Experiências estéticas, poéticas e lúdicas com argila

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Transcrição:

Experiências estéticas, poéticas e lúdicas com argila Autor ASSOCIAÇÃO SABIÁ Idade 2 E 3 ANOS Proposta Favorecer o desenvolvimento da sensibilidade das crianças, o fluxo de sua nascente intenção criadora e potencializar suas habilidades para dar forma a suas ideias e iniciativas são alguns objetivos da proposta de exploração da argila. A argila é um elemento polimórfico, pode multiplicar-se em infinitas formas a partir da intenção de quem a manuseia. O uso da argila pelas crianças proporciona ricas experiências sensoriais, assim como possibilidades ilimitadas para modelar e dar forma aos elementos que habitam o imaginário e a realidade, viabilizando, dessa maneira, oportunidades de aprofundamento na relação das crianças com esse material e suas possibilidades lúdicas, estéticas e poéticas. Durante os primeiros anos de vida, as crianças desfrutam de um potencial único na relação com seu corpo, estando com os sentidos aflorados, gestos e movimentos fluidos, instigados pelas descobertas que promovem; através das quais formam sua consciência a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo. Ao mergulharem no universo simbólico, entre 2 e 3 anos, passam a significar suas experiências também através do faz de conta e da expressão poética, e isso permite compreender a importância de desfrutarem de experiências como esta. (DEWEY, 2010). 1

Materiais - Aproximadamente 1kg de argila para cada três crianças, cortada em pedaços iguais - Fio de corte (nylon) - 1 suporte de papelão A3 para cada uma - 1 cuia com água para cada três crianças - Paninhos de limpeza - Equipamento de som e seleção de áudio - Instrumentos (rolinhos, colheres de tamanhos diversos, garfos, palitos, canudos) Espaço O ideal é utilizar um espaço externo com mesas adequadas ao tamanho das crianças, com opção de permanecerem sentadas ou em pé, ou realizarem a atividade no chão. A música também pode ambientar a atividade, podendo ser incluída nos preparativos do espaço que será ocupado pelo grupo. 2

Tempo Esta proposta de exploração e expressão com argila pode ser desenvolvida com as crianças especialmente em dias de calor, a partir de uma série de encontros com o barro e a água, variando elementos no planejamento das atividades de um encontro para o outro, como a organização dos ambientes, a apresentação dos materiais e as experiências e desafios propostos. Essas atividades duram o tempo que costuma durar o próprio material, que vai endurecendo com o manuseio. Pode se estender por entre 30 e 50 minutos, tempo que precisa ser flexível caso as crianças estejam muito envolvidas. Interações Em grupos pequenos, as crianças podem interagir observando umas às outras e também a professora, que pode trabalhar a argila junto com elas. Dessas observações nasce a imitação dos gestos, dos procedimentos de manuseio do barro, do uso de ferramentas etc. Ao manusear a argila, a professora interage com os pequenos nomeando os objetos disponíveis, conversando sobre o que estão fazendo e relatando o uso de técnicas simples que podem ser pouco a pouco apropriadas: fazer minhoquinhas, bolinhas e costuras. Atividades As proposições da professora podem desencadear as seguintes atividades das crianças: 1. Exploração sensorial com argila (bloco grande) + músicas com ritmos variados. 2. Exploração sensorial com argila (pedaços de tamanhos diversos). 3. Experiências com argila, água e potes. 4. Pintura coletiva com argila. 5. Desenho em placa de argila. 6. Modelagem de temas e histórias. 7. Construção de elementos para brincadeiras. Observe A observação é um importante instrumento para subsidiar o planejamento das propostas do professor e também para enriquecer as experiências das crianças. No desenvolvimento dessa proposta é interessante observar: 1. O aprofundamento progressivo da relação das crianças com os materiais (argila, ferramentas e suportes) ao longo da sequência de atividades: as crianças observam como a argila muda de consistência e plasticidade à medida que é manipulada, em contato com o calor da mão e a água? procuram controlar a plasticidade da argila a partir das experiências anteriores? testam diferentes texturas da argila agregando massa? 3

modelam a argila alisando-a ou amassando-a? modelam a argila sobrepondo blocos ou bolinhas? dominam processos de dar liga e colar pedaços de argila a uma peça base? observam e experimentam contrapor peso à argila para dar equilíbrio e sustentação às peças modeladas? conhecem, experimentam e testam formas de secar a massa, protegendo-a, sem romper ou trincar? 2. Desenvolvimento progressivo das habilidades para manusear esses materiais e criar através deles: as crianças conhecem e experimentam materiais para intervir na argila como, por exemplo, palitos, espátulas, amassadores, rolinhos etc.? escolhem e experimentam diferentes suportes para a argila? 3. Relacionamento das crianças com a diversidade de possibilidades e formas de se expressar e criar através da argila, manifestadas pelo grupo: as crianças observam a própria produção e conversam sobre ela? observam a produção dos colegas? Utilizam técnicas ou sugestões de tratamento da argila comunicadas pelos colegas? conhecem e experimentam possibilidades de modelar a argila? E de esculpir? E de desenhar sobre ela? conhecem e experimentam modos de pintar a argila ou dar outras formas de acabamento às peças, como lixar, secar etc.? como se desenvolve a relação das crianças consigo próprias, na interação com estes materiais e propostas? as crianças exploram bastante, fazem testes e demonstram curiosidade em ver os processos de transformação da argila? demonstram interesse e curiosidade em intervir sobre a argila? demonstram gostar de suas produções finais, ficam satisfeitas com o que realizam? gostam de partilhar e contar como fizeram aos colegas? A voz de quem participou Aprendemos a entender mais as crianças, saber que cada uma tem seu tempo e a respeitar isso. Amanda Thamiris Vieira da Costa, educadora da Associação Quintal Mágico 4

Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010. CRUZ, Maria Cristina M. T. Para uma educação da sensibilidade: a experiência da Casa Redonda Centro de Estudos. 2005. Dissertação (Mestrado) Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. DEWEY, John. Ter uma experiência. In: DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010. GIANOTTI, Sirlene. Dar forma é formar-se: processos criativos da arte para a infância. 2008. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. PIRES, Carolina T. O essencial no ser e a poesia dos sentidos e dos significados: reflexões sobre arte e educação em contextos destinados à primeira infância. 2012. Dissertação (Mestrado) Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Créditos Equipe Projeto Corpo e Cultura na Formação do Educador da Primeira Infância - Associação Sabiá: Carolina Teixeira Pires, Cristiano Ribeiro Vianna e Larissa Néri Equipe da Associação Quintal Mágico - Osasco: Direção: Ajussimeire Benfica Coordenação pedagógica: Sheila Correia Simão e Carolina Ribeiro Professoras: Angra De Sousa Santos, Cintia Correia Da Silva, Andressa De Jesus Simão, Cibele Aparecida Da Silva, Marilene Da Silva Xavier, Evanir Bispo Dos Santos Costas, Lucineia Vieira Dos Santos, Diva Farias De Almeida, Jessica Cristina Ferreira Costa, Brenda Alves de Souza, Stefany Monteiro De Sousa, Bruna Mathiazi Da Silva Equipe AMUNO - Osasco: Direção: Sônia Regina da Silva Souza Coordenação pedagógica: Luciana Rodrigues dos Santos Professoras: Fabiana Ribeiro Rosseto, Josefa Gomes da Silva, Rosana Vital de Almeida, Tamires Ferreira, Valéria dos Santos, Ednolia dos Anjos Santos, Elisângela Umburanas Santos, Lilian das Neves Quaresma, Nielma de Andrade Viana Shimizu, Ednalva Abade Silva Martins, Andreia Bezerra de Melo Iniciativa Coordenação Técnica Parceiros 5