BOLETIM DO INVESTIDOR ECONOMIA E MERCADOS ABRIL DE 2018
ECONOMIA BRASIL No Brasil, o Banco Central (BCB) cortou os juros em 25 p. b, levando a taxa Selic para 6,50% a.a., em linha com o consenso. No comunicado emitido após a reunião, o BCB deixou em aberto a possibilidade de um corte adicional na próxima reunião em maio. Nesse sentido, o documento corrobora a confiança da autoridade monetária na recuperação consistente da atividade doméstica e na continuidade do crescimento da economia global desde a última reunião. Por outro lado, as expectativas de inflação do mercado continuaram sendo revisadas levemente para baixo. As projeções do mercado para 2018 recuaram de 3,9% para 3,6%. E por sua vez, as expectativas para 2019 caíram de 4,25% para 4,2%. Dessa maneira, entendemos que a retomada ainda gradual da economia doméstica, combinado com um comportamento benigno da inflação, são favoráveis para um corte adicional de 25 p.b na próxima reunião, com a taxa Selic alcançando 6,25% a.a e mantendo-se nesse patamar até o fim deste ano. Segundo o BC, os riscos para esse cenário continuam sendo pautados pela possibilidade de frustração das reformas, assim como pela reversão do ambiente externo favorável aos países emergentes. Em termos de dados econômicos, a atividade moderou no início do ano, enquanto a inflação se manteve em patamar comedido. Enquanto a produção industrial (PIM) de janeiro reverteu parte da alta de dezembro, com contração de 2,4% no mês (ante alta de 3,1% em dezembro), o volume de vendas no comércio ampliado (inclui automóveis e material de construção) apresentou recuo de 0,1% na margem. Ao incluirmos a queda de 1,9% no volume de serviços transacionados, o Indicador Mensal de Atividade do Banco Central (IBC-Br) apontou contração de 0,6% na margem, após alta de 1,4% em dezembro. Apesar das quedas na margem, é importante salientar que a tese de retomada da atividade se mantém. Nesse sentido, o IBC-Br cresceu 2,5% em relação ao mesmo período em 2017, ante crescimento de 2,1% em dezembro. Sobre o comportamento da inflação, o IPCA-15 de março subiu 0,10%, levemente abaixo das expectativas de mercado de 0,11%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 2,8%, permanecendo abaixo do piso do intervalo de tolerância do BC (3,0%). Analisando o IPCA sem a volatilidade de alimentos, o indicador de inflação continua mostrando uma composição benigna no curto prazo. ESTADOS UNIDOS Nos Estados Unidos, o Banco Central americano subiu a taxa de juros em 25 p.b para 1,75% a.a, conforme esperado pela maioria dos analistas. A mediana das projeções dos membros do comitê em relação aos juros permaneceu em 2,1% a.a (duas altas adicionais) neste ano e subiu para 2,9% a.a e 3,4% a.a em 2019 e 2020, respectivamente. Esse movimento vem acompanhado de uma melhora no cenário de crescimento, que foi revisado para 2,7% em 2018 e 2,4% ano que vem. Assim como a taxa de desemprego recuou ainda mais nos anos seguintes. Dessa maneira, acreditamos que o cenário favorável da atividade econômica, que recebeu um impulso adicional do pacote fiscal aprovado no começo do ano, deve seguir corroborando o ciclo gradual de aperto monetário. Nesse sentido, nosso cenário base continua projetando mais três altas em 2018. ZONA DO EURO Na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve o escopo da política monetária, mas alterou o seu comunicado. Conforme o esperado, o BCE manteve a taxa principal de juros em zero e a taxa de depósito negativa em 0,4% a.a. Já a taxa de empréstimos segue em 0,25% a.a. Nessa mesma linha, o programa de compra de títulos foi mantido em 30 milhões de euros até setembro. A novidade ficou por conta do comunicado, o qual contou com a retirada da menção sobre a possibilidade de aumento do atual programa de compras de títulos, caso o cenário piore. Em sua coletiva após a reunião, o presidente do BCE, Mário Draghi, reforçou o quadro de melhora da atividade na região como justificativa para a alteração no comunicado, mas frisou que mudanças efetivas na condução da política monetária dependerão da evolução da inflação, o que exige cautela. Avaliamos que nos próximos meses o BCE irá anunciar que não prorrogará para além de setembro o atual programa de compra de títulos. CHINA Na China, a produção industrial e os investimentos intensificaram o ritmo de expansão no início do ano. A produção industrial avançou 7,2% no primeiro bimestre do ano, resultado acima da expectativa do mercado (6,2%) e acelerando frente a expansão de dezembro (6,6%). Os investimentos fixos também registraram ritmo mais intenso de crescimento no período. Eles avançaram 7,9% no primeiro bimestre após crescerem 7,2% em dezembro. O resultado também ficou acima da expectativa do mercado (7,0%). Por seu turno, as vendas no varejo apresentaram ligeira moderação no início do ano. O varejo apurou expansão de 9,7% frente crescimento de 10,2% em dezembro. Embora os indicadores de atividade tenham iniciado o ano em alta, acreditamos em gradual moderação ao longo do ano. Projetamos expansão de 6,5% para a economia chinesa em 2018, após avanço de 6,9% em 2017. PROJEÇÃO DOS PRINCIPAIS INDICADORES 2019 e 2018 e 2017 2016 2015 2014 2013 PIB (%) 3,00% 3,03% 0,95% -3,60% -3,77% 0,50% 3,00% IPCA (% a.a.) 3,90% 3,63% 2,95% 6,29% 10,67% 6,41% 5,91% Taxa de juros nominal (% a.a.) 8,00% 6,25% 7,00% 13,75% 14,25% 11,75% 10,00% Resultado Fiscal Primário (% do PIB) -0,90% -1,70% -1,69% -2,49% -1,85% -0,59% 1,77% Balança Comercial (USD bi) 35,00 63,49 67,05 47,70 19,69-4,05 2,29 Conta Corrente (USD bi) -45,00-17,05-8,98-23,60-58,88-103,98-81,23 Taxa de Câmbio (BRL/USD) 3,40 3,30 3,29 3,35 3,87 2,64 2,34 As projeções expressas neste relatório são apenas indicativas e não são garantidas de forma alguma.
ago-18 mai-19 ago-20 mai-21 ago-22 mai-23 ago-24 ago-26 ago-30 mai-35 ago-40 mai-45 ago-50 mai-55 IMA-B 5+ IMA-B IRF-M +1 IMA IRF-M IMA-B 5 IRF-M 1 CDI IMA-S IRF-M +1 IRF-M IMA IMA-B 5+ IMA-B IRF-M 1 IMA-B 5 CDI IMA-S MERCADO DE RENDA FIXA Março foi mais um mês pautado pelo fechamento da curva de juros, com recuo maior nos vencimentos mais curtos. O crescimento da atividade econômica abaixo das expectativas no curto prazo, aliado a novas surpresas benignas com inflação, foram os principais ingredientes para uma postura do Banco Central mais suscetível a um corte adicional na SELIC na reunião de maio. No lado externo, a preocupação com os riscos inflacionários nos EUA, assim como efeitos advindos da sua nova política comercial, continuam sendo fatores de risco para o ambiente construtivo global. Consideramos ainda que a possibilidade do FED elevar a taxa de juros básica além do que já está precificado, como um dos principais riscos do momento. Com relação ao comportamento dos ativos, os vértices nominais médios foram os que mais cederam e a curva de juros real cedeu nos vértices mais curtos. O IMA-B 5 foi o índice de destaque no mês com retorno de +1,62%, seguido do IRF-M 1+ (+1,57%), IRF-M (+1,32%), IMA-B (+0,94), IRF-M 1- (+0,66), IMA-B 5+ (0,38%) e CDI (+0,47%). No mês de março, o mercado de crédito manteve a dinâmica positiva que observamos no início do ano. A Anbima aumentou novamente o número de ativos na sua base de dados e a média dos spreads dos ativos com taxa de referência na Anbima continuou fechando, mesmo que marginalmente dado o baixo patamar de taxas. Acompanhando os sinais mais positivos do mercado de crédito, os bancos estão voltando a captar, mas ainda em taxas muito baixas. As instituições financeiras continuam com alta liquidez e baixa necessidade de funding tanto a indústria de fundos de investimento como os investidores diretos mantém elevada demanda para ativos de instituições financeiras. Essa dinâmica tem dado condições para os bancos médios captarem no mercado diversificando e alongando seus passivos, que em geral são concentrados. Em março, as operações que passaram pelo processo de bookbuilding tiveram alta demanda, mesmo para operações menos obvias e de prazos longos (de até 6 anos). Embora o mercado de crédito esteja mostrando recuperação, ainda não é o suficiente para recompor a alocação em títulos privados da indústria que continua com elevada liquidez e demanda por ativos de crédito. Nesse contexto, continuamos bastante seletivos para aquisição de novos títulos, mantendo a neutralidade para as operações de crédito bancário e corporativo. PRINCIPAIS BENCHMARKS DE RENDA FIXA 15% ANO 13% 11% 9% 7% 5,94% 4,94% 4,50% 5% 3,47% 3,77% 3,53% 3% 1% -1% -3% MÊS 1,80% 1,59% 1,58% 1,57% 1,32% 0,96% 0,38% 0,94% 0,66% 1,62% 0,53% 0,53% EVOLUÇÃO JURO REAL NTN-B Ptos mar-18 fev-18 2,00 3,00 2,70-0,30 2,65 2,11 3,72 3,20 3,50 5,07 5,17 5,17 5,17 4,42 4,58 4,62 4,73 4,89 5,01 4,88 5,03 5,01 5,10 5,09 5,10 4,57 4,02 4,25 4,31 0,01 0,06 0,07 0,08 0,07 0,00-0,54-0,51-0,50-0,40-0,33-0,31-0,16-0,01
ago-18 DI1-JAN19 DI1-JAN20 mai-19 DI1-JAN21 ago-20 DI1-JAN22 ago-22 DI1-JAN23 mar-23 DI1-JAN25 ago-24 DI1-JAN27 9,00 7,00 5,00 3,00 1,00 (1,00) MERCADO DE RENDA FIXA INFLAÇÃO IMPLÍCITA Bps mar-18 fev-18 3,41 4,07 4,19 4,17 4,18 4,41 4,41 4,59 4,46 4,45 4,69 3,29 2,00 0,10 0,05 0,04 0,10 - (0,12) (0,01) EVOLUÇÃO JUROS FUTUROS 12,00 Ptos mar-18 fev-18 11,00 10,00 9,00 8,00 7,00 6,57 7,55 7,03 8,45 7,96 8,58 6,22-35,5% -52,0% -49,0% -39,0% -29,0% -18,0% -10,0% 8,97 9,25 8,96 9,64 9,46 9,85 9,75
Paple e Celulose Bebidas Imóveis Varejo Bancos Telecom e Tecnologia Ibovespa Petróleo e Petroquímicos Serviços Financeiros Consumo Serviços Públicos Shoppings e Properties Bens de Capital Transportes e Concessões Mineração e Siderurgia Educação Saúde Alimentos e Agronegócio MERCADO DE RENDA VARIÁVEL Mesmo com a queda dos demais índices pelo mundo, o Ibovespa se manteve praticamente estável no mês de março, o que demonstra certa resiliência da bolsa de valores brasileira, considerando ainda que o fluxo de saída de investidores estrangeiros foi significativo. Assim, o índice Ibovespa teve retorno de +0,01% no mês, mantendo valorização de +11,7% em 2018. O índice S&P 500 teve retorno negativo de -2,6% no mês, acumulando -0,9% de desvalorização em 2018 (em moeda original). O investidor estrangeiro reduziu sua exposição na Bovespa em R$ 5,3 bilhões no mês, anulando o saldo que era positivo no ano, enquanto o investidor institucional local aumentou sua exposição em R$ 4,1 bilhões no mês, passando a apresentar saldo positivo no ano de R$ 3,5 bilhões. No cenário externo, os fatores advindos dos EUA como, a preocupação com a dinâmica de aperto monetário, a queda expressiva de ações das empresas de tecnologia e novas noticias relacionadas a política comercial com a China foram os principais fatores que aumentaram a aversão a risco dos investidores. Ainda é cedo para prever eventuais impactos provenientes destes eventos, assim, ao menos por enquanto, permanece nosso cenário base de otimismo com o crescimento dos EUA, sincronizado com as demais regiões do planeta. No mercado local, o cenário eleitoral volta a trazer volatilidade, reforçando a necessidade de maior seletividade em nossos portfolios e de privilegiar empresas com resultados resilientes, mas o ambiente interno de taxas de juros baixas, inflação sob controle, recuperação gradual da economia, crescimento de lucros e a baixa exposição dos investidores locais ao segmento de renda variável, reforça nossa visão otimista para o mercado de ações. Em março, o setor de Papel & Celulose foi o grande destaque devido o anuncio da compra da Fibria pela Suzano, podendo se transformar na maior fabricante de papel e celulose do mundo. No lado negativo podemos mencionar mais uma vez o setor de Alimentos & Agronegócio, devido, especialmente, à uma nova fase da Operação Carne Fraca que envolve a Brasil Foods. PRINCIPAIS BENCHMARKS DE RENDA VARIÁVEL Março 2018 12 meses 24 meses 36 meses Ibovespa 0,01% 11,73% 31,36% 70,54% 66,89% IBrX 0,08% 11,29% 31,26% 70,32% 66,02% SMLL 0,09% 4,04% 33,80% 91,79% 69,44% DESEMPENHO SETORIAL DO IBOVESPA 60,0% 50,0% 48,2% Março 2018 40,0% 30,0% 26,7% 27,2% 21,7% 20,0% 13,2% 11,5% 11,7% 9,5% 3,7% 5,8% 7,2% 8,1% 10,0% 3,3% 3,1% 2,2% 7,6% 0,4% 0,0% 1,5% 0,0% -0,6% -1,1% -1,7% -1,9% -2,0% -1,9% -2,1% -10,0% -5,4% -5,2% -6,7% -6,8% -9,1% -20,0% -30,0% -21,9% -11,4% -14,5% -14,1% -16,5% Material produzido pela Bradesco Asset Management, empresa responsável pela atividade de gestão de recursos de terceiros do Banco Bradesco S.A. As opiniões, estimativas e previsões apresentadas neste relatório constituem o nosso julgamento e estão sujeitas a mudanças sem aviso prévio, assim como as perspectivas para os mercados financeiros, que são baseadas nas condições atuais de mercado. Acreditamos que as informações apresentadas aqui são confiáveis, mas não garantimos a sua exatidão e informamos que podem estar apresentadas de maneira resumida. Este material não tem intenção de ser uma oferta ou solicitação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro. LEIA O PROSPECTO, O FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, A LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS E O REGULAMENTO ANTES DE INVESTIR. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. Para avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de, no mínimo, 12 meses. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador, do gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou Fundo Garantidor de Crédito FGC. Administrador: Banco Bradesco S.A. / Gestor: Bradesco Asset Management S.A. DTVM. Fone Fácil Bradesco: 4002 0022 / 0800 570 0022 SAC Alô Bradesco: 0800 704 8383 SAC Deficiência Auditiva ou de Fala: 0800 722 0099 Ouvidoria: 0800 727 9933. bram@bram.bradesco.com.br bram.bradesco. Consultoria de Investimentos: Capitais e regiões metropolitanas: 4020 1414 Demais localidades: 0800 704 1414 Em dias úteis, das 8h às 20h horário de Brasília