ESTUDO RETROSPECTIVO DE NEOPLASMAS FELINOS DIAGNOSTICADOS DURANTE O PERÍODO DE 1980 A INTRODUÇÃO

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Transcrição:

ESTUDO RETROSPECTIVO DE NEOPLASMAS FELINOS DIAGNOSTICADOS DURANTE O PERÍODO DE 1980 A 2006. GUIM, Thomas Normanton 1 ; XAVIER 1, Fernanda da Silva; SPADER 1, Melissa Borba; SECCHI 2, Priscila; GUIM 2, Tainã Normanton; GAMBA 2, Conrado Oliveira; SCHIMITT 2, Bernado; FERNANDES 3, Cristina Gevehr 1- Alunos Programa de Pós Graduação em Veterinária FV/UFPel 2- Alunos de Graduação em Veterinária FV/UFPel 3- Professora Adjunta DPA/FV/UFPel UFPel, Campus Universitário, DPA-FV,thomasguim@hotmail.com INTRODUÇÃO O diagnóstico e o tratamento do câncer representam um dos maiores desafios com que se depara o veterinário moderno de pequenos animais. A incidência percebida do câncer em animais aumentou devido aos avanços nas técnicas diagnósticas e ao uso crescente da citologia e da histopatologia (DOBSON, 2001). É difícil avaliar a incidência real de tumores nos animais de companhia. Os felinos são menos acometidos por afecções neoplásicas que os cães e estima-se uma incidência de 158 a 470 casos para cada 100.000 gatos. Entretanto, observa-se que os felinos são mais acometidos por neoplasmas malignos em relação aos caninos. Especialmente, neoplasmas hematopoiéticos, cutâneos e de tecidos moles são mais prevalentes na espécie felina (MUELTEN, 2002). Existe na literatura internacional vários trabalhos de estudos epidemiológicos em pequenos animais que fornecem dados estatísticos importantes em relação a idade, sexo, raça, tipos de neoplasmas mais prevalentes e outros (DORN et al., 1968; PATNAIK et al., 1975). No Brasil, poucas informações se tem a respeito destes dados, principalmente no que diz respeito à espécie felina, colocando em dúvida se a casuística nacional se assemelha ou não à casuística estrangeira. Este trabalho tem como objetivo descrever a ocorrência geral de neoplasmas diagnosticados histologicamente em felinos, durante o período de janeiro de 1980 a junho de 2006 no Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Federal de Pelotas (LRD/UFPel), fornecendo dados estatísticos relativos a idade, sexo, raça, tipo de material biológico recebido e tipos de neoplasmas mais prevalentes nesta espécie. MATERIAL E MÉTODOS Foram resgatados dos arquivos do LRD/UFPel as fichas de dados de todos os felinos acometidos por afecções neoplásicas durante o período de janeiro de 1980 a junho de 2006. Foram avaliados os dados concernentes à idade, raça, sexo e tipo de material biológico recebido, incluindo biópsias e cadáveres. Os neoplasmas foram distribuídos por sistemas e classificados segundo esquema atual preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), vigente desde o ano de 1999. Algumas fichas encontravam-se com dados incompletos, porém, da mesma forma foram

incluídos na casuística, sendo que os dados ausentes foram classificados como não informados. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o período de janeiro de 1980 e junho de 2006 foram recebidos para diagnóstico 729 amostras de felinos, incluindo biópsias de órgãos e tecidos, peças cirúrgicas, cadáveres e outros. Do total, 18,4% (n=134) foram diagnosticados como neoplasmas, representados por 102 biópsias, 25 cadáveres e 7 fichas não continham informações em relação ao tipo de material recebido. Em relação à idade, observou-se que 41% (n=55) dos felinos acometidos por neoplasmas apresentavam idade entre 5 e 10 anos; 20,2% (n=27) entre 0 e 5 anos; 18,7% (n=25) entre 10 e 15 anos e 4,5% entre 10 e 15 anos. Dados relativos à idade de 21 animais (15,6%) não foram avaliados. Estes dados são semelhantes aos encontrados por Schimidt e Langham (1967), que encontraram uma incidência maior de gatos entre 6 e 11 anos. Em relação ao sexo dos animais acometidos, observou-se uma prevalência de fêmeas em relação aos machos, com 78,5% (n=90) e 21,05% (n=24) respectivamente. Dados de 20 animais não foram avaliados. Em parte, o número mais elevado de diagnósticos em fêmeas está relacionado à elevada incidência de neoplasmas mamários. No que concerne às raças, foi constatado uma prevalência dos felinos sem raça definida sobre os de raça definida. Do total, 81,1% (n=94) eram sem raça definida, 12,9% (n=15) eram da raça siamês, 4,3% (n=5) da raça persa e 1,7% (n=2) relativos às raças angorá e himalaio. Dados relativos a 18 animais não foram avaliados. Dos 134 neoplasmas diagnosticados, 84,3% (n=113) eram malignos, enquanto que 15,7% (n=21) eram benignos. Estes dados são semelhantes aos descritos por Muelten, 2002, confirmando a prevalência de tumores malignos em felinos, diferentemente do que ocorre em cães. Trinta e oito tipos diferentes de neoplasmas foram identificados e os cinco mais comumente encontrados foram: carcinoma mamário (n=37), carcinoma de células escamosas (n=32), fibrossarcoma (n=6), linfoma multicêntrico (n=5) e carcinoma pulmonar (n=4). Segundo a classificação por sistemas adotada atualmente pela OMS (MUELTEN, 2002), os neoplasmas da glândula mamária foram responsáveis por 33,3% (n=44), seguidos pelos neoplasmas epiteliais e melanocíticos da pele com 32,6% (n=43) dos casos, neoplasmas mesenquimais da pele e tecidos moles com 16,7% (n=22) dos casos, neoplasmas referentes ao sistema alimentar com 7,6% (n=10) dos casos, neoplasmas do sistema hematopoiético com 3,8% dos casos, neoplasmas do sistema respiratório com 3% dos casos, neoplasmas do sistema respiratório com 1,5% dos casos, neoplasmas do sistema ósseo (n=1) e sistema genital (n=1) representados por 1,6% dos casos (Figura 1). Dois neoplasmas não foram classificados, pois o diagnóstico nas fichas constava de carcinoma indiferenciado de origem indeterminada. Dados relativos a todos os tipos de neoplasmas e o número de diagnósticos realizados estão relacionados na Tabela 1.

Figura 1. Gráfico demonstrativo da ocorrência de neoplasmas felinos divididos por sistemas segundo esquema atual de classificação da Organização Mundial de Saúde, diagnosticados no período de janeiro de 1980 a junho de 2006. 0,8% 0,8% glândula mamária 1,5% 3,0% 3,8% epiteliais e melanocíticas da pele mesenquimais da pele e tecidos moles sistema alimentar 7,6% 16,7% 32,6% 33,3% sistema hematopoiético sistema respiratório sistema nervoso ossos e articulações Tabela 1. Relação de todos os tipos de neoplasmas e respectivos número de diagnósticos em felinos durante o período de janeiro de 1980 a junho de 2006. Tipo de neoplasma Número de diagnósticos Adenocarcinoma de glândula apócrina 1 Adenocarcinoma de glândula salivar 1 Adenocarcinoma uterino 1 Adenoma apócrino de glândula sudorípara 1 Adenoma de mama 6 Ameloblastoma 1 Carcinoma de canais biliares 2 Carcinoma de células basais 1 Carcinoma de células escamosas 32 Carcinoma de glândula ceruminosa 1 Carcinoma de glândula sebácea 1 Carcinoma de mama 37 Carcinoma hepatocelular 2 Carcinoma indiferenciado 2 Carcinoma pancreático exócrino 2 Carcinoma pulmonar 4 Epitelioma cornificante 1 Fibroma 1 Fibrossarcoma 7 Hemangioma 2 Hemangiossarcoma 3 Histiocitoma 1 Histiocitoma fibroso maligno 2 Leiomiossarcoma retal 1 Linfoma multicêntrico 5 Lipoma 2 Mastocitoma 1 Melanoma 1 Mesotelioma 1 Mixoma 1 Rabdomiossarcoma 1

Sarcoma indiferenciado 1 Sarcoma osteogênico 1 Schwannoma 2 Tricolemoma ístmico 1 Tumor de células basais 3 Tumor misto de mama 1 Total 134 Fonte: Laboratório Regional de Diagnóstico UFPel, 2006 No presente estudo, foi observado que o número de diagnósticos de neoplasias em caninos foi significativamente maior em relação aos felinos. Isto foi verificado através da correlação entre o número de amostras recebidas e o número de diagnósticos de neoplasmas entre as duas espécies (Tabela 2). Entretanto, a real incidência só pode ser obtida através da observação dos neoplasmas em uma população canina e felina definida (DORN et al., 1968). Embora os neoplasmas que acometem felinos apresentem muitas características em comum com neoplasmas que acometem outras espécies, especialmente o cão, aspectos peculiares em relação à ocorrência, tipo histológico e comportamento biológico devem ser levados em consideração (SCHIMIDT; LANGHAM, 1967) Tabela 2 Número de amostras recebidas para diagnóstico e número de diagnósticos de neoplasmas em caninos e felinos durante o período de janeiro de 1980 a junho de 2006. Espécie Nº total de amostras recebidas para diagnóstico Nº de diagnósticos de afecção neoplásica (%) Canina 4300 1295 (30,11%) Felina 729 134 (18,4%) Fonte: LRD/UFPel, 2006 CONCLUSÃO Os dados apresentados neste estudo representam a ocorrência de neoplasmas diagnosticados em felinos no LRD-UFPel, baseada no número de amostras da espécie felina recebidas para diagnóstico durante um período de vinte e seis anos, provenientes da cidade de Pelotas e região. As doenças neoplásicas ocorrem menos comumente em felinos do que em caninos, entretanto a forma maligna é a mais prevalente nos gatos,o que contribui por maiores taxas de mortalidade dos animais acometidos. Devido a excassez de estudos retrospectivos em relação a este assunto no Brasil, trabalhos adicionais são necessários para o conhecimento da verdadeira casuística nacional, auxiliando clínicos e patologistas no reconhecimento e diagnóstico precoce das principais neoplasias que acometem esta espécie e consequentemente proporcionando-lhes melhor qualidade de vida. REFERÊNCIAS DORN, C. R.; TAYLOR, D.O.N.; SCHNEIDER, R. HHIBARD, H.H.; KLAUBER, M.R. Survey of animal neoplasms in Alameda and Contra Costa Counties, California. II. Cancer morbidity in dogs and cats from Alameda County. Journal of the National Cancer Institute. v.40, p.307-318, 1968.

MUELTEN, D.J. Tumors in domestic animals. Iowa State Press, 4 th ed., 2002, p.575-606. PATNAIK, A.K. et al. Nonhematopoietic neoplasms in cats. Journal of the National Cancer Institute, v.54, n.4, p.855-860, 1975. SHIMIDT, R.E.; LANGHAM, R.F. A survey of feline neoplasms. Journal of American Veterinary Medical Association, v.151, n.10, p.1325-1328, 1967.