COMPROMISSO PARA O CRESCIMENTO, COMPETITIVIDADE E EMPREGO. Grupo de Trabalho Competitividade e Crescimento



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Transcrição:

COMPROMISSO PARA O CRESCIMENTO, COMPETITIVIDADE E EMPREGO Grupo de Trabalho Competitividade e Crescimento O Programa do XIX Governo estabelece a consolidação orçamental como um dos objectivos cruciais da presente legislatura. Todavia, o Governo tem presente que a consolidação orçamental não consiste num fim em si mesma, como considera que a retoma do crescimento económico é fulcral, no médio e longo prazo, e potenciadora da prossecução da estratégia orçamental. Nesse sentido, o Governo entende que o crescimento económico durável não pode ser atingido sem ser por via de um reforço da competitividade e de um aumento dos níveis de produtividade, com enfoque em medidas que vão ao encontro das necessidades das empresas de todas as dimensões e pertencentes aos diversos sectores de actividade. Pelo que, considerando a actual situação do nosso País, e com o desígnio de promover a Competitividade e o Crescimento da economia portuguesa, o Governo coloca, nesse âmbito, ao debate com os parceiros sociais as seguintes de áreas de actuação: 1. Aumento da Competitividade das Empresas através da Promoção de Produtos e Serviços Nacionais; 2. Promoção da internacionalização das empresas portuguesas; 3. Promoção da competitividade das empresas através do reforço do I&D e da sua capacidade de inovar; 4. Revisão do Processo Extrajudicial de Consolidação das empresas; 5. Relacionamento entre o Estado e as empresas; 6. Promoção do Empreendedorismo em áreas de menor densidade empresarial; 7. Incremento do Sector Florestal; 8. Incentivos à produção agrícola e sistemas de protecção; e 9. Combate à fraude e evasão fiscal. 1

1. Aumento da Competitividade das Empresas através da Promoção de Produtos e Serviços Nacionais É fundamental a valorização da oferta nacional e o consumo de produtos e serviços que produzem valor acrescentado para a economia nacional e cuja produção contribui para a criação de emprego, para a dinamização do mercado nacional e para o equilíbrio da balança de pagamentos. Pretende-se criar uma iniciativa nacional neste sentido e instituir um consenso nacional sobre a importância do contributo de cada cidadão para a recuperação económica nacional. Este esforço deverá envolver a sociedade civil, em particular os consumidores, as empresas e estruturas associativas. Esta iniciativa visará, igualmente, esbater a assimetria (estrutural e na distribuição do valor acrescentado) existente na cadeia de valor associada à generalidade das fileiras agroalimentares, reconhecida pela generalidade dos seus actores, promovendo a dinamização das relações entre a produção agrícola, a indústria alimentar e a distribuição. Neste âmbito, considera-se, ainda, de extrema relevância iniciativa tendente à indicação da origem dos produtos agrícolas, prática actualmente interdita, por ter implicações ao nível da concorrência. 2. Promoção da internacionalização das empresas portuguesas O sucesso de uma estratégia para a competitividade depende fortemente do reforço do peso do sector dos bens e serviços transaccionáveis na economia, com vista ao aumento das exportações, e aumento da presença comercial sustentada em países terceiros. Com estes objectivos é necessário apoiar as empresas na concretização das suas estratégias de internacionalização, concentradas em mercados considerados prioritários e em sectores onde as empresas portuguesas concentrem a sua expertise. Destaca-se, nesta área de actuação: - Fomentar a participação das empresas portuguesas nos principais certames internacionais, como forma de encontrar novos mercados e reforçar mercados existentes, através do reforço das taxas de incentivo. 2

Concretamente, no que respeita o sector agro-alimentar português, é assumido pelo Governo, no seu programa, conseguir aproximar-se, no final da legislatura, do equilíbrio da balança alimentar, em valor. Para o efeito, e dada a conjuntura financeira que o país atravessa, e que de alguma forma afecta o consumo interno, assume particular relevância o aumento das exportações de produtos agro-alimentares. No passado recente temos assistido a um aumento do ritmo dessas exportações que urge, no entanto, consolidar e, se possível acelerar. O Governo reconhece a relevância do papel que organizações privadas e outras que têm desenvolvido esforços meritórios de internacionalização do sector, bem como de serviços ou entidades públicas. Destaca-se, ainda: - Apoiar a criação de uma Comissão de Acompanhamento para a Internacionalização do Sector Agro-alimentar, com o objectivo de dar seguimento à concretização das propostas que constam do Relatório para a Internacionalização (GPP, 2010), que envolva as entidades atrás referidas; - Celebrar protocolos com as entidades referidas, por forma a garantir a execução de uma estratégia conjunta de divulgação e presença em eventos internacionais (feiras e exposições). 3. Promoção da competitividade das empresas através do reforço do I&D e da sua capacidade de inovar Para se atingir um grau de sofisticação superior e uma maior capacidade de resposta a mercados cada vez mais exigentes é necessário que as actividades de I&D e a capacidade das empresas nacionais gerarem inovação sejam entendidas como variáveis-chave para garantir o aumento da competitividade da economia portuguesa. Ainda que Portugal tenha apresentado alguns desenvolvimentos positivos no plano da inovação de acordo com alguns indicadores, existe ainda um espaço substancial para reforçar estas duas componentes no contexto empresarial português. Assim, o desenvolvimento de competências nestas duas áreas é uma prioridade assumida por este Governo. 3

Neste âmbito, reconhece-se ser essencial: - Integração das PME nas Redes Internacionais de Inovação e I&D através do lançamento de uma linha de apoio à elaboração de candidaturas aos programas internacionais; - Internacionalização dos resultados da I&D e Inovação através do apoio ao registo nacional e internacional de Propriedade Industrial; - Reforço das Competências Internas das PME em Inovação através da criação de núcleos de Investigação e Inovação. 4. Revisão do Processo Extrajudicial de Consolidação das empresas A geração de emprego passa pelo reforço do nosso tecido empresarial. Além da promoção da viabilidade dos negócios por via da melhoria das condições de financiamento, da promoção de novos mercados para se colocarem bens e serviços ou da maior abertura dos mercados já existentes, é igualmente importante a recuperação efectiva de empresas viáveis e a introdução de uma maior rapidez nos procedimentos judiciais de aprovação de planos de reestruturação. Esta simplificação deverá passar pela revisão do código de insolvência e pela maior adequação do Plano Extrajudicial de Conciliação. 5. Relacionamento entre o Estado e as empresas - Alvarás de Construção (INCI) A atribuição de alvarás de construção está dependente da verificação de um conjunto de critérios por parte das empresas construtoras, nomeadamente ao nível de rácios financeiros de solvabilidade. Na actual conjuntura e crise verificada no sector da construção, uma parte significativa das empresas de construção não reúnem condições em vigor necessárias para manter o alvará de construção, sem o qual não podem exercer a sua actividade e, mesmo, vir a encerrar. Com a alteração dos critérios de atribuição de alvarás, ficam facilitados aqueles critérios, prevenindo o encerramento de um grande número de empresas com viabilidade. 4

- Reforma do Código dos Contratos Públicos A alteração do código dos contratos públicos permite uma maior facilidade no relacionamento entre estado e empresas, favorecendo o ambiente e negócios e empresarial. - Simplificação de comunicações e de pedidos de autorização à Administração Pública Pretende-se agilizar o relacionamento entre as empresas e a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), objectivo que se insere na diminuição da burocracia resultante das relações de trabalho, sem, contudo, colocar em causa as competências de promoção, prevenção, controlo e fiscalização das condições de trabalho que legalmente cometidas à ACT. 6. Promoção do Empreendedorismo em áreas de menor densidade empresarial É fundamental, cada vez mais, criar condições para que as iniciativas empreendedoras possam multiplicar-se. Essas iniciativas são tanto mais importantes quando possam constituir uma resposta efectiva à diminuição do desemprego através do incentivo e apoio da criação do próprio emprego. Pelo que, considera o Governo revelar-se fundamental utilizar a promoção do empreendedorismo e sobretudo em áreas cujo tecido empresarial esteja a ser mais afectado, com a consequente repercussão ao nível do emprego. 7. Incremento do Sector Florestal Considera-se primacial o aproveitamento de baldios (investimento em parcerias qualificadas com privados), a certificação florestal (povoamentos públicos e privados) e o reforço da fitossanidade. Pretende-se tornar mais efectivas as medidas do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) que têm como alvo o sector florestal, sendo que um dos aspectos fundamentais concerne à dimensão mínima das explorações que podem candidatar projectos neste domínio, tornando as medidas disponíveis para um maior e mais significativo número de produtores. 5

Nesta matéria, revela-se essencial: - Tornar mais efectivas as medidas do PRODER que têm como alvo o sector florestal. 8. Incentivos à produção agrícola e sistemas de protecção O Governo visa apoiar a competitividade das empresas agrícolas, para tanto, aproveitando os mecanismos disponíveis ao nível da Europa e garantindo a implementação atempada de um conjunto de iniciativas com impacto directo nos níveis de competitividade das empresas, que se referem, designadamente, ao pagamento atempado das Ajudas Directas previstas no âmbito da PAC, à revisão e implementação de novo Sistema Integrado Contra Aleatoridades Climáticas SIPAC, prolongamento dos prazos previstos para as linhas de crédito específicas de apoio à Agricultura e às Pesca. 9. Combate à fraude e evasão fiscal No âmbito do Combate à Fraude e Evasão Fiscais, tem havido uma crescente desmaterialização de procedimentos e controlo informático respeitante ao cumprimento das obrigações tributárias. Esta tendência tem-se reflectido num incremento da utilização de meios de auditoria informática dos serviços de inspecção. Esta tendência tem permitido ganhos de eficiência que se têm traduzido numa maior capacidade de intervenção junto dos contribuintes, o que tem permitido superar em vários exercícios o objectivo da cobrança coerciva que foi imposta. Não obstante, continua a existir espaço para a melhoria do desempenho da Inspecção Tributária, sem prejuízo dos resultados positivos alcançados no âmbito da justiça tributária e da investigação criminal. Uma das prioridades do Governo na área fiscal será a elaboração do Plano estratégico de combate à fraude e evasão fiscais para o período 2012 a 2014. Um dos vectores prioritários do Plano será reforçar os meios humanos e legais no combate à fraude e evasão fiscais. Neste enquadramento, pretende-se: - Aumentar os meios humanos e os recursos destinados à Inspecção Tributária, de modo a que passe a representar 30% do total dos activos da DGCI, sendo que este objectivo deverá ser conseguido fundamentalmente através da reafectação interna de trabalhadores; 6

- Aumentar os recursos destinados à Direcção de Serviços de Investigação da Fraude e de Acções Especiais (DSIFAE), no âmbito de um reforço o combate à fraude de elevada complexidade; - Reforçar as inspecções e cobrança coerciva baseadas em técnicas de gestão de riscos, através do desenvolvimento de novas aplicações informáticas e do acompanhamento dos devedores com maior perfile de risco; - Intensificar a troca de informações com outros países, optimizando e aplicando o cruzamento de informações com outras jurisdições tributárias; - Destacar os preços de transferência como área prioritária de intervenção, de modo a corrigir operações realizadas entre entidades relacionadas e para que os preços de mercado possam ser de facto praticados; - Promover a utilização mais frequente da cláusula geral e das cláusulas específicas antiabuso, para combater de forma mais eficaz o planeamento fiscal mais agressivo; - Criar um quadro penal e processual mais exigente para os crimes fiscais mais graves, com destaque para os crimes de fraude qualificada, associação criminosa e burla tributária; - Prevenir o contencioso fiscal através da melhoria dos procedimentos inspectivos e fundamentação das correcções, de forma a evitar litígios desnecessários com os contribuintes e garantir o respeito estrito pelo princípio da legalidade. 7