Políticas de moradia: entre o direito e a violação de direitos humanos. Demian Garcia Castro



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Transcrição:

Políticas de moradia: entre o direito e a violação de direitos humanos Demian Garcia Castro

Hipótese central: a nova rodada de mercantilização da cidade vem ampliando os processos de segregação socioespacial através de mecanismos de espoliação urbana a partir do qual ocorre uma mudança do lugar dos pobres na cidade.

OBJETIVOS Identificar os processos de remoções e violações do direito à moradia; Compreender os processos de ampliação da segregação socioespacial; Sistematizar os índices de valorização imobiliária das áreas de intervenção.

PRINCIPAIS DADOS Distribuição das intervenções nas áreas da cidade; Remoções e desapropriações por tipo de intervenção; Oferta de imóveis do MCMV; Índices de valorização imobiliária nas áreas de intervenção.

Direito à moradia na legislação nacional e internacional Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) Artigo 25.1: Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) Artigo 11: Os estados-partes no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa a um nível de vida adequado para si próprio e para sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como uma melhoria contínua de suas condições de vida. Os Estados-partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo, nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento.

Constituição Federal Art 6º- São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e á infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Constituição Estadual Art. 234 No estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano, o Estado e os Municípios assegurarão: I urbanização, regularização fundiária e titulação das áreas faveladas e de baixa renda, sem remoção dos moradores, salvo quando as condições físicas da área imponham risco à vida de seus habitantes;

Estatuto da Cidade lei 10.257/01 Art.2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; II gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro Art. 429 A política de desenvolvimento urbano respeitará os seguintes preceitos:( ) VI urbanização, regularização fundiária e titulação das áreas faveladas e de baixa renda, sem remoção dos moradores, salvo quando as condições físicas da área ocupada imponham riscos de vida aos seus habitantes, hipótese em que serão seguidas as seguintes regras: A) Laudo técnico do órgão responsável; B) Participação da comunidade interessada e das entidades representativas na análise e definição das soluções; C) Assentamento em localidade próximas dos locais de moradia ou do trabalho, se necessário o remanejamento.

Remoções: Violações mais recorrentes ANTES da remoção: violação ao direito à informação; violação do direito à posse; propostas inadequadas de reassentamento; violação do direito ao devido processo legal; propostas inadequadas de indenização. DURANTE a remoção: falta de aviso prévio adequado; agressões, intimidações e ameaças verbais durante a remoção; demolição parcial das comunidades para pressionar famílias que ainda resistem; intimidação e ameaças por parte do poder público antes da remoção ocorrer; demolição antes da definição de um reassentamento definitivo. DEPOIS da remoção: falta de aviso prévio adequado; demolição parcial das comunidades para pressionar famílias que ainda resistem; violação ao direito à informação; propostas inadequadas de indenização; propostas inadequadas de reassentamento. Fonte: http://rio.portalpopulardacopa.org.br/index.php?page_id=2505

Localização da políticas públicas Concentração das instalações esportivas para a realização das olimpíadas em áreas de extrema valorização imobiliária; Construção de sistema de transportes (Bus Rapid Transit - BRTs) nessas áreas; remoções de comunidades dessas áreas;

Localização da políticas públicas A produção de moradia popular, através do Programa Minha Casa Minha Vida, nas áreas periféricas onde normalmente a infraestrutura urbana é precária (problemas de transportes, saneamento, educação, saúde, lazer, etc.)

Mapa dos Jogos Olímpicos de 2016 Fonte: www.rio2016.com

Mapa dos Anéis Olímpicos do Pan-2007 Figura 6: Mapa dos Anéis Olímpicos do Pan-2007 Fonte: www.rio2007.org.br/pan2007 Fonte: www.rio2007.org.br/pan2007

Comunidades removidas ou ameaçadas de remoção Justificativa utilizadas: i) obras de mobilidade urbana com a construção dos BRTs (casos de Campinho, Recreio I e II, Vila Harmonia, Restinga e Vila Autódromo); ii) obras de instalação ou reforma de equipamentos esportivos (Favela do Metrô Mangueira e Vila Autódromo); iii) obras voltadas à promoção turística (Morro da Providência e ocupações na área portuária); iv) áreas de risco ambiental (comunidades da Estradinha, Pavão-Pavãozinho e Pedra Lisa no Morro da Providência).

Comunidade do Campinho, 2011.

Comunidade Metro-Mangueira, 2011.

Comunidade Vila Harmonia, 2011.

Comunidade Vila Recreio II, 2011.

Comunidade do Campinho, 2011.

Escombros permanecem em parte da Vila Recreio II. 04 set. 2013

PAES: "POBRE É DO OUTRO LADO DA SERRA, NÃO VAI FICAR NO RECREIO" Ex-moradores da Vila Recreio II, Laércio e Jorge, em frente ao local que era a comunidade de 60 anos. 04 set 2013

Fonte: Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro, 2013.

Mapa de remoções e reassentamentos decorrentes das intervenções vinculadas à Copa do Mundo e às Olimpíadas no Rio de Janeiro, 2011 Fonte: Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro, 2012.

Mapa da Localização dos empreendimentos enquadrados no Programa MCMV Fonte: Cardoso et al., 2011

Transferência de terras públicas para o setor privado. Operações Urbanas Consorciadas Parcerias Público-Privadas Exemplos: Porto Maravilha Parque Olímpico

Transferência de terras públicas para o setor privado. Desvio da prioridade estabelecida em lei do uso prioritário de terrenos de propriedade do Poder Público para habitação de interesse social (Art. 4 IIc da lei 11.124 de 16 de junho de 2005 que cria o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social).

Gráficos das novas construções na cidade do Rio de Janeiro referente a cada área de planejamento (AP), no período de 2007 a 2010: edificações, unidades e área Fonte: Secretaria Municipal de Urbanismo do Rio de Janeiro RJ.

Considerações finais Desenvolvimento geográfico desigual; Acumulação por espoliação; Relocalização dos pobres na cidade; Intensos processos de especulação imobiliária; Agudização dos conflitos sociais; Luta pelo direito à cidade.

OBRIGADO! Contato: demiancastro@yahoo.com.br