TÍTULO: TREINAMENTO FUNCIONAL NO CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

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Transcrição:

TÍTULO: TREINAMENTO FUNCIONAL NO CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO-BRASILEIRO AUTOR(ES): ALINE SILVA DE OLIVEIRA, JOSE ROBERTO DA SILVA ORIENTADOR(ES): ANA CAROLINA SIQUEIRA ZUNTINI

RESUMO Prolongar a qualidade de vida pautada em melhoramentos e manutenção da capacidade física dos idosos contribui para a independência, autonomia e mobilidade. É importante também para prevenção de doenças como a hipertensão arterial, foco do presente estudo. Nesse contexto, a adoção da prática de exercícios físicos torna-se fundamental para o combate de doenças crônicas e degenerativas. O treinamento resistido tem sido uma das principais escolhas para o treinamento em idosos, com benefícios como aumento de força muscular e ganho de flexibilidade. A pesquisa buscou avaliar os benefícios do treinamento resistido funcional para o controle da pressão arterial em idosos institucionalizados. Participaram dos estudos 11 idosos hipertensos institucionalizados, de ambos os sexos, com idades entre 61 e 91 anos, submetidos a um programa de treinamento resistido funcional, duas vezes por semana, durante quatro meses. Os resultados mostraram que houve redução significativa (p<0,0001) da pressão sistólica de repouso, sem modificações na pressão diastólica. Portanto, o treinamento funcional resistido foi benéfico para o controle da pressão arterial para os participantes da pesquisa. Palavras-chave: Treinamento Funcional; Envelhecimento; Hipertensão Arterial. INTRODUÇÃO Diante do aumento de expectativa de vida no Brasil e no mundo, muito se tem discutido sobre as condições de vida na terceira idade. O avanço da ciência no controle de doenças, a melhora do saneamento básico e das condições de saúde pública, são alguns dos fatores que contribuíram para o aumento da expectativa de vida no nosso país. (IBGE, 2008) À medida que as pessoas vão envelhecendo, fica menos ativo, o que facilita o aparecimento de doenças crônicas e degenerativas. Com isso a atividade física vem tornando-se importante e indicada para a saúde dos idosos. (CAMPOS, apud Ternes e Zabot, 2013). Nos últimos anos é grande o incentivo à prática de atividades físicas que podem ser realizadas em academias, clubes, praças públicas, fazendo com que o idoso seja ativo, saudável, dinâmico, com menos frequência de doenças e independente. (MAZO, 2001 apud TERNES, ZABOT, 2013).

O envelhecimento é um processo natural do ser humano e caracterizado por diversas alterações nos sistemas orgânicos. As alterações fisiológicas ocorridas com o envelhecimento geralmente estão associadas a abusos de longo prazo como má nutrição, tabagismo, exercícios inadequados e exposição a agentes nocivos. Porém não deve ser dito que todas as doenças podem ser prevenidas por uma vida saudável. O sedentarismo é um fator que atinge várias classes sociais e faixas etárias. Relacionado ao incremento tecnológico que facilita as atividades realizadas diariamente. Devido esta facilitação não ocorre sobrecarga adequada aos sistemas cardiorrespiratório e musculoesquelético, havendo necessidade de uma prática regular de atividade física, para manutenção das capacidades funcionais (MAZO, 2001 apud TERNES, ZABOT, 2013). Sabe-se que os avanços na medicina contribuíram de forma significativa para o aumento da expectativa de vida. Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008) mostra que a expectativa de vida do brasileiro aumentou 11 anos, entre 1980 e 2010. De acordo com a médica Ana Cristina Nogueira Borges (2013), vicepresidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o envelhecimento saudável é aquele considerado ativo. Ainda, segundo ela, é aquele idoso que, apesar dos problemas de saúde, mantém a autonomia, que é a capacidade de tomar decisões, e a funcionalidade, que é a capacidade de executar as tarefas ele mesmo. Segundo Mendes (2008), as elevações da pressão sanguínea são observadas durante o ciclo de vida, nas pessoas com mais de 60 anos, a chance de desenvolver a hipertensão é de 60%. Com o envelhecimento, ocorrem alterações na anatomia e fisiologia cardiovascular, mesmo na ausência de doença, que fazem aumentar a prevalência de pressão sanguínea elevada. Esse aumento também está ligado aos hábitos de vida dos indivíduos. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (1999), a hipertensão é definida como síndrome marcada pela presença de altos níveis tensionais, agregados a alterações metabólicas e hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofias cardíaca e vascular), se tornando assim, entidade clínica multifatorial. Para o National High Blood Pressure Education Program (1993), tal doença é dos principais fatores de risco para o surgimento e desenvolvimento das doenças cardiovasculares.

A hipertensão arterial é uma doença basicamente detectável por meio da medida da pressão arterial, e para Jardim (2005), ela se tornou um grave problema de saúde pública no Brasil devido às dimensões que tomou, ou seja, a quantidade de hipertensos tem aumentado. De acordo com Furtado (1996), o declínio do organismo pode ser acelerado ou retardado por vários fatores: dentre eles o autor cita o nível de saúde.... a atividade física aparece como uma grande aliada para proporcionar saúde, bemestar e integração social.... A atividade física pode melhorar as condições fisiológicas e psicológicas do idoso, o que ajudaria na retomada de um estilo de vida de melhor valia e com mais qualidade. A prática de exercícios físicos de forma regular auxilia na redução da pressão arterial além de favorecer na perda de peso corporal, atividade física tem efeitos altamente benéficos sobre a pressão arterial. De acordo com Negrão e Rondon (2001), hábitos como prática regular de exercícios físicos de intensidade baixa causa uma diminuição do tônus simpático do coração o que resulta em bradicardia de repouso, ocasionado assim redução do débito cardíaco e da pressão arterial. Dentre as atividades físicas, o treinamento resistido (TR) moderado se destaca por consideráveis benefícios para indivíduos idosos com problemas de hipertensão reduzindo em 23% infarto agudo do miocárdio e doenças cardiovasculares fatais quando se comparado a quem não realiza esse tipo e exercício.(negrão E RONDON, 2001) De acordo com Souza et al (2006) o chamado treinamento resistido corresponde aos exercícios que possuem resistência à contração muscular. Tal atividade corresponde à musculação, sendo esse o termo mais utilizado para designar o treinamento com pesos, fazendo referência ao seu efeito mais evidente, que é o aumento da massa muscular. Um programa de exercícios com peso durante o processo de envelhecimento tem efeitos benéficos importantes não somente na massa e na força muscular, mas também no controle de vários fatores importantes de doenças crônicas não transmissíveis. O efeito benéfico geralmente aparece entre a quarta e oitava semana de treinamento geralmente feito em uma carga 80% da carga máxima, em exercícios que trabalham vários grupos musculares, em duas séries com 8 a l0 repetições e em uma frequência semanal de duas vezes por semana. Estudos demonstram que mesmo que o indivíduo pare de realizar este tipo de exercício a força muscular é

mantida em níveis acima dos basais, antes do programa, durante pelo menos 20 até 32 semanas após o término do programa (MATSUDO, 2006). OBJETIVOS Objetivo geral Avaliar os benefícios do treinamento resistido funcional para o controle da pressão arterial em idosos institucionalizados. Objetivos específicos Elaborar e aplicar uma rotina de exercícios funcionais para fortalecimento muscular; Acompanhar a variação da pressão arterial ao longo da aplicação do treinamento resistido. METODOLOGIA O presente artigo original trata-se de um estudo individualizado e experimental, com pesquisa de campo de caráter transversal, prospectiva e quantitativa. Participaram do estudo 11 idosos, dos quais 7 mulheres (64%) e 4 homens (36%), com idade entre 61 e 91 anos, média de 76,36 3,28 anos, todos hipertensos controlados, de uma casa de repouso de Embu Guaçu. DESENVOLVIMENTO Após autorização para participação do estudo pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), todos os idosos foram submetidos ao programa de treinamento resistido funcional, (entre abril e julho de 2017), com treinos duas vezes na semana, divididos os exercícios por segmento corporal, conforme quadro 1 abaixo.

Quadro 1. Programa de treinamento resistido funcional Membros Superiores Supino reto com cabo de vassoura Crucifixo com peso dos braços Flexão de braço empurrando a parede Membros superiores: bíceps Bíceps com garrafa d água Bíceps alternado com garrafa d água Bíceps 21 com peso dos braços Membros Superiores Desenvolvimento pela frente com cabo de vassoura Desenvolvimento por trás com cabo de vassoura Serrote com garrafa d água Membros inferiores Agachamento na cadeira Flexão de joelhos Extensão de joelhos Ombro Elevação lateral com garrafa d água Elevação frontal com garrafa d água Encolhimento com garrafa d água Todos os dias, os idosos eram avaliados quanto aos níveis pressóricos de repouso e após o treino, para acompanhamento da pressão arterial. Não houve intercorrências durante o período de treinamento e, assim, todos cumpriram 100% das atividades programadas. Após coleta, todos os dados foram tabulados e submetidos a tratamento estatístico por meio da aplicação do teste de one-way ANOVA, utilizando-se o software GraphPrism 7.0. RESULTADOS PRELIMINARES Os dados obtidos mostraram redução significativa apenas dos valores pressóricos referentes à pressão sistólica (p<0,0001), sem alterações da pressão diastólica. A evolução da pressão sistólica de todos os participantes encontra-se na figura 1 abaixo.

Figura 1. Evolução da pressão arterial sistólica, em mmhg, por participante e por dia de treino. Em acréscimo à redução significativa da pressão arterial, todos os idosos que participaram do estudo relataram melhoras nas execuções das tarefas diárias e maior sensação de bem-estar pela prática do treinamento funcional resistido. CONCLUSÃO Os dados aqui mostrados permitem concluir que o treinamento resistido funcional foi benéfico para redução da pressão arterial sistólica em repouso dos idosos participantes da presente pesquisa, com relatos também do bem-estar e na disposição em realizar as atividades. FONTES CONSULTADAS CAMPOS, M. de A. Musculação : diabéticos, osteoporóticos, idosos, crianças, obesos. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.

FURTADO, Elen S.. Sentido da atividade física na terceira idade. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Educação Física. Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro. 1996. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2008.Disponivelem www.ibge.gov.br. MATSUDO S. M. M.; MATSUDO, V. K. R.; BARROS NETO, T. L. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 8, n. 4, p. 21-32, 2000. MAZO, G. Z.; LOPES, M.A.; BENEDETTI, T. B. Educação física e o Idoso: concepção gerontológica. Porto Alegre: Sulina, 2001. National High Blood Pressure Education Program.Working Group. Report on Primary Prevention of Hypertension.Arch. Intern. Med. 1993; 153: 186-208. NEGRÃO CE, Rondon MUPB. Exercício físico, hipertensão e controle barorreflexo da pressão arterial. Rev. Bras. Hipertensão 2001 jan.-mar.;8(1):89-95. Sociedade Brasileira de Hipertensão. III Consenso Brasileiro de Hipertensão. Hiperativo 1999; 6(1): 67-270. SOUZA CM, SANTARÉM JM. Treinamento com pesos e produção natural de hormônios em idosos. Pesquisa CECAFI FMUESP, 2006.