RCG 0376 Risco Anestésico-Cirúrgico

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Transcrição:

RCG 0376 Risco Anestésico-Cirúrgico Luís Vicente Garcia Disciplina de Anestesiologia Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo

Aula 6 Diretrizes (2) Luís Vicente Garcia lvgarcia@fmrp.usp.br Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo

Protocolo da ACC/AHA

diretrizes Preditores de risco (clínicos) (iam, icc, morte) Maiores Intermediários Menores síndromes coronarianas icc descompensada arritmias significantes valvulopatia grave angina leve IAM prévio ICC compensada diabetes mellitus insuf. renal crônica idade ECG anormal ritmo não sinusal capacidade func. Baixa história de AVC hipertensão sem controle

Preditores de risco (cirúrgicos) Maiores > 5% diretrizes cirurgia de urgência (idoso) aorta e outras vasculares vascular periférica grande perda sangue grande perda líquida Intermediários < 5% carótida cabeça e pescoço intra-peritonial intra-torácica ortopédica próstata Menores < 1% catarata procedimentos endoscópicos mama cirurgias superficiais

diretrizes cirurgia da aorta 1000 pacientes consecutivos 60 % dos pacientes tinham pelo menos uma artéria coronária ocluída

diretrizes cirurgia da aorta ACC/AHA x morbidade baixo 101 pacientes intermediário 79 pacientes alto 23 pacientes 9% 14% 24% Bartels et alh.,1997

protocolo Passo 1 cirurgia de urgência? sim não fazer cirurgia sem avaliação, mas tomando cuidado Passo 2

protocolo Passo 2 revascularização últimos 5 anos? sim não Sinais & sintomas recorrentes? não sim anestesia Passo 3

protocolo Passo 3 Avaliação coronariana recente? sim não Passo 4 Angiografia ou testes de estresse? normal anormal anestesia Passo 4

diretrizes Preditores de risco (clínicos) (iam, icc, morte) Maiores Intermediários Menores síndromes coronarianas icc descompensada arritmias significantes valvulopatia grave angina leve IAM prévio ICC compensada diabetes mellitus insuf. renal crônica idade ECG anormal ritmo não sinusal capacidade func. Baixa história de AVC hipertensão sem controle

protocolo Passo 4 Retardar o procedimento cirúrgico Preditores clínicos MAIORES INTERMEDIÁRIOS MENORES angina instável ICC descomp arritmias significantes valvulopatia grave angina IAM prévio ICC comp diabetes mellitus idade > 70 ECG anormal não sinusal baixa capac func história de AVC hipertensão

protocolo Passo 4 Preditores clínicos MAIORES Retardar ou cancelar anestesia angiografia p/ posterior conduta

protocolo Passo 4 Preditores clínicos intermediários Passo 5

protocolo Protocoo da ACC/AHA Passo 5 < 4 mets intermediários > 4 mets Capacidade funcional Risco do procedimento alto interm baixo

protocolo Protocoo da ACC/AHA Passo 5 < 4 mets intermediários > 4 mets Capacidade funcional Risco do procedimento alto interm baixo anestesia cuidados p.o

protocolo Protocoo da ACC/AHA Passo 5 < 4 mets intermediários > 4 mets Capacidade funcional Risco do procedimento alto interm baixo Passo 6 baixo Teste não invasivo anestesia cuidados p.o alto angiografia

Protocolo da ACC/AHA Passo 4 Preditores clínicos menores Passo 7

protocolo Passo 7 menores < 4 mets > 4 mets Capacidade funcional anestesia

protocolo Passo 7 menores < 4 mets alto Risco do procedimento baixo ou interm. > 4 mets Capacidade funcional Passo 8 Teste não invasivo alto baixo anestesia angiografia

Boersma et al., FMRP 2001 USP protocolo idade > 70 anos fatores associados angina a alto índice de risco após cirurgia vascular IAM prévio ICC compensada diabetes mellitus AVC prévio ou ataque transitório insuficiência renal zero fatores 1 ou 2 fatores SEM COM SEM COM 1,2% 0,0% 3,0% 0,9% Três ou mais fatores paciente está pronto Instituir β bloqueador?

protocolo idade > 70 anos angina IAM prévio ICC compensada diabetes mellitus AVC prévio ou ataque transitório insuficiência renal Instituir β bloqueador - 5,8% Três ou mais fatores ecocardiografia de estresse com dobutamina sem isquemia isquemia limitada isquemia extensa + 2,0% - 33,0% + 2,8% - 33,0% + 36,0% Instituir β bloqueador Angiografia? Revascularização?

protocolo Teste de esforço Menos invasivo Sensibilidade de 68 a 81% Especificidade de 66 a 77% Boa relação custo/benefício

protocolo Estresse farmacológico dipiridamol dobutamina

protocolo Imagem Angiografia Cintilografia

REVASCULARIZAÇÃO Angioplastia Bypass coronariano

REVASCULARIZAÇÃO CARP TRIAL (coronary artery revascularization prophylaxys) pacientes angiografia revascularização não revascularização

REVASCULARIZAÇÃO CARP TRIAL (coronary artery revascularization prophylaxys) pacientes Morbidade na fase de revascularização: 1,7% Sem diferença na taxa de morte após 2,7 anos Mcfalls et al., 2004.

Estratégias para prevenir complicações stents coronarianos? Vantagens x desvantagens

Estratégias para prevenir complicações Medicamentos Revascularização Monitorização peri-operatória Técnica anestésica

Estratégias para prevenir complicações O que fazer, então?

Obrigado pela atenção Luís Vicente Garcia lvgarcia@fmrp.usp.br Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo