O AFETO QUE EDUCA: afetividade na aprendizagem

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Transcrição:

O AFETO QUE EDUCA: afetividade na aprendizagem RESUMO Este artigo é fruto de uma pesquisa bibliográfica que busca através das concepções do pensador Henry Wallon (1879-1962),que dedicou grande parte de sua vida no estudo da afetividade, destacar a importância do afeto nas relações interpessoais em salas de aula. O afeto, um assunto pouco valorizado na educação escolar, se mostra fundamental na construção da pessoa e do conhecimento. Visitando pesquisas de alguns estudiosos sobre o tema, podemos perceber que a afetividade está presente na relação professor-aluno e depende do contexto sócio-cultural. Nesse sentido, a temática se mostra relevante de ser abordada na formação inicial e continuada de professores. Palavras chave: Afeto, Relação Professor-Aluno,Afetividade, Ambiente Escolar. INTRODUÇÃO Tão importante quanto às metodologias de ensino usadas no cotidiano escolar é o espaço que o afeto ocupa na construção do conhecimento, afirmam alguns teóricos da psicologia do desenvolvimento, como Piaget, Vigotski e Wallon. Para Wallon (1979), duas funções básicas constituem a personalidade: afetividade e inteligência. A afetividade está relacionada às sensibilidades internas e se orienta em direção ao mundo social e para a construção da pessoa; a inteligência, por sua vez, vincula-se às sensibilidades externas e está voltada para o mundo físico, para a construção do objeto. As relações sujeito e objeto do conhecimento a afetividade se fazem presentes na mediação sutil que incentiva a empatia, a curiosidade, capaz de fazer a criança avançar em suas hipóteses no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Nesse sentido razão e emoção não se dissociam, visto que uma não acontece sem a outra. Ter consciência das relações afetivas que ocorrem de forma sensível e predominante nos momentos de mediação cotidianas está em consonância com a ideia de educação mais humana, tratando a criança como pessoa completa e

possibilitando que o momento de aprendizado não se desvincule do ser criança, isto é, dos seus interesses e necessidades. Todas as atitudes humanas são permeadas pelo afeto, que influência nas decisões a serem tomadas. Especificamente no contexto escolar, o professor não se limita a atuar na esfera cognitiva, desconsiderando as relações afetivas no aprendizado e desenvolvimento cognitivo. Este tipo de dicotomia leva a crer que o afeto não faz parte das atitudes humanas; desta forma se faz tão necessário ser problematizada na formação docente o papel da afetividade no desenvolvimento e aprendizagem. Diante disso se destaca a seguintequestão: É possível ser profissionalmente afetivo ao lidar com situações de aprendizagem nas salas de aula? Falar do afeto como fator do fazer pedagógico é dar sentido às formas de propor atividades e na realização das mesmas. Nos momentos de aprendizagem, a afetividade vem como compromisso do professor em atentar ao seu aluno e criar meios para que aconteça um aprendizado efetivo e significativo. Esse comprometimento é um ato afetivo, se não com o aluno, em respeito a sua opção profissional. Isto requer refletir que, apesar de todos os percalços, devem-se encontrar as brechas para desenvolver na prática aquilo que se acredita. As práticas dos professores e sua dedicação aos alunos revelam, além de comprometimento, afeto. Durante décadas professores atuaram em salas de aula sem talvez não se atentarem para os aspectos afetivos e essa invisibilidade do afeto ainda se mostra presente nas relações educador/educando e entendemos que considerando o afeto é possível ver que esse contribui favoravelmente na aprendizagem dos alunos. Tivemos grandes contribuições na psicogênese do desenvolvimento infantil com Piaget que nos trouxe a consciência que o sujeito aprende interagindo com o objeto do conhecimento, pois questiona sobre este. Também com Vigotski, que ampliou o conceito anterior ao afirmar que os sujeitos interagem com os objetos do conhecimento mediados pelo outro, o sujeito também é o que o outro diz sobre ele, ao internalizar a imagem criada pelo outro e, acrescento que esta forma de interação é carregada de afetividade. Com a abordagem dialética do desenvolvimento de Wallon, ganha destaque a questão da afetiva que relaciona o ser com o meio, a inteligência, a emoção e o movimento. Conforme destacam Mahoney e Almeida (2000, p. 17), a teoria

walloniana apresenta conjuntos funcionais que atuam como uma unidade organizadora do processo de desenvolvimento. Tais aspectos se relacionam entre si desencadeando a formação da pessoa única, singular. Para esse Wallon (GALVÃO,1995), a afetividade envolve as emoções, que é de natureza biológica, dos sentimentos, das vivências humanas, do desenvolvimento da fala, que possibilita transmitir ao outro o que sentimos. É com base nas concepções de Henri Wallon que nortearemos este trabalho, cujo foco se encontra no afeto que educa, na afetividade como contribuição para o desenvolvimento e a aprendizagem. Um pouco sobre o humanista Henry Wallon Wallon nasceu na França, em 1879, e passou toda a sua vida em Paris. Aos 23 anos, em 1902, formou-se em Filosofia pela Escola Normal Superior posteriormente ministrando aulas desta disciplina no curso secundário. Impulsionado pela tradição médico-filosófica da psicologia francesa e pelo interesse em conhecer a organização biológica do homem, cursou medicina, formando-se em 1908. Juntamente com sua atuação como médico e psiquiatra surgiu seu interesse pela psicologia da criança. Sua teoria psicológica foi construída através de seus conhecimentos sobre neurologia e psicopatologia adquiridos durante a experiência clínica. No período de 1920 a 1937, na Sorbonne, foi encarregado das conferências sobre psicologia da criança. Em 1925 fundou o que seria futuramente o Laboratório de Psicobiologia da Criança. Durante os anos de 1937 a 1949 lecionou no Colégio da França, o berço da psicologia, ocupando a cadeira de psicologia e Educação da Criança. Wallon viveu em um período de muita instabilidade social e turbulências políticas passando por duas guerras mundiais, a saber; a primeira guerra mundial de 1914 a 1918 e a segunda guerra mundial de 1939 a 1945; onde prevaleceu o avanço do fascismo no período entre guerras, as relações socialistas e as guerras pela libertação das colônias na África Atingiram parte da Europa e, em especial, a França.

No final dos anos 30 Wallon participou de movimentos contra o fascismo, fazendo parte de manifestações de protesto contra a ditadura de Franco, na Espanha. Durante a ocupação fascista na França, Henry participou da Resistência Francesa sendo assim perseguido pela Polícia Política dos Nazistas, conhecida por Gestapo, precisando assim viver na clandestinidade. Durante a resistência se envolveu na discussão sobre a forma de sistema de ensino francês e em 1944 foi chamado para integrar uma comissão e nomeado pelo Ministério da Educação Nacional como encarregado da Reformulação de Ensino Francês. O filósofo escreveu diversos artigos com temas ligados a educação como orientação profissional, formação de professores, interação entre alunos e adaptação escolar. Participou ativamente de debates educacionais de sua época quando os críticos ao ensino tradicional se reuniam no Movimento Escola Nova. Em 1948 criou a revista Enfance, que servia como instrumento para pesquisadores em psicologia e ao mesmo tempo fonte de informações para educadores. Presidiu a Sociedade de Pedagogia que reunia educadores para troca de experiências e reflexões. Desta forma pode entrar em contato com os educadores e com os problemas concretos do ensino primário, entre os anos de 1937 e 1962; 1962 também foi o ano de seu falecimento. A teoria psicogênica em Wallon Wallon identifica a existência de estágios distintos e descontínuos no desenvolvimento humano, que são marcados por rupturas e reformulações. Assim, a passagem de um estágio ao outro não é tranqüila; ao contrário, crises e conflitos estão presentes e desempenham papel crucial nas transformações psíquicas da pessoa. Apesar de o desenvolvimento ser descrito atéa adolescência, o autor afirma que o mesmo não se esgota nesse momento, pois a constituição do eu é um processo infindável. Wallon apresenta cinco estágios onde ocorre a alternância entre aspectos afetivos e cognitivos. Como afirma Galvão (1995, p. 45), cada nova fase inverte a orientação da atividade e do interesse da criança: do eu para o mundo, das pessoas para as coisas. Trata-se do princípio da alternância funcional. A seguir, cada estágio será brevemente caracterizado.

No primeiro estágio, denominado Impulsivo Emocional (0 a 1 ano), o bebê tem uma relação muito forte com a mãe (figura de cuidado), onde o tônus e a emoção estão intimamente ligados, possibilitando a comunicação entre os dois por meio do dialogo tônico. O estágio seguinte, o Sensório-Motor e Projetivo (1 a 3 anos) é quando a criança aprende a andar e faz a exploração espacial para conhecer a realidade. No estágio Personalismo (3 a 6 anos), a criança está diante da sedução, da graça e da imitação por observação do meio e do como fazer e isso também no ponto de vista da personalidade está ligada a questão afetiva que si inicia no período sensório motor para o personalismo. O estágio Categorial (6 a 11 anos) é caracterizado pela objetividade com escolhas mais definidas, um processo de socialização mais avançado, uma parte da personalidade transformando as escolhas daqueles indivíduos. O último estágio, Puberdade e Adolescência (11 anos em diante) é a fase da autoafirmação em um universo complexo de várias personalidades diferentes da sua, um processo muito diferente e complicado para o adolescente que precisa se autoafirmar e ao mesmo tempo de se integrar aos grupos, até que ponto este adolescente é coerente com suas escolhas, uma questão natural da sua fase psicológica. A dinâmica dos estágios segue o que Wallon chama de predominância funcional, isto é, momentos predominantemente afetivos, isto é, subjetivos e de acúmulo de energia, sucedem outros que são predominantemente cognitivos, isto é objetivos e de dispêndio de energia (GALVÃO, 1995, p. 45). O afeto à luz de Henry Wallon A afetividade no desenvolvimento humano, especialmente na Educação, envolve o acreditar que a criança é capaz de se tornar uma pessoa mais autônoma nas resoluções de problemas em sua vida e ser socialmente participativa ao interagir com o meio. Nas situações cotidianas de conflito, a professora pode intervir ampliando as possibilidades da criança de negociação com o outro. Uma

convivência baseada no respeito, uma relação afetiva positiva entre professor e aluno colabora no processo de desenvolvimento e aprendizagem do aluno. Acredito na necessidade de desenvolver esta pesquisa para discutir se o fortalecimento das relações afetivas contribui na aprendizagem escolar. O professor aqui é visto não apenas como transmissor de conhecimentos, mas sim um mediador no processo do desenvolvimento da aplicação da afetividade como ferramenta para a facilitação da aprendizagem. A importância da afetividade no desenvolvimento humano, segundo Wallon, baseia-se na afirmação que o ser humano desde o seu nascimento é envolvido pela afetividade e que o afeto desempenha um papel fundamental em seu desenvolvimento e no estabelecimento de boas relações sociais. O movimento é a base do pensamento e das emoções que dão origem a afetividade, sendo ela fundamental na construção do sujeito. Esse autor ilustrou essa idéia relatando que um bebê quando está com fome ou dor de barriga chora para manifestar sua vontade, mesmo não tendo como se expressar pela fala ele induz a mãe a tentar entender sua necessidade. Assim, o bebê simboliza através de suas reações o afeto que necessita. O autor foi o primeiro a levar em consideração não somente o corpo da criança, mas suas emoções para dentro da sala de aula. Como já foi dito, as ideias deste autor se baseiam nos quatro elementos básicos: afetividade, movimento, inteligência e formação; estes se comunicam o tempo inteiro. Nesta perspectiva educar não é apenas repassar informações, é ajudar a criança a tomar consciência de si, dos outros, da sociedade em que se vive e também do seu papel dentro dela. Saber se aceitar como pessoa e aceitar o outro com os seus defeitos e qualidades. No contexto escolar, a interação entre aluno e professor favorece o desenvolvimento e o aprendizado. Pequenos gestos como um sorriso, uma escuta ativa e uma atitude respeitosa são fundamentais quando o educador investena afetividade na relação professor aluno, pois tais elementos são combustíveisimprescindíveis para a adaptação do aluno bem como a segurança, o conhecimento e o desenvolvimento do aluno. O afeto é importantíssimo para que o profissional seja considerado um bom professor e principalmente para que o aluno se sinta importante e seja valorizado. Pensar sobre este tema é contribuir para uma sociedade escolar mais justa e

solidária, é refletir sobre os valores e os afetos que fazem diferença na dinâmica da escola. Segundo Wallon, é através da inserção na cultura que o homem se desenvolve como ser humano e assim o que antes eram efeitos biológicos se tornam mais complexos, afetividade e inteligência se fundem no decorrer do desenvolvimento humano. No contexto sociocultural os pais e professores são importantes mediadores dos filhos como objetos culturais, tais mediações são afetivas e determinam as relações entre sujeitos e objetos. Almeida (2012, p. 51) salienta que [...] para Wallon, a inteligência tem no desenvolvimento a função de observar o mundo exterior para descobrir, explicar e transformar os seres e as coisas. Esse conhecimento do mundo decorre da transformação do real em mental, isto é, da capacidade do homem de representar o mundo concreto. (p.51) A aprendizagem e a afetividade Avaliando os aspectos essenciais do ato de aprender e refletindo sobre a relação que existe entre afetividade e aprendizagem, o afeto é visto aqui como um comprometimento pessoal do educador e também profissional, muito além da amizade e do carinho. O educador deve prezar pelo seu fazer docente, realizando de forma eficaz, demonstrando respeito pelo educando como um ser de infinita capacidade. O professor deve se apresentar como um mediador que busca em seus afazeres empregar toda a afetividade que o moveu a exercer tal função social, a partir de suas crenças, optar por buscar e criar meios para que não fique nenhum de seus alunos sem esse essencial cuidado que levará ao desenvolvimento das suas várias aptidões. Há possibilidade de aprendizado diante do como o aluno se sente, da atitude, comportamento do professor e da escola, de seus colegas, do contexto que estiver inserido. Na vida afetiva os conhecimentos se constroem a partir das relações que as pessoas estabelecem e essas relações dão a noção para o sujeito de quem ele é. A qualidade dessas reações estabelecidas com o mundo permite ao sujeito

contextualizar com seu educador e demonstrar a partir do retorno desta interrelação. Neste sentido Wallon assevera que O eu e o outro constituem-se, então, simultaneamente, a partir, de um processo gradual de diferenciação, oposição e complementaridade recíproca. Compreendidos como um par antagônico, complementam-se pela a própria oposição. De fato, o Outro faz-se atribuir tanta realidade íntima pela consciência como o Eu, e o Eu não parece comportar menos aparências externas que o Outro (WALLON, 1975, p.159) O eu, o outro e as interações vão determinar a personalidade do sujeito e a forma que ele irá interagir com o mundo. O clima emocional, a forma que ele vai se direcionar em variadas atividades é determinada pela relação e o clima que ele estabelece e, a partir daí ele constrói o seu campo afetivo. Então ele terá medo, se empenhará mais ou menos, será mais ou menos impulsivo, a partir desse campo afetivo que ele desenvolve em seu contexto pessoal e desta forma se compõe a inteligência da pessoa a forma que ela vai abordar o mundo e se relacionar. Em um estudo de caso do tipo etnográfico, realizado por Cacheffo e Garms (2015), foram investigadas as concepções de afetividade de professoras de uma Creche Universitária tomando como categorias de análise Dimensão afetiva concepções; Dimensão afetiva - concepções em relação às práticas; rotina da afetividade; manifestações emocionais e interações criança-criança a partir da teoria walloniana. As crianças cuidadas e educadas eram da faixa etária de 0 a 3 anos e nessa pesquisa notou-se a partir das respostas das professoras a dificuldade em definir o termo afetividade, muitas vezes confundindo-se com o carinho, o respeito, e as relações epidérmicas, porém ficou claro que elas compreendem que cada pessoa afeta e é afetada pelo outro, de um modo diferente (CACHEFFO e GARMS, 2015, p. 21). As autoras pontuam a necessidade da formação continuada para os profissionais da educação que aborde a afetividade como elemento inerente ao desenvolvimento humano e corresponsável pela aprendizagem. É interessante observar que as professoras participantes entendem que a afetividade está presente em todos os momentos o que abrange também a motricidade e a cognição, na convivência entre pares que se torna impossível não afetar e ser afetado pelas expressões emocionais.

É por meio das interações que a criança se desenvolve ampliando seu repertório de experiências e sensações. Desta forma as autoras pontuam que. A afetividade se constitui como uma das habilidades que as profissionais de Educação Infantil Precisam utilizar para elaboração das propostas pedagógicas, no planejamento das atividades e na mediação das relações entre professora-criança, entre criança-criança e entre as crianças e os objetos de conhecimento. Dessa forma, a dimensão afetiva é inerente à função primordial das creches e pré-escolas, cuidar e educar (CACHEFFO e GARMS, 2015, p. 25). A conclusão da pesquisa das autoras é de suma importância para a Educação Infantil, pois evidencia a necessidade da elaboração de novos currículos para a primeira etapa da Educação Básica com uma concepção de criança integral, pautada na relação dialética adulto-criança e criança-criança, pautada no desenvolvimento afetivo infantil. Sérgio Leite, professor do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp, um renomado pesquisador das influências da afetividade nas práticas de ensino, juntamente com Elvira Tassoni Mestre em Educação pela Unicamp, num artigo sobre a afetividade na sala de aula (LEITE e TASSONI, 2000), destacam a afetividade como uma visão integrada do ser humano em uma concepção onde o pensamento e o sentimento se fundem sendo somente uma dimensão de análise focada não somente no que ensinar, mas principalmente, no como ensinar, considerando assim as vivências do indivíduo como uma forma de expressão mais complexa e essencialmente humana. Os fenômenos afetivos estão intimamente ligados com a qualidade das interações entre sujeitos e suas vivências, o que confere aos objetos culturais um sentido afetivo. Desta forma as conquistas do campo afetivo são utilizadas no campo cognitivo e o contrário também ocorre como em um entrelaçamento entre os dois. As conquistas intelectuais são incorporadas a afetividade, dando-lhe um caráter eminentemente cognitivo. Quando são interligadas, afetividade e inteligência levam a criança a um nível de evolução muito elevado. Neste sentido Sergio Leite e Elvira Tassoni evidenciam que. [...] a presença continua da afetividade nas interações sociais, além da sua influência também contínua nos processos de desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido, pode-se se pressupor que a interação que ocorre no

contexto escolar também são marcadas pela afetividade em todos s seus aspectos. Pode-se supor, também, que a afetividade se constrói como um fator de grande importância na determinação da natureza das relações que se estabelecem entre os sujeitos (alunos) e os diversos objetos do conhecimento (áreas e conteúdos escolares), bem como na disposição dos alunos diante das atividades propostas e desenvolvidas. (LEITE e TASSONI, 2000, p. 9-10) A influência da afetividade na relação professor-aluno foi problematizada nesse estudo. Pela interpretação feita pelos alunos sobre o comportamento do professor no momento de ensino-aprendizagem identificou uma natureza afetiva. A pesquisa foi realizada por vídeo-gravações onde os alunos opinavam sobre as cenas de seu cotidiano escolar, suas respostas foram separadas em três categorias: Proximidade, que consistia na presença física do professor em relação ao aluno; Receptividade, que se refere a movimentação do professor ao atender o aluno e os Conteúdos verbais, que aborda as formas utilizadas pelo professor para encorajar os alunos a avançarem na execução das atividades. Os autores consideraramque as seguintes características no comportamento do professor, tais como O que se diz, como se diz, em que momento e por quê da mesma forma que o que se faz, como se faz, em que momento e por quê afetam profundamente a relação professor-aluno e, consequentemente, influenciam diretamente o processo de ensino aprendizagem, ou seja, as próprias relações entre sujeitos e objetos. Neste processo de inter-relação, o comportamento do professor, em sala de aula, através de suas intenções, crenças, seus valores, sentimentos, desejos, afeta cada aluno individualmente. (LEITE e TASSONI, p. 11) Podemos constatar que a interpretação do aluno ao comportamento do professor é de natureza afetiva e tal relação influencia na aprendizagem, na relação do aluno com o objeto do conhecimento. As relações afetivas implicam na interação entre pessoas, assim como na relação ensino aprendizagem ficando impossível separar as origens afetivas mesmo nos momentos de transmissão e produção de conhecimento. Nota-se que inteligência é um conjunto de funções, atitudes e habilidades que compõe as pessoas e ela é multidirecional que possui alguns aspectosdesconhecidos. Uma criança poderia ser potencializada de uma forma adequada para construir o seu campo afetivo favorável à aprendizagem se o

educador em relação com esse sujeito dar a exata compreensão de como ele está, e promover estágios para que ele avance. O professor que tenha uma formação crítica ajuda muito na sua prática pedagógica. Muitos professores acreditam que as crianças não fazem ligações afetivas adequadas ou não se comprometem, se empenham em cumprir as tarefas escolares, porém para que tais atividades aconteçam a criança deve se sentir inserida com o grupo, com o professor, com a escola. Não é uma ligação aleatória para o sujeito, estar inserido em um todo, um contexto mais envolvente do que se imagina, não é aquela ligação, aquele momento, existe todo um processo de construção da afetividade. O campo afetivo e a afetividade se constroem e são decorrentes das relações que uma criança estabelece. Essas relações se constroem e deixam sinais afetivos que são os sentimentos, que vão se mover, agir e interagir no mundo de forma positiva ou negativa. Quanto melhor for a relação, o que não se deve ser confundido com não corrigir e não dar limites, mas sim o clima educacional que isso ocorre poderá promovera aprendizagem ou não. Deve-se usar toda a energia que a criança apresenta em determinada atividade, para que ela possa se empenhar, motivar, ter energia para desempenhar outros processos de aprendizagem. [...] as relações de mediação feitas pelo professor, durante as atividades pedagógicas, devem ser sempre permeadas por sentimentos de acolhida, simpatia, respeito e apreciação, além de compreensão, aceitação e valorização do outro; tais sentimentos não só marcam a relação do aluno com o objeto de conhecimento, como também afetam a sua autoimagem, favorecendo a autonomia e fortalecendo a confiança em suas capacidades e decisões.(leite E TASSONI, P.20) CONCLUSÃO Busquei aqui explorar como o comprometimento com as práticas docentes é uma prova da afetividade, afetividade essa que rodeia todas as práticas humanas e enriquece principalmente o desenvolvimento da cognição e da aprendizagem nos anos iniciais de escolarização, entre Educação Infantil e o primeiro ciclo de alfabetização.

Tomando por exemplo um professor que você jamais esqueceu tanto em lembranças boas, quanto em lembranças ruins, tal fato é reflexo de mediações positivas ou negativas nas relações professor-aluno. As interações escolares devem ser prazerosas, entre a relação sujeito-objeto e neste processo a afetividade atua como fator determinante, pois quando vemos algum sentido no que iremos aprender se cria uma relação afetiva com o objeto. Acreditamos aqui que as marcas da afetividade tem o poder de contágio, o professor que se apaixona pelo seu objeto de ensino transmite isso para o aluno tornando o aluno mais disponível, receptivo a novos conhecimentos e experiências. Como consequência desse ato muda a relação do aluno com o objeto de ensino durante e também após a realização do período escolar. O sentimento de autoestima ou baixa estima é fruto de relações de fracasso ou êxito nas relações entre o sujeito e o objeto e entre o sujeito e o mediador do conhecimento. Afetividade é prática pedagógica, no pensar as condições de ensino, o que ensinar e suas relevâncias, sua clareza, o como organizar os conteúdos, as atividades para favorecer a interação do educando com o mesmo, o que fazer em sala de aula, pensar o como avaliar e a qualidade da mediação. Relacionar as práticas educacionais realizadas com afetividade ao comprometimento do educador que proporciona assim um desenvolvimento cognitivo efetivo dos educandos. A afetividade é um sentimento comum nas relações humanas, sentimento esse que dá motivação desde as ações mais corriqueiras até as mais complexas. Sabe-se que o ser humano não se arrisca em aventuras pelas quais não credita que ao final dará certo. Assim como todas as relações humanas tem por princípio este impulso, o afeto, a relação professoraluno, para ser contemplada com a conquista da aprendizagem efetiva, também requer este fundamental fator, a presença da afetividade. Em busca de confirmar as colocações anteriores nos questionamos se o compromisso professor-aluno norteado por práticas afetivas leva a um desenvolvimento cognitivo mais efetivo. Percebemosque um dos grandes desafios teóricos quando começamos a estudar a questão afetiva é entender as razões pelas quais esse conceito permanece historicamente nas relações entre ensino e aprendizagem. A conceituação das aulas e dos cuidados com as crianças pequenas, bem como suas diferentes formas de realização, temnos direcionado, nos últimos anos, a

uma busca para a sua transformação. Tal fato inspira investigar e buscar estudos teóricos que instiguem nossa reflexão a esse respeito. Deseja-se saber sobre as experiências, metodologias e estratégia desenvolvidas no processo de ensino/aprendizagem que se relacionam diretamente com a afetividade. O compromisso professor-aluno norteado por práticas efetivas leva a um desenvolvimento cognitivo mais efetivo por parte do aluno, pois compreende como as relações afetivas em sala de aula influenciam no processo ensino/aprendizagem e por consequente no desenvolvimento cognitivo de forma positiva, como se dá a influência afetiva nos processos cognitivos na relação das vivências em sala de aula, na convivência professor/aluno, demostrando a influência na relação aluno/conteúdo a serem aprendidos. Ante ao exposto, podemos afirmar baseado em nossas pesquisas e pelas colocações abordadas, que a escola precisa proporcionar o desenvolvimento integral da criança considerando a afetividade na aprendizagem. E que é de grande importância uma formação afetiva efetiva para os profissionais que atuam no campo da educação. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Ana Rita Silva.A emoção na sala da aula. Ed. Papirus, Campinas, SP, 2012. BEZERRA,Ricardo José Lima.Afetividade como condição para a aprendizagem: Henri Wallon e o desenvolvimento cognitivo da criança a partir da emoção.revista Didática Sistêmica, v. 4, jul-dez de 2006. Disponível em: <https://www.seer.furg.br/redsis/article/view/1219> Acesso em 02 de maio de 2016. BRASIL, REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL.1998. CACHEFFO, Viviane Aparecida Ferreira Favareto; GARMS, Gilza Maria Zauhy.Afetividade nas práticas educativas da educação Infantil.Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 26, número especial 1, p. 17-33, jan. 2015.Disponível em: <http://revista.fct.unesp.br/index.php/nuances/article/view/2814/2915>acesso em 05 de maio de 2018.

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 2ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. LEITE, Sérgio Antônio da Silva; TASSONI, Elvira Cristina Martins.A afetividade em sala de aula: as condições de ensino e a mediação do professor.disponível em<https://www.fe.unicamp.br/alle/textos/sasl- AAfetividadeemSaladeAula.pdf>Acesso em 02 de maio de 2016. MAHONEY, Abigail A.; ALMEIDA, Laurinda R. de, Henri Wallon Psicologia e Educação. Edições Loyola, são Paulo, Brasil, 2000. PIAGET, Jean, Seis estudos de psicologia. Ed Forense Universitária, Rio de Janeiro, 1997. VASCONCELOS, Mário Sérgio, A afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. Educ. Soc., Campinas, vol.25, maio/agosto, 2004. WALLON, Henry (1973/1975). A psicologia genética. Trad. Ana Ra. In. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Estampa (coletânea)..o desenvolvimento cognitivo da criança a partir da emoção. Revista Didática Sistêmica, vol.4, julho dezembro de 2006.