USO DE NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DO BREJO PARAIBANO

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Transcrição:

USO DE NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DO BREJO PARAIBANO MIRANDA 1, Márcia Verônica Costa; SILVA 2, Gilmar Batista da 1 Professora Orientadora do Projeto DCFS/CCA/UFPB. E-mail: miranda@cca.ufpb.br 2 Tutor bolsista CCA/UFPB. E-mail: gilmarareiafc@hotmail.com Centro de Ciências Agrárias/Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais/ FLUEX 2013. RESUMO O computador é uma ferramenta utilizada em todas as áreas do conhecimento. No Brasil, ainda temos uma parcela muito pequena da população que conhece as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC s) e outra parcela imensa que tem uma pequena noção e pouco conhecimento sobre a nova realidade. Este trabalho descreve ações do projeto Juventude e Inclusão Digital nos Assentamentos Rurais de Areia-PB voltadas para a inclusão social através de cursos e oficinas de Tecnologia da Informação, objetivando não só a alfabetização digital, mas incluir o cidadão neste novo mundo onde as ferramentas digitais são fonte de conhecimento e renda. O público-alvo do projeto constitui-se a juventude rural do brejo paraibano. As oficinas foram implementadas no Laboratório de Informática Usina do Saber, na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio José Lins Sobrinho na cidade de Areia, utilizando o ambiente de educação virtual Moodle, onde foram atendidas mais de 100 pessoas da comunidade rural. Partindo do princípio de que a Universidade deve também estar voltada para a comunidade onde está inserida, visamos promover a cidadania plena da juventude rural e seus familiares, sua autonomia, através da busca da sustentabilidade e facilidade de inserção no mercado de trabalho, à comunicação ao modo de vida contemporânea, o seu domínio resulta em uma inclusão social mais ampla e igualitária. Este projeto consiste na execução de ações que visam ampliar o acesso de jovens e adultos dos assentamentos rurais ao mundo digital através de um instrumento poderoso para a construção da inteligência coletiva. Palavras-chave: Assentamento Rural, Educação a Distância, Inclusão Digital. INTRODUÇÃO Atualmente, a Informática é exigida em todas as áreas do conhecimento. Entretanto, em nosso país, temos, de um lado, uma parcela muito pequena da população que transita neste universo novo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC s), e de outro, uma parcela imensa que apenas tem uma pequena noção e pouco conhecimento sobre a nova realidade (Lima,2003). Todos os cidadãos têm direito ao uso das novas TIC s e não podemos pensar em inclusão social, sem pensar em formas de como incluir o cidadão neste novo mundo onde as ferramentas digitais estão em toda parte. Entendemos por Inclusão Digital (ID) a possibilidade de acesso dos cidadãos de uma sociedade às TIC s, que incluem, entre outras, os computadores e serviços de

internet. Assim, para que a inclusão digital seja completa e sustentável é preciso que o cidadão se aproprie das tecnologias de informação de forma ampla, consciente e autônoma. O projeto Juventude e Inclusão Digital nos Assentamentos de Areia-PB implantou cursos e oficinas como forma de promover a inclusão social dos jovens e agricultores no brejo paraibano. Acreditamos que se deve priorizar crianças e jovens, pois constituem a próxima geração, bem como podem ter um diferencial na inserção do mercado de trabalho. Este projeto atua desde janeiro de 2012 nos assentamentos rurais entre Areia e Pilões, oferecendo a comunidade rural do brejo paraibano formas de acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação, cursos e oficinas de capacitação no meio agrário, buscando qualificar a produção no campo e a força da juventude para, de forma prática e sistemática, fomentar a ampliação da qualidade de vida nos assentamentos do distrito Santa Maria no município de Areia. Tendo como foco a educação como parceiro na inclusão social, foram utilizados recursos de Educação à Distância (EAD), que é uma modalidade de educação mediada por tecnologias e recursos didáticos sistematicamente organizados em que alunos e professores estão separados espacial e/ou temporalmente (Behar, 2009). É neste sentido que a EAD pode dar uma importante contribuição, ampliando o potencial de acesso das comunidades rurais à ampla educação, especialmente em locais com maior dificuldade de mobilidade para os estudantes. Segundo dados do IBGE (IBGE, 2010), 70% da população rural está fora da escola ou tem o Ensino Fundamental Incompleto. Assim, pode-se verificar o quanto são necessárias ações voltadas para a melhoria da educação dos jovens rurais brasileiros, principalmente no que se refere a sua atuação profissional, visando a sustentabilidade e inserção no mercado de trabalho. Dessa forma, este projeto atua como um agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem, incorporando ferramentas de TIC s e técnicas de educação à distância aos métodos didáticopedagógicos. Foi instalado um Laboratório de Informática Usina do Saber na Escola José Lins Sobrinho, na zona rural do Município de Areia-PB, através de recursos da Chamada Pública 01/2011 do Ministério das Comunicações/SID para superar algumas das limitações existentes na educação do jovem rural do brejo paraibano: desconhecimento de recursos de informática, repetência e evasão. Diante do exposto, a criação de projetos e programas, como este, com referência específica aos jovens rurais, prospectam um marco institucional diferenciado

no âmbito da utilização de recursos educacionais inovadores e de oportunizar ferramentas e novas formas de promoção de autonomia, sustentabilidade e enfrentamento do mercado de trabalho. METODOLOGIA As oficinas de Tecnologia da Informação (TI) têm como objetivo atender a toda comunidade dos assentamentos rurais nas cercanias do CCA-UFPB. As atividades destas oficinas foram executadas no período de abril de 2012 a Outubro de 2013. Durante este período, foram realizados 6 (seis) oficinas que atenderam aos mais diversos públicos, desde estudantes, agricultores, agropecuaristas, donas de casas, professores e outros, perfazendo cerca de mais 150 pessoas. Os cursos de TI foram executados por um tutor (bolsista), com disponibilidade de 20 horas/semanais. Foi utilizado, como ferramenta de TIC s para a implementação das oficinas, o Moodle (Modular Object Oriented Dynamic Learning Enviroment). Trata-se de um ambiente virtual de aprendizagem, desenvolvido sob a ótica do construtivismo social, a qual defende a construção de ideias e conhecimentos em grupos sociais de forma colaborativa. Com o uso do Moodle, o aluno passa a ser responsável pela aquisição de seu conhecimento, desenvolvendo autonomia, perseverança, domínio de leitura e interpretação (RAMAL, 2005). As aulas foram ministradas no laboratório da Escola José Lins Sobrinho, localizada no distrito de Santa Maria Areia/PB, chamado de Usina do Saber, em sala climatizada, com 10 (dez) computadores com conexão de internet, projetor multimídia, impressora e notebook, que são como recursos didáticos. As oficinas têm duração média de 2 meses, carga horária de 40 horas e turmas com 20 vagas. As aulas consistiram de atividades teóricas e práticas, utilizando-se de materiais didáticos, confeccionadas com o conteúdo aplicado em sala de aula virtual. O processo de avaliação das aulas de TI consiste em exercícios práticos, ao término de cada módulo, para analisar o aprendizado e para o conhecimento do perfil do aluno. Ao final de cada oficina, são aplicados questionários para a análise estatística do projeto, bem como questionários sobre o desempenho da oficina e tutores. RESULTADOS E DISCUSSÕES As oficinas de Tecnologia da Informação (TI) foram ministradas a partir de abril de 2012, atendendo aproximadamente 150 jovens dos assentamentos rurais de Redenção, Esperança, União e Socorro.

Inicialmente, foram distribuídos com alunos das turmas, um questionário buscando levantar dados e informações sobre o nível e demanda de conhecimento dos alunos. Após isto, foram feitas análises dos resultados e gerados gráficos representativos das características do público-alvo atendido, conforme apresentamos abaixo. As atividades começaram com a apresentação dos tutores aos alunos da turma, procurando identificar suas dificuldades no manuseio com o computador, devido o alto percentual de pessoas que nunca tiveram contato com esta ferramenta. Foi introduzido como utilizar a plataforma Moodle, bem como foi discutida, com cada participante, a importância da Informática para os assentados e suas expectativas em relação ao projeto. Abaixo, são mostrados os resultados e análise dos levantamentos de dados obtidos com os alunos de TI. Grafico 1 Percentual de pessoas que tiveram facilidade em aprender Informática com a oficina. O Gráfico 1 mostra que a maioria (72%) dos participantes, mesmo ainda sem acesso a internet ou outra ferramenta de TI, achou a metodologia de ensino da oficina fácil de ser assimilada. Isto nos leva a concluir que essa ferramenta de ensino a distancia se torna eficaz desde que bem elaborada, com linguagem simples e layout de fácil entendimento. Gráfico 2: Aplicações do Conteúdo da oficina no Gráfico 3: Nível de contribuição dos tutores para os cotidiano dos alunos. participantes. O Gráfico 2 mostra que, dentre as pessoas que concluíram a oficina, a grande maioria valorizou seu conteúdo, considerando-o importante para o futuro, bem como suas aplicações no dia-a-dia. O projeto também avaliou os níveis de contribuição dos tutores para com os participantes das oficinas. Cerca de (67%) mostraram-se satisfeitos

com o tratamento e informações que os tutores demonstraram no curso. Dentre os alunos que concluíram a oficina, 100% disseram que recomendariam o curso para seus amigos e familiares. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se dizer que, dede o período de implantação do projeto, verificaram-se as mudanças que o uso dos recursos de TIC s puderam proporcionar à comunidade do Distrito Santa Maria, zona rural do município de Areia-PB. Além de possibilitar mais uma ferramenta para inserção no mercado de trabalho e de sustentação pessoal, houve uma significativa contribuição para a melhoria da autoestima dos participantes e na clara intenção de maior exercício de suas cidadanias. Com o término das oficinas, foi observada a satisfação no rosto de cada um dos participantes na aquisição de subsídios para enfrentarem as diversas dificuldades do cotidiano do mercado de trabalho. Eles se familiarizaram com o uso do computador e adquiriram o hábito de uso desta ferramenta, estando aptos a prosseguir com o aprendizado. Os participantes não só desenvolveram uma consciência sobre a importância das novas tecnologias de informação, mas também estão fazendo uso do que aprenderam. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEHAR, Patrícia A. e colaboradores. Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 2009. IBGE. Censo 2010. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acessado em: 04/04/2013. LIMA, Paulo e SELAIMEN, Graciela B.; Desafios para a inclusão digital no terceiro setor em Software Livre e Inclusão Digital. Sérgio A. Silveira e João Cassino (org.), Ed. Conrad, 2003. RAMAL, A., Por que o e-learning vem crescendo tanto? Escola de Extensão da UNICAMP. Disponível em: <http://www.extecamp.unicamp.br/materia34.asp>. Acessado em Abril de 2013 (2005).