Ágio Contábil e Fiscal Idésio S. Coelho Diretor Técnico do IBRACON São Paulo, 27 de novembro de 2012 2
RTT Postulado As alterações introduzidas pela Lei n o 11.638/07 e pela Lei n o 11.941/09, que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na escrituração contábil, para apuração do lucro líquido do exercício, não terão efeitos para fins de apuração do lucro real da pessoa jurídica sujeita ao RTT, devendo ser considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007. Ao regulamentar o RTT, a IN RFB 949/09 criou o FCONT, definido como uma escrituração, das contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, que considera os métodos e critérios contábeis aplicados pela legislação tributária; 3
RTT FCONT (IN RFB 949/09) A utilização do FCONT é necessária à realização dos ajustes previstos no RTT, não podendo ser substituído por qualquer outro controle ou memória de cálculo; O 3º do art. 3º da referida IN estabelece ainda que os demais ajustes de adição e exclusão (Parte A do LALUR) devem ser realizados com base nos valores mantidos nos registros do FCONT; 4
Alguns ajustes que afetam o patrimônio líquido Ativo Circulante C/R AVP Derivativos - FMV Ativo Imobilizado Deemed cost Depreciação Impairment Leasing Patrimônio Líquido Ajustes de Avaliação Patrimonial Resultado Rec. Receitas Stock Options 5
ÁGIO SOB O AMPAR0 DO RTT A partir do CPC 15, nas combinações de negócios, há o registro e alocação, na escrituração mercantil, da mais valia paga na aquisição de investimentos, com base no valor justo de bens tangíveis e intangíveis, através do Purchase Price Allocation (PPA); É sabido que os critérios fiscais, por aplicação do RTT, excluem qualquer registro baseado no valor justo, seja de ativos ou de passivos; Desta forma, seria lícito assumir a existência de diferenças no registro do ágio para fins societários e para fins fiscais; O conjunto de normas tributárias que substituirá o RTT irá estabelecer um novo ordenamento jurídico para o ágio (goodwill), a partir do registro do valor justo de ativos e passivos; 6
ÁGIO SOB O AMPAR0 DO RTT Mensuração e alocação do ágio preço versus patrimônio líquido a valor justo/contábil histórico. ordem na alocação do preço (*Instrução CVM no. 247/96). Para fins de mensuração do ágio fiscal é preciso eliminar do patrimônio líquido da sociedade adquirida o efeito do registro de novos critérios e métodos contábeis decorrentes da Lei no. 11.638/2007 e já registrados na data da aquisição? [debate] Amortização do ágio rentabilidade futura pós Lei no. 11.638/2007 ágio rentabilidade futura (preço que excede o valor justo dos ativos e passivos da sociedade adquirida) não é mais amortizável. efeito fiscal é tomado no contexto do RTT via FCONT. 7
ÁGIO SOB O AMPAR0 DO RTT Ganho por compra vantajosa/ deságio Fiscal diferença no critério de amortização (agora no ato da aquisição). deságio fiscal tributado na venda do investimento (como integrante do custo do ativo) ou na incorporação, fusão ou cisão à razão de 1/60 avos, no mínimo, ao mês. no contexto do RTT, o ganho por compra vantajosa somente deveria ter que ser tributado no momento em que o valor justo do ativo adquirido fosse igualmente computado como custo dedutível para fins fiscais. 8
ÁGIO SOB O AMPAR0 DO RTT Parcelas contingentes no contexto pós Lei no. 11.638/2007 Performance Pós Lei no. 11.638/2007 = integra o ágio na data da aquisição em contrapartida de dívida. Pré-Lei no. 11.638/2007 = integra o ágio quando pago. Serviços Pós Lei no. 11.638/2007 = registro no pagamento como despesa de remuneração e não como parte do ágio. Pré-Lei no. 11.638/2007 = integra o ágio quando pago. 9
ÁGIO SOB O AMPAR0 DO RTT Parcelas contingentes no contexto pós Lei no. 11.638/2007 No contexto do RTT, essas parcelas contingentes (tanto em performance quanto em serviços) deveriam poder ser deduzidas somente quando pagas, observadas as demais regras fiscais aplicáveis. Dúvidas poderiam haver se os pagamentos ocorressem após a incorporação, fusão ou cisão da participação societária adquirida com ágio. 10
ÁGIO SOB O AMPAR0 DO RTT Aquisição de participação societária no contexto de grupo econômico quando já há controle: Pós Lei no. 11.638/2007 - transações de patrimônio No contexto do RTT transações de aquisição de participação societária com ágio/deságio Aquisição de participação societária de parte dependentes: Diferença de prática contábil? Desde que comprovados os benefícios econômicos que fluirão para entidade em decorrência da aquisição (substância econômica/ propósito negocial) o ágio apurado na aquisição poderia ser, no contexto do RTT, tomado? 11
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