RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA (elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.) Notas prévias: Publicação do anúncio no Portal Citius a 23-12-2013 Reunião realizada com o administrador da insolvente em 07-02-2014 1. JOÃO PAULO RAMOS, LDA. NIPC: 505 568 233 DATA CONSTITUIÇÃO: 09-08-2001 NATUREZA JURÍDICA: Sociedade por Quotas SEDE: Lugar do Chão, freguesia de Deocriste, concelho de Vina do Castelo OBJECTO: Indústria de Construção Civil e empreitada de obras públicas CAE Principal: 41200-R3 CAPITAL: 10.000,00 euros SÓCIOS João Paulo da Silva Ramos QUOTA: 5.000,00 Armando Miguel da Silva Ramos QUOTA: 5.000,00 GERÊNCIA João Paulo da Silva Ramos 1/5
2. ATIVIDADE A QUE SE DEDICOU NOS ÚLTIMOS 3 ANOS E PRINCIPAIS CAUSAS DA SITUAÇÃO ATUAL - Artigo 155ª, nº 1, alínea a) do CIRE - Análise dos elementos incluídos no documento referido no artigo 24ª, nº 1, alínea c) do CIRE- A Atividade A insolvente é uma sociedade comercial, com a natureza jurídica de sociedade por quotas, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Viana do Castelo, em atividade desde Agosto de 2001. O seu objeto consiste na indústria de construção civil e empreitada de obras públicas, tendo sido essa a atividade que sempre exerceu desde a sua constituição, sempre desenvolvida no mercado português conforme vem referido na Petição Inicial. De acordo com o referido pelo Gerente, a insolvente encontra-se inativa desde Agosto de 2010, sem qualquer atividade e sem qualquer trabalhador ao seu serviço. Até então, dispunha cerca de 8 a 12 trabalhadores para o exercício da sua atividade. B Declaração de Insolvência A presente declaração de insolvência foi requerida pela própria insolvente alegando para o efeito a Requerente acusa manifesta incapacidade de cumprir as suas obrigações ( ) o seu passivo é substancialmente superior ao seu ativo. C Causas da Situação Atual Do que se conseguiu apurar, decorrente das diligências efetuadas, do teor da Petição Inicial e da informação prestada pelo Gerente da insolvente na reunião realizada, sabe-se que: Apesar de sempre ter trabalhado no mercado português, as suas margens eram muito curtas ( ) o decréscimo contínuo do nível das encomendas, aliada a uma relação preço produtividade cada vez mais baixa, levou a uma situação incomportável ( ) além de em termos de cobrança os problemas serem recorrentes. Não obstante as situações atrás descritas, pelo Gerente da insolvente foi dito, na reunião realizada, que a principal causa que levou ao estado de insolvência da insolvente surgiu quando em meados de 2009, viu a sua situação perante as finanças sofrer uma grande alteração (houve uma correção da Autoridade Tributária na ordem dos 60.000,00 ( ) situação que abalou consideravelmente os alicerces da empresa ( ) conseguiu se manter a laborar durante algum tempo ( ) mas devido à correção das finanças com a crise a instalar-se por toda a europa, o volume de faturação ressentiu-se, diminuindo gradualmente ( ) a empresa acabou por entrar em colapso financeiro. 2/5
Nota conclusiva: Das diligências efectuadas pela administradora de insolvência, conclui-se que a situação de insolvência da insolvente advém, essencialmente, como corolário da correcção efectuada pela Autoridade Tributária ocorrida em 2009 e 2010 que a acrescentar às dificuldades económicas e financeiras conhecidas do mercado onde a insolvente actuava, não permitiu, atendendo ao montante da correção, continuar a sua actividade com normalidade. Com efeito, entrou em incumprimento generalizado, culminando na sua declaração de insolvência. 3. ANÁLISE ESTADO DA CONTABILIDADE DO DEVEDOR E OPINIÃO SOBRE OS DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA - Artigo 155ª, nº 1, alínea b) do CIRE Por consulta no Portal das Finanças da Insolvente, é Técnica Oficial de Contas da insolvente Lucília Manuela Lima Rosa Esteves, NIF: 236 963 643. Porém, o Gerente da insolvente informou a AI que o TOC acima referido rescindiu já as suas funções. Por consulta às publicações on-line de atos societários no Portal da Justiça - http://publicacoes.mj.pt, verifica-se que não foi cumprida pela insolvente, a obrigação de elaborar as contas anuais, no prazo legal, e de as depositar na conservatória do registo comercial, relativamente aos anos 2010, 2011 e 2012. 4. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA DO DEVEDOR, NO TODO OU EM PARTE, DA CONVENIÊNCIA DE SE APROVAR UM PLANO DE INSOLVÊNCIA, E DAS CONSEQUENCIAS DECORRENTES PARA OS CREDORES NOS DIVERSOS CENÁRIOS FIGURÁVEIS - Artigo 155ª, nº 1, alínea c) do CIRE Pelo que foi possível apurar, decorrente das diligências efetuadas, inclusive das buscas efetuadas junto da Administração Tributária e Serviços de Registo Predial e Automóvel, verifica-se que: 1. À data, a insolvente encontra-se inativa, pelo que não liberta quaisquer recursos financeiros; 2. Assim, mostra-se impossível que a insolvente, através do seu negócio, venha a gerar receitas para fazer face às suas responsabilidades; 3. Sob o ponto de vista de propriedade, não é conhecido à insolvente nenhum bem imóvel; 4. Na Petição Inicial vem referido a maioria do património da empresa foi vendido em processo executivo da Autoridade Tributária. 3/5
5. Pelo que, pese embora tenham sido relacionados na PI um veículo automóvel, marca TOYOTA, modelo HIACE, com a matrícula PQ-21-99 e diversos equipamentos de construção civil, na reunião realizada o Gerente da insolvente declarou: a. Que, após a venda de património feita pela Autoridade Tributária, a insolvente ficou ainda detentora de alguns bens móveis, sem grande valor comercial. Porém, os mesmos encontravam-se depositados num descampado, tendo os mesmos sido levados por um sucateiro. Nessa sequência, a insolvente não é detentora de nenhum bem ; b. Relativamente ao veículo automóvel marca TOYOTA, modelo HIACE (21LHA2), com a matrícula PQ-21-99, do ano 1991, o veículo automóvel foi vendido pela insolvente. 6. Não obstante o supra declarado, o referido veículo consta em nome da insolvente junto da Autoridade Tributária e Serviços de Registo Automóvel e até à data de conclusão do presente relatório não foi exibido nenhum documento comprovativo da referida venda. Em suma: I. A insolvente, à data, encontra-se inactiva, sem trabalhadores ao seu serviço, sem clientes e sem qualquer giro comercial; II. Perante a inexistência de património na esfera jurídica da insolvente, e sem qualquer atividade produtiva e comercial, esta não dispõe de meios suficientes para fazer face ao seu passivo exigível; III. Não existem, assim, condições para a elaboração de um plano de recuperação minimamente credível e exequível, tendo em conta o valor do passivo da sociedade insolvente face ao ativo existente e à ausência de atividade; Pelo que, Nestes termos, e sem qualquer base de apoio, a administradora de insolvência não apresenta à Assembleia plano de insolvência. CONCLUINDO, A administradora de insolvência, propõe o encerramento definitivo do estabelecimento da insolvente e o encerramento do processo por insuficiência da massa insolvente, nos termos e para os efeitos do previsto no art.º 232º do CIRE, AINDA, a) No caso de a assembleia de credores deliberar pelo encerramento definitivo do estabelecimento, nos termos do nº2 do artigo 156º do CIRE, a Administradora de Insolvência, muito respeitosamente, requer a Vª Exa que seja a 4/5
Administração Fiscal oficiosamente notificada para proceder à cessação da atividade da insolvente em sede de IVA e IRC, nos termos do disposto no artigo 65º nº3 do CIRE. b) No caso de ser proferido Despacho Judicial de encerramento do processo de insolvência por insuficiência da massa, conforme requerido, a administradora de insolvência, muito respeitosamente, requerer a Vª Exa que, nos termos e para os efeitos do preceituado no art.º 234º nº 4 do CIRE, a liquidação da sociedade prossiga nos termos do regime jurídico dos procedimentos administrativos de dissolução e de liquidação de entidades comerciais (criado pelo Decreto Lei nº 76-A/2006, de 29 de Março), sob a responsabilidade do seu atual Gerente. Mais requer a Vª Exa, nos termos do disposto no artigo 234º nº 4 do CIRE, a comunicação do encerramento e do património da sociedade insolvente ao serviço de registo competente. Pede deferimento, Muito atentamente, A administradora de insolvência, Anexo: Lista provisória de credores 5/5