PROJETO QUEDAS IPGG REDE DE ATENÇÃO AO IDOSO COM RISCO DE QUEDA
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- Lúcia Monteiro Aires
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1 APS SAÚDE SANTA MARCELINA OSS MICROREGIÃO CIDADE TIRADENTES-GUAIANAZES NIR CIDADE TIRADENTES PROJETO QUEDAS IPGG REDE DE ATENÇÃO AO IDOSO COM RISCO DE QUEDA ANDRÉA C. FOLHE DÉBORA DUPAS G. NASCIMENTO FERNANDA ROCCO OLIVEIRA ADORACION CASTRO São Paulo 2011
2 INTRODUÇÃO O aumento da expectativa de vida da população determina certas modificações no perfil demográfico e de morbimortalidade resultando no envelhecimento da população no mundo e no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), em 2020 a população de indivíduos com mais de 60 anos será de aproximadamente 11% da população geral o que leva os profissionais da área da saúde a aumentar o interesse sobre todas essas mudanças. Dentre as alterações mais importantes encontradas no envelhecimento há um declínio funcional no equilíbrio corporal, um sistema complexo que depende da integração de vários componentes como: Sistema Somatossensorial integrado pelo Sistema Vestibular, Sistema Visual e Sistema Proprioceptivo; Sistema Nervoso Central e Sistema Musculoesquelético. Toda essa estrutura é necessária para conferir funcionalidade, principalmente a sensibilidade vestibular, proprioceptiva, comandos centrais, respostas neuromusculares e tempo de reação. A principal consequência do distúrbio do equilíbrio do idoso é a queda. A queda é uma das principais síndromes geriátricas e constitui um importante problema de saúde pública por conta de sua incidência e as complicações para com a saúde; geram altos custos assistenciais e geralmente tem como causa a combinação de fatores extrínsecos (que estão ligados ao ambiente) e intrínsecos (fatores pessoais e próprios do processo de envelhecimento). A queda traz sintomas de sofrimento, imobilidade corporal e medo de repetir novas quedas podendo deixar o idoso acamado por meses ou sendo responsável por 70% das mortes acidentais em indivíduos acima de 75 anos.
3 JUSTIFICATIVA Pela sua relevância à saúde funcional da população geriátrica e toda demanda aos serviços de saúde pública e privada que a queda proporciona, é necessária a implementação de medidas preventivas resolutivas em todos os níveis de atenção à saúde: da Atenção Primária (em unidades básicas de saúde), passando pela Atenção Secundária (em centros de especialidades e de reabilitação) à Atenção Terciária (em hospitais).
4 OBJETIVO Propor a utilização de um instrumento para identificação de risco de queda na população idosa que permita a articulação entre a atenção primária e secundária a saúde, e assim estabelecer rede de atenção à saúde do idoso vulnerável a queda.
5 METODOLOGIA O estudo será desenvolvido em todas as Unidades Básicas de Saúde com Estratégia Saúde da Família na região de Cidade Tiradentes, perfazendo um total de 8 UBS s e o Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR) de referência da região. Serão utilizados instrumentos de fácil aplicação e reprodução, para que de fato possa ser incluída a investigação do evento queda na rotina assistencial de qualquer categoria profissional que assista o idoso. O primeiro instrumento proposto é um questionário simples, composto de 3 questões abertas e fechadas (anexo 1) para identifição de ocorrência de queda nos últimos 12 meses, local em que ocorreu a queda e consequencias desta queda caso tenha ocorrido. O segundo instrumento proposto é o Time Up and Go Test- TUGT (Podsiadlo e Richardson, 1991) que quantifica o tempo gasto na tarefa de levantar-se de uma cadeira com apoio para os braços andar três metros, voltar e sentar-se(anexo 2). De acordo com o tempo gasto para a realização da tarefa, os idosos são classificados em: saúdáveis (até 10 segundos), frágeis (de 11 a 20 segundos) e com risco de queda (acima de 20 segundos).trata-se de um instrumento de fácil aplicação e alta confiabilidade, validado à nossa cultura, com custo muito baixo e que qualquer categoria profissional pode utilizar em sua avaliação rotineiramente. A análise do tempo gasto para a realização para a mesma tarefa pode ser realizada também de acordo com a idade do indivíduo, onde estima-se um gasto inferior a 9 segundos para indivíduos de 60 a 69 anos; inferior a 10,2 segundos em indivíduos de 70 a 79 anos e inferior a 12,7 segundos em indivíduos acima de 80 anos(bohannon, 2006). A partir da aplicação dos instrumentos descritos será estabelecido um fluxo assistencial ao idoso da seguinte forma: Idoso com história de queda, com tempo gasto na tarefa do TUGT acima do esperado e quadro álgico agudo por doenças
6 osteomusculares será referenciado para acompanhamento no NIR (Núcleo Intergrado de Reabilitação) de referência; Idoso com ou sem história de queda e com tempo gasto na tarefa do TUGT acima do esperado na tarefa do TUGT será acompanhado pela UBS de referência em grupos de prevenção de quedas semanalmente; Idoso sem história de queda e com tempo adequado no TUGT será reavaliado individualmente a cada 6 meses por qualquer categoria profissional em consulta regular, além de incentivo para práticas corporais na UBS de referência (anexo 3).
7 SUSTENTABILIDADE E RESULTADOS ESPERADOS O projeto tem sustentabilidade financeira na medida em que utilizará os recursos humanos (profissionais) e equipamentos- para reprodução do material necessário, das próprias Unidades Básicas de Saúde. É de baixo impacto ambiental, uma vez que utilizará apenas uma folha de avaliação e planilha de registro das mesmas no Excel. Um sistema de informação local poderá ser criado para mensuração e monitoramento das eventuais quedas nos diferentes serviços, a fim de que a qualidade das ações possa ser avaliada. Com a intervenção proposta é esperada a diminuição da ocorrência de queda e seus possíveis danos como fraturas e traumatismos, por meio da identificação precoce de risco e também da sistematização de ações de promoção e prevenção da saúde de forma eficaz e articulada entre os diferentes níveis de atenção envolvidos na assistência à indivíduos idosos, além da possibilidade de expansão para outras regiões.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [sítio na Internet]. Brasília:IBGE; Disponível em: [Acesso em 05 de JUNHO de 2011]. 2. Shephard, RJ. Envelhecimento, atividade física e saúde. São Paulo: Phorte, Kalache A, Veras RP, Ramos LR. O envelhecimento da população mundial. Um desafio novo. Rev. Saúde Pública. São Paulo:1987; vol. 21 (3). 4. Netto FLM. Aspectos biológicos e fisiológicos do envelhecimento humano e suas implicações na saúde do idoso. Pensar a prática 2004; vol. 7: Matsudo SM. Envelhecimento, atividade física e saúde. Sci. Sports Exerc. 1999; vol. 31: Maciel ACC, Guerra RO. Prevalência e fatores associados ao déficit de equilíbrio em idosos. RBCM 2005; vol. 13 (1): Perracini MR, Gazzola JM. Avaliação Multidimensional do idos. In: Perracini MR Fló CM. Funcionalidade e Envelhecimento. Rio de Janeiro: Guanabara koogan p Fló CM, Gazzola JM. Balance em Idosos. In: Perracini MR, Fló CM. Funcionalidade e Envelhecimento. Rio de Janeiro: Guanabara koogan p
9 ANEXO 1 1- História de Queda nos Últimos 12 meses Sim Não Qtas? 2- Local das quedas: a- Domicílio área interna Onde b- Domicílio área externa Onde c- Externa fora de casa Onde 3- Consequência das quedas: a- Fratura Imobilização b- Fratura Cirurgia c- Escoriações/Cortes/Lacerações d- Internação Hospitalar
10 ANEXO 2 Sujeito sentado em uma cadeira, com apoio de braços, com as costas apoiadas, usando seus calçados usuais e seu dispositivo de auxílio à marcha. Após o comando vá, deve levantar-se da cadeira e andar um percurso linear de 3 Metros, retornar a cadeira e sentar-se novamente. Tempo gasto na tarefa segundos
11 ANEXO 3
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