ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO ENSINO REGULAR



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Transcrição:

ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO ENSINO REGULAR Luciana Barros Farias Lima e Claudia Regina Pinheiro Machado Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO lucpeda@gmail.com claudiarmachado@gmail.com INTRODUÇÃO O presente estudo traz como tema a alfabetização de crianças com deficiência intelectual no ensino regular no município do Rio de Janeiro. O objetivo da pesquisa em questão é propor uma reflexão sobre como o processo de alfabetização pode ocorrer em ambientes heterogêneos, uma vez que, o professor necessite atuar em sala de aula considerando a diversidade de seus alunos de modo a realizar ações profissionais em que haja um planejamento flexível. Segundo a Declaração de Salamanca (1994) todos os alunos têm o direito à inclusão escolar e as instituições de ensino devem se adaptar as suas especificidades. Compreender de que forma o termo deficiência intelectual foi incorporado ao modelo de classificação e sistema de suporte da American Association on Intellectual and Developmental - (AAIDD, c2013). Por meio da pesquisa bibliográfica apresentamos a alfabetização das crianças com deficiência na etapa subsequente à educação infantil que pode ser considerada uma das etapas mais importantes da escolarização do indivíduo. Isto por representar o momento em que a criança tem a possibilidade do aprendizado da escrita e da leitura de uma maneira formal. Dizemos que a alfabetização é um processo, pois a partir do momento que o aluno consegue compreender tal etapa dar-se-á continuidade a esse momento nos anos que virão.

É de suma a pesquisa sobre a importância das relações que são construídas em sala de aula através da inclusão, o fato de poder realizar atividades direcionadas em conjunto faz com que o aluno com necessidades especiais tenha a possibilidade de construção de laços de amizade, a socialização e a ampliação de conhecimentos. Atualmente a deficiência intelectual, segundo a AAIDD (c2013) não é mais classificada como leve, moderada, profunda e severa, pois estas concepções não contemplam mais o indivíduo numa totalidade, portanto o seu desenvolvimento é avaliado de uma maneira global de acordo com alguns critérios dos comportamentos adaptativos (Comportamento adaptativo é o conjunto de habilidades conceituais, sociais e práticas que todas as pessoas aprendem a fim de função em suas vidas diárias): Habilidades conceituais: alfabetização; auto-direção; e conceitos de número, dinheiro e tempo. Habilidades sociais: habilidades interpessoais, responsabilidade social, auto-estima, credulidade, ingenuidade (ou seja, cautela), solução de problemas sociais, seguindo regras, a obediência às leis, e evitar serem vitimizados. Habilidades práticas: atividades da vida diária (higiene pessoal), qualificação profissional, uso de dinheiro, segurança, saúde, viagens, transporte, horários, rotinas e uso do telefone. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL O processo de alfabetização acontece de uma maneira formal no 1º ano do ensino fundamental, entretanto a preparação para esse momento ocorre anteriormente desde a educação infantil. Quando o aluno está cursando as etapas preparatórias é de suma importância que o professor estimule a criança através de brincadeiras de faz de conta, contação de histórias, a coordenação motora, jogos com regras e é possível incentivá-la ao conhecimento das letras iniciando-se com o seu nome, a grafia, o conhecimento das letras que o compõe. A partir do momento que o professor inicia o processo de alfabetização o aluno é estimulado no que se refere a Consciência Fonológica. Quando o aluno inicia o processo de alfabetização a Consciência Fonológica é estimulada se caracterizando pela percepção e distinção das palavras, a sua manipulação com as sílabas e os fonemas. É fundamental quando o aluno passa a tomar conhecimento do mundo letrado, pois ele passa a fazer relações

entre o oral e o escrito. Para tanto a sala de aula precisa ser um ambiente acolhedor e ao mesmo tempo instigante no qual o indivíduo se sinta parte desse espaço e interaja com as coisas, as pessoas e as atividades. Na alfabetização o professor pode incentivar o desenvolvimento da Consciência Fonológica a fim de que a criança alcance as etapas que são importantes para o seu desenvolvimento e a sua alfabetização. No aspecto fonológico existem três etapas que a criança alcança a medida que o seu entendimento da língua vai se modificando: Logográfica - consegue reconhecer as palavras, essa identificação pode ocorrer de diversas formas pelo formato, pelo som; Alfabética - nessa etapa a criança já codifica e decodifica as palavras e já segue as regras grafo-fonêmicas; Ortográfica - esse é o nível alfabético, nessa fase a criança já consegue construir e ter o entendimento do que está escrevendo. CARACTERIZAÇÃO E ASPECTOS PEDAGÓGICOS DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A deficiência intelectual é caracterizada por limitações no desenvolvimento do aspecto global do indivíduo, tais limitações incluem a aprendizagem escolar, o desenvolvimento sócio-afetivo, a memorização, o relacionamento interpessoal e tais questões afetam diretamente em sua alfabetização de forma significativa, pois o professor necessita elaborar diferentes formas e maneiras de traçar esse caminho. Segundo a American Association for Mental Retartion (Associação Americana de Retardo Mental), Deficiência mental é caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual global, acompanhadas por dificuldades acentuadas no comportamento adaptativo, manifestadas antes dos dezoito anos de idade. (AMERICAN ASSOCIATION FOR MENTAL RETARTION, 2002, apud GLAT, 2007, p. 82 ) No que se refere aos aspectos do desenvolvimento da deficiência intelectual temos cinco dimensões que são envolvidas: habilidades intelectuais, comportamento adaptativo, participação, interação e papel social, saúde e contexto. As habilidades intelectuais compreendem o raciocínio, a capacidade de elaboração, como é realizado o planejamento diante de situações, como se chega a resolução de problemas, o desenvolvimento do pensamento abstrato, entendimento de conteúdos, velocidade com que o aprendizado

ocorre e sua qualidade. Já o comportamento adaptativo se refere a capacidade de adaptação e aos aspectos da vida cotidiana. Quando falamos em habilidades conceituais nos remetemos a parte acadêmica, com relação a escrita e leitura, interpretação e entendimento do que está sendo proposto, conceitos do aspecto econômico e todo o desenvolvimento da linguagem. As habilidades práticas são constituídas pelo cuidado a si próprio, como vestir-se, alimentar-se, ter hábitos de higiene, cuidados com o seu espaço de convivência, dentre outros. E as habilidades sociais são os comportamentos com relação as pessoas, a expressão de suas opiniões, seguir regras, normas e conviver socialmente. Portanto no desenvolvimento do trabalho pedagógico se faz necessário identificar qual a necessidade e o interesse do aluno para a partir daí elaborar um planejamento de acordo com as reais necessidades. No período da alfabetização o professor pode desenvolver atividades no sentido de favorecer a formação e identificação de fonemas (letras do alfabeto) através de materiais concretos, como o alfabeto móvel, todavia, observamos que seja recorrente repetir as atividades para que o aluno consiga assimilar e memorizar letras e fonemas. Para o aluno com deficiência intelectual o professor precisa ter um discurso claro do que ele quer alcançar e no cotidiano pode-se explorar a criatividade e a imaginação através da construção de histórias, teatro, jogos sempre dando apoio e autonomia em todos os momentos possíveis. A educação especial foi a primeira referência no que diz respeito a escolarização de pessoas com deficiência, entretanto hoje se faz presente um novo paradigma que é a educação inclusiva. Para que possamos compreender o processo histórico de construção deste conceito faz-se necessário a realização de um breve histórico sobre como se deu a valorização da educação para a pessoa com deficiência. Nova proposta educacional todas as pessoas que estão envolvidas no processo educacional devem participar da inclusão do aluno, a escola deve promover acessibilidade física, adaptação curricular, acompanhamento especializado, materiais de acordo com a necessidade apresentada, formação continuada ao profissional para que a inclusão seja de fato realizada.

A inclusão no caso do aluno é benéfica, pois oportuniza a troca de relações, o respeito ao outro, a adequação ao ensino e faz com que se priorize uma classe heterogênea em que um aprende com o outro. Os sistemas de ensino devem matricular a todos os alunos, cabendo as escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (BRASIL, 2001). A educação inclusiva é o que está vigente atualmente no país, segundo a LDB 9394/96 (BRASIL, 1996) o ensino deve ser priorizado especificamente em escolas regulares proporcionando ao aluno com necessidades especiais o atendimento em sala de recursos (AEE), com materiais adaptados as suas necessidades, e professores especializados para atender as dificuldades específicas. Quando não houver possibilidade do aluno ser incluído em uma turma regular, o mesmo pode ser alocado numa classe especial sendo avaliado a possibilidade antes da decisão. No cotidiano escolar o professor tem a necessidade de realizar ações profissionais de formas específicas para que o aluno almeje o entendimento do que está sendo solicitado e corresponda a atividade, portanto é importante valorizar a identidade do aluno, proporcionando o desenvolvimento de sua personalidade e papel social. CONSIDERAÇÕES FINAIS Entendemos que a análise proposta sobre a alfabetização de crianças com deficiência intelectual em salas de aula do ensino regular nos mostrou que há necessidade de inclusão escolar, que envolva todos os atores sociais no processo, professores, alunos e familiares, ou seja, exige a participação de todos os envolvidos no processo educativo. Considerando a alfabetização como uma etapa importante na formação escolar do aluno com deficiência intelectual, as atividades lúdicas que serão desenvolvidas neste processo trarão um suporte pedagógico facilitador do ensino-aprendizagem.

É fundamental para a realização do trabalho com alunos deficientes intelectuais a dedicação, o amor, a paciência, pois nem sempre se consegue realizar o planejamento conforme combinado e é necessário ter flexibilidade para compreender e receber as respostas do processo de ensino-aprendizagem. REFERÊNCIAS AMERICAN ASSOCIATION ON INTELLECTUAL AND DEVELOPMENTAL DISABILITIES. Definition of intellectual disability. c2013. Disponível em: <>. Acesso em: 12 de abr de 2015. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 9394 de 1996. Brasília, DF: MEC, 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. 3. ed. Brasília, DF: Secretaria da Educação Fundamental, 2001. SALAMANCA. Declaração de Salamanca. Necessidades Educativas Especiais. In: UNESCO. Conferência Mundial sobre NEE. Salamanca: UNESCO, 1994.