Testes de Hipótese para uma única Amostra - parte II

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Transcrição:

Testes de Hipótese para uma única Amostra - parte II 01 de Julho de 2014

Objetivos Ao final deste capítulo você deve ser capaz de: Testar hipóteses para média de uma população. Serão usadas as distribuições z e t de student. Testar hipótese para a proporção de uma população.

Teste para média com variância conhecida

Suponha que temos uma amostra X 1,...,X n de uma variável aleatória X. X tem distribuição normal com média μ e variância σ 2. A variância σ 2 é conhecida. A média μ é desconhecida e deve ser estimada. Queremos testar: Esse é um teste bilateral. H 0 : μ = μ 0 vs H 1 : μ μ 0

Sabemos que X N(μ, σ 2 /n). Sob H 0,aestatística de teste tem distribuição N(0, 1) Z 0 = X μ 0 σ/ n Fixamos um nível de significância (erro do tipo I) α. A decisão é Onde se z0 > z α/2 ou z 0 < z α/2 rejeitamos H 0 ; se zα/2 < z 0 < z α/2 não rejeitamos H 0. P(Z > z α/2 )=α/2.

A região crítica é dada por z 0 > z α/2 ou z 0 < z α/2.

Observação: Podemos isolar o x na região crítica. Assim o teste fica em termos de x. Rejeitamos H 0 se x >μ 0 z α/2 σ/ n ou x <μ 0 + z α/2 σ/ n.

Exemplo: Considere o exemplo do propelente. Estamos analisando a taxa média de queima do propelente. Observamos uma amostra de tamanho 25. Sabemos que σ = 2. Observamos x = 51, 3. Queremos testar se a taxa média de queima é de 50 cm por segundo com um nível de significância de 5%.

Exemplo: (solução) 1. O parâmetro de interesse é μ, a taxa média de queima. 2. As hipóteses a serem testadas são 3. Fixamos α = 0, 05. 4. Então z 0,025 = 1, 96. 5. A estatística de teste é 6. Rejeitamos H 0 se H 0 : μ = 50 vs H 1 : μ 50. z 0 = x μ 0 σ/ n. z 0 > 1, 96 ou z 0 < 1, 96. 7. Temos que z 0 = 51, 3 50 2/ 25 = 3, 25.

Exemplo: (solução) 8. Como 3.25 > 1, 96 rejeitamos H 0. 9. Conclusão: com 5% de significância podemos dizer que a taxa média de queima do propelente é diferente de 50 cm por segundo.

Teste unilateral Podemo estar interessados em testar hipóteses como H 0 : μ = μ 0 vs H 1 : μ>μ 0. Valores altos ou baixos de x indicam que H 1 é verdadeira? Altos. A região crítica é formada apenas pela extremidade superior. Rejeitamos H 0 se z 0 > z α.

Teste unilateral Podemos querer testar H 0 : μ = μ 0 vs μ<μ 0. Valores altos ou baixos de x indicam que H 1 é verdadeira? Baixos. A região crítica é formada apenas pela extremidade inferior. Rejeitamos H 0 se z 0 < z α.

Teste para médica, variância conhecida Hipótese nula: Estatística de teste H 0 : μ = μ 0. Z 0 = X μ 0 σ/ n. Hipótese alternativa Critério de rejeição H 1 : μ μ 0 z 0 > z α/2 ou z 0 < z α/2 H 1 : μ>μ 0 z 0 > z α H 1 : μ<μ 0 z 0 < z α

Valor P É o menor nível de significância que conduz à rejeição da hipótese nula H 0. Hipótese alternativa Critério de rejeição Valor P H 1 : μ μ 0 z 0 > z α/2 ou z 0 < z α/2 2(P(Z > z 0 )) H 1 : μ>μ 0 z 0 > z α P(Z > z 0 ) H 1 : μ<μ 0 z 0 < z α P(Z < z 0 )

Exemplo Considere o exemplo do propelente. Vimos que a região crítica é z 0 > 1, 96 ou z 0 < 1, 96. Como o teste é da forma o valor P é dado por H 0 : μ = μ 0 vs H 1 : μ μ 0 2P(Z > z 0 )=2P(Z > 3, 25) =2(1 P(Z < 3, 25)) = 2(1 0, 9994) =0, 0012. A probabilidade de aparecer um valor tão ou mais extremo que 3,25 dado que μ = 50 é 0,0012. O menor nível de significância que rejeitamos H 0 é 0,0012.

Teste para amostra grande Supomos aqui que a população é normal e que σ 2 é conhecido. Na prática σ 2 não será conhecido. E muitas vezes a população não é normal. Se n for grande (>40) podemos usar o Teorema Central do Limite. Estimamos σ por S e aproximamos a distribuição de por uma normal padrão. X 0 = X μ 0 S/ n.

Teste para média com variância desconhecida

Suponha que temos uma amostra X 1,...,X n de uma variável aleatória X. X tem distribuição normal com média μ e variância σ 2. A variância σ 2 é desconhecida. A média μ é desconhecida e deve ser estimada. Queremos testar: Esse é um teste bilateral. H 0 : μ = μ 0 vs H 1 : μ μ 0

Estimamos σ 2 por S 2 = i (X i X) 2 n 1. Sob H 0,aestatística de teste T 0 = X μ 0 S/ n tem distribuição t com n 1 graus de liberdade. Fixamos um nível de significância (erro do tipo I) α. A decisão é Onde se t0 > t α/2;n 1 ou t 0 < t α/2;n 1 rejeitamos H 0 ; se tα/2;n 1 < t 0 < t α/2;n 1 não rejeitamos H 0. P(T n 1 > t α/2;n 1 )=α/2.

A região crítica é dada por t 0 > t α/2;n 1 ou t 0 < t α/2;n 1.

Teste unilateral Podemo estar interessados em testar hipóteses como H 0 : μ = μ 0 vs H 1 : μ>μ 0. Valores altos ou baixos de x indicam que H 1 é verdadeira? Altos A região crítica é formada apenas pela extremidade superior. Rejeitamos H 0 se t 0 > t α;n 1.

Teste unilateral Podemos querer testar H 0 : μ = μ 0 vs μ<μ 0. Valores altos ou baixos de x indicam que H 1 é verdadeira? Baixos. A região crítica é formada apenas pela extremidade inferior. Rejeitamos H 0 se t 0 < t α;n 1.

Teste para médica, variância desconhecida Hipótese nula: Estatística de teste H 0 : μ = μ 0. T 0 = X μ 0 S/ n. Hipótese alternativa H 1 : μ μ 0 H 1 : μ>μ 0 H 1 : μ<μ 0 Critério de rejeição t 0 > t α/2;n 1 ou t 0 < t α/2;n 1 t 0 > t α;n 1 t 0 < t α;n 1

Exemplo: São analisados os coeficientes de restituição de tacos de golfe. 15 tacos são selecionados aleatoriamente. Queremos verificar se o coeficiente médio de restituição excede 0,82. Considere α = 0, 05. Os dados observados são x = 0, 83725 s = 0, 02456.

Exemplo: (solução) A figura abaixo mostra que os dados são aproximadamente normais.

Exemplo: (solução) 1. O parâmetro de interesse é o coeficiente médio de restituição, μ. 2. Queremos testar 3. Temos que α = 0, 05 e H 1 : μ = 0, 82 vs H 1 : μ>0, 82. t 0,05;14 = 1, 761. 4. Rejeitamo H 0 para valores altos da média, ou seja, rejeitamos se t 0 > 1, 761.

Exemplo: (solução) 5. Temos que x = 0, 83725 s = 0, 02456 n = 15 então a estatística de teste é t 0 = x μ 0 S/ n = 0, 83725 0, 82 0, 02456/ 15 = 2, 72. 6. Como 2, 72 > 1, 761 rejeitamos H 0. 7. Conclusão: com 5% de significância podemos dizer que o coeficiente médio de restituição dos tacos excede 0,82.

Observação: Podemos calcular o Valor P para esse tipo de teste. Porém a tabela t só fornece valores aproximados. Para um cálculo exato é necessário usar um pacote estatístico.

Teste para Proporção

Muitas vezes queremos estimar a proporção de uma determinada população. Exemplo: proporção de ítens defeituosos em uma fábrica. Uma amostra de tamanho n é retirada de uma população grande. X (X n) dessas observações pertencem a uma determinada classe. Então ˆP = X n é um estimador da proporção p que pertence a essa classe. Observe que X Bin(n, p) e queremos estimar p.

Queremos testar hipóteses do tipo H 0 : p = p 0 vs H 1 : p p 0. O teste é feito usando aproximação da binomial pela normal. Esse procedimento é válido desde que p não seja muito próximo de 0 e nem de 1. É preciso um tamanho de amostra relativamente grande. Como X Bin(n, p) sob H 0, p = p 0 e X Bin(n, p 0 ). Então, sob H 0, a estatística de teste Z 0 = X np 0 np0 (1 p 0 ) tem distribuição aproximadamente N(0, 1).

Queremos testar H 0 : p = p 0 vs H 1 : p p 0. Sob H 0,aestatística de teste Z 0 = X np 0 np0 (1 p 0 ) tem distribuição aproximadamente N(0, 1) Fixamos um nível de significância (erro do tipo I) α. A decisão é Onde se z0 > z α/2 ou z 0 < z α/2 rejeitamos H 0 ; se zα/2 < z 0 < z α/2 não rejeitamos H 0. P(Z > z α/2 )=α/2.

A região crítica é dada por z 0 > z α/2 ou z 0 < z α/2.

Teste unilateral Podemos estar interessados em testar hipóteses como H 0 : p = p 0 vs H 1 : p > p 0. Valores altos ou baixos de x/n indicam que H 1 é verdadeira? Altos. A região crítica é formada apenas pela extremidade superior. Rejeitamos H 0 se z 0 > z α.

Teste unilateral Podemos querer testar H 0 : p = p 0 vs H 1 : p < p 0. Valores altos ou baixos de x/n indicam que H 1 é verdadeira? Baixos. A região crítica é formada apenas pela extremidade inferior. Rejeitamos H 0 se z 0 < z α.

Aproximado para proporção binomial Hipótese nula: Estatística de teste Z 0 = H 0 : p = p 0. X np 0 np0 (1 p 0 ). Hipótese alternativa Critério de rejeição H 1 : μ μ 0 z 0 > z α/2 ou z 0 < z α/2 H 1 : μ>μ 0 z 0 > z α H 1 : μ<μ 0 z 0 < z α

Exemplo: Considere a fabricação de semicondutores. O consumidor exige que a fração de defeituosos não exceda 0,05. O nível de significância α exigido é de α = 0, 05. Uma amostra de 200 aparelhos é observada. Dentre os 200, 4 são defeituosos (2%). Podemos concluir que a exigência do consumidor é satisfeita?

Exemplo: (solução) O parâmetro de interesse é a fração defeituosa no processo, p. Queremos testar H 0 : p = 0, 05 vs H 1 : p < 0, 05. Fixamos α = 0, 5 portanto z 0,05 = 1, 645. Rejeitamos H 0 se z 0 < 1, 645.

Exemplo: (solução) Temos que então z 0 = x = 4 n = 200 p 0 = 0, 05 x np 0 np0 (1 p 0 ) = 4 (200)(0, 05) = 1, 95. 200(0, 05)(1 0, 05) Como 1, 95 < 1, 645 rejeitamos H 0. Conclusão: com 5% de significância podemos dizer que o a fração de ítens defeituosos é menor que 0,05.

Observações: A estatística Z 0 pode ser escrita de outra forma. Seja X o número de observações em uma amostra de tamanho n que pertence a uma classe. ˆP = X n é a proporção amostral que pertence àquela classe. Temos que X np Z 0 = 0 np0 (1 p 0 ). Dividindo tudo por n temos que Z 0 = X/n p 0 p0 (1 p 0 )/n = ˆP p0 p0 (1 p 0 )/n. Temos assim a estatística de teste em termos da proporção amostral.