Teoria dos Conjuntos. Prof Elizeu Junior



Documentos relacionados
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO RAUL PILLA COMPONENTE CURRICULAR: Matemática PROFESSORA: Maria Inês Castilho. Conjuntos

PC Polícia Civil do Estado de São Paulo PAPILOSCOPISTA

TEORIA DOS CONJUNTOS Símbolos

AULA 6 LÓGICA DOS CONJUNTOS

Matemática - UEL Compilada em 18 de Março de Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial:

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE

Função. Definição formal: Considere dois conjuntos: o conjunto X com elementos x e o conjunto Y com elementos y. Isto é:

PROF. LUIZ CARLOS MOREIRA SANTOS

CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU

Matéria: Matemática Assunto: Divisores e Múltiplos Prof. Dudan

CONJUNTOS. PROBABILIDADES Professora Rosana Relva Números Inteiros e Racionais. Uma breve história. Alguns conceitos primitivos CONJUNTOS ELEMENTOS

INSTITUTO TECNOLÓGICO

Raciocínio Lógico para o INSS Resolução de questões Prof. Adeilson de melo REVISÃO 01 - conjuntos e porcentagens

Sociedade Brasileira de Matemática Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional. n=1

Francisco Ramos. 100 Problemas Resolvidos de Matemática

Simulado OBM Nível 2

REDES DE COMPUTADORES - I UNI-ANHANGUERA. CURSO DE ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS PROF. MARCIO BALIAN

Tópico 2. Conversão de Unidades e Notação Científica

Soluções de Questões de Matemática do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca CEFET/RJ

Só Matemática O seu portal matemático FUNÇÕES

UM TEOREMA QUE PODE SER USADO NA

Contagem II. Neste material vamos aprender novas técnicas relacionadas a problemas de contagem. 1. Separando em casos

FUNÇÃO REAL DE UMA VARIÁVEL REAL

Faculdades Pitágoras de Uberlândia. Matemática Básica 1

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,...

Contagem I. Figura 1: Abrindo uma Porta.

ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS

Capítulo 1. x > y ou x < y ou x = y

Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico. I. Conjuntos

a 1 x a n x n = b,

Matemática Financeira Módulo 2

Matemática - UEL Compilada em 18 de Março de Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial:

Sistemas Lineares. 2. (Ufsj 2013) Considere o seguinte sistema de equações lineares, nas incógnitas x, y e z:

Unidade Curricular Matemática Aplicada Prof. Angelo Gonçalves da Luz Teoria dos Conjuntos

Equação do 1º Grau. Maurício Bezerra Bandeira Junior

I. Princípio Fundamental da Contagem (P.F.C.)

Calcular o montante de um capital de $1.000,00, aplicado à taxa de 4 % ao mês, durante 5 meses.

Conceitos Fundamentais

MD Teoria dos Conjuntos 1

Introdução. A Informação e sua Representação (Parte III) Universidade Federal de Campina Grande Departamento de Sistemas e Computação

.x.y.z A B = {1,2,3,4} Conjunto das Partes CONJUNTOS. Nomenclatura: Conjuntos Letras maiúsculas Elementos Letras minúsculas

Este material traz a teoria necessária à resolução das questões propostas.

Álgebra Linear. Mauri C. Nascimento Departamento de Matemática UNESP/Bauru. 19 de fevereiro de 2013

13 ÁLGEBRA Uma balança para introduzir os conceitos de Equação do 1ºgrau

Sistema de Numeração e Aritmética Básica

Vetores no R 2 : = OP e escreve-se: v = (x, y), identificando-se as coordenadas de P com as componentes de v.

Medidas e Grandezas em Física

Material Teórico - Módulo de Métodos sofisticados de contagem. Princípio das Casas dos Pombos. Segundo Ano do Ensino Médio

FUNÇÃO DO 1º GRAU. Vamos iniciar o estudo da função do 1º grau, lembrando o que é uma correspondência:

2aula TEORIA DE ERROS I: ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS, ARREDONDAMENTOS E INCERTEZAS. 2.1 Algarismos Corretos e Avaliados

2 A Derivada. 2.1 Velocidade Média e Velocidade Instantânea

A B C F G H I. Apresente todas as soluções possíveis. Solução

É possível que cada pacote tenha: ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 9 ( ) Circule as frações equivalentes: 03- Escreva:

GAAL /1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar

MATEMÁTICA. Aula 2 Teoria dos Conjuntos. Prof. Anderson

Aula 1 Estatística e Probabilidade

E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO

Somatórias e produtórias

UFPR_VESTIBULAR _2004 COMENTÁRIO E RESOLUÇÃO POR PROFA. MARIA ANTONIA GOUVEIA

Lógica Matemática e Computacional 5 FUNÇÃO

Técnicas de Resolução de Problemas - 1 a Parte

01 Os anos do calendário chinês, um dos mais antigos que a história registra, começam sempre

SISTEMAS LINEARES CONCEITOS

Professor Mauricio Lutz PROBABILIDADE

Equações do segundo grau

FACULDADE DOM BOSCO CURSO DE PEDAGOGIA DISCIPLINA: METODOLOGIA DO ENSINO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL II ALFABETO BRAILLE

1. Introdução ao uso da calculadora

2. Representação Numérica

ITA º DIA MATEMÁTICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR

Endereços Lógicos, Físicos e de Serviço

Explorando Poliedros

Funções algébricas do 1º grau. Maurício Bezerra Bandeira Junior

MÓDULO 4 DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS

12. FUNÇÕES INJETORAS. FUNÇÕES SOBREJETORAS 12.1 FUNÇÕES INJETORAS. Definição

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL

1. Sistemas de numeração

Você sabe a regra de três?

Resolvendo problemas com logaritmos

A equação do 2º grau

¹CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS,Brasil, ²CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS, Brasil.

Teoria dos Conjuntos 1. Definição Hora do Exemplo:

Projeto e Desenvolvimento de Algoritmos

O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto

FACULDADE PITÁGORAS. Prof. Ms. Carlos José Giudice dos Santos

Ambos têm os algarismos 7854 seguidos, a potência de dez apenas moverá a vírgula, que não afeta a quantidade de algarismos significativos.

6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D

Raciocínio Lógico-Quantitativo Correção da Prova APO 2010 Gabarito 1 Prof. Moraes Junior RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Matemática. Disciplina: CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS. Varginha Minas Gerais

Fração como porcentagem. Sexto Ano do Ensino Fundamental. Autor: Prof. Francisco Bruno Holanda Revisor: Prof. Antonio Caminha M.

Fundamentos de Matemática

RELAÇÕES BINÁRIAS Produto Cartesiano A X B

Vetores. Definição geométrica de vetores

Todos os exercícios sugeridos nesta apostila se referem ao volume 1. MATEMÁTICA I 1 FUNÇÃO DO 1º GRAU

Fundamentos da Matemática Fernando Torres. Números Complexos. Gabriel Tebaldi Santos RA:

Matemática I Conjuntos Conjuntos Numéricos. Prof.: Joni Fusinato 1

Teoria das Probabilidades

Aula 05 Raciocínio Lógico p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com Videoaulas

Transcrição:

Teoria dos Conjuntos Prof Elizeu Junior

Introdução A teoria dos Conjuntos representa instrumento de grande utilidade nos diversos desenvolvimentos da Matemática, bem como em outros ramos das ciências físicas e humanas.

Introdução Adotaremos a existência de três conceitos primitivos: elemento, conjunto e pertinência. Assim é preciso entender que, cada um de nós é um elemento do conjunto de moradores desta cidade, ou melhor, cada um de nós é um elemento que pertence ao conjunto de habitantes da cidade, mesmo que não tenhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que é pertinência.

Notação e Representação DEFINIÇÃO 1: A notação dos conjuntos é feita mediante a utilização de uma letra maiúscula do nosso alfabeto e a representação de um conjunto pode ser feita de diversas maneiras

Listagem dos Elementos DEFINIÇÃO 2: Apresentamos um conjunto por meio da listagem de seus elementos quando relacionamos todos os elementos que pertencem ao conjunto considerado e envolvemos essa lista por um par de chaves. Os elementos de um conjunto, quando apresentados na forma de listagem, devem ser separados por vírgula ou por ponto-e-vírgula, caso tenhamos a presença de números decimais.

Listagem dos Elementos Exemplos 1º) Seja A o conjunto das cores da bandeira brasileira, então: A = {verde, amarelo, azul, branco} 2º) Seja B o conjunto das vogais do nosso alfabeto, então: B = {a, e, i, o, u} 3º) Seja C o conjunto dos algarismos do sistema decimal de numeração, então: C = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

Propriedade dos elementos de um conjunto DEFINIÇÃO 3: A apresentação de um conjunto por meio da listagem de seus elementos traz o inconveniente de não ser uma notação prática para os casos em que o conjunto apresenta uma infinidade de elementos. Para estas situações, podemos fazer a apresentação do conjunto por meio de uma propriedade que sirva a todos os elementos do conjunto e somente a estes elementos.

Propriedade dos elementos de um conjunto A = {x / x possui uma determinada propriedade P}

Propriedade dos elementos de um conjunto Exemplos 1º) Seja B o conjunto das vogais do nosso alfabeto, então: B = {x / x é vogal do nosso alfabeto} 2º) Seja C o conjunto dos algarismos do sistema decimal de numeração, então: C = {x/x é algarismo do sistema decimal de numeração}

Diagrama de Euler-Venn

Relação de Pertinência Quando queremos indicar que um determinado elemento x faz parte de um conjunto A, dizemos que o elemento x pertence ao conjunto A e indicamos: x A Para indicarmos que um elemento x não pertence ao conjunto A, indicamos: x A

Relação de Pertinência Consideremos o conjunto: A = {0, 2, 4, 6, 8} O algarismo 2 pertence ao conjunto A: 2 A

Relação de Inclusão e Subconjuntos Dizemos que o conjunto A está contido no conjunto B se todo elemento que pertencer a A, pertencer também a B. Indicamos que o conjunto A está contido em B por meio da seguinte simbologia:

Relação de Inclusão e Subconjuntos O conjunto A não está contido em B quando existe pelo menos um elemento de A que não pertence a B. Indicamos que o conjunto A não está contido em B desta maneira: A B Dizemos que o conjunto A está contido no conjunto B se todo elemento que pertencer a A, pertencer também a B. Indicamos que o conjunto A está contido em B por meio da seguinte simbologia: A B

Relação de Inclusão e Subconjuntos Se o conjunto A está contido no conjunto B, dizemos que A é um subconjunto de B. Como todo elemento do conjunto A pertence ao conjunto A, dizemos que A é subconjunto de A e, por extensão, todo conjunto é subconjunto dele mesmo.

Relação de Inclusão e Subconjuntos Podemos notar que existe uma diferença entre 2 e {2}. O primeiro é o elemento 2, e o segundo é o conjunto formado pelo elemento 2. Um par de sapatos e uma caixa com um par de sapatos são coisas diferentes e como tal devem ser tratadas.

Relação de Inclusão e Subconjuntos Podemos notar, também, que, dentro de um conjunto, um outro conjunto pode ser tratado como um de seus elementos. Vejamos o exemplo a seguir: {1, 2} é um conjunto, porém no conjunto A = {1, 3, {1, 2}, 4} ele será considerado um elemento, ou seja, {1, 2} A. Uma cidade é um conjunto de pessoas que representam os moradores da cidade, porém uma cidade é um elemento do conjunto de cidades que formam um Estado.

Conjuntos Especiais Chamamos de conjunto vazio aquele formado por nenhum elemento. Obtemos um conjunto vazio considerando um conjunto formado por elementos que admitem uma propriedade impossível. Exemplos 1º) Conjunto das raízes reais da equação: x 2 + 1 = 0

Conjuntos Especiais O conjunto vazio pode ser apresentado de duas formas: Ø ou { } (Ø é uma letra de origem norueguesa). Não podemos confundir as duas notações representando o conjunto vazio por {Ø}, pois estaríamos apresentando um conjunto unitário cujo elemento é o Ø.

Igualdade de Conjuntos Dois conjuntos são iguais se, e somente se, eles possuírem os mesmos elementos, em qualquer ordem e independentemente do número de vezes que cada elemento se apresenta. Vejamos os exemplos: {1, 3, 7} = {1, 1, 1, 3, 7, 7, 7, 7} = {7, 3, 1} Se o conjunto A está contido em B (A B) e B está contido em A (B A), podemos afirmar que A = B