Última revisão: 08/08/2011 TRACIONADOR DE FÊMUR



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Transcrição:

Protocolo: Nº 72 Elaborado por: Antônio Osmar Wilhma Castro Ubiratam Lopes Manoel Emiliano Luciana Noronha Última revisão: 08/08/2011 Revisores: Manoel Emiliano Ubiratam Lopes Wilhma Alves Luciana Noronha Frederico Willer TRACIONADOR DE FÊMUR DEFINIÇÃO TTF- TALA DE TRAÇÃO FEMURAL Tracionador de fêmur é um equipamento destinado a manter o alinhamento com tração mecânica do membro (fêmur) voltando o osso fraturado para a posição anatômica diminuindo sangramento e evitando novas lesões. As fraturas de fêmur representam uma situação de imobilização ímpar por causa da musculatura da coxa. Além de proporcionar o principal suporte estrutural para o membro inferior, o fêmur também proporciona resistência para os poderosos músculos da coxa, mantendo-os esticados. Quando o fêmur é fraturado na porção média da diáfise, essa resistência à contração é perdida. Quando esses músculos se contraem, as extremidades ósseas afiladas laceram o tecido muscular produzindo hemorragia interna e dor adicionais e predispondo o paciente a fratura exposta. Se não houver outras lesões com risco de vida, deve ser aplicada uma tala de tração para estabilizar as fraturas da porção média da diáfise do fêmur. A aplicação da tração quer manualmente, quer com o auxílio de um dispositivo mecânico, ajudará a diminuir o sangramento interno e a dor do paciente. A tala de tração contém indicações e contra indicações na sua instalação e manuseio, podendo ser manipulado por profissionais devidamente treinados e capacitados para tal. Pág. 01

OBJETIVO Imobilizar o membro de forma segura e eficaz evitando maiores danos na lesão causada pelo trauma e aliviar o sofrimento do paciente (dor) evitando novas lesões que poderão piorar o quadro do mesmo. INDICAÇÃO O tracionador de fêmur tem uma única indicação: Fratura fechada da diáfise do fêmur (mediana) Sem comprometimento vascular e ou neurológicos Não contenha nenhuma outra lesão associada no mesmo membro. CONTRA INDICAÇÕES Fratura exposta; Luxação; Suspeita de fratura de pelve; Suspeita de fratura de colo de fêmur; Avulsão ou amputação do tornozelo ou pé; Suspeita de fraturas adjacentes ao joelho etc. OBS. Uma tala de tração pode ser usada como uma tala rígida nessa situação, mas não deverá ser usada a tração. Fator de risco - O uso incorreto do tracionador pode causar laceração e rompimento da artéria femural, de tendões e ligamentos onde não houver estabilidade óssea, diminuir a circulação e perfusão do membro devido à tração excessiva. - Na situação de fratura exposta pode ocasionar novas lesões teciduais como aumento de sangramento ou até mesmo ruptura da artéria femural se o mesmo for utilizado. MÉTODOS PARA INSTALAÇÃO DO DISPOSITIVO 1 Passo: Após a indicação da utilização do tracionador o socorrista deve remover da perna a ser tracionada, roupas, calçados, cordões etc.; Pág. 02

Explicar a vítima, que sentirá dor durante o procedimento, mas que é necessário para sua melhora; Verificar se há pulso distal; Ter a mão a tala adequada à vítima (adulto ou infantil); Mensurar o equipamento no membro que não estiver fraturado usando como primeiro ponto de referência a base da nádega, deixando que a catraca de tração exceda uma distância de dez a quinze cm além da planta do pé da vítima. O socorrista deve ajustar as correias na tala medindo ao longo da perna da vítima (a não fraturada). Há necessidade de 02 socorristas, sendo que um deles é para segurar a perna da vítima exercendo firme e suave tração. Pág. 03

2 Passo: Um segundo socorrista deverá posicionar a tornozeleira no tornozelo da vítima com a argola voltada para a planta do pé. Tracionar e alinhar o membro na posição anatômica, até encontrar perfusão e pulso adequados (perfusão < ou = a dois segundos). O socorrista passará a exercer a tração através da argola da tornozeleira. Posicionar uma das mãos em baixo da articulação do joelho e a outra no tornozelo elevando o membro para cima. 3 Passo: O socorrista, então, desliza suavemente o equipamento para baixo do membro fraturado, sendo que a parte superior deverá ficar apoiada confortavelmente contra a região glútea. Pág. 04

4 Passo: O primeiro tirante superior então deverá ser posicionado e apertado tomando cuidado para não pressionar a genitália ou artéria femural. 5 Passo: Prenda o tirante do tornozelo ao gancho de tração com as argolas. Gire devagar e cuidadosamente o regulador de tração (carretilha) até que a vítima sinta alivio da dor. Quando a vítima estiver inconsciente, o procedimento é até que o compartimento do membro inferior lesionado aproxime-se do normal. Continue monitorando o pulso distal e a perfusão periférica. Pág. 05

6 Passo: Colocar os tirantes de fixação do membro mantendo a seqüência. Primeiro o tirante que fica acima do tornozelo, em seguida o que fica abaixo do joelho, prosseguindo o que fica acima do joelho e por último o da coxa. O socorrista ergue o suporte elevatório da tala. Em seguida o socorrista deve checar novamente pulso distal e perfusão periférica. Se não encontrado o pulso distal, aliviar a tração. Coloca-se a vítima na prancha longa. Obs.: Havendo dúvida se há ou não fratura medial de fêmur deve-se utilizar outra tala de imobilização. Somente o profissional habilitado poderá utilizar o tracionador. REFERÊNCIAS -Este material foi baseado no manual do PHTLS, atendimento pré-hospitalar ao traumatizado, 6ª edição e no próprio manual do fabricante, grupo Marimar. -http://www.marimar.com.br/resgate/manual/tracao_membros_inferiores_6121.htm. Pág. 06

Pág. 07