HIPERTERMIA MALIGNA EM PACIENTE SUBMETIDA À CORREÇÃO DE GIGANTOMASTIA: RELATO DE CASO



Documentos relacionados
Pós operatório em Transplantes

DOENÇAS CARDÍACAS NA INSUFICIÊNCIA RENAL

Prof. Dr. José O Medina Pestana. Hospital do Rim e Hipertensão Disciplina de Nefrologia, Universidade Federal de São Paulo

RESOLUÇÃO CREMEC nº 44/ /10/2012

TEMA: Uso de Calcitriol no hipoparatireoidismo após cirurgia de tireóide

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS.

CIRURGIA DO NARIZ (RINOPLASTIA)

CONDUTAS: EDEMA AGUDO DE PULMÃO

Sessão Cardiovascular

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: UMA PERSPECTIVA BIBLIOGRÁFICA

O que é O que é. colesterol?

TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO E HIPERTENSÃO INTRACRANIANA

VIVER BEM OS RINS DO SEU FABRÍCIO AGENOR DOENÇAS RENAIS

Do nascimento até 28 dias de vida.

CURSO DE HABILIDADES PRÁTICAS EM MEDICINA INTENSIVA 8 e 9 de agosto de e 04 de outubro de 2014

DO TERMO DE CONSENTIMENTO

OUTUBRO. um mes PARA RELEMBRAR A IMPORTANCIA DA. prevencao. COMPARTILHE ESSA IDEIA.

Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite

2. HIPERTENSÃO ARTERIAL

A Estética da Mama CLÍNICA FERNANDO BASTO

EXERCÍCIO E DIABETES

Implante de Silicone nos Seios. 8 Questões frequentes

AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA

Dr. Luiz Carlos Pavanetti Instituto do Rim de Marília

Leia estas instruções:

CIRURGIA DE OTOPLASTIA (PLÁSTICA DE ORELHAS) Termo de ciência e consentimento livre e esclarecido

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

Conheça mais sobre. Diabetes

Diagnóstico do câncer de mama Resumo de diretriz NHG M07 (segunda revisão, novembro 2008)

Fraturas Proximal do Fêmur: Fraturas do Colo do Fêmur Fraturas Transtrocanterianas do Fêmur

Hemoglobinopatias. Dra. Débora Silva Carmo

Como prescrever o exercício no tratamento do DM. Acad. Mariana Amorim Abdo

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Tiaprida Generis é um neuroléptico indicado no tratamento de perturbações do comportamento.

Folheto informativo: Informação para o utilizador. Norcuron 4 mg pó para solução injetável Norcuron 10 mg pó para solução injetável

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO EM SÍTIO CIRÚRGICO (ISC)

Eletroconvulsoterapia (ECT)

OBJETIVOS GERAIS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Tylemax Gotas. Natulab Laboratório SA. Solução Oral. 200 mg/ml

PATOLOGIAS FETAIS E TRATAMENTO CLÍNICO INTRA-UTERINO. arritmias cardíacas. hipo e hipertireoidismo. defeitos do tubo neural

Insuficiência respiratória aguda. Prof. Claudia Witzel

Síndrome de compartimento de perna pós fratura de tornozelo bilateral: Relato de caso

PROTOCOLO GERENCIADO DE SEPSE PACIENTE COM CONDUTA PARA SEPSE (OPÇÃO 2 E 3 - COLETA DE EXAMES/ANTIBIÓTICO)

Descobrindo o valor da

Protocolo de Choque no Pósoperatório. Cardíaca

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E EDEMA AGUDO DE PULMÃO. Prof. Dr. José Carlos Jucá Pompeu Filho Cardiologista- Ecocardiografista

TÍTULO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Á CRIANÇA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE TRANSPLANTE CARDÍACO

:: Taquicardia ventricular catecolaminérgica

Médico formado pela. Sobre o Autor. Implante de Silicone nos Seios. Dr. João Carlos Correa Eschiletti

CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS (IHS 2004)

CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM EMERGÊNCIAS CLÍNICAS

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata

Entenda o que é o câncer de mama e os métodos de prevenção. Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)

03/07/2012 PNEUMONIA POR INFLUENZA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, ONDE ESTAMOS? Encontro Nacional de Infecções Respiratórias e Tuberculose

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM ENFERMAGEM CIRÚRGICA MÓDULO III Profª Mônica I. Wingert 301E COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS

Remuneração Hospitalar. Modelo com Diária e Atendimento Semi-Global

Resposta ao Recurso da Candidata Camila Karla da Cunha Gonçalves

Atualização do Congresso Americano de Oncologia Fabio Kater

Caso Clínico. Emanuela Bezerra - S5 28/04/2014

P R O S T AT E C T O M I A R A D I C A L L A P A R O S C Ó P I C A

Daiichi Sankyo Brasil Farmacêutica Ltda.

O que fazem os grupos científicos para o controle e tratamento do câncer de mama no Brasil? SBM

Urologia Pediátrica Dr. Eulálio Damazio

Cefaleia crónica diária

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014 PROVA OBJETIVA

MAMOPLASTIA REDUTORA E MASTOPEXIA

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR TRM. Prof. Fernando Ramos Gonçalves-Msc

Anexo A DORFEN CAZI QUIMICA FARMACÊUTICA IND. E COM. LTDA. Solução oral. 200mg

Dr. Fábio Luiz Frade CIRURGIA PLÁSTICA

Imagem da Semana: Radiografia, Tomografia computadorizada

Acidentes por animais peçonhentos e uso racional de soros antiveneno.

Apesar de ser um tumor maligno, é uma doença curável se descoberta a tempo, o que nem sempre é possível, pois o medo do diagnóstico é muito grande,

Ácido nicotínico 250 mg, comprimido de liberação Atorvastatina 20 mg, comprimido; Bezafibrato 400 mg, comprimido; Pravastatina 20 mg, comprimido;

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TRANSFERÊNCIA DE PACIENTE INTERNA E EXTERNA

Paciente de 89 anos, vem à consulta médica relatando nauseas e vômitos há 2 dias. Previamente à consulta encontravase bem, assintomática.

1. INTRODUÇÃO TIPOS DE TRANSPORTE Transporte intra-hospitalar: Transporte inter-hospitalar:...6

Metástase Cutânea de Carcinoma de Células Claras Renais: Relato de Caso Aichinger, L.A. 1, Kool, R. 1, Mauro, F.H.O. 1, Preti, V.

Qual é a função do Sistema Nervoso Central?

Primeira Lei de Mendel e Heredograma

Recebimento de pacientes na SRPA

TYNEO. (paracetamol)

Indicações e Cuidados Transfusionais com o Paciente Idoso

paracetamol Biosintética Farmacêutica Ltda. Solução oral 200 mg/ml

GASOMETRIA ARTERIAL GASOMETRIA. Indicações 11/09/2015. Gasometria Arterial

O que é câncer de estômago?

Avaliação da Fisioterapia em Pré e Pós Cirurgia Plástica

NOVEMBRO DOURADO VIVA ESTA IDEIA! VENHA PARTICIPAR!

Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes

azul NOVEMBRO azul Saúde também é coisa de homem. Doenças Cardiovasculares (DCV)

JUN Revista Veja 2010

Via Aérea Difícil. Dr. Antonio Roberto Carraretto, TSA-SBA

Hepatites Virais 27/07/2011

ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

TREINAMENTO CLÍNICO EM MANEJO DA DENGUE Vigilância Epidemiológica Secretaria Municipal de Saúde Volta Redonda

INSTITUTO DE DOENÇAS CARDIOLÓGICAS

Transcrição:

RELATO DE CASO Vasconcelos JVRM et al. HIPERTERMIA MALIGNA EM PACIENTE SUBMETIDA À CORREÇÃO DE GIGANTOMASTIA: RELATO DE CASO Malignant hyperthermia in patient submitted to gigantomastia correction: case report JOÃO VICENTE RODRIGUES MAIA VASCONCELOS 1, FERNANDO HIROMITSU SUGUITA¹, ANDRÉA RAMOS CARDOSO², ANTÔNIO ROBERTO BOZOLA³ RESUMO A hipertermia maligna é uma doença genética rara, desencadeada por anestésicos halogenados ou succinilcolina. É mais comum em crianças e adultos jovens. Reconhecê-la precocemente pelos seus sinais clínicos e introdução imediata do tratamento específico com dantrolene sódico diminuem sua morbidade e mortalidade. Os autores relatam um caso da doença em uma paciente de 25 anos, hígida, que foi submetida à correção de gigantomastia bilateral, alertando os cirurgiões de sua existência, pois se trata de caso raro. SUMMARY Malignant hyperthermia is a rare genetic disease, unleashed by halogenate anesthetics or succinylcholine. It is more frequent in children and young adults. Recognize it early by its clinical signs and prompt introduction of specific treatment with sodium dantrolene decrease morbidity and mortality. The authors report a case of the disease in a 25 years old, healthy patient submitted to a gigantomastia correction, warning surgeons of its existence. Descritores: Hipertermia maligna. Dantroleno. Cirurgia plástica. Suscetibilidade à doença. Descriptors: Malignant hyperthermia. Dantrolene. Surgery, plastic. Disease susceptibility. 1. Médico residente do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP. 2. Médica residente de Cirurgia Geral do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP. 3. Professor Doutor em Cirurgia Plástica pela UNIFESP, Membro Titular da SBCP e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP. Correspondência para: Antonio Roberto Bozola Clínica Imagem de Cirurgia Plástica. Av. José Munia, 7075 - São José do Rio Preto, SP - CEP: 15085-350 Telefax: 0xx17 3227-9200 - E-mail: bozola.imagem@riopreto.com.br / bozola@bozola.com.br 126

Hipertermia maligna em paciente submetida à correção de gigantomastia INTRODUÇÃO A hipertermia maligna é uma doença hereditária autossômica dominante, rara, caracterizada por resposta hipermetabólica aos anestésicos voláteis (tais como halotano e isoflurano) e succinilcolina. Há uma alteração da homeostase intracelular do cálcio, causando hiperatividade contrátil, aumento do consumo de oxigênio e da produção de gás carbônico, hipertermia e lise celular. Seu diagnóstico precoce e a introdução imediata do tratamento podem evitar o óbito do paciente. O objetivo do trabalho é descrever um caso da doença em uma paciente jovem, previamente hígida, submetida à correção de gigantomastia bilateral. RELATO DO CASO Paciente de 25 anos, sexo feminino, apresentava-se com quadro de gigantomastia e queixa de dor em coluna vertebral; negava alergias, comorbidades, cirurgias prévias e tabagismo. Relatava cãimbras aos esforços físicos; exames pré-operatórios sem alterações. Submeteu-se a sua primeira cirurgia e anestesia, sob anestesia geral com isoflurano, O 2, sufentanil, propofol e atracúrio. A cirurgia proposta foi correção de gigantomastia bilateral, com cicatriz em T. Após 1 hora e 40 minutos de ato anestésico-cirúrgico, apresentou taquicardia, sudorese, queda de saturação de O 2, rigidez muscular e hipertermia (41,5ºC). Foram feitos diagnóstico imediato e tratamento precoce para hipertermia maligna, sendo suspenso o isoflurano, hidratação e estímulo da diurese, dantrolene sódico 2,5 mg/kg, resfriamento ativo (Figura 1) e levada à UTI após rápido término da cirurgia. Chegou à UTI sob ventilação mecânica, com infusão de dantrolene 1,0 mg/kg endovenoso, por 48 horas. Desenvolveu complicações, tais como síndrome compartimental (Figura 2) em perna direita; insuficiência renal aguda (Figura 3), sendo necessária hemodiálise diária; e pneumonia. Realizada traqueostomia aos 20 dias e alta da UTI com 30 dias. Após 10 dias no quarto, recebeu alta hospitalar e não foi mais necessária a hemodiálise. A cirurgia da mama não apresentou nenhuma complicação. A cânula de traqueostomia foi retirada após 7 dias da alta. DISCUSSÃO A hipertermia maligna foi primeiramente descrita, em 1960, por Denborough 1,2 e, em 1968, um paciente de 16 anos de idade desenvolveu a doença após anestesia para correção de fratura de mandíbula e de perna direita 3. É uma doença Figura 1 Resfriamento ativo externo por meio de compressas com gelo por todo o corpo da paciente. 127

Vasconcelos JVRM et al. Figura 2 Síndrome compartimental em perna direita, que foi tratada com fasciotomia (3 incisões longitudinais). Figura 3 Evolução da creatinina sérica e da CPK, do 1º para o 2º dia de UTI, coincidindo com o início da Insuficiência Renal Aguda. creatinina (mg/dl) CPK (UI/I) dia 1 dia 2 dia 1 dia 2 128

Hipertermia maligna em paciente submetida à correção de gigantomastia Figura 4 Reversão da acidose metabólica após o início da administração do dantrolene sódico. Evolução ph Tempo autossômica dominante rara, que tem como características principais a resposta hipermetabólica a halogenados ou a succinilcolina, a destruição muscular e a hereditariedade 4. Suas manifestações iniciais são taquicardia (96%), taquipnéia (85%), instabilidade hemodinâmica (85%), rigidez muscular (83%) e cianose (71%). Nem sempre a hipertermia é manifestação inicial (30% casos). Destacam-se, ainda, o aumento do nível de potássio, CPK (algumas crises acima de 20.000 UI/L), creatinina e distúrbios da hemostasia, tendo complicações como hipertensão arterial, insuficiência renal aguda, síndrome compartimental 5, choque e arritmias. A doença tem incidência de 1 para 15.000 crianças e de 1 para 50.000 100.000 adultos, com mortalidade em torno de 10%. Os fatores de risco conhecidos são doenças musculares, história de cãimbras, estrabismo e ptose palpebral, entre outros. O diagnóstico definitivo é realizado por meio de biópsia muscular associada com teste de contração halotano-cafeína, que tem sensibilidade e especificidade de 85%. O prognóstico piora quanto maior o tempo para diagnóstico e introdução do tratamento, o qual deve consistir da interrupção dos agentes desencadeantes, hiperventilação, iniciar o dantrolene sódico na dose de 2,5 mg/kg para reversão da acidose (Figura 4), correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, resfriamento ativo, estímulo da diurese e tratamento das arritmias. Esta afecção tem grande importância dentro da cirurgia plástica, já que a maior freqüência é em pacientes jovens e incide com relativa freqüência (38% dos casos relatados) em cirurgia de cabeça e pescoço 6. O cirurgião plástico poderá ser o primeiro a perceber o início do quadro pela visibilização de sangue escuro no campo cirúrgico, pele cianótica, sudorese e hipertermia do paciente 7. Portanto, saber reconhecê-la e tratála precocemente é de extrema importância. Os pacientes suscetíveis à doença podem ter uma cirurgia plástica segura, evitando-se o uso dos anestésicos desencadeantes, monitorizando a temperatura central e uso de capnografia, disponibilizando dantrolene na sala de operação e uma boa observação pós-anestésica. Em 1988, Wackynn et al. 8 tiveram cinco pacientes suscetíveis anestesiados com segurança, sem qualquer intercorrência, em cirurgias na Universidade da Califórnia (UCLA), utilizando as medidas de prevenção anteriormente citadas. CONCLUSÃO A hipertermia maligna pode ocorrer em pacientes jovens e hígidos, e o objetivo deste trabalho é alertar cirurgiões e anestesiologistas da necessidade de diagnóstico e tratamento precoces. 129

Vasconcelos JVRM et al. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Denborough MA, Forster JF, Lovell RR, Maplestone PA, Villiers JD. Anaesthetic deaths in a family. Br J Anaesth. 1962;34:395-6. 2. Denborough MA. Malignant hyperthermia. Lancet. 1998;352(9134):1131-6. 3. Davis DG. Malignant hyperthermia and plastic surgery. Case report. Plast Reconstr Surg. 1969;44(5):495-9. 4. Amaral JLG, Carvalho RB. Hipertermia maligna. In: Manica J, et al., eds. Anestesiologia: princípios e técnicas. 3ª ed. Rio de Janeiro:Artmed;2004. p.1207-24. 5. O Donnell CJ, Beck DH, Taylor BL, Smith GB. Upper limb compartment syndromes: a complication of malignant hyperthermia in a patient with ill-defined myopathy. Br J Anaesth. 1995;74(3):343-4. 6. Eichhorn JH. Malignant hyperthermia revisited. Plast Reconstr Surg. 1988;82(5):883-5. 7. Dohlman LE. Malignant hyperthermia: a consideration for plastic surgeons. Plast Reconstr Surg. 1982;69(3):547-51. 8. Wackynn PA, Dubrow TJ, Abdul-Rasool IH, Lesavoy MA. Malignant hyperthermia in plastic surgery. Plast Reconstr Surg. 1988;82(5):878-82. Trabalho realizado no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, SP. Artigo recebido: 23/04/2007 Artigo aprovado: 30/05/2007 130