Terapia Estrutural. Terapia Familiar - Aula 2

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Transcrição:

Terapia Familiar - Aula 2

Busca entender a estrutura da família para conduzi-la a padrões mais funcionais de interação. Visão positiva: A família é competente ou capaz de ser competente para resolver os seus problemas.

Possui uma natureza funcional e é orientada pelas relações de poder no ambiente familiar. O PI teria um poder sobre os membros da família. Assume uma posição ao mesmo tempo superior e inferior. Por meio de uma conduta problemática o PI gera novos padrões de interação. (Um pai aborrecido e incapaz passa a ser adequado e competente).

Premissa da Terapia Estrutural 1.A família é um grupo de apoio mutuo. 2.Um problema existe por causa de um contexto. Relação com o recorte escolhido. 3.Ressignificação do passado. Mudar a análise da magoa nas relações.

Componentes da Terapia Estrutural Estrutura: Conjunto de regras veladas que governam as transações da família. Subsistemas: As famílias são diferenciadas em subsistemas de membros que se reúnem para realizar funções. O Podem ser saudáveis, aglutinados ou desligados. Fronteiras: Servem para proteger a autonomia da família e de seus subsistemas, lidando com a proximidade com a hierarquia.

Problema Mantêm e agrava a percepção do problema Amplia a forma de atuação Solução equivocada

Sistema perceptivo reativo: Conjunto formado entre percepção e reação. O Individuo não reage a partir da realidade e sim de uma interpretação equivocada.

Padrões transacionais Funções reciprocas e complementares Padrões auto perpetuados e resistentes a mudança Sua origem é esquecida tornando-se necessário e não opcional Estimulam expectativas Determinam padrões futuros de atuação

Objetivos: Perceber a estratégia que a família utiliza para resolver o problema. Como se expressa a manutenção do problema, desprezando a sua origem. Buscar entender a Metáfora Expressa e a Sequencia de Interações.

Foco: Passa-se das causas da conduta atual ao interesse pelas consequências previstas desta conduta. Abandona o interesse em encontrar quem e quê provoca o sintoma. Atentando, como se vai conduzir para uma estratégia de mudança. Ter como hipótese que o plano da família, para desfocar o problema atual, é criar um problema pior do que o existente.

Tarefa: Encontrar uma nova sequencia de interação para conseguir o mesmo objetivo.

Quid pro quo marital As relações caracterizam-se pela existência de acordos silenciosos, sobre os benefícios provenientes do seu envolvimento. Para que o casamento seja satisfatório, deve haver uma distribuição igualitária dos benefícios provenientes da relação.

Fronteira Rígida Desligamento Fronteira Nítida Variação dentro de Limites normais Fronteira Difusa Emaranhamento ou Fusão

Conflito P M P F M F Desvio

Três etapas principais 1. Unindo e acomodando. Alia-se a família, tomando uma posição ativa. 2. Diagnóstico. Esforça-se para entender e avaliar a estrutura da família (provocando uma crise no set para atuarem, desequilibrando a homeostase do sistema e submetendo-a a crescentes pressões). 3. Destacando e modificando as interações. Criação de condições que favoreçam a transformação (determinado limites, desequilibrando e desafiando as suposições da família).

Técnicas paradoxais: Prescreve o Sintoma. O comportamento de uma criança expressa metaforicamente à ajuda aos pais ao desfocar do problema. Os pais estariam pedidos ajuda secretamente a criança. O terapeuta encorajar os pais a fazerem de conta que necessitam da ajuda da proteção da criança e induz a criança a ter o sintoma de proposito. Desta forma a criança não precisará comportarse de forma sintomática.

Operações de reestruturação. 1º - Compreender o problema. Encorajar a família a atuar nas sessões em vez de ouvir a descrição do sintoma.

Operações de reestruturação. 2º- Reorganização espacial. Materializa no set a proximidade e distanciamento entre as pessoas e cria a possibilidade de um novo enquadre.

Operações de reestruturação. 3º- Delimitar fronteiras. O funcionamento sadio implica autonomia e a interdependência de seu território psicológico.

Operações de reestruturação. 4º- Ultrapassar as tensões e os estresses. - Realçando as diferenças que a família tende a esconder. -Explicitando conflitos antes implícitos. -Estabelecendo alianças ou coalizões com algum membro.

Operações de reestruturação. 5º - Atribuições de tarefas terapêuticas (prescrever o sintoma, passar dever de casa, moldar a competência, estabelecer fronteiras, inserir a abordagem paradoxal etc).

Operações de reestruturação. 6º - Utilizar dos sintomas, aumentando a sua intensidade e prescrevendo-o ou reduzindo a sua importância.