Plano Brasil Maior Abordagem dos pontos de interesse Medidas legislativas envolvidas Visão preliminar
Objetivos (segundo o Ministro) Fortalecer a economia brasileira; Estimular investimentos públicos e privados garantindo a continuidade do crescimento sustentável; Aumentar a competitividade: produtividade e inovação; Responder aos problemas gerados pela economia internacional; Reduzir os custos tributários, econômicos e financeiros.
Maior destaque e interesse (1) Desoneração da folha de pagamento, com a substituição da contribuição de 20% sobre a folha de pagamento devida pelas empresas ao INSS, por outra contribuição entre 1% e 2,5% sobre o faturamento (não opcional), a partir de 1⁰.08.12. (2) Vantagem do produto nacional nas compras governamentais (reserva de mercado) (3) Modificações nas regras de cálculo dos preços de transferência
(1) Setores contemplados Indústrias do setor têxtil, móveis, plásticos, material elétrico, auto-peças, indústria naval, de ônibus e aéreo, BK mecânico, setor hoteleiro e design house (chips) Mantém a indústria de confecções, couro e calçados, TI e TIC e call Center, já sujeitas ao sistema desde 2011 (MP 540 e Lei 12.546/11)
(1) A dúvida Será efetivamente vantajosa (para quem) a troca? O Comitê de Acompanhamento deveria acompanhar a efetiva desoneração. Dito Comitê só foi criado em 03 de abril (apesar de previsto desde a MP 540 em agosto de 2011). Qual o embasamento para a ampliação dos setores sujeitos às nova sistemática se sequer havia o Comitê?
(2) Reserva de mercado Medida protecionista de resultado duvidoso Produtos como medicamentos, fármacos e biofármacos, retroescavadeiras e motoniveladoras terão prioridade nas compras governamentais com margem de preço até 25% superior aos importados. Sendo a medida com prazo certo, qual a segurança na continuidade e estabilidade dessas empresas nacionais ora beneficiadas. Adam Smitt (1776) A Inglaterra deveria vender mais lã para importar o vinho francês.
(3) Preço de Transferência/alterações Regras (9.430/96 e 9.959/00) estabelecem parâmetros para fixação dos preços de transferência, objetivando evitar superfaturamento da importação e subfaturamento da exportação. IN SRF 243/02 era conflituosa. A MP 563/12 altera tais regras, nas operações com pessoas vinculadas, localizadas no exterior e visa reduzir os conflitos. Depende ainda de nova IN para aplicação.
Método do Custo de Produção mais Lucro CPL: definido como o custo médio ponderado de produção de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, acrescido dos impostos e taxas cobrados na exportação no país onde tiverem sido originariamente produzidos, acrescido dos impostos e taxas cobrados pelo referido país na exportação e de margem de lucro de vinte por cento, calculada sobre o custo apurado. É o método mais difícil e complexo de cálculo. A alteração pela MP não mudou o texto, mas mudou a ordem do texto. Ao invés de usar o custo do país de origem, usa-se o custo do produto importado ou similar não do país exportador, mas do fabricante (Brasil).
Método dos Preços Independentes Comparados PIC: definido como a média aritmética ponderada dos preços de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, apurados no mercado brasileiro ou de outros países, em operações de compra e venda, empreendidas pela própria interessada ou por terceiros em condições de pagamento semelhantes. [...] É 2⁰ método mais utilizado. Tira a interpretação fiscal e impõe forma de apuração. Só aplicável quando negócios c/ coligada importe 5% ou + do total das operações. Com a MP 563 o uso de comparáveis em tempos distintos passa a ser limitado e o período de comparação é de 01 ano.
Método do Preço de Revenda menos Lucro PRL: definido como a média aritmética ponderada dos preços de revenda venda, no País, dos bens ou direitos ou serviços importados, em condições de pagamentos semelhantes e calculados conforme a metodologia Os percentuais aplicados não levam mais em consideração a destinação do bem importado, mas sim o setor que utilizará o produto, seja para revenda direta ou produção. Deve ser observada a destinação da matéria prima, se revenda ou utilizada na fabricação de outro produto. Definição do CNAE passa a ser preponderante para fins de cálculo de preço de transferência. Frete e seguro devem ser excluídos da conta despesas.
JUROS S/ CONTRATOS DE MÚTUO Até a MP 563, os contratos de mútuo cadastrados no BC tinham liberdade para estabelecer taxas de juros. Apenas os contratos não registrados estavam obrigados a taxa LIBOR + 3% de spread. Agora a regra é geral. Todos os contratos de mútuo firmados entre vinculadas deverão adotar a taxa LIBOR + Spread, a ser definido anualmente pelo Ministério da Fazenda, dificultando a transferência de lucro através de contratos de mútuo.
Sobre a MP 563/12 Recebeu 183 emendas. Já passou pelo Senado e pela Comissão Mista, para análise. Encontra-se desde 24.05.2012, na Câmara de Deputados, sob relatoria do Dep. Sandro Mabel. Por Ato CN 23, de 24.05.12, (DOU 25.05.12) a MP 563/12 teve seu prazo prorrogado por 60 dias.
A cereja do bolo Postergação do prazo de recolhimento dos PIS e COFINS devidos em abril e maio de 2012, para novembro e dezembro deste mesmo ano. Setores contemplados: autopeças, têxtil, de confecção, calçados e móveis. A Port. MF nº 137, de 26.04.12, foi publicada em 30.04.12. A contribuição relativa a março (vencimento 04/12) já havia sido paga pela maioria das empresas. 2º A prorrogação das datas de vencimento a que se refere o caput não implica direito à restituição de quantias eventualmente já recolhida Nova Portaria do MF n⁰ 206, de 15.05.12 foi publicada, revoga a 137 e prorroga as contribuições do PIS e COFINS: último dia útil, 1ª quinz. 11/12, sobre fatos geradores de abril/2012; último dia útil, 1ª quinz. 12/12, sobre fatos geradores de maio/2012.
Outros benefícios Desoneração (redução) do IPI da linha branca REPORTO (desoneração de IPI, PIS, COFINS as importações para investimentos (risco: não aprovação da MP 556/11 até 31.05.12, que prorrogou o prazo de 12/12 p/ 12/15) PRONON (atenção oncológica) Incentivos à exportação direta e indireta PROEX (exportação pela pequena/ média empresa) Controle à importações (Centro Nacional de Riscos Aduaneiros) Nova caracterização de empresa predominantemente exportadora (redução de 70 p/ 50% da receita bruta)
Outros benefícios (cont.) Combate à guerra dos portos Incentivo (com desoneração tributária) do setor de informação, comunicação, equipamentos e obras civis Retomada do PROUCA ( um computador por aluno ) Ampliação de crédito para investimentos na área de inovação Alterações no REVITALIZA (crédito especial do BNDS para setores mencionados) Programa especial para indústria automotiva
Malefícios Aumento do IPI e COFINS (de 7,6% p/ 8,6%) nas importações em geral, a partir de 01.08.12. Viés protecionista em alguns setores. Tratamento anti-isonômico (privilégios para a SUDENE, SUDAN, FDA e FDNE) Aumento do tamanho do Estado (mais Fundos, Empresas Públicas [até seguradora!], Programas, Conselhos, Participações e Agências) Ativismo econômico (constantes alterações denotam falta de política econômica definida que poderá desestimular novos investimentos) Temporariedade das medidas.
Medidas Legislativas relevantes 2 Medidas Provisórias ( 563 que altera a contribuição previdenciária, aumenta Cofins/Importação, modifica cálculos do preço de transferência, desonera o IPI, PIS/COFINS e institui benefícios fiscais e 564 que modifica o REVITALIZA do BNDS) 7 Decretos (2 s/ preferência do produto nacional nas licitações fármacos e máquinas, regulamenta o Programa de Inclusão Digital e que estabelece alterações na alíquota do IPI (Decreto 7.716/12)) 1 Resolução Senatorial já publicada que uniformiza ICMS nas importações.
Preocupações Serão competentes as medidas legislativas? A CF determina a contribuição previdenciária sobre a folha. A alteração pode ser por Lei Ordinária? Não será necessária sua própria alteração (da CF)? Será simples alteração ou nova contribuição (novo fato gerador, nova base e nova alíquota) permitida só através de Lei Complementar (art. 146, III, a)? Os benefícios fiscais não deveriam ser instituídos por Lei Complementar (CF)? Resolução 13/12 ( guerra dos portos) carece de regulamentação do CONFAZ até 01.01.13. Quem recompensa os investimentos nos Estados?
Muito obrigada Célia Gascho Cassuli celia@cassuli.com.br