Agrupamento de Escolas de S. Vicente/Telheiras LISBOA



Documentos relacionados
QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO DE ESCOLAS E AGRUPAMENTOS

ESCOLA SECUNDÁRIA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO PLANO DE MELHORIA

Questionário do Pessoal Docente do Pré-escolar

ÍNDICE ENQUADRAMENTO CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO... 4

PLANO DE AÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALPENDORADA 1. INTRODUÇÃO

PLANO DE MELHORIA CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DO PORTO

EDUCAÇÃO ESPECIAL RESPOSTAS EDUCATIVAS

AVALIAÇÃO EFECTUADA PELO COORDENADOR DE DEPARTAMENTO. A - Preparação e organização das actividades N A

Agrupamento de Escolas da Moita. Plano de Melhoria. P r o v i s ó r i o P p P r o. Ano letivo

O Que São os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)?

DEPARTAMENTO DA QUALIDADE

CEF/0910/28031 Relatório preliminar da CAE (Poli) - Ciclo de estudos em funcionamento

Programa Educativo Individual

GABINETE DA MINISTRA DESPACHO

AGRUPAMENTO VERTICAL DE MURÇA EB 2,3/S DE MURÇA

CEF/0910/26436 Relatório final da CAE (Univ) - Ciclo de estudos em funcionamento

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO VILLARET

CIRCULAR. Assunto: Avaliação na Educação Pré- Escolar

Linhas de Acção. 1. Planeamento Integrado. Acções a desenvolver: a) Plano de Desenvolvimento Social

PROJECTO MAIS SUCESSO ESCOLAR A MATEMÁTICA

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR RELATÓRIO DE AUTOAVALIAÇÃO

Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola. Escola Secundária do Forte da Casa

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Auto-avaliação do Agrupamento - Principais resultados

Colaborar com as várias estruturas da escola nas tarefas inerentes ao cargo.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SOPHIA DE MELLO BREYNER - Código PLANO DE ESTUDOS DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SOPHIA DE MELLO BREYNER 2013/2014

DE QUALIDADE E EXCELÊNCIA

Projeto de Ações de Melhoria

Agrupamento de Escolas Barbosa du Bocage SETÚBAL

CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS

PROJETO EDUCATIVO DE ESCOLA

Apresentação. Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares. Oliveira de Azeméis Novembro 2007

NCE/11/01396 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

CASA PIA DE LISBOA, I.P. Gabinete da Presidente do Conselho Directivo

Educação Especial. 2. Procedimentos de Referenciação e Avaliação e Elaboração do Programa Educativo Individual

PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013

REFORÇAR Objectivo 1. Melhorar a divulgação da missão/visão para o agrupamento de escolas em toda a comunidade educativa

GESTÃO CURRICULAR Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento. ( ) ENED Plano de Acção

FICHA TÉCNICA. Cooperação, Parcerias e Contratos Internacionais. Relatório de Avaliação Final. Suzete Lopes suzetelopes@leaderconsulting.info.

REGULAMENTO INTERNO PARA A EMISSÃO DE PARECERES DO CLAS

Protocolo de Acordo entre o Ministério da Educação e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário

PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICA

Manual de Avaliação dos alunos do pré-escolar ao 9º ano de escolaridade

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS N 1 DE MARCO DE CANAVESES (150745) Plano de Ação de Melhoria

Sistema de Monitorização e Avaliação da Rede Social de Alcochete. Sistema de Monitorização e Avaliação - REDE SOCIAL DE ALCOCHETE

Programa de Apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social

Relatório de Autoavaliação dos Planos de Ação

AVALIAÇÃO EXTERNA DE ESCOLAS Plano de Ações de Melhoria

APPDA-Setúbal. Educação

PROTOCOLO ENTRE O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E O MINISTÉRIO DA SAÚDE

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO DO SUCESSO ESCOLAR

NCE/10/00116 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

Agrupamento de Escolas Dr.ª Laura Ayres

PLANO PLURIANUAL DE ATIVIDADES

Relatório Final de Actividade. Ano Lectivo 2010/2011

ACORDO DE COOPERAÇÃO PROGRAMA DA REDE NACIONAL DE BIBLIOTECAS ESCOLARES. Preâmbulo

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA

Caracterização dos cursos de licenciatura

Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva

GESTÃO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E NO ENSINO BÁSICO

Normas para as Matrículas das Crianças da Educação Pré-escolar e dos Alunos dos Ensinos Básico e Secundário

PLANO DE ACÇÃO E ORÇAMENTO PARA 2008

Nível Secundário e Nível 3 de Formação (S 3 ) Regimento Interno. Curso de Educação e Formação de Adultos E.F.A.

ACEF/1112/14972 Relatório preliminar da CAE

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Relatório sobre o funcionamento da Escola Básica Integrada da Charneca da Caparica

ÍNDICE APRESENTAÇÃO 02 HISTÓRIA 02 OBJECTIVOS 02 CURSOS 04 CONSULTORIA 06 I&D 07 DOCENTES 08 FUNDEC & IST 09 ASSOCIADOS 10 PARCERIAS 12 NÚMEROS 13

Programa de Formação Líderes Inovadores PLANO DE MUDANÇA E INOVAÇÃO

Direcção Regional de Educação do Centro. Agrupamento de Escolas de Canas de Senhorim. Escola EB 2.3/S Eng. Dionísio Augusto Cunha.

Direcção Regional de Educação do Centro Agrupamento de Escolas de Canas de Senhorim Escola EB 2.3/S Eng. Dionísio Augusto Cunha. Regulamento Da FCT

NCE/10/01121 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

NCE/11/01851 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE EIXO Escola Básica Integrada de Eixo. Ano letivo 2012/2013

PLANO ESTRATÉGICO DE MELHORIA 2014 / 2017

Avaliação do Projecto Curricular

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade:

Nº 13 AEC - Papel e Acção na Escola. e-revista ISSN

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO

Proposta para a construção de um Projecto Curricular de Turma*

Agrupamento de Escolas de Santa Catarina CALDAS DA RAINHA

DESIGNAÇÃO DA AÇÃO: CONCEBER E APLICAR ESTRATÉGIAS/METODOLOGIAS CONDUCENTES À MELHORIA DOS RESULTADOS.

r I MINISTÉRIOOAEDUCAÇAO

ACEF/1112/20967 Relatório final da CAE

REDESENHAR, REORIENTAR, REAJUSTAR:

Instrumento que cria uma Rede de Cooperação Jurídica e Judiciária Internacional dos Países de Língua Portuguesa

Relatório Final de Avaliação. Acção n.º 8A/2010. Quadros Interactivos Multimédia no Ensino/ Aprendizagem das Línguas Estrangeiras Francês/Inglês

Agrupamento de Escolas de Arronches. Metas Estratégicas para a Promoção da Cidadania ACTIVA e do Sucesso Escolar

Critérios Gerais de Avaliação

Agrupamento de Escolas de Alvalade LISBOA

Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola. Agrupamento de Escolas D. Sancho I PONTÉVEL

ROJECTO PEDAGÓGICO E DE ANIMAÇÃO

ACTIVIDADES DE ANIMAÇÃO E APOIO À FAMÍLIA NOS JI PRÉ-ESCOLAR

Plano de Atividades 2015

Ministério da Educação e Ciência

Curso de Formação Complementar. Apresentação

Transcrição:

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola Agrupamento de Escolas de S. Vicente/Telheiras LISBOA Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE Datas da visita: 4, 5 e 8 de Novembro de 2010

I INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do, na sequência da visita efectuada nos dias 4, 5 e 8 de Novembro de 2010. Os capítulos do relatório Caracterização do Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O texto integral deste relatório está disponível no sítio da IGE na área Avaliação Externa das Escolas 2010-2011 ESCALA DE AVALIAÇÃO Níveis de classificação dos cinco domínios MUITO BOM Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos. BOM A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos. SUFICIENTE Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos. INSUFICIENTE Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. 2

II CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas S. Vicente/Telheiras localiza-se na zona Norte/Oeste de Lisboa e integra escolas das freguesias do Lumiar, Campo Grande e Carnide. É constituído por quatro estabelecimentos: Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Telheiras n.º 2 (Escola-Sede); Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 121 e Jardim-de-Infância Campo Grande n.º 1; Escola Básica do 1.º Ciclo Prista Monteiro e Jardim-de-Infância Horta Nova e Escola Básica do 1.º Ciclo Luz-Carnide e Jardim-de-Infância Largo da Luz. Frequentam-no 1010 crianças, alunos e formandos, organizados em 48 grupos/turmas, assim distribuídos: 140 crianças da educação pré-escolar, sete grupos; 523 alunos do 1.º ciclo do ensino básico, 25 turmas; 169 do 2.º ciclo, oito turmas; 141 do 3.º ciclo, seis turmas e 37 formandos de cursos de educação e formação, duas turmas. Beneficiam de auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar, 55,0% dos alunos, dos quais 27,9% pertencem ao escalão A. Têm computador em casa 52,6% dos alunos e acesso à internet em casa 46,0%. Quanto à nacionalidade, 91,6% são portugueses e, dos que têm outra nacionalidade, 79% são de países de língua oficial portuguesa, em especial do Brasil, de Cabo Verde e da Guiné-Bissau. Quanto às profissões dos pais, só 51,6% têm profissão identificada. Destes, o grupo mais significativo é o dos trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio (17,4%), seguido pelo grupo do pessoal de serviços directos e particulares de protecção e segurança (15,2%). Relativamente às habilitações académicas só se conhecem as de 52%. Destes, 1,7% não tem habilitações; 58,3% têm a escolaridade básica; 20,5% o ensino secundário e 19,5% o ensino superior. O corpo docente é constituído por 112 docentes, dos quais 85 pertencem aos quadros do agrupamento e de zona pedagógica e 27 são contratados. O grupo etário mais representativo é o dos 50-60 anos e a maioria (68), tem mais de 10 anos de serviço. Dos 32 trabalhadores não docentes, 26 têm contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado e 6 contrato a termo resolutivo certo. O grupo etário mais representativo é o dos 40-50 anos e a maior parte (19) tem mais de 10 anos de serviço. Em relação às instalações e equipamentos há a salientar que a Escola-Sede, durante cerca de 30 anos, teve como instalações um edifício provisório, com uma estrutura pré-fabricada de piso térreo, muito velho e degradado e, neste ano lectivo, se encontra também provisoriamente instalada num dos edifícios das novas instalações ainda em construção. III CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO 1. Resultados SUFICIENTE As taxas de transição/conclusão, os resultados obtidos nas provas de aferição dos 4.º e 6.º anos e nos exames nacionais de 9.º ano foram, no último triénio, inferiores às médias nacionais e, no caso destes últimos, têm vindo a registar uma evolução negativa. A análise dos resultados académicos, em sede de Conselho Pedagógico e de departamentos curriculares, revela fragilidades, não existindo estratégias claras com vista à melhoria dos resultados. Tem sido realizado um bom trabalho no que se refere à diminuição das taxas de abandono escolar. Como aspecto positivo, regista-se o envolvimento das crianças e dos alunos, ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, no planeamento e na concretização das actividades. Ao longo do triénio, os casos mais graves de indisciplina têm vindo a diminuir consideravelmente, subsistindo os comportamentos perturbadores em sala de aula, com repercussões negativas nos outros alunos e nas aprendizagens. O contexto socioeconómico e o baixo índice de escolaridade de uma grande parte dos pais e encarregados de educação faz com que as famílias não tenham, de um modo geral, elevadas expectativas relativamente à escola. O absentismo e a desmotivação para aprender fazem parte do quotidiano de muitos alunos que frequentam a Escola-Sede. Todavia, a direcção implementou um conjunto de iniciativas que têm vindo a aumentar as expectativas dos alunos. 3

2. Prestação do serviço educativo SUFICIENTE O modo de funcionamento dos departamentos curriculares, mais numa lógica de grupo de recrutamento, não se constitui como um pólo de articulação e gestão curriculares, tanto ao nível intra como interdepartamental. A articulação vertical do currículo é bastante frágil entre os diferentes níveis de educação e ensino. Os departamentos curriculares não estabelecem metas mensuráveis para os resultados escolares, mas identificam as situações de sucesso. Regista-se positivamente a qualidade das práticas implementadas, na educação préescolar e no 1.º ciclo, no planeamento, na execução e na avaliação das actividades. A inexistência de Serviço de Psicologia e Orientação compromete a orientação vocacional dos alunos. Os projectos curriculares de grupo/turma, sobretudo na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, para além de preverem situações de diferenciação pedagógica, são alvo de avaliações intermédia e final e, em consequência, são redefinidas as estratégias a aplicar. É um ponto forte a articulação entre os docentes da Educação Especial, os docentes titulares de grupo/turma, os directores de turma e os diferentes técnicos na referenciação, na avaliação e no acompanhamento dos alunos com necessidades educativas especiais. Todavia, a inexistência de planos de desenvolvimento, para os alunos com capacidades excepcionais de aprendizagem, não favorece a sua motivação. A direcção estimula os alunos para a valorização dos conhecimentos e da aprendizagem contínua, através da oferta de um conjunto de projectos e de actividades de enriquecimento curricular, embora os alunos as considerem insuficientes. 3. Organização e gestão escolar SUFICIENTE O planeamento da actividade corresponde, nas suas prioridades e objectivos, às grandes linhas orientadoras do Projecto Educativo. Os projectos curriculares de turma estão adequados às especificidades das turmas e são coerentes com o Projecto Curricular de Agrupamento. A programação das áreas curriculares não disciplinares tem em conta os critérios de distribuição de serviço docente e é coerente com o Projecto Educativo e com os projectos curriculares de turma. Contudo, a articulação e a coerência entre este documento, o Projecto Curricular do Agrupamento e o Plano Anual de Actividades revela algumas fragilidades. Existe uma cultura de inclusão e de promoção do sucesso educativo, patente nos projectos, nas actividades e no estabelecimento de parcerias. O pessoal não docente afirma-se pelo seu empenho e brio, o que minimiza os constrangimentos causados pelo seu reduzido número. A Escola Sede iniciou este ano lectivo com uma melhoria significativa das suas condições de trabalho, devido às novas instalações, embora com os constrangimentos inerentes de ter obras em curso, dentro do recinto escolar. A existência de listas de espera nos jardins-de-infância, de turmas a funcionar em horário de regime duplo e a colocação de monoblocos no espaço exterior de uma das escolas do 1.º ciclo são situações que comprometem a prestação do serviço educativo. Os encarregados de educação com assento no Conselho Geral e no Conselho Pedagógico e os membros das associações de pais conhecem os documentos estruturantes do Agrupamento, mas não existe uma forma coordenada da sua divulgação para toda a comunidade educativa, nem uma estratégia concertada visando um maior envolvimento dos pais na vida do Agrupamento, verificando-se uma tendência decrescente da sua participação, nos anos lectivos de 2008-2009 e 2009-2010. 4. Liderança SUFICIENTE O Projecto Educativo definiu prioridades e objectivos, mas não é evidente a definição de uma estratégia clara para a sua concretização, nem o estabelecimento de prioridades e de planos de acção, com a definição de metas claras, quantificáveis e avaliáveis. O pessoal docente e não docente identifica-se com a escola e considera que as relações humanas, o empenho e a comunicação interna são factores relevantes para a sua continuidade no Agrupamento. 4

O conhecimento que a direcção e as restantes estruturas evidenciam sobre os problemas estruturais que afectam o Agrupamento tem sido gerador de iniciativas várias, nomeadamente a adesão aos principais programas nacionais e a projectos em colaboração com entidades locais e nacionais. É um aspecto positivo o conjunto de parcerias e de protocolos que o Agrupamento tem celebrado com entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais, nomeadamente, os projectos Eco-Escolas e Comenius visando uma melhor prestação do serviço educativo. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento INSUFICIENTE O Agrupamento tem desenvolvido algumas iniciativas no âmbito da auto-avaliação, embora sem continuidade nas metodologias e nas equipas de trabalho. A equipa de auto-avaliação, recentemente criada, não integra outros elementos da comunidade educativa, para além dos docentes. A falta de um processo global e sistemático de autoconhecimento reduz a capacidade de auto-regulação e melhoria e não potencia uma evolução sustentada do Agrupamento. IV AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. Resultados 1.1 Sucesso académico O Conselho Pedagógico e os departamentos curriculares procedem à análise dos resultados académicos dos alunos e comparam os resultados das provas externas com as médias nacionais. Todavia, registam-se algumas fragilidades neste processo, não havendo evidências, nesta matéria, de um conhecimento profundo que possa sustentar o desenvolvimento do Agrupamento. Embora os fracos resultados académicos também se possam atribuir, em parte, à falta de acompanhamento dos alunos por parte dos encarregados de educação e aos problemas socioeconómicos e culturais do contexto, não são evidentes estratégias claras com vista à melhoria dos resultados. As lideranças não identificaram as causas para as elevadas taxas de insucesso, para além da influência do meio envolvente, da falta de apoio aos alunos em casa e das baixas expectativas em relação à escola, por parte dos alunos e dos encarregados de educação. Esta perspectiva, a de atribuir o insucesso apenas a causas externas, pode comprometer a melhoria dos resultados académicos. O Agrupamento tem recolhido e analisado dados qualitativos relativos ao desenvolvimento das crianças que frequentam a educação pré-escolar, tendo em conta as diferentes áreas de conteúdo das Orientações Curriculares. No 1.º ciclo do ensino básico, as taxas de conclusão, no triénio, registam uma evolução positiva (94,0%, 97,2% e 97,7%), situando-se, em 2007-2008, abaixo da média nacional (-2,1%), e acima nos dois anos lectivos seguintes (+1,1% e +1,9%). Nas provas de aferição do 4.º ano, no mesmo período, o conjunto das classificações de Muito Bom, Bom e Satisfaz foi sempre inferior às médias nacionais em Língua Portuguesa (-7,7%; -1,8% e - 4,0%), tal como em Matemática em 2008 (-4,9%) e em 2010 (-4,6%), e ligeiramente acima dos valores nacionais em 2009 (+0,5%). No 1.º ciclo, o Agrupamento contempla realidades muito diferenciadas, em termos sociais, que se reflectem nas taxas de sucesso destas escolas. No 2.º ciclo registam-se oscilações nas taxas de conclusão (78,9%, 76,1% e 79,3%), que se situam, sempre, bastante abaixo das médias nacionais (-12,7%, -15,9% e -12,6%). Nas provas de aferição do 6.º ano de Matemática, os valores obtidos foram sempre inferiores às médias nacionais (-7,7%, -1,8% e -4,0%), o mesmo ocorrendo em Língua Portuguesa em 2009 (-16,7%) e em 2010 (-14,6%). Em 2008, os valores do Agrupamento situaram-se acima da média nacional (+1,6%). Registaram-se oscilações nas taxas de conclusão do 3.º ciclo (76,1%, 66,7% e 72,5%), sempre bastante inferiores aos valores nacionais (-9,1%, -18,5% e -12,7%). Os resultados nos exames nacionais do 9.º ano, no triénio em análise, mostram uma tendência de descida tanto em Língua Portuguesa (2,9; 2,8; 2,2) como em Matemática (2,1; 2,0; 1,6) e situam-se, sempre, significativamente abaixo das médias nacionais nestas duas disciplinas (-0,4; -0,2;-0,8) e (-0,8; -1,0; -1,2), respectivamente. 5

As disciplinas de maior insucesso são as Ciências Físico-Químicas e a Matemática. Foram implementadas algumas medidas visando a melhoria dos resultados, sobretudo nesta última disciplina, nomeadamente a adesão ao Plano da Matemática, a prestação de apoios educativos pelos próprios docentes dos alunos, o Problema do Mês e o reforço àquelas disciplinas, no Estudo Acompanhado, no 3.º ciclo. Porém, os resultados académicos alcançados, principalmente nos 2.º e 3.º ciclos, indiciam que as medidas aplicadas não foram eficazes. Em 2008-2009 foi criado um curso de educação e formação de Operador Informático, com 18 alunos, tendo 12 concluído a formação, quatro foram transferidos e dois não obtiveram sucesso. Encontra-se também em funcionamento um curso de educação e formação de Acompanhamento de Crianças, com 17 alunos. O Agrupamento tem desenvolvido um bom trabalho na redução das taxas de abandono escolar (6%; 4%; 3,5%), uma das cinco metas do Projecto Educativo. Os casos em risco de abandono estão identificados e são acompanhados pelos responsáveis. Esta redução decorreu, sobretudo, do trabalho articulado com vários parceiros, da diversificação da oferta formativa e do trabalho desenvolvido pelos directores de turma. 1.2 Participação e desenvolvimento cívico Os documentos orientadores da actividade do Agrupamento são elaborados sem a participação directa dos alunos. O desconhecimento que evidenciam acerca do conteúdo do Projecto Educativo e do Projecto Curricular de Agrupamento demonstra a inexistência de momentos de discussão e de apresentação desses documentos junto dos discentes. O Regulamento Interno é trabalhado nas aulas de Formação Cívica, sobretudo o capítulo respeitante aos direitos e aos deveres dos alunos. É habitual o envolvimento das crianças e dos alunos no planeamento das actividades, com a sua participação na programação diária, mais frequentemente na educação pré-escolar e no 1.º ciclo. O desenvolvimento da cidadania é uma das metas plasmadas no Projecto Educativo. Para o desenvolvimento de atitudes de respeito, de solidariedade e de tolerância muito contribui o excelente trabalho desenvolvido na educação pré-escolar, com a implementação de Reuniões de Conselho e do Amigo do Dia. Na Escola-Sede, as alunas do curso de educação e formação de Acompanhamento de Crianças são madrinhas dos alunos do 5.º ano, para facilitar a sua integração. A escassa oferta de actividades e de projectos compromete a identificação de todos os alunos com a escola de pertença e com o Agrupamento. 1.3 Comportamento e disciplina Na generalidade, os alunos das diferentes unidades educativas, mostram conhecer as regras de funcionamento do Agrupamento. Na Escola-Sede, embora o número de processos disciplinares, no triénio, se mantenha quase inalterado (36; 38; 37), aumentou significativamente, no último ano lectivo, o número de medidas disciplinares sancionatórias aplicadas, que passaram de 179 para 225, devido a um maior rigor na sua aplicação. Contudo, os casos mais graves de indisciplina têm vindo a diminuir consideravelmente, subsistindo os comportamentos perturbadores em sala de aula, com repercussões negativas nos outros alunos e nas aprendizagens. Apesar do trabalho desenvolvido pelos directores de turma, pelos assistentes operacionais e das parcerias existentes, nomeadamente com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a direcção não conseguiu delinear um plano de acção sistemático, que contribua para a melhoria dos comportamentos. A inexistência, neste ano lectivo, de actividade física orientada e de Desporto Escolar, bem como o não funcionamento da biblioteca, devido às obras na Escola-Sede, também concorrem para o comportamento indisciplinado de alguns alunos. 1.4 Valorização e impacto das aprendizagens O contexto socioeconómico e o baixo índice de escolaridade de uma grande parte de pais e encarregados de educação faz com que as famílias não tenham, de um modo geral, altas expectativas relativamente à escola. O absentismo e a desmotivação para aprender integram o quotidiano de muitos alunos que frequentam a Escola- Sede. A direcção mostra-se atenta ao contexto, contudo, são escassas as iniciativas de enriquecimento curricular, nomeadamente projectos e clubes, o que desagrada aos alunos. Ainda assim, transparece a ideia de que as expectativas estão a aumentar, fruto do trabalho desenvolvido pela direcção, nomeadamente através da adesão ao Projecto Comenius, da oferta de cursos de educação e formação e de actividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo. Todavia, não está instituída a atribuição de prémios como forma de promover uma maior valorização das aprendizagens. 6

2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade Os docentes estão organizados por disciplina/ano/nível e é nesse contexto que realizam o planeamento a médio e longo prazos. O trabalho cooperativo entre docentes do mesmo grupo de recrutamento também se desenvolve com a calibragem dos instrumentos de avaliação e a produção de recursos didácticos, sobretudo entre os que leccionam o mesmo ano de escolaridade. Este modo de funcionamento não se constitui como um pólo de articulação e gestão curriculares e não permite que cada docente tenha uma visão de conjunto das diferentes disciplinas, o que compromete a gestão articulada dos programas, tanto ao nível intra como interdepartamental. A sequencialidade das aprendizagens é facilitada, ao nível de cada turma, pela constituição de equipas pedagógicas que, de uma forma geral, se mantêm ao longo do ciclo de estudos. Os departamentos curriculares não estabelecem metas mensuráveis para os resultados escolares, mas identificam as situações de sucesso. Na educação pré-escolar o planeamento das actividades da componente de animação socioeducativa está articulado com a componente educativa, o mesmo sucedendo entre os professores titulares de turma, do 1.º ciclo, e os técnicos das actividades de enriquecimento curricular. É nestes níveis de educação e ensino que se encontraram as práticas colaborativas mais consolidadas ao nível do planeamento, da execução e da avaliação das actividades. Ocorrem, também, abordagens simultâneas de alguns conteúdos programáticos, em especial entre a Matemática e as Ciências Físico-Químicas e entre a História e a Geografia. Todavia, não se recolheram evidências da existência de uma efectiva articulação vertical, ao nível do currículo, entre os três ciclos do ensino básico, apesar de esta ser uma das metas do Projecto Educativo. A inexistência de Serviço de Psicologia e Orientação é atenuada com acções informativas e de acompanhamento aos alunos, por parte, sobretudo, dos directores de turma, sobre as opções a tomar, na transição entre ciclos. 2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula É realizado algum acompanhamento da prática lectiva no Departamento da Educação Pré-Escolar, nas coordenações de ano, no 1.º ciclo, e nas reuniões de subdepartamento, nos 2.º e 3.º ciclos, através de balanços periódicos sobre o cumprimento do planeamento definido. Este processo é pouco fiável para a detecção de casos que exijam um acompanhamento mais próximo. No entanto, não existem práticas institucionalizadas de supervisão, ao nível da sala de aula, pelos departamentos curriculares. A aferição e a calibragem dos instrumentos de avaliação (elaboração de instrumentos de avaliação comuns), por ano de escolaridade, têm vindo a ser adoptadas, apesar de não ser uma prática generalizada. Os projectos curriculares de grupo/turma, sobretudo ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, para além de preverem situações de diferenciação pedagógica, são alvo de avaliações intermédia e final e, em consequência, são redefinidas as estratégias a aplicar. 2.3 Diferenciação e apoios Na Escola Básica do 1.º Ciclo (EB1) Prista Monteiro funciona uma Unidade de Ensino Estruturado que apoia seis alunos com perturbações do espectro do autismo, que beneficiam de uma resposta educativa especializada desenvolvendo, alguns deles, parte do currículo nas turmas desta escola. A EB1 n.º 121 dispõe de uma Unidade de Multideficiência, atendendo 6 alunos com deficiência profunda, todos eles totalmente dependentes e com problemas de saúde associados. Para além do empenho e da dedicação evidentes dos docentes e não docentes envolvidos nestes projectos, a existência de parcerias com a Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) e com a Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados (CERCILISBOA) permitem que estes alunos beneficiem das terapias de que necessitam e que são decisivas para o seu desenvolvimento. Acresce que o trabalho que está a ser desenvolvido com estes alunos, bem como a sua integração escolar, são do agrado da generalidade da comunidade educativa. Para além destas, também é importante a parceria com a Crescer a Cores, sobretudo no despiste de necessidades de terapia da fala e respectivo apoio. A CERCILISBOA assume-se como um centro de recursos, disponibilizando os seus técnicos no apoio a 47 alunos com necessidades educativas especiais de todas as escolas do Agrupamento. Realça-se como positiva a articulação entre os docentes da Educação Especial, os técnicos da CERCILISBOA e da APPDA, 7

os docentes titulares de grupo/turma e os directores de turma na referenciação, na avaliação e no acompanhamento dos alunos com necessidades educativas especiais, bem como na determinação das medidas educativas a incrementar. O apoio educativo, no 1.º ciclo, está a ser implementado por duas docentes que trabalham apenas com os alunos do 4.º ano, por impossibilidade de apoiarem todos os que dele necessitam, e ter sido aquela a prioridade definida. A eficácia deste apoio é muito reduzida, também pela sua descontinuidade, já que são estas docentes que asseguram a substituição dos professores que se encontram a faltar. Deve referir-se, como positiva, a monitorização dos planos de recuperação e de acompanhamento aplicados; como negativa, a inexistência de planos de desenvolvimento para os alunos com capacidades excepcionais de aprendizagem. 2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem De um modo geral, os alunos identificam um défice de oferta de projectos e de actividades de enriquecimento curricular. Na Escola-Sede estão em funcionamento o programa Eco Escolas, para a promoção de educação ambiental, o projecto Educação para a Saúde, que é transversal e o Club English Kids, para um melhor domínio da língua inglesa. Para desenvolver competências nos domínios das artes, no 3.º ciclo, como opção artística, é oferecida a Oficina das Artes Aplicadas. Nas escolas do 1.º ciclo são promovidas actividades no âmbito das componentes social, cultural e artística, de que são exemplo, entre outras, as actividades de enriquecimento curricular, o projecto Sem limites fazer a diferença, também para a educação pré-escolar, A brincar também se aprende, na EB1 n.º 121, e o Clube de Francês, da responsabilidade do subdepartamento de Francês, que tem como público-alvo os alunos do 1.º ano da EB1 da Luz/Carnide. O Agrupamento estimula os alunos para a valorização dos conhecimentos e da aprendizagem contínua, incentivando-os a participarem nas visitas de estudo e para a sua participação nas comemorações de efemérides. 3. Organização e gestão escolar 3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade O planeamento da actividade corresponde, nas suas prioridades e objectivos, às grandes linhas orientadoras do Projecto Educativo (PE), delineado para o triénio 2009-2010 a 2011-2012. Este documento identifica as necessidades, estabelece as prioridades e estratégias de intervenção para responder a cinco grandes metas. O PE, o Projecto Curricular do Agrupamento e o Plano Anual de Actividades revelam alguma fragilidade na articulação e coerência entre si. A organização do PE foi da responsabilidade de um grupo de trabalho constituído para o efeito, que analisou as propostas oriundas dos vários departamentos, não tendo contado com a participação e/ou auscultação da restante comunidade educativa. Os projectos curriculares de turma estão adequados às especificidades das turmas e são coerentes com o Projecto Curricular de Agrupamento. A programação das áreas curriculares não disciplinares tem em conta os critérios de distribuição de serviço docente e é coerente com o PE e com os projectos curriculares de turma. As propostas para o Plano Anual de Actividades são elaboradas em cada escola, em resultado de propostas apresentadas pelos departamentos, a partir da grande linha de orientação do PE (educação para a cidadania), apresentando algumas actividades para todo o Agrupamento. Existem tempos comuns definidos para a realização de reuniões das estruturas de coordenação educativa e de supervisão pedagógica, de forma a permitir o trabalho cooperativo e a articulação dos docentes do 1.º ciclo e da educação pré-escolar, com os técnicos das Actividades de Enriquecimento Curricular e da Componente de Apoio à Família, respectivamente. 3.2 Gestão dos recursos humanos Na afectação dos professores às turmas, a direcção dá primazia à continuidade das equipas pedagógicas e especial atenção à atribuição do cargo de director de turma, tendo em conta as características de cada turma. Os docentes que chegam pela primeira vez ao Agrupamento são acolhidos pelo Director e procede-se a um acompanhamento por parte do coordenador de departamento, para assegurar a sua boa integração. 8

Os constrangimentos causados pelo número reduzido de assistentes operacionais são minimizados pelo seu empenho e brio, pelo conhecimento individualizado dos alunos e pelo recurso à integração de elementos colocados pela Equipa Penal de Lisboa, da Direcção Geral de Reinserção Social do Ministério da Justiça. A afectação dos assistentes operacionais aos serviços tem como base a gestão por escola e não global, de Agrupamento. Os serviços administrativos contam apenas com quatro trabalhadores e ocupam um espaço adaptado, devido às obras em curso, o que dificulta uma resposta, em tempo útil, às solicitações dos seus utilizadores. O pessoal docente e não docente faz o levantamento das suas necessidades de formação e aproveita a oferta formativa integrada nos programas nacionais de formação de professores e do Centro de Formação, nomeadamente em áreas relacionadas com as necessidades educativas especiais, com as tecnologias de informação e comunicação e com a violência e indisciplina. 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros A Escola-Sede, a funcionar há 30 anos em estruturas pré-fabricadas, iniciou este ano lectivo com novas instalações, o que contribui para uma melhoria significativa das condições de trabalho, embora com os constrangimentos inerentes de ter obras em curso dentro do recinto escolar e de não dispor, ainda, de biblioteca, de pavilhão gimnodesportivo e de balneários, o que inviabiliza a leccionação de aulas de Educação Física. A fase já concluída e em funcionamento com salas de aula, ainda não dispõe de novos equipamentos e mobiliário. As escolas do 1.º ciclo e os jardins-de-infância apresentam, no geral, boas condições nas instalações, nos espaços e nos equipamentos, quer nas salas de aula quer noutros espaços disponíveis para outras actividades. Ainda beneficiam de biblioteca e de refeitório partilhado com os jardins-de-infância. A EB1 Luz-Carnide e o JI Largo da Luz não dão resposta às necessidades, existindo turmas do 1.º ciclo em horário de regime duplo e uma grande lista de espera na educação pré-escolar. A utilização das instalações da EB1 n.º 121 (a necessitar de melhoramentos) pelos alunos da EB1 n.º 120 (que se encontra em obras) dificulta uma gestão equilibrada dos espaços. Os JI e as escolas do 1.º ciclo estão equipados com computadores (mas poucos dispõem de ligação à Internet), videoprojector, retroprojector, entre outros equipamentos. Em todos os JI e EB1 existem planos de segurança internos, embora não estejam aprovados pela Protecção Civil, (à excepção do JI da Horta Nova) e têm sido realizados simulacros, por iniciativa dos docentes. O da Escola- Sede aguarda actualização, decorrente das novas instalações. A captação de receitas próprias concretiza-se com a candidatura a projectos nacionais e internacionais, donativos de algumas empresas e, pontualmente, a cedência a título oneroso de salas de aula a uma escola de música privada. 3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa Uma das áreas de intervenção do Projecto Educativo visa a intensificação e a diversificação da participação de pais e encarregados de educação. No entanto, não existe uma estratégia concertada para a prossecução deste objectivo. As actividades que visam o envolvimento dos pais e encarregados de educação consubstanciam-se nas reuniões destinadas a prestar informações variadas, na participação em festas e comemorações, no Desafio Familiar (uma situação problemática para ser resolvida em casa, com o objectivo de envolver os pais) e nas Mini-Olímpiadas da Matemática. Contudo, apenas na Escola-Sede foi realizado o levantamento da participação dos pais e encarregados de educação nas reuniões. No ano lectivo de 2009-2010, a participação oscilou entre os 25% no 8.º ano e os 52% no 9.º ano, existindo, também, uma tendência para o decréscimo nos dois últimos anos lectivos (57% em 2008-2009 e 36% em 2009-2010). Os pais e encarregados de educação com assento no Conselho Geral, no Conselho Pedagógico e os membros das associações de pais conhecem os documentos estruturantes do Agrupamento, mas não existe uma forma coordenada da sua divulgação para toda a comunidade educativa. O Agrupamento, desenvolve iniciativas conjuntas com parceiros da comunidade educativa, nomeadamente com a Junta de Freguesia de Carnide, com a Câmara Municipal de Lisboa, com os Centros de Saúde e com os Centros Sociais e Paroquiais de Carnide e Campo Grande, na procura de resolução das suas dificuldades, nomeadamente para a implementação das actividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo, para o desenvolvimento de projectos e para dar resposta a casos de apoio técnico-pedagógico. 9

3.5 Equidade e justiça O Agrupamento organiza-se de modo a oferecer oportunidades de desenvolvimento e de integração aos alunos, sendo que as decisões tomadas pela direcção, no que concerne à gestão dos tempos escolares, ao encaminhamento e aos apoios, se orientam na procura de soluções para os casos de insucesso e de absentismo. É garantido a todos os alunos o acesso a experiências educativas para a promoção do seu sucesso, através de respostas diversificadas (apoios educativos, Oficina da Matemática, Problema do Mês, visitas de estudo, participação em projectos). Os responsáveis pautam a sua actuação por princípios de equidade e justiça. Existe uma cultura de inclusão e de promoção do sucesso educativo, patente nas actividades que são desenvolvidos e nas parcerias existentes, nomeadamente porque proporcionam respostas diferenciadas (constituição de turmas de percursos curriculares alternativos, em anos lectivos anteriores, cursos de educação e formação, unidades de Multideficiência e de Ensino Estruturado) e mobilizam diversos parceiros, designadamente na garantia de estágios aos alunos dos cursos de educação e formação. 4. Liderança 4.1 Visão e estratégia O Projecto Educativo identifica prioridades e objectivos, mas não é evidente a definição de uma estratégia para a sua concretização, nem o estabelecimento de prioridades, com metas claras, quantificáveis e avaliáveis. Neste contexto, os modos de fazer e reflectir o quotidiano escolar não assentam numa visão e em planos de acção partilhados e mobilizadores de toda a comunidade educativa na operacionalização das intenções prescritas. A comunidade educativa salienta o carácter familiar do Agrupamento que, no entanto, não é reconhecido como uma instituição de referência na zona, tendo em conta as condições físicas e os resultados escolares dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos. As condições físicas da Escola-Sede, até ao ano anterior, contribuíram para o afastamento da população escolar da zona onde está implantada, com níveis socioeconómicos elevados, e acolheu a matrícula de alunos originários de zonas limítrofes e desfavorecidas de Lisboa. O funcionamento da Escola-Sede num novo edifício, com as valências associadas, constitui a principal oportunidade identificada pela direcção e partilhada por docentes e não docentes, para a criação de novas dinâmicas, com novos públicos e o maior envolvimento da comunidade na melhoria do Agrupamento. 4.2 Motivação e empenho O pessoal docente e não docente identifica-se com a escola e considera que as relações humanas, o empenho e a comunicação interna são factores relevantes para a sua continuidade no Agrupamento. A capacidade de responsabilização dos actores da comunidade escolar e o reconhecimento da experiência profissional no acesso aos cargos de coordenação educativa e supervisão pedagógica asseguram alguma eficácia na acção das lideranças e estruturas intermédias. Com realce para os jardins-de-infância e para as escolas do 1.º ciclo, os alunos e as famílias salientam a disponibilidade dos professores para o acompanhamento e apoio, bem como o empenho nos projectos que desenvolvem, estando os responsáveis motivados para a melhoria, embora sensíveis às dificuldades na concretização dos objectivos que se propõem. Os níveis de absentismo dos docentes e não docentes são monitorizados e não são considerados problemáticos pela direcção, embora sejam geradores de algumas dificuldades no funcionamento dos apoios educativos, no 1.º ciclo, na concretização do Programa de Ocupação de Tempos Escolares e na capacidade de resposta dos assistentes operacionais, face às solicitações crescentes com que são confrontados. 4.3 Abertura à inovação O conhecimento que a direcção e as restantes estruturas evidenciam sobre os problemas estruturais que afectam o Agrupamento tem sido gerador de iniciativas várias, nomeadamente a adesão aos principais programas nacionais, a projectos em colaboração com entidades locais e nacionais, propiciando recursos, que facilitam a ligação com o tecido social envolvente (mediadores, animadores, psicólogos e assistentes sociais), 10

fundamentais para a superação de algumas dificuldades. De realçar os projectos desenvolvidos no sentido de facilitar a integração de alunos mais novos no Agrupamento, um dos quais em colaboração com alunos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Ainda é de realçar a acção de formação sobre as tecnologias de informação e comunicação, para as assistentes operacionais, organizada e monitorizada pelos alunos do curso de educação e formação de Operador Informático. A imagem do Agrupamento é considerada pela direcção como um dos seus problemas estruturais mais profundos, não estando delineada nenhuma solução inovadora para ultrapassar o problema e que amplifique o impacto que as novas instalações poderão trazer. 4.4 Parcerias, protocolos e projectos A concretização de parcerias e de protocolos com entidades públicas e privadas tem pautado a actuação da direcção e dos docentes dos vários graus de educação e de ensino, visando a melhoria da prestação do serviço educativo. É de salientar a articulação com diversas entidades, nomeadamente com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Junta de Freguesia de Carnide, que, além das suas competências próprias em matéria de educação, apoiam diversos projectos, promovem as actividades de enriquecimento curricular, cedem instalações, fornecem mobiliário e dão apoio logístico, entre outros; com a Escola Segura na dissuasão, na resolução de conflitos e na formação para a cidadania; com os Centros de Saúde, na formação, prevenção e resolução de situações de crise; com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no acompanhamento e no apoio aos alunos e às famílias; com a Direcção Geral de Reinserção Social, através de trabalho comunitário; com a Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo, no apoio a crianças autistas, e com a CERCILISBOA, na cedência de apoios técnicos especializados. O Agrupamento aderiu, ainda, a um conjunto de projectos nacionais e internacionais que contribuem para a concretização de acções promotoras do sucesso educativo, designadamente o Eco-Escolas, Comenius, Plano da Matemática e Plano Nacional de Leitura. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento 5.1 Auto-avaliação O Agrupamento não procedeu à implementação de um processo de auto-avaliação formal. Apesar de um evidente défice de mecanismos e de cultura de auto-avaliação, ressalvam-se alguns procedimentos de autoconhecimento, nomeadamente a recolha e análise de dados relativos aos resultados académicos dos alunos, por níveis de classificação e por disciplina, à indisciplina, ao abandono escolar e ao absentismo e à presença de pais/encarregados de educação nas reuniões. Uma equipa de auto-avaliação começou a trabalhar em 2009-2010 mas, para além de um questionário sobre hábitos alimentares, não produziu qualquer outro documento. Em Setembro de 2010 foi nomeada pelo Conselho Pedagógico uma nova equipa, composta só por docentes, que ainda não iniciou a sua actividade. A assinatura de um protocolo com o Programa de Avaliação de Escolas da Fundação Manuel Leão Programa AVES demonstra que a auto-avaliação é aposta da direcção do Agrupamento, concretamente na busca de uma ajuda na procura de estratégias adequadas a algumas das suas escolas com contextos bastante desfavorecidos. Estas práticas pontuais de auto-avaliação, não obstante terem permitido identificar alguns pontos fortes, pontos fracos e constrangimentos, são casuísticas e intuitivas, não têm sido utilizadas para reorientar os processos e os resultados da acção educativa, não são do conhecimento dos encarregados de educação e do pessoal não docente e não levaram à elaboração e à implementação de planos de acção de melhoria. 5.2 Sustentabilidade do progresso O Agrupamento não dispõe de mecanismos de auto-avaliação sistemáticos, com repercussões no planeamento das actividades de ensino e de aprendizagem e na sua organização e gestão, de modo a garantir o progresso sustentado. As acções implementadas não conduziram a melhorias consistentes, por não resultarem de um processo de auto-avaliação concertado e sistemático, envolvendo a comunidade educativa. 11

A equipa de auto-avaliação, embora não tenha dado início a qualquer acção concreta, demonstrou estar determinada em organizar e dispor de um dispositivo de monitorização do progresso, com o envolvimento da comunidade educativa, na sua concepção e discussão de resultados. Tem consciência que é necessário alargar o processo a outras áreas e dar-lhe continuidade. Contudo, só terá sustentabilidade se for entendido como uma ferramenta estratégica de planeamento e de acção. V CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas S. Vicente/Telheiras (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria. Entende-se aqui por: Pontos fortes atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos; Pontos fracos atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos; Oportunidades condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos; Constrangimentos condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos. Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório. Pontos fortes O trabalho realizado, que teve como consequência a descida da taxa de abandono escolar; As iniciativas desenvolvidas com vista ao aumento das expectativas dos alunos; A qualidade das práticas implementadas, na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, no planeamento, na execução e na avaliação das actividades; A articulação entre os docentes da educação especial, os professores titulares de grupo/turma, os directores de turma e os diferentes técnicos na referenciação, na avaliação e no acompanhamento dos alunos com necessidades educativas especiais; A motivação e a dedicação do pessoal docente e não docente, o que favorece a coesão interna; A interacção com o meio exterior, através do estabelecimento de protocolos e de parcerias com várias entidades, o que tem contribuído para a melhoria do serviço educativo prestado. Pontos fracos A inexistência de estratégias claras com vista à melhoria dos resultados; A persistência dos comportamentos perturbadores em sala de aula, com repercussões negativas nos outros alunos e nas aprendizagens; 12

A fraca articulação intra e interdepartamental, o que compromete uma gestão curricular conjunta e articulada; O não estabelecimento de metas mensuráveis, ao nível dos resultados escolares pelos departamentos curriculares, indutoras da melhoria do sucesso; A reduzida articulação vertical, ao nível do currículo, entre os três ciclos do ensino básico, apesar de esta ser uma meta do Projecto Educativo; A inexistência de planos de desenvolvimento, para os alunos com capacidades excepcionais de aprendizagem; A menor articulação e coerência entre o Projecto Educativo, o Projecto Curricular do Agrupamento e o Plano Anual de Actividades; O decréscimo da participação dos pais e encarregados de educação nas reuniões com os directores de turma, na Escola-Sede; A inexistência, no Projecto Educativo, de metas claras e quantificáveis, o que não facilita a sua avaliação; A falta de um processo global e sistemático de auto-avaliação, que potencie uma evolução sustentada do Agrupamento. Oportunidade As novas instalações da Escola-Sede, que potenciam a melhoria da imagem do Agrupamento e a possibilidade de atrair novos públicos. Constrangimentos Inexistência de Serviço de Psicologia e Orientação, o que compromete a orientação vocacional dos alunos; As condições físicas da Escola-Sede, que levam à procura de outras escolas por parte dos alunos que terminam o 4.º ano, o que fragiliza a imagem social do Agrupamento junto da comunidade; A insuficiência de salas de actividades na educação pré-escolar, o que tem como consequência a existência de um elevado número de crianças em lista de espera. Nota da Direcção da IGE Atendendo às classificações atribuídas nesta fase de avaliação externa, o Agrupamento de Escolas deverá beneficiar de acompanhamento próximo e intervenção da administração educativa, com a participação activa da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo e o acompanhamento por parte da IGE. 13