, )4w.;.,, I I 1 r.,,:,,,,..:.,l, 1,111,4, lallifr.\ IWO. yno'á. s'a,,,,..,..'\,...r 1 '':. 1 411b0S TO eó Ne, ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. MARCOS A. SOUTO MAIOR ACÓRDÃO AGRAVO N 888.2004.007585-0/001 CAPITAL RELATOR : Dr. Romero Carneiro Feitosa (Juiz Convocado) AGRAVANTE: Capital Distribuidora de Veículos Ltda. ADVOGADO : Leopoldo Wagner Andrade da Silveira AGRAVADO : Fiat Automóveis S/A AGRAVO - PROCESSUAL CIVIL JUSTIÇA GRATUITA PESSOA JURÍDICA AUSÊNCIA DE PROVAS QUE DEMONSTREM A IMPOSSIBILIDADE DE ARCAR COM AS DESPESAS DO PROCESSO SEM PREJUDICAR A PRÓPRIA MANUTENÇÃO - INDEFERIMENTO DESPROVIMENTO. - Compreende-se que Os requisitos essenciais para a concessão da justiça gratuita à pessoa física não são os mesmos para a jurídica. Enquanto que para a primeira basta a declaração de impossibilidade de arcar com as custas sem prejuízo do sustento próprio ou da família, para a segunda á imprescindível a comprovação de sua inidoneidade financeira. - Com eleito, não basta a mera asserção da interessada no sentido de que sua atual situação financeira c a situação econômica lhe são desfavoráveis. Não havendo prova nesse sentido, impõe-se o indeferimento do benefício. Precedentes do STJ. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento, em que figuram como partes as acima nominadas. ACORDA, a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, na conformidade do voto do relator e da súmula de julgameitto de fls. 97, po unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. 1. RELATÓRIO 1., 1 1.
2 Trata-se de Agravo de Instrumento interposto contra decisão proferida pelo Juiz de Direito da 5 8 Vara Cível da Comarca da Capital, prolatada nos autos do processo n" 200.2004.030.773-4, que indeferiu o pedido de gratuidade judiciária, fixando o prazo de dez dias para pagamento das custas, sob pena de extinção do feito. De início, realçou, a agravante, que deixou de juntar o comprovante de pagamento das custas e preparo exatamente por estar pleiteando, com o presente recurso, os benefícios da justiça gratuita. No mérito, assevera que os balanços contábeis da empresa, acostados aos autos, comprovam sua debilidade financeira, não tendo condições, portanto, de arcar com as custas processuais, aspecto que elimina qualquer fundamento do indeferimento da pretensão. Requisitado, o Juízo a quo prestou informações, às fls. 62, afirmando que indeferiu o pedido, em razão da ausência de prova robusta da incapacidade financeira da agravante, como declarações de imposto de renda c de extratos bancários, bem como pelo fato de sua receita bruta totalizar o montante de R$ 4.614.372,42 (quatro milhões, seiscentos e quatorze mil, trezentos e setenta e dois reais e quarenta e dois centavos). Indeferimento do pedido de liminar às fls. 68. ' O agravado não apresentou contra-razões. A Procuradoria de Justiça emitiu parecer (fls. 84/86) defendendo tratar-se, o tema debatido no presente recurso, de situação não enscjadora dc intervenção opinativa obrigatória do Parque!, deixando de se manifestar, portanto, sobre o mérito da questão. É o relatório, em síntese. VOTO: O Exm" Sr. Dr. ROMERO CARNEIRO FEITOSA (Juiz de Direito Convocado - Relator) Não merecem prosperar as razões da recorrente. Cuida-se de agravo de instrumento contra decisão proferida numa Ação Regressiva de Indenização, a qual denegou pedido de justiça gratuita, sob o fundamento de que a recorrente não demonstrou satisfatoriamente sua situação de debilidade financeira, capaz de privá-la das condições necessárias ao pagamento das custas e demais despesas decorrentes do processo. Ora, consoante demonstrou o ilustre Juiz a quo, com relação à agravante, "não há como considerá-la pobre na forma da lei a ponto de não poder pagar as custas e taxas processuais, diante, não só da ausência de prova robusta nesse sentido, a exemplo da juntada de cópias de declarações de imposto de renda e de extratos bancários, como também em virtude da expressiva receita bruta da empresa, totalizando o valor de R$ 4.614.372,42". - Pois bem, não se incumbindo, a agravante (pessoa jurídica), através de documentos, de provar que não dispõe de meios ou condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogados, sem prejuízo próprio de sua manutenção, é med que se impõe o indeferimento dos benefícios da gratuidade judiciária.
f 3 Com efeito, a recepção do contido na Lei n" 1.060/50 deve ser ampla, sob pena de obstar-se o acesso à própria Justiça, direito este constitucionalmente garantido. O fato de o pretendente ao benefício da justiça gratuita ser pessoa jurídica não impede a concessão do benefício, mormente quando demonstra a necessidade do mesmo. Ademais, o art. 4" da Lei n" 1.060/50 não faz distinção entre a pessoa natural e a jurídica. Todavia, o entendimento pretoriano mais abalizado é o que tem se inclinado em estender a Justiça Gratuita às pessoas jurídicas, desde que comprovado que se encontram em precária situação financeira. In casu, tal condição não foi provada. Nesse sentido, é o entendimento é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos: PROCESSO CIVIL DIREITO DE ACESSO À JUSTIÇA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA AGRAVO INTERPOSTO PELO REQUERENTE CONTRA A DECISÃO QUE INDEFERIU O BENEFÍCIO NÃO CONHECIDO PORQUE SUBSCRITO POR DEFENSORIA PÚBLICA VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA GARANTIA DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO RECURSO PROVIDO I Nos termos da jurisprudência desta Corte, é possível a concessão do benefício da assistência judiciária à pessoa jurídica que demonstre a impossibilidade de arcar com as despesas do processo sem prejudicar a própria manutenção. (...). (STJ RESP 258174 RJ 4' T. Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira DJU 25.09.2000 p. 00110) O ministro Barros Monteiro, por sua vez, no julgamento do RESP 431239, ressaltou o entendimento de que mesmo em se tratando de entidade sem fins lucrativos, o benefício da gratuidadc da justiça, embora não se limite às pessoas físicas, somente será concedido às pessoas jurídicas desde que estas não possuam (e provem não ter) condições de arcar com as custas do processo e os honorários de advogado. Entendo que simples balancetes sintéticos de uni curto espaço de tempo, como os apresentados pela agravante, não podem satisfazer a exigência de prova 110 suficiente, capaz de caracterizar a hipossuficiência financeira da empresa. A agravante empresa há muito tempo no mercado, bem conhecida nesta Capital, bastando a qualquer cidadão passar por sua frente para visualizar os inúmeros automóveis a venda e os vários funcionários em atividade, não sendo crível, como bem disse o Magistrado a quo, que unia empresa que supostamente venha amargando sucessivos prejuízos ainda esteja atuando no mercado de forma tão intensa. Em suma, os requisitos essenciais para a concessão da justiça gratuita à pessoa física não são os mesmos para a jurídica. Enquanto para a primeira basta a declaração de impossibilidade de arcar com as custas sem prejuízo do sustento próprio ou da família, para a segunda é imprescindível a comprovação de sua inidoneidadc financeira. Firme em tais razões, NEGO PROVIMENTO AO REC RS 9, mantendo a decisão recorrida em todos os seus termos. É como voto.
, r. 4 Presidiu a Sessão o Excelentíssimo Desembargador JOSÉ DI LORENZO SERPA, que participou do Julgamento com este signatário, na condição de Relator, em substituição ao ínclito Desembargador MARCOS A. SOUTO MAIOR, e com o Excelentíssimo Desembargador MANOEL SOARES MONTEIRO. Presente à Sessão a,excelentíssima Doutora SÔNIA MARIA GUEDES A LCOFORADO, Procuradora de Justiça. Sala das S - es da Primeira Câr9-r2 Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, e oão Pessoa/PB, 31.agosto de 200(/ 1/RO izero CARN IRO UI' OSA.1 de Direito Cot : e.
TRIBUNAL DE JUSTIÇ" Coordenada ria Judiciátia attpistra do em 617 fj, 111 410