ESTUDO SOBRE O PROCESSO LOGÍSTICO DE ARMAZENAGEM E ESTOQUE DE UMA EMPREJA VAREJISTA LOCALIZADA EM BELÉM- PA

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Transcrição:

ESTUDO SOBRE O PROCESSO LOGÍSTICO DE ARMAZENAGEM E ESTOQUE DE UMA EMPREJA VAREJISTA LOCALIZADA EM BELÉM- PA AMANDA TAVARES CABRAL (IESAM) amanda.tavares.cabral@outlook.com JESSICA DO ROSARIO CARNEIRO (IESAM) jessica.carneiro@outlook.com Camilla Rachel Nunes da Silva (IESAM) camillanunes23@gmail.com Diante do contexto atual de complexidade da cadeia de suprimentos muitas empresas passaram a reavaliar suas funções organizacionais, observando que os investimentos realizados na parte logística seriam fatores determinantes na busca por competitividade. Nesse sentido, a logística passa a ter uma dimensão estratégica no gerenciamento de uma empresa, inclusive nas atividades de armazenagem e estoque de produtos. Dentre os setores que possuem seu gerenciamento fortemente relacionado a essas atividades está o setor varejista. Sabendo disso se faz necessário estudos que analisem como este setor está estruturando suas atividades logísticas com o intuito de servir como modelo para que essas atividades sejam feitas de maneira mais eficaz e com menor custo. Com isso foi realizado um estudo de caso em uma empresa varejista localizada em Belém-PA com o objetivo de analisar e estruturar as práticas adotadas nas atividades de armazenagem e estoque. Palavras-chave: logística, armazenamento, estoque

1. Introdução No mercado atual as empresas são constantemente exigidas em relação a sua agilidade e eficácia para manter seu padrão de excelência junto aos consumidores. Bem antes da Revolução Industrial, a melhoria contínua de produtos e processos tem sido fonte de vantagens competitivas para muitas empresas ao redor do mundo. Atualmente modernos paradigmas e filosofias de gestão de manufatura e logística têm procurado atingir vantagens competitivas de longo prazo por meio de melhorias contínuas e incrementais no chão de fábrica. Segundo Moreira (2002) a gestão de materiais é o conjunto de atividades que criam bens e serviços a partir do processo de transformação de entradas em saídas na empresa. Ela pode ser aplicada na empresa de modo a estabelecer um plano para a função operações a fim de que se possa otimizar o uso de seus recursos (GAZEL; SALLES, 2014). Para se obter um bom resultado diante da concorrência, há a necessidade de se cumprir prazos, haver a integração sistêmica de todos os setores da empresa e finalmente afinar parcerias que possam racionalizar processos e baixar os custos dentre todos os elementos da cadeia de suprimentos. Com o objetivo de analisar e estruturar o processo logístico de estoque e armazenagem foi realizado um estudo em uma empresa varejista localizada em Belém-PA abordando como uma gestão correta pode garantir maior competitividade no mercado. 2. Armazenagem e estoque Dentro do processo logístico, a armazenagem é considerada uma das atividades de apoio que dá suporte ao desempenho das atividades primárias, para que a empresa possa alcançar o sucesso, mantendo-se e conquistando clientes com pleno atendimento do mercado e satisfação total do acionista em receber seu lucro (POZO, 2004). A armazenagem consiste em gerenciar eficazmente o espaço tridimensional de um local adequado e seguro, colocado a disposição para a guarda de mercadorias que serão movimentadas rápida e facilmente, com técnicas compatíveis as respectivas características, 2

preservando a sua integridade física e entregando-a a quem de direito no momento aprazado. A logística da armazenagem abrange as atividades de planejamento, coordenação, controle e desenvolvimento do processo de mantimento/abrigo de materiais, estocando estes em condições adequadas para uso e realizando sua distribuição dentro do prazo solicitado (GRUPO LOGÌSTICA, 2012). Uma instalação de armazenagem pode desempenhar papéis diversos dentro da estrutura de distribuição adotada por uma empresa: recepção e consolidação de produtos de vários fornecedores, para posterior distribuição a diversas lojas de uma rede; recepção de produtos de uma fábrica e distribuição para diversos clientes. A armazenagem possui quatro atividades básicas: recebimento, estocagem, administração de pedidos e expedição (ARBACHE et al, 2004). Veja Figura 1. Figura 1 - Atividades do armazém. Fonte: Aula de logística Armazenagem, UFRJ Barros (2005) recomenda que a armazenagem deva ser planejada, envolvendo desde o layout do armazém, o manuseio de materiais, a embalagem, a identificação dos materiais, os métodos de localização de materiais, até o custo e nível de serviço que se deseja oferecer. 3

Lembra ainda que um dos aspectos mais relevantes deveria ser justamente a detecção do ponto de equilíbrio entre o custo de se manter estoque, com relação ao nível de serviço que se deseja oferecer. O gerenciamento de estoque surgiu para suprir uma necessidade das empresas de controlar tudo que se passava com os materiais, o período de cada um dentro dos armazéns, a quantidade mantida em cada compartimento, quando pedir novamente aquele produto (PASCOAL, 2008). Viana (2002) cita, que Assim, em qualquer empresa, os estoques representam componentes extremamente significativo, seja sob aspectos econômicos financeiros ou operacionais críticos. Em qualquer empresa, a preocupação da gestão de estoques está em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do sistema, tais como: custos de aquisição, de estocagem e de distribuição, nível de atendimento das necessidades dos usuários consumidores, etc. (PASCOAL, 2008). Logo, segundo Viana (2002), gerir estoques economicamente consiste essencialmente na procura da racionalidade e equilíbrio com o consumo, de tal maneira que: a) As necessidades efetivas de seus consumidores sejam satisfeitas com mínimo custo e menor risco de falta possível; b) Seja assegurada a seus consumidores e continuidade de fornecimento; c) O valor obtido pela continuidade de fornecimento deve ser inferior a sua própria falta. Bowersox e Closs (2001), dizem que o gerenciamento de estoque é o processo integrado pelo qual são obedecidas às políticas da empresa e da cadeia de valor com relação aos estoques. A abordagem reativa ou provocada usa a demanda dos clientes para deslocar os produtos por meio dos canais de distribuição. Uma filosofia alternativa é a abordagem de planejamento, que projeta a movimentação e o destino dos produtos por meio dos canais de distribuição, de conformidade com a demanda projetada e com a disponibilidade dos produtos. Uma terceira abordagem, híbrida é uma combinação das duas primeiras, resultando numa filosofia de gerenciamento de estoques que responde aos ambientes de mercado e dos produtos. 4

O controle de estoque é o procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias e produtos seja numa indústria ou no comércio. O controle de estoque deve ser utilizado tanto para matéria prima, mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas. O primeiro passo para conseguir um bom controle de estoque é ter um bom e confiável sistema que lhe auxilie na administração de todo o material de forma que ele consiga ainda realizar suas outras funções (PASCOAL, 2008). 3. Material e métodos A área de estudo será a empresa do setor varejista localizada em Belém-PA. Esta empresa trabalha com a venda de produtos de informática. A pesquisa exploratória foi feita através de estudo de caso, pois combina as diferentes formas de coletas de dados que se baseiam em várias evidencias, tais como: pesquisas bibliográficas (artigos, livros, revistas, jornais...) e digitais (material disponível na web), questionários (de caráter objetivo e subjetivo), formulários para a coleta de dados da empresa estudada, documentação, registro de arquivos, entrevistas e observação direta (YIN, 2005). E o método de pesquisa utilizado para observação é o chamado de clico PDCA - Plan (Planejar); Do (Executar); Check (Checar); Action (Agir Corretivamente). Segundo Wekerma (1995), o MASP, também conhecido como ciclo PDCA de melhorias, consiste em uma sequência de procedimentos racionais, baseada em fatos e dados, que visa levantar a causa de um problema a fim de combatê-lo e eliminá-lo. A Tabela 1 mostra todas as etapas deste processo, tendo como base o PDCA, onde deve ser inserido num ciclo de melhoria contínua. Desse modo Oliveira (2008), observou que na aplicação do MASP muitas ferramentas podem ser utilizadas no processo: análise de pareto, listas de verificação, 5W2H, diagrama de causa efeito, gráficos, diagramas de dispersão, fluxograma, Brainstorming, diagrama de afinidade e etc. Tabela 1: Etapas 5

Fonte adaptada: CAMPOS, (2004). Os dados primários coletados no estudo foram aplicados através de questionários na empresa. Posteriormente essas informações e imagens obtidas foram analisadas para montagem de gráficos, tabelas e o desenvolvimento do trabalho a fim de estruturar o processo logístico de armazenagem e estoque na empresa. 4. Resultados e discussões A empresa estudada é uma empresa varejista de médio porte, com sua matriz situada no centro da cidade de Belém do Pará. É do ramo de venda de produtos de informática. A empresa possui, além de sua matriz, lojas em todos os shoppings da cidade e duas lojas fora da cidade, uma em Marabá no Pará e outra em São Luís no Maranhão. No total de seis lojas (quatro lojas na cidade e duas fora). A empresa disponibiliza de um caminhão próprio para a distribuição dos produtos para as lojas da cidade e um caminhão terceirizado para a entrega dos produtos para as cidades de Marabá e São Luís. Em média, o tempo gasto para entregar os materiais é de 6 horas, duas filias por dia e tem que ser antes dos shoppings abrirem. Para Marabá, o processo de separação dos materiais se inicia na quinta- feira, o carregamento do caminhão é feito na 6

sexta-feira, no sábado os produtos são entregues na filial e na segunda o caminhão está de volta a Belém. O processo de entrega dos materiais nas filiais da cidade é feito duas vezes na semana (segunda-feira/terça-feira e quinta-feira/sexta-feira) e três vezes na central. São utilizados dois funcionários para a entrega, dois funcionários para a conferência do material na filial e três funcionários para fazer o carregamento dos produtos (Tabelas 2 e 3). ATIVIDADE CONFERÊNCIA DOS PRODUTOS ENTREGA DOS PRODUTOS Tabela 2 FILIAIS EM BELÉM (Shoppings) TEMPO QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS QUANTAS VEZES NA SEMANA 8 Horas 2 2 Vezes 1 Dia e 6 Horas Fonte: Autores (2014) 5 2 Vezes ATIVIDADE CONFERÊNCIA DOS PRODUTOS Tabela 2 FORA DE BELÉM (Marabá e São Luiz) TEMPO QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS QUANTAS VEZES NA SEMANA 1 Dia 2 1 vez ENTREGA DOS PRODUTOS 2 Dias 5 1 vez Fonte: Autores (2014) O processo de produção do setor logístico da empresa (Fluxograma 1) possui um sistema informatizado para auxiliar o processo de estocagem e distribuição que se baseia, primeiramente, nas seguintes etapas: Compra de produtos de informática de fornecedores, como por exemplo: Hp, Samsung, Motorola, cce, etc.. A quantidade de produtos comprados é de acordo com a demanda nas lojas da Sol Informática. Entrega dos produtos pelos fornecedores na loja matriz da Sol Informática. Uma vez que o material é entregue, deve-se providenciar, imediatamente, o processo de 7

conferência e destinação para a expedição, requerendo que todas as informações do produto e da sua destinação estejam disponíveis no sistema, no intuito de não haver qualquer tipo de interrupção no fluxo. Leva-se entorno de 8 horas para a conferência dos produtos e 2 funcionários. Cada produto é identificado e liberado para o estoque. Quando os produtos chegam ao estoque, são armazenados de forma organizada em cada setor de acordo com suas especificidades e demandas (Conforme Figura 2). Figura 2 Armazenagem/ Estoque Fonte: Autores (2014) Uma vez já armazenado, é feita a listagem dos pedidos para reposição e/ou venda em cada loja da empresa e embalados para distribuição (conforme Figura 3). O tempo gasto para essa operação é de 1 dia. Figura 3 Embalagem/ Reposição. 8

Fonte: Autores (2014) Fluxograma 1 Processo de produção do setor logístico. Fonte: Autores (2014) De acordo com a análise de processos é importante fazer um diagrama de causa e efeito para melhor visualizar o processo de produção e identificar possíveis gargalos que prejudicam/ 9

atrasam o andamento da produção. Nesse caso, foi feito o diagrama abaixo: Figura 4 Diagrama de causa e efeito. Fonte: Exército Brasileiro Para facilitar o agrupamento das causas em família, utilizamos a técnica conhecida como 7M: Mão-de-obra; Máquinas e equipamentos; Método; Materiais; finanças (Money), gerenciamento (Management) e Meio ambiente, onde se relacionam causas afins a espaço físico, layout, temperatura, iluminação, ruído, gases, resíduos, etc. A partir de então, fizemos o questionário abaixo sobre a empresa: 1. Mão-de-obra a) O pessoal está qualificado? b) Possui experiência? c) Está motivado? É suficiente? É adequado? 2. Máquinas e equipamentos a) São suficientes? São adequados? b) A manutenção é adequada? 10

c) O arranjo físico é adequado? 3. Método a) As rotinas são claras e objetivas? b) Existem excessos de burocracia?, às vezes na liberação da nota fiscal de algum produto. c) As normas atuais cumprem a finalidade? d) Há trabalhos que seriam mais bem executados em outro setor? Não e) Existe retrabalho? Não, pois há o código de barras como codificador de cada produto, o que facilita a identificação destes. 4. Materiais a) Estão disponíveis quando necessários? b) Possuem a qualidade certa? 5. Finanças (money) a) Está disponível quando necessário? b) Existem excessos de restrições? 11

Não 6. Gerenciamento (management) a) Os controles são adequados? Existem controles ou relatórios inúteis?, são adequados. Não há relatórios inúteis. b) As medidas de desempenho são colhidas e avaliadas?, pois há um sistema tecnológico informacional da própria empresa que faz essas avaliações. 7. Meio ambiente a) O layout, a iluminação e a temperatura são adequados? Existem ruídos?, o layout foi modificado para atender a necessidade da demanda dos produtos que ser armazenados. b) Existem outros tipos de condições ambientais desfavoráveis (poluição, lixo, gases, resíduos industriais, etc)? Não Como pode ser observada, a empresa em questão é bastante estruturada e consolidada no mercado. Sua equipe de trabalho é bastante treinada e capacitada. A empresa também dispõe de um sistema informacional atualizado no processo de produção, um espaço físico bem aproveitado e layout organizado. O maior problema enfrentado pela empresa é no atraso da liberação da nota fiscal de alguns produtos, o que acarreta, muitas vezes, o acúmulo de produtos no setor de carregamento e entrega da empresa. Conclusão A logística atualmente se constitui em uma função que permite as empresas conquistarem vantagens competitivas no mercado. No que diz respeito a armazenagem e estoque, devido ao alto custo envolvido, ter o conhecimento das práticas adotadas nessas duas atividades torna-se um fator importante na busca por competitividade. Conforme os objetivos estabelecidos, concluiu-se que o trabalho possibilitou analisar e estruturar todo o processo logístico de armazenagem e estoque em uma empresa varejista de 12

médio porte localizada em Belém-PA. Ao se analisar um processo, é comum encontrar diversos erros/desvios. Existem várias formas de identificar a ocorrência de problemas nos processos, das mais simples as mais intuitivas. A forma utilizada neste trabalho foi o método de análise de processos de causa e efeito e o 7M que facilitou a compreensão dos processos existentes e por meio deles foi feito um questionário no qual tornou-se possível observar que a liberação das notas fiscais de alguns produtos era demorada, o que por consequência atrasava os processos de conferência, carregamento e entrega dos produtos aos clientes. REFERÊNCIAS ARBACHE, Fernando Saba et al. Gestão de logística: distribuição e trade marketing. Rio de Janeiro: FGV, 2004. ARIOLI, E.E. Análise e solução de problemas: o método da qualida de total com dinâmica de grupo. 1 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. 340 p. AZEVEDO, T. CARMO, L. CERYNO, P. ANDRADE, L. ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUES A PARTIR DA INTRODUÇÃO DE UMA FAST PICKING AREA (FPA) EM UM ARMAZEM. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Curitiba-PR, 2014. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2014_tn_sto_195_103_24703.pdf > Acesso em: 07 abril. 2015. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 4ª ed. São Paulo: Editora Bookman, 2004. BARROS, Nivia Valença. Curso: Capacitação para Conselhos Tutelares - Projeto SIPIA - ministrado na Faculdade de Administração Niterói /UFF, 14, 15 e 17 de julho de 2005. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial. São Paulo Ed. Atlas S. A. 2001. BUSSINGER, V. O que é logística?. Disponível em: <http://ebeplogistica.blogspot.com.br/p/o-que-e-logistica.html> Acesso em: 04 jun. 2014. CAMPOS, Vicente F. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Belo Horizonte: Ed. INDG Tecnologia e Serviços, 2004 DEMING, W.E. Qualidade: a revolução na administração. 1. ed. Rio de Janeiro: Marques- 13

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