ter sido prorrogado o contrato do primeiro lugar no certame. Aduzem que, se fosse o caso, deveria ser realizada nova licitação e não a prorrogação de alguns contratos e a rescisão de outros de forma arbitrária. Assinalam que a indigitada prorrogação parcial deu-se em relação a um objeto infracionável. Acrescentam, também, que a redução do número de processos não é motivo suficiente para a conduta adotada, notadamente considerando não ter havido sequer redução dos custos, porquanto o valor anteriormente pago a 5 (cinco) escritórios passou a ser pago a apenas dois, a demonstrar, assim, na realidade, uma concessão de privilégios injustificáveis numa licitação pública. Pugnam pelo provimento do recurso para julgar procedente a ação, com a condenação da demandada ao ressarcimento dos valores gastos pelos autores, desde o período da contratação em 2002, bem como pagar indenização por danos morais e materiais, no valor de R$ 101.801,14 para o primeiro demandante e R$ 117.887,40 para o segundo requerente. (fls. 499-505). Contrarrazões às fls. 514-523, pela manutenção da sentença. Sobem os autos, aderindo parecer do Ministério Público às fls. 526-530, pelo desprovimento do recurso. Registro ter sido observado o disposto nos artigos 549, 551 e 552, do CPC, tendo em vista a adoção do sistema informatizado. É o relatório. V O T O S 3

DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS (RELATORA) recurso. 2. Presentes os pressupostos processuais, conheço do Eminentes Colegas. Trata-se de ação de indenização por danos morais e materiais ajuizada por dois escritórios de advocacia contra a requerida, sociedade de economia mista, motivada pela rescisão de contrato de prestação de serviços celebrado mediante prévia licitação. A situação fática apresentada nestes autos é a seguinte: Em julho de 2002, a COMPANHIA DE GERAÇÃO TÉRMICA DE ENERGIA ELÉTRICA CGTEE, através da Comissão Especial de Licitação, tornou pública a instauração de licitação na modalidade Concorrência Melhor Técnica, objetivando a contratação de serviços jurídicos especializados nas áreas trabalhista e previdenciária, sob o regime de empreitada por preço único. Dispõe a cláusula 14 do Edital de Licitação Concorrência nº CGTEE/CC/006/2002 (fls. 59-81): 14 - CONDIÇÕES E PRAZOS PARA ASSINATURA DO CONTRATO (...) 14.3 - O prazo de vigência do contrato será de 30 (trinta) meses, a contar de sua assinatura, podendo ser prorrogado na forma da lei, até o limite de 60 (sessenta) meses. Decorridas todas as etapas próprias do certame, as sociedades classificadas foram: 1º) Baethgem e Santos Advogados, 4

2º) Cardona Advocacia Empresarial S/C, 3º) Dutra Vila e Dutra Vila Advogados Associados S/C, e 4º) Gilberto Cunha Advogados Associados S/C (demandante) 5º) Saratt e Associados Advocacia e Consultoria Jurídica Empresarial S/C. (fl. 377). Apresentada e homologada a desistência apresentada pela sociedade classificada em quinto lugar (fl. 378), restou convocado o 6º colocado (fl. 379) - escritório Cavalheiro e Trindade Advogados e Consultores Associados S/C (demandante). Os contratos com as sociedades apelantes foram firmados em 26/05/2003: CGTEE/037/03 - Cavalheiro e Trindade Advogados e Consultores Associados S/C (fls. 380-385) e CGTEE/036/03 - Gilberto Cunha Advogados Associados S/C (fls. 386-390). contratuais: Reza a cláusula segunda dos referidos instrumentos DO LOCAL E PRAZO DE VIGENCIA DO CONTRATO: Os serviços serão prestados no escritório da contratada. Parágrafo único O presente Contrato terá a vigência de 30 (trinta) meses, contados da data de sua assinatura, prorrogáveis na forma da lei, devendo as partes manifestar formalmente seu interesse, cm a antecedência mínima e 60 (sessenta) dias antes do término do prazo contratual. A prorrogação vincula-se à conveniência da CGTEE, bem como aos recursos necessários para atender as despesas decorrentes da contratação. (grifei) 5

Transcorrido o prazo de 30 (trinta) meses previsto nos contratos, a CGTEE, com base no Memorando PRJ-PT 147/2005 (fls. 397-398) elaborado pela gestora do contrato com os escritórios, por medida de economia e interesse administrativo, entendeu por bem não prorrogar os contratos de prestação de serviços firmados com os autores, dando por encerrado o pacto a partir de 26/11/2005. Foram prorrogados somente os contratos com os escritórios Cardona e Dutra Vila, 2º e 3º colocados na classificação geral, fl. 377. A decisão teve aprovação dos órgãos gestores da ré, tais como a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal. (fls. 401-407) Os demandantes foram notificados em 22/09/2005 (fls. 399-400), observada a antecedência prevista no edital e no contrato administrativo. Resumindo, os contratos mantidos com as sociedades Gilberto Cunha Advogados Associados e Cavalheiro e Trindade Advogados e Consultores Associados foram extintos porque expirado o prazo de vigência - 30 meses. Não foram prorrogados - o reitero - por medida de economia e interesse administrativo, diante da redução de trinta por cento das demandas ajuizadas contra a empresa CGTEE, com considerável número de processos arquivados nos últimos trinta meses, conforme explicitado no memorando elaborado pela gestora dos contratos (fls. 397-398), o qual também informa, como justificativa para a redução do número de escritórios terceirizados, a aquisição de um novo sistema de acompanhamento processual no Setor de Controle de Processos do Trabalho (Sistema Tedesco de acompanhamento processual), permitindo o acesso imediato de relatórios de gestão do passivo trabalhista da CGTEE. Simples assim. Não há burla há Lei das Licitações ou afronta ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório. Não há 6

arbitrariedades ou favoritismo detectável em razão da prorrogação de somente dois (2) dos cinco (5) contratos inicialmente firmados, prorrogação essa prevista no edital e nos contratos. Todo o proceder ocorreu dentro dos termos previamente ajustados entre as partes envolvidas, cujas regras eram do conhecimento dos demandantes, para os quais a continuidade do contrato não passou de mera expectativa de direito, inexistindo direito subjetivo à prorrogação contratual. Os supostos investimentos depositados no negócio em razão dessa mera expectativa deram-se por conta e risco dos demandantes, não se podendo imputar à CGTEE qualquer responsabilização. Nesse sentido o precedente lembrado no parecer ministerial: AGRAVO DE INSTRUMENTO. LICITAÇÃO E CONTRATO ADMINISTRATIVO. SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA. CGTEE. REALIZAÇÃO DE NOVA LICITAÇÃO. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO. AUSÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO À PRORROGAÇÃO. TRANSITORIEDADE DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. Não há direito subjetivo do contratado à renovação do contrato administrativo, pois a regra, a teor do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, é a realização de procedimento licitatório público que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes. De regra, os contratos administrativos têm natureza transitória, constituindo medida excepcional a sua prorrogação (art. 57, inciso II, da Lei 8.666/93). O ato administrativo que deliberou pela realização de certame licitatório para a contratação de serviço de vigilância, após realizado o 5ª aditivo contratual, não configura qualquer ilegalidade ou arbitrariedade. As razões pelas quais a CGTEE decidiu realizar nova licitação não se restringem à existência de prévia condenação da empresa demandante pelo CADE. Ao contrário, houve decisão da Junta Financeira da CGTEE recomendando a realização de novo procedimento licitatório, com a inclusão de novas cláusulas e novos serviços, para melhor atender ao interesse público, solução ditada por razões de conveniência e oportunidade da Administração Pública. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. 7

UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70028804433, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do, Relator: Miguel Ângelo da Silva, Julgado em 13/05/2009) E com bem observou o Dr. Procurador de Justiça, totalmente irrelevante para o desate do conflito de interesses discutido nos autos, a afirmação de que teria havido preterição do primeiro classificado na licitação nas renovações anunciadas, tendo em vista que somente o segundo e o terceiro contratados tiveram seus ajustes prorrogados. Esse fato, se procedente, não diz respeito aos autores, que se classificaram, nos termos da prova produzida, em quarto e quinto lugares. Diante disso, se algum prejuízo houve, teria sido ao primeiro classificado, Baethgem e Santos Advogados, que não faz parte da lide. Inexiste, portanto, ato ilícito perpetrado pela ré, pelo que não há falar em indenização por danos materiais ou morais. A irresignação é, pois, totalmente desprovida de fundamento legal, merecendo ser mantida a sentença de improcedência, por seus próprios e jurídicos fundamentos. 3. ANTE O EXPOSTO, nego provimento ao apelo. DES. ALMIR PORTO DA ROCHA FILHO (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. PEDRO LUIZ RODRIGUES BOSSLE (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a). 8

DES. PEDRO LUIZ RODRIGUES BOSSLE - Presidente - Apelação Cível nº 70033432600, Comarca de Porto Alegre: "NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME." Julgador(a) de 1º Grau: JOAO RICARDO DOS SANTOS COSTA 9