Autismo e Deficiência Intelectual. Wagner Ranna. Pediatra. Psiquiatra. Psicanalista. Professor de Psicossomática Psicanalítica do SEDES. Psiquiatra CAPS Infantil da Lapa/PMSP/CRSCO/STS Lapa. Ex-professor da FMUSP/Pediatria e MFC
Autismo e Deficiência Intelectual: entrelaçados desde o sec. XIX. Discussão que nasce com a Psiquiatria(1820). Esquirol e a divisão entre loucura e idiotia. Loucura: o visionário, alienado, possível de ser curado. Debilidade Mental: o sub-humano, a degeneração e a incurabilidade. Exclusão. Idéias que resistem até metade do Sec. XX. Dicotomia entre o produzido pelo encontro com a cultura e o causado por alterações biológicas. Início do sec. XX: Psicose precocíssima e Deficiência Mental. A psicometria. 1943: Kanner e Asperger separam Autismo de D.I. Psicanálise e os primeiros trabalhos terapêuticos. M. Klein. Fanatasias e P. de Morte. Winnicott e Lacan. Importância dos processos constitutivos e a Psicose Infantil não decidida. Função Materna e Função Paterna.
DEFINIÇÕES Autismo/TEA: a questão da auteridade e o pulsional. Atipias, automatismos constantes e idênticos, comportamentos fixos, dificuldades na socialização e na comunicação. Alguns apresentam capacidades surpreendentes. Deficiência Intelectual: o sujeito constituido frente aos desafios e dificuldades.
Concepção sócio-histórica e concepção bio-médica. Modelo bio-médico enfatiza a alteração do organismo e foca no indivíduo. Reabilitação e treinamento. Escolas especiais. Modelo sócio-histórico enfatiza as potencialidades, destaca a necessidade de mudança social e centraliza as ações na INCLUSÃO.
A Irredutibilidade do Homem ao biológico. Descobertas sobre o bebê. Hospitalismo, 1945. Bolwby e Cuidados Maternos e Saúde Mental, WHO e o tema da infância. Psicossomática psicanalítica. Equilíbrio psicossomático do sujeito e a incidência do Outro Primordial e do Outro. Privação. Excesso e Exclusão do semelhante. Psicopatologia da Criança vai sendo construida a partir das descobertas na teoria da constituição de sujeito. A criança e o trauma do encontro com o semelhante. A Criança, o infantil, o devir infantil vai sendo desvendado. Autismo (exclusão do semelhante), Psicose Infantil(exclusão da realidade) e as Deficiências. A constituição do sujeito, do aparelho psíquico, está em risco. Terapias de construção, para além das interpretações.
As dificuldades escolares e a infância na escola. Deficiência Intelectual e sujeito. Problemas na aprendizagem e problemas na ensinagem. TDAH e os problemas de comportamento. Medicalização da escola e da vida. Deficiências passam a ser definidas com a implicação das limitações do sujeito e a sua interação com o meio social. Escola é para todos. Inclusão: escola digna para todos. Experiências com inclusão de crianças com graves problemas físicos, cognitivos e subjetivos (1996/2000). Sec. XXI (!?).
Organogênese e psicogênese Polarização que deveria ser superada. Paradigma atual: diagnóstico precoce e intervenção precoce em ambos. Inclusão. Epigenética e Neuroplasticidade. Importância do IMARINÁRIO. Da representação psíquica. Constituição de uma Aparelho Psíquico. Organismo-corpo-sujeito. Seus operadores. O história dos sujeitos portadores da Síndrome de Down.
Teoria e Clínica da constituição da subjetividade. O bebê nos braços da sua mãe envoltos em um ambiente social e familiar, totalmente voltados para acolhê-lo. Constituição do sujeito: o infans, que não fala entra na linguagem. A linguagem se institui a partir de uma matriz subjetiva, singular. As experiências de interação precoce constituem uma MATRIZ SIMBÓLICA.
Funções do OUTRO PRIMORDIAL : -Suposição de Sujeito: antecipação. -Estabelecer a Demanda:interpreta reações involuntárias e reflexas como pedido. -Alternar presença-ausência: ausência vai inscrever o objeto real na representação. -Função paterna: registro numa ordem das coisas que não depende da mãe, mas do social, da lei simbólica. - - Substituibilidade do objeto. - - Experiência primária de satisfação. - - Continuidade e descontinuidade - - Função de reconhecimento. - - Transformação da Pulsão.
Circuito Pulsional e Sinais de Risco na Constituição do Sujeito. Ativo: eu como o outro. Reflexivo: eu me como. Passivo: eu sou comido. Sinais: Ausência do olhar entre o bebê e o outro. Ausência de reação ao manhêz. Ausência do elo passivo do circuito pulsional.
Avaliação Clínica O brincar e o estatuto da fantasia. O corpo e a constituição de uma imagem corporal. Controle e organização das funções corporais. A fala e a inserção na linguagem. Reconhecimento de normas e a posição diante da Lei Simbólica.
Critérios diagnósticos, incidência e etiologia. Autismo e a falsa epidemia: 1970 2 a 4 por 10.000. 2010 25 por 10.000. CDC: 1/88(!!). Critérios dos DSMs. Diagnóstico classificatório. (Fish, 2012). Usando o mesmo critério de 1996 a 2012 não varia: 25/10.000 Deficiência Intelectual: ainda é desconhecida a causa em 45% dos casos. VERDADEIRAS E FALSAS. CAUSA ORGÂNICA(??). Mistério. Interdisciplina e COMPLEXIDADE.
Apoio Matricial à Equipe de Referência. Construindo as RAPS e RAPD. Reforma e implantação de organização de trabalho em Saúde. Longitudinalidade e Vínculos. Humaniza SUS. Saúde Mental. Atenção Básica/Primária e Estratégia Saúde da Família. Construção da RAPS e da RAPD. Hierarquização e Rede de Atenção. Atenção Básica em Saúde. ESF/NASF. Organização de Trabalho Interdisciplinar em Saúde Mental Infanto-juvenil. CAPSi e CER.
Planos de Apoio. Atendimentos conjuntos ou compartilhados. Apoiador programa uma série de atendimentos mantendo contato com a Equipe de referência. Troca de conhecimentos. Co-terapia.
NOVOS PARADIGMAS NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE PÚBLICA. Evolução do modelo em níveis hierárquicos para o modelo em REDE. Níveis:Primário, secundário, terceário ou média e alta complexidade de patologias e procedimentos. O usuário é objeto de múltiplas ações alienadas. Rede: compartilhamento nos projetos terapêuticos caso a caso. Descobrir e integrar as potencialidades do território, dos serviços e dos profissionais, independente do serviço e sim no território. Atenção Básica. Leve e dura.
Matriciamento e Organizações Organograma tradicional: Divisões, Setores, Serviços. Separa as categorias e disciplinas. Verticaliza e centraliza. Organograma matricial: integração horizontal por equipes multiprofissionais e por projetos terapêuticos. Descentraliza. Cria Vínculos. Relação entre sujeitos, singulares.
Apoio Matricial à Equipes de Referência em Saúde Mental Infantojuvenil. Longitudinalidade, Integralidade e territorialidade. Educação Inclusiva e de qualidade para todos. Definir o espectro de responsabilidades dos integrantes de um Projeto Clínico Terapêutico.