Aluno(a) Turma N o 7 o Ano Ensino Fundamental II Data 25 / 04 / 17 AD 01 PORTUGUÊS II UNIDADE VALOR = 10,0 (DEZ) INSTRUÇÕES: PROFESSORAS: ADRIELE, ALESSANDRA, CARLA, ÉRICA, LUZI, SHEILA E THAÍS I. Sua avaliação possui 05 questões discursivas. Confira seu exemplar. II. Leia o texto e as questões cuidadosamente, procurando interpretá-los. III. Organize suas ideias antes de escrever as respostas, para evitar rasuras. IV. Use caneta com tinta azul ou preta. V. Proibido o uso de corretor. VI. Duração: 65 minutos. VII. Valor = 10,0 (dez). TEXTO 01 A arte de ser feliz, texto de Cecília Meireles Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz. Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz. Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz. Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de ritual de borrifamento de água, para que o jardim não morresse. E eu
2 olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. 01. Em um dos momentos, o narrador descreve a paisagem assim:... uma cidade que parecia feita de giz. a) No que a paisagem desta cidade se diferenciava das outras também descritas pelo narrador? (1,0) b) Embora fosse um tempo de estiagem, o narrador encontrava motivo para ficar feliz ao observar esta paisagem. O que o fazia sentir-se assim? (1,0) c) Em: E eu olhava para as plantas., qual é o tempo e o modo do verbo presente neta frase? (1,0) 02. Releia o parágrafo abaixo e responda ao que se pede. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. a) De acordo com o texto, o que é necessário para que todos enxerguem essa felicidade? (1,0) b) Reescreva a oração destacada, do trecho acima, passando os verbos para o futuro do pretérito. (1,0)
3 TEXTO 02 LEMBRANÇA DO MUNDO ANTIGO Clara passeava no jardim com as crianças. O céu era verde sobre o gramado, a água era dourada sob as pontes, outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados, o guarda-civil sorria, passavam bicicletas, a menina pisou a relva para pegar um pássaro, o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era [tranquilo em redor de Clara. As crianças olhavam para o céu: não era proibido. A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo. Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos. Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas, esperava cartas que custavam a chegar, nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã!!! Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!! Carlos Drummond de Andrade 03. A maioria dos verbos do texto está no pretérito. a) Analise o título da poesia e a descrição do passado feita pelo eu lírico e diga se ele está otimista em relação ao presente. Justifique a sua resposta. (1,0) b) Em: nem sempre podia usar vestido novo, o verbo destacado é regular? Justifique a sua resposta. (1,0) 04. Nos quatro primeiros versos, o eu lírico destacou o colorido que havia na natureza. O que poderia ter causado a alteração deste colorido? (1,0)
4 05. Em: Clara esperava que tudo continuasse perfeito. a) A oração destacada exprime uma certeza? Justifique a sua resposta. (1,0) b) Em que modo e tempo o verbo continuasse encontra-se? (1,0)
5 RESOLUÇÃO COMENTADA 01. a) A paisagem desta cidade era mais triste, pois não tinha alegria ou vida como as demais. (Aceitar outras respostas) b) Ele observava o cuidado do pobre homem em regar o jardim para trazê-lo de volta à vida. Esta dedicação o deixava feliz. c) O verbo está no pretérito imperfeito do modo indicativo. 02. a) É importante que as pessoas saibam olhar com atenção o que as cerca, para que aprendam a ver o lado bom das coisas, mesmo quando as situações estejam difíceis. b) [...] uns diriam que essas coisas não existiriam... 03. a) O eu lírico não está otimista com o presente, pois ele descreve situações positivas na vida das pessoas, mas diz que elas não existem mais, uma vez que o título afirma que tudo aquilo pertence ao mundo antigo e só está na lembrança. b) O verbo não é regular, pois ele sofre alteração em seu radical. 04. O que causou a alteração deste colorido foi a ação destrutiva do homem. (Aceitar outras respostas) 05. a) A oração destacada não exprime uma certeza, ela exprime um desejo, porque aquilo era o que ela esperava que acontecesse, mas não houve. b) Encontra-se no pretérito imperfeito do subjuntivo.