Trabalho no novo Regime de Contrato

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Transcrição:

A importância da Segurança no Trabalho no novo Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas Instituto Nacional de Administração, I.P. Conceicao.baptista@ina.pt

RCTFP (Lei 59/2008 de 11 Setembro) Reforma da Administração Pública: estruturas, dirigentes e gestão do desempenho Simplificação administrativa i ti Valorização da formação nos dirigentes O papel p da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho SIADAP (1, 2, 3)

Modernização da AP: Novo modelo de organização e gestão da Administração Pública assente num novo regime de emprego público, aproximando-o do regime laboral comum Dois Vínculos: Nomeação, para funções com exercício de poderes de autoridade Contrato de trabalho em funções públicas, para demais funções Direitos e deveres na área de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho: aplicável a ambos os vínculos. ( Revogação do DL 488/99 de 17 de Novembro: formas de aplicação do DL 441/91 de 14 de Novembro, à Administração Pública)

Dimensões acentuadas no Contrato Trabalho em Funções Públicas Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Obrigações gerais da EEP e do trabalhador para prevenir riscos e promover saúde (Princípios i da Prevenção). Assume importância i a organização do funcionamento do Serviço SHS; Avaliação e controlo de Riscos; Vigilância da saúde; Informação, consulta e formação dos trabalhadores. Eleição dos Representantes dos trabalhadores no domínio SHST Outras dimensões associadas a promoção das condições de trabalho Ritmo trabalho Limites à duração de trabalho Trabalho a tempo parcial Trabalho por turnos Trabalho nocturno Riscos físicos, químicos, biológicos. Riscos psicossociais? Grupos vulneráveis (ex. notação relativa a actividades condicionadas ou proibidas, ex. grávidas)

Desafios na operacionalização do RCTFP no domínio da SHST Imperatividade de uma perspectiva sistémica na avaliação e controlo de riscos profissionais em cada Organismo Público. Identificação e interacção dos riscos multifactoriais. Participação integrada de serviços no processo de diagnóstico intervenção. Objectivos comuns, mobilização dos recursos humanos, serviços partilhados.

Desafios na operacionalização do RCTFP no domínio da SHST Necessidade de intervir na organização do trabalho = Eliminar características nocivas (monotonia e trabalho cadenciado). Trabalho administrativo: Rigidez em descritivo de funções e hierárquica. Fraca autonomia e controlo para implementação de novas práticas profissionais. i i

Desafios na operacionalização do RCTFP no domínio da SHST Trabalhadores FP: Obrigação em cooperar para a melhoria do sistema de SHST; dever de assumir a postura proactiva de comunicar avarias e deficiências verificadas, apresentar propostas para minimizar riscos, designar trabalhadores para SHST. Contexto de actual reforma administrativa com clima de resistência a mudança e menor motivação para exercitar comportamentos de cidadania de segurança.

Desafios na operacionalização do RCTFP no domínio da SHST Entidade Empregadora Pública: mobilização de meios, serviços, equipamentos, formação /informação (sobre riscos, medidas de prevenção e protecção, primeiros socorros, identificação trabalhadores com necessidade de medidas de protecção especiais). Contexto de processo de reforma administrativa e de mudança de paradigma de gestão nos Organismos Públicos. Tempos de turbulência e mudança e necessidade de adaptação a diversas exigências de gestão estratégica e corrente.

Desafios na operacionalização do RCTFP no domínio da SHST Vigilância e Protecção da Saúde dos trabalhadores Ex. Stresse relacionado com o Trabalho : Doença atípica? Resposta a acidentes, incidentes e situações de emergência: Imperatividade de existência de Plano de Acção (exercícios segurança, primeiros socorros, sistemas de alarme) Percepção de risco, problemas na concepção e adaptação das instalações e locais de trabalho em Organismos Públicos.

Pontos fortes da integração de SHST no novo RCTFP Maior saliência da temática de SHST para o sector público = necessidade de intervenção. Visão de convergência privado - público Introdução e valorização de uma nova dimensão de cidadania e responsabilidade social no sector público Clara definição i dos papeis e responsabilidades d dos vários intervenientes no sistema de gestão segurança no Organismo Público. O papel p crucial dos dirigentes na construção de uma politica de segurança. Valorização da noção de grupos vulneráveis (ex grávidas Valorização da noção de grupos vulneráveis (ex. grávidas, trabalhadores por turnos)

Pontos fracos da integração de SHST no novo RCTFP Uma realidade diversa e uma cultura fortemente normativa procedimental vs uma área que apela ao pragmatismo, à aprendizagem organizacional e à mudança de comportamentos Fraca atenção aos riscos psicossociais Conhecimento e competências técnicas; motivação para desenvolver uma cultura organizacional de segurança Conceito e representação da Segurança como uma abstracção na gestão diária da maioria dos Organismos (menor evidência de acidentes, incidentes, percepção pç risco)

O papel estruturante do Estado na promoção dos pressupostos centrais da filosofia de prevenção Cultura de exemplo. Agente de promoção das condições de trabalho. Entidade de fiscalização / inspecção. Papel dinamizador de uma avaliação prospectiva: riscos emergentes, grupos vulneráveis, tipologias eficazes de intervenção, incentivo ao desenvolvimento de comunidades de partilha no domínio SHST (nacional e internacional). P liti Públi ti ã d O i õ S dá i Politicas Públicas activas na promoção de Organizações Saudáveis: O bem estar do trabalhador e os objectivos da organização não devem ser dimensões em conflito.

A preocupação p pelo Homem e pelo seu destino deve sempre constituir o interesse fundamental de todos os esforços técnicos. Nunca o esqueçais no meio dos vossos diagramas e equações. Albert Einstein i

Obrigada! http://emic.ina.pt/