'O u SI Pi PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO T SSÃO/DECISÃOMONOCRATICA REGISTRADO(A) SOB N i MUI mil mil um iiiii iiiii iiiii mu iiii nu Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus n 990.09.344688-0, da Comarca de Sorocaba, em que é impetrante ALEXANDRE ORSI NETTO e Paciente JOÃO CARLOS BRAGA SOARES. ACORDAM, em 6 a Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DENEGARAM A ORDEM.V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO TUCUNDUVA (Presidente sem voto), MACHADO DE ANDRADE E JOSÉ RAUL GAVIÃO DE ALMEIDA. São Paulo, 2 5 de março de 2010
th VOTO N 17.628 ^ HABEAS CORPUS N 990.09.344688-0 - SOROCABA. "> IMPETRANTE:- Adv. Alexandre Orsi Neto. PACIENTE:- João Carlos Braga Soares. Habeas Corpus - A lei 12.015/09, dando nova disciplina aos crimes contra a liberdade sexual, definiu, no art. 217-A, o crime de estupro praticado contra menor de catorze anos de idade. Para este delito, a sistemática anterior previa pena mínima de seis anos de reclusão, acrescidos de metade, por força do disposto no art. 9 o, da Lei 8.072/90, perfazendo nove anos de reclusão. Pela sistemática vigente, a pena mínima é de oito anos, portanto, mais favorável ao condenado, pelo que é caso de aplicar-se o novo diploma legal aos casos anteriores à sua vigência, por se tratar de retroatividade benéfica. O condenado não tem, porém, o direito de ver apenas afastado o acréscimo do art. 9 o, da Lei dos Crimes Hediondos, mantido o mínimo legal de seis anos, anteriormente cominado aos crimes de estupro, porque a sistemática vigente continuou considerando de maior gravidade aquele crime cometido contra vulnerável. Apenas situou-o em dispositivo autônomo. A pretensão de ver mantido o mínimo legal anterior, afastando-se o acréscimo do art. 9 o, eqüivale a editar o julgador uma terceira lei, decorrente da combinação da revogada com a revogadora. Ordem denegada. 1- Em favor de JOÃO CARLOS BRAGA SOARES, cujo pedido de aplicação retroativa da Lei 12.015/09 foi deferido parcialmente pelo MM. Juiz de Direito da Vara das HABEAS CORPUS \ 090 O 14468R-0 - lis 1
Execuções Criminais de Sorocaba, impetra-se a presente ordem de habeas corpus, alegando-se que tal decisão fere, ilegalmente, o direito de locomoção do paciente, que, considerada a revogação expressa do art. 224, do Código Penal, revogou, por conseqüência, o art. 9 o, da Lei 8.072/90, seguindo-se que o paciente restaria condenado apenas pelo art. 213, em sua antiga redação, com pena mínima de seis anos, sem o acréscimo de metade. Diz o impetrante que aplicar-se a pena mínima cominada ao art. 217-A, introduzido pela Lei 12.015/09, que é de oito anos, implica retroação maléfica, que maltrata os arts. 5 o, XL, da Constituição Federal, e 2 o, do Código Penal. Pede o reconhecimento da revogação do art. 9 o, da Lei dos Crimes Hediondos, mantida a pena mínima cominada ao art. 213, do Código Penal, em sua antiga redação. Denegada a liminar, prestou informações a digna autoridade impetrada, seguindo-se parecer da Procuradoria-Geral de Justiça pela denegação da ordem. 2.- A lei 12.015/09, dando nova disciplina aos crimes contra a liberdade sexual, definiu, no art. 217-A, o crime de estupro praticado contra menor de catorze anos de idade. Para este X HABEAS CORPUS \"> 0Q0 (W 144688-0 - íls :
delito, a sistemática anterior previa pena mínima de seis anos de reclusão, acrescidos de metade, por força do disposto no art. 9 o, da Lei 8.072/90, perfazendo nove anos de reclusão. Pela sistemática vigente, a pena mínima é de oito anos, portanto, mais favorável ao condenado, pelo que é caso de aplicar-se o novo diploma legal aos casos anteriores à sua vigência, por se tratar de retroatividade benéfica. O condenado não tem, porém, o direito de ver apenas afastado o acréscimo do art. 9 o, da Lei dos Crimes Hediondos, mantido o mínimo legal de seis anos, anteriormente cominado aos crimes de estupro, porque a sistemática vigente continuou considerando de maior gravidade aquele crime cometido contra vulnerável. Apenas situou-o em dispositivo autônomo. A pretensão de ver mantido o mínimo legal anterior, afastando-se o acréscimo do art. 9 o, eqüivale a editar o julgador uma terceira lei, decorrente da combinação da revogada com a revogadora. Na hipótese, o douto Magistrado sentenciante fez exatamente isso. Por redundar em benefício para o paciente, afastou o acréscimo no art. 9 o, da Lei 8.072/90, que esta Col. Câmara havia confirmado, mas aplicou a pena mínima prevista para o crime do art. X HÁBEIS CORPLS N= W0 09 144658-0 - lis 3
s\ 217-A, do Código Penal, introduzido pela Lei 12.015/09. Não poderia afastar a agravante especial, mantendo a pena mínima de seis anos para o estupro, porque, para este crime, cometido contra menor de catorze anos, quis o legislador que ela fosse de oito anos. O art. 224 só foi revogado, porque a disciplina por ele instituída foi objeto de artigo específico e com pena menor do que a que resultava da combinação do art. 213, do Código Penal, com o 9 o, da Lei dos Crimes Hediondos. sendo caso de denegar-se a ordem. Não vejo ilegalidade alguma na decisão impugnada, 3.- É comoyvoto HABEAS CORPUS N 990 09 3446SS-0 - fls -1 41 0035