Seminários EXEMPLOS DE PLANOS DIRETORES DE DRENAGEM URBANA

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Transcrição:

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental PHA PHA2537 Água em Ambientes Urbanos Seminários EXEMPLOS DE PLANOS DIRETORES DE DRENAGEM URBANA Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê e Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais de São Paulo Augusto Bardivia Coelho -N. USP 7209029 João Cândido Teixeira Neto -N. USP 6852231 Lucas Gomes da Silva -N. USP6852864 Prof. Dr. Kamel Zahed Filho Prof. Dr. José Rodolfo Scarati Martins Profª. Drª. Monica Ferreira do Amaral Porto Profª. Drª. Ana Paula Zubiaurre Brites 2014

Sumário 1. Introdução... 1 2. Plano Diretor de Drenagem Urbana... 1 2.1 Definição... 1 2.2 Objetivos do Plano Diretor de Drenagem Urbana... 1 2.3 Metodologia, Organização e elaboração do PDDrU... 2 3. Exemplo de Plano Diretor de Drenagem Urbana... 3 3.1 Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (PDMAT)... 3 3.1.1 Introdução... 3 3.1.2 Objetivos... 3 3.1.3 Localização e caracterização da bacia... 4 3.1.4 Diretrizes Gerais... 4 3.2 Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais de São Paulo (PMAP-SP)... 5 3.2.1 Introdução... 5 3.2.2 Objetivos... 5 3.2.3 Premissas básicas e estruturação... 5 3.2.4 Princípios adotados para o planejamento da drenagem urbana... 5 3.2.5 Objetivos... 5 3.2.6 Pilares do PMAP-SP... 6 4. Bibliografia... 7

Subtítulo do Seminário 1. Introdução O Brasil apresentou um dos maiores índices mundiais de êxodo rural durante o século XX. Como reflexo desse fenômeno, cidades brasileiras foram marcadas com um desenvolvimento intenso, sob o ponto de vista temporal, e muito dinâmico. No início do século XIX, o país tinha uma população essencialmente rural, atualmente, 84% da população vive em áreas urbanas. A alteração dessa matriz acelerou o processo de desenvolvimento de diversas cidades e a criação de algumas áreas metropolitanas durante o século XX. Esse desenvolvimento intenso e dinâmico trouxe problemas econômicos, territoriais e principalmente ambientais para as cidades. Diante desse quadro, foram criadas algumas ferramentas de gestão com o objetivo de planejar, diagnosticar e propor soluções para os problemas e as divergências nas cidades. Um desses instrumentos é o Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU). 2. Plano Diretor de Drenagem Urbana 2.1 Definição O Plano Diretor de Drenagem Urbana PDDrU, é o conjunto de diretrizes que determinam a gestão do sistema de drenagem em uma cidade. Sendo assim, ele deve ser o instrumento orientador da gestão de águas pluviais urbanas no contexto do município, orientando intervenções na micro e macrodrenagem, encostas, cabeceiras e áreas de inundação (PINTO; PINHEIRO, 2006) O Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU), portanto, faz parte das ferramentas de gestão de águas dentro do contexto de uma cidade. Esse instrumento é importante para que se possa diagnosticar os problemas relacionados à drenagem urbana e propor soluções a fim de melhorar a qualidade de vida da população. Figura 2.1: Exemplo de transtornos causados pela falta de planejamento. 2.2 Objetivos do Plano Diretor de Drenagem Urbana Os objetivos de um PDDrU consistem principalmente em criar mecanismos de gestão da infraestrutura urbana voltadas para as questões de escoamento superficial e de águas pluviais. O foco principal é melhorar a qualidade de vida da população, garantindo condições melhores de saúde, evitando a veiculação de doenças pela água contaminada, evitando despesas desnecessárias, riscos aos patrimônios público e privado e melhorando o ambiente urbano como um todo. Esses mecanismos incluem medidas estruturais e não estruturais para controle de inundações geradas por novos empreendimentos, por exemplo. Uma medida não estrutural recentemente implantada na cidade de São Paulo foi a Lei das Piscininhas (Lei Municipal nº 13276/02 de 04/Janeiro/2002) que visa diminuir os impactos das inundações na cidade. Quanto às medidas estruturais, pode-se citar a utilização de 1

reservatórios de retenção e de detenção de modo a amortizar o pico de vazão decorrente das chuvas. Figura 2.2: Reservatório de Retenção Inhumas Busca-se, portanto, através dessas medidas minimizar os impactos que já estão presentes na bacia e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida da população. 2.3 Metodologia, Organização e elaboração do PDDrU Um Plano Diretor de Drenagem Urbana é resultado do continuo desenvolvimento de estudos e metodologias. Sua elaboração consiste na realização de um extenso conjunto de levantamentos, análises, proposições até o alcance dos produtos finais, uma vez que o PDDrU é composto por diversos elementos. O processo de constituição de um PDDrU requer a aplicação de adequada metodologia, que deve estar alinhada e consciente das realidades locais para onde estão destinadas as ações do Plano. Além disso, deve-se compatibilizar o PDDrU entre os diversos municípios que compõem uma bacia hidrográfica. Desse modo, evita-se que medidas tomadas em um determinado município influenciem negativamente em outros. 2.3.1 Etapas para elaboração do PDDrU. Segundo o relatório do Workshop de Goiânia de 07 de Maio de 2003 (Parkinson, Milograna, Campos, & Campos, 2003), tem-se as seguintes etapas para elaboração de um PDDrU: Etapa 1 Concepção: levantamento dos dados existentes. Inicialmente, faz-se o levantamento dos dados, englobando coleta de campo, diagnóstico e legislação pertinente. Etapa 2 Medidas: diagnóstico da situação atual. A partir do diagnóstico, na etapa de concepção do plano, algumas medidas de caráter mais urgente já podem ser implantadas, enquanto o plano passa por um processo de detalhamento e aprovação. Etapa 3 Produtos: proposições para ampliação e melhoria do sistema. Após a definição das medidas de curto, médio e longo prazo, são trabalhados os produtos necessários à sua implantação: detalhamento dos planos de ação, planos de obras, legislação pertinente, manuais, etc. Etapa 4 Programas: plano de ações e sistemas de supervisão e controle. Nessa etapa, tem-se o programa de longo prazo, constando do que não foi contemplado no plano: o monitoramento, a coleta de dados adicionais e estudos adicionais. E para isto é preciso os planos de desenvolvimento urbano para se definir o cenário futuro da bacia a ser considerada. 2

Figura 2.3: Etapas de um Plano Diretor de Drenagem 3. Exemplo de Plano Diretor de Drenagem Urbana 3.1 Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (PDMAT) 3.1.1 Introdução A Bacia do Alto Tietê é formada por bacias como a do: Córrego Pirajuçara, Rio Aricanduva, Ribeirão dos Meninos, Ribeirão dos Couros, Córrego Oratório, Tietê entre outras. Além da grande quantidade de córregos e rios, a bacia está localizada em uma região composta por grandes várzeas inundáveis. Esses fatores, somados à grande impermeabilização do solo e à ocupação urbana das áreas de várzea, determinaram muitos dos problemas de manejo de águas superficiais da região. Diante do agravamento do problema a cada ano, foi criado em 1997 a Câmara Técnica de Drenagem e Controle de Inundações, visando definir as diretrizes de um Pano de Macrodrenagem. Então, em 1998, o Departamento de Águas e Energia Elétrica DAEE elaborou a primeira edição do Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê. 3.1.2 Objetivos O Terceiro Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (PDMAT-3), foi iniciado em 2011 e, segundo o DAEE (2013), essa versão, além da revisão e atualização dos planos anteriores, corresponde a uma ampliação de escopo do plano, abrangendo agora toda a Bacia do Alto Tietê. O PDMAT-3 é um instrumento estratégico, voltado para o combate às enchentes na Região Metropolitana de São Paulo. Seu objetivo é analisar o atual sistema de macrodrenagem da região, diagnosticar os problemas e propor um conjunto de soluções capazes de reduzir os efeitos das cheias com resultados para os horizontes de cinco, 3

dez e vinte anos. 3.1.3 Localização e caracterização da bacia A Região Metropolitana de São Paulo está praticamente inserida em sua totalidade na Bacia Alto do Tietê (Figura 3.1), e que abriga quase 21 milhões de habitantes (estimativa IBGE/2013). Portanto, é fácil entender a importância do controle de inundações nesta região. Assim, o DAEE desenvolveu o Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê. 3.1.4 Diretrizes Gerais Figura 3.1: Bacia do Alto Tietê e Região Metropolitana de São Paulo A seguir são resumidas as diretrizes gerais recomendadas pelo PDMAT-2 segundo (FABHAT, 2013). Atendimento às vazões de restrição; Implantação de reservatórios de detenção; Preferência aos reservatórios de maior capacidade; Tornar indisponíveis as áreas livres existentes para reservatórios para evitar ocupação; Reservatórios com uso múltiplos; Ampliação dos reservatórios existentes (quando possível); Reservatórios com laje de cobertura (onde cabível); Canalizações lentas (redução na velocidade das águas); Não projetar vias de fundo de vale; Continuidade do desassoreamento do rio Tietê; Manutenção e ampliação das várzeas remanescentes; Implantação de parques lineares ocupação das áreas disponíveis para evitar invasão; Continuidade do projeto várzeas tietê; Implantação de sistemas de proteção a áreas baixas (pôlderes); Implantação de medidas para restituição da permeabilidade das áreas ocupadas (bmp/retrofitting); Re-naturalização de cursos d água (onde possível); Medidas não-estruturais (educação ambiental, sistemas de alerta, sistema integrado de operação); Atualização dos dados sobre o clima/precipitações; Aprimoramento do arcabouço institucional. 4

3.2 Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais de São Paulo (PMAP-SP) 3.2.1 Introdução Um pouco mais de 30 mil pessoas viviam na cidade de São Paulo no final do século XIX. A cidade se multiplicou, e hoje é a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo, com mais de 11 milhões de habitantes. O processo de desenvolvimento da cidade durante o século XX, criou uma série de problemas econômicos, gerou uma urbanização extensiva, sob o ponto de vista territorial, e, sob o ponto de vista ambiental, trouxe graves problemas, dos quais podemos destacar a ocupação de áreas mananciais e de fragilidade ambiental, ocupação do fundo de vales e a alta impermeabilização do solo. A ocupação de áreas mananciais e de fragilidade ambiental, leva muitos a habitarem áreas de risco e áreas Muito importantes para recuperação de mananciais. Por se tratar de uma ocupação irregular, não existe possibilidade de investimento em infraestrutura básica, como água, luz e esgoto. Além disso há também o risco de comprometimento da qualidade dos corpos d água que passam pelo local. Nos vales, em sua grande maioria, foram construídas as principais avenidas da cidade, o que acarreta problema devido à não só a impermeabilização do solo como também a inundação das várzeas nos períodos de cheia. Os problemas de drenagem graças a principalmente a ocupação desordenada do solo são então contemplados pelo Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais. 3.2.2 Objetivos O Plano Diretor de Drenagem e Manejo de águas Pluviais de São Paulo tem como objetivos: Redução de Inundações Minimizar os efeitos da poluição difusa Desenvolvimento da região Preservação e melhorias ambientais Satisfação das necessidades sociais e de recreação 3.2.3 Premissas básicas e estruturação O Plano Diretor de Drenagem e Manejo de águas Pluviais de São Paulo é norteado pelas premissas básicas: O espaço de planejamento e gestão da drenagem urbana deve ser a bacia hidrográfica. A segmentação da bacia em sub-bacias deve ser avaliada em cada caso, tendo em vista principalmente o tamanha das áreas envolvidas. As ações devem seguir os princípios de sustentabilidade. Medidas estruturais e não-estruturais devem ser tomadas em conjunto. Considerar condições futuras de uso e ocupação do solo. Recuperar/Preservar áreas de várzea. 3.2.4 Princípios adotados para o planejamento da drenagem urbana O Plano de Manejo de Águas Pluviais é composto por programas associados de sub-bacias hidrográficas, definidas ao longo do processo de planejamento. O planejamento da drenagem urbana deve ser integrado com outros planos diretores e regionais de urbanização, drenagem e saneamento. Desta maneira é necessária a compatibilização entre o PDMAT-3 e o 5

PMAP-SP, além da divisão da Bacia Alto do Tietê em sub-bacias, na área do município de São Paulo. 3.2.5 Objetivos O PMAP-SP tem como objetivo buscar soluções inovadoras e sustentáveis, para os problemas de inundação de São Paulo. Desta maneira o Plano Diretor tem como metas de médio e longo prazo: Propor ações de redução dos riscos das inundações. Implantar um sistema de gestão sustentável do sistema de águas pluviais. Articular as ações de drenagem com o planejamento territorial e demais serviços de saneamento básico. Para tanto, o município será encarregado de realizar obras visando o amortecimento de cheias, parques lineares par aumento da permeabilidade do solo, ampliação de canais e galerias para aumentar a capacidade atual dos canais, além da implementação de outros Planos Diretores como o de zoneamento e uso do solo. 3.2.6 Pilares do PMAP-SP O PMAP-SP toma por base legal a Regulamentação do uso e ocupação do solo. O Manual Municipal de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais atenta a capacitação técnica, e o Programa de Drenagem de Bacias do Município de São Paulo tem como função criar um programa específico para cada Sub-Bacia do Alto Tietê. Dessa forma, esses documentos são considerados os pilares do PMAP-SP 3.2.6.1 Regulamentação do uso e ocupação do solo Definida pelo Plano Diretor Estratégico do Município (PDE) e suas atualizações, o uso e ocupação do solo é regulamentado também pelos Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras e pelo plano SP-2040. 3.2.6.2 Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Este manual orienta procedimentos e projetos realizados para fins de drenagem urbana, planejamento e controle do uso do solo. Deve ser utilizado, também, para análises e aprovações de novos empreendimentos. 3.2.6.3 Programas de Drenagens das Bacias do Município de São Paulo O Programa de Drenagens de Bacias visa reduzir progressivamente os riscos de inundação da bacia, diminuir o risco de cheias e mapear as áreas de risco. Tem como meta desenvolver um sistema de gestão para equacionar os problemas de inundação e poluição em prazos bem definidos. 3.2.7 Medidas que devem ser tomadas pela prefeitura municipal O Estatuto da Cidade defende a adoção de padrões de produção e consumo compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental. Esse documento deve ser utilizado abrangendo, também, serviços prestados à população e as tendências de expansão urbana da cidade. Devem ser levadas em consideração não só s limites ambientais, mas os sociais e econômicos do município em questão e os territórios que estão em sua área de influência. O PMAP-SP estabelece como algumas medidas de sustentabilidade: Posturas legais de ordenamento e uso da ocupação do solo. Zoneamento de áreas inundáveis Desenvolvimento tecnológico para criar novas soluções aos problemas encontrados Capacitação do corpo técnico, contemplado no Manual Municipal de Drenagem de Águas Superficiais 6

Propostas para o aprimoramento dos serviços de manejo de águas pluviais Sistemas de alerta 4. Bibliografia FILHO, Kamel Zahed; MARTINS, José Rodolfo Scarati; PORTO, Mônica Ferreira do Amaral. Fascículo 6: Planos Diretores de Drenagem Urbana. Coleção Águas Urbanas. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais. São Paulo, 2012. FABHAT. (2013). Relatório de Situação dos Recursos Hídricos. São Paulo. Parkinson, D. J., Milograna, M. J., Campos, D. L., & Campos, M. R. (2003). Drenagem Urbana Sustentável no Brasil. Goiânia. 7