PROTOCOLOS CLÍNICOS DA COOPERCLIM AM MANEJO PRÁTICO DA ASCITE AUTOR: LEONARDO SOARES DA SILVA



Documentos relacionados
Outros dados do exame, referentes às doenças de base, podem ajudar no diagnóstico diferencial.

Doenças Pleurais ESQUEMA ANATOMIA. Fisiologia. Imagem. Abordagem da Pleura. Diferencial Transudato x Exsudato. Principais Exsudatos.

Patologia por imagem Abdome. ProfºClaudio Souza

Manejo clínico da ascite

ESÔFAGO-GÁSTRICASGÁSTRICAS

Albumina na prática clínica

Ascite. Autor(es) Roberto J. de Carvalho Filho 1 Set-2007

EXAMES MICROBIOLÓGICOS. Profa Dra Sandra Zeitoun

Derrame Pleural. Definição: Acumulo de liquido no espaço Pleural

OFICINA INTEGRADA DE DOENÇAS IMUNOPREVINÍVEIS

EVOLUTIVAS PANCREATITE AGUDA

PROTOCOLO MÉDICO. Assunto: Infecção do Trato Urinário. Especialidade: Infectologia. Autor: Cláudio C Cotrim Neto-Médico Residente e Equipe Gipea

ASCITE: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

PROF.DR.JOÃO ROBERTO ANTONIO

DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO

Pâncreas. Pancreatite aguda. Escolha uma das opções abaixo para ler mais detalhes.

23/04/2013. Análise crítica da coleta, processamento e interpretação dos exames laboratoriais nos Derrames Pleurais INCIDÊNCIA

Oferecemos uma ampla gama de tratamentos entre os que podemos destacar:

ASCITE. Dr. Joachim Graf. Fatores de risco para ascite. São aqueles relacionados às causas primárias da ascite:

DIABETES E CIRURGIA ALVOS DO CONTROLE GLICÊMICO PERIOPERATÓRIO

ENCEFALOPATIA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA. Workshop Internacional de Atualização em Hepatologia Curitiba, Abril de 2006

Punção Venosa Periférica CONCEITO

SCIH PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO - ITU

INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE CAMPANHA DE SOBREVIVÊNCIA A SEPSE PROTOCOLO CLÍNICO. Atendimento ao paciente com sepse grave/choque séptico

Protocolo para controle glicêmico em paciente não crítico HCFMUSP

UNILUS CENTRO UNIVERSITÁRIO LUSÍADA PLANO ANUAL DE ENSINO ANO 2010

FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ. N 0 Recomendação REC - 003

Autor. Revisão Técnica. Durval Alex Gomes e Costa

Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite

Aparelho Gastrointestinal Dor Abdominal Aguda

Introdução. Metabolismo dos pigmentos biliares: Hemoglobina Biliverdina Bilirrubina Indireta (BI) ou nãoconjugada

Nefrolitotripsia Percutânea

Interpretação de exames laboratoriais Lactato desidrogenase (LDH)

Caso Clínico. Emanuela Bezerra - S5 28/04/2014

CONDUTAS: EDEMA AGUDO DE PULMÃO

Seção 10 - Distúrbios do Fígado e da Vesícula Biliar Capítulo Manifestações Clínicas das Doenças do Fígado

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx DEE ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO

Pós operatório em Transplantes

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ASSOCIADA ÀSONDA VESICAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA

TRATAMENTO DA ASCITE

COMPROMETIMENTO COM OS ANIMAIS, RESPEITO POR QUEM OS AMA.

FÍGADO. Veia cava inferior. Lobo direito. Lobo esquerdo. Ligamento (separa o lobo direito do esquerdo) Vesícula biliar

Avaliação por Imagem do Pâncreas. Aula Prá8ca Abdome 4

PLANO DE CURSO. Componente Curricular: ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA. Pré-requisito:

Diretrizes Assistenciais

Em resposta a Portaria n. 228/2011, no qual sou nomeado para análise e emissão de parecer, passo abaixo meu relatório para apreciação na plenária.

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO ABDOME

Ascite. Sarah Pontes de Barros Leal

HEMORRAGIA DIGESTIVA POR VARIZES ESÔFAGO GÁSTRICA: CONDUTA A TOMAR. Julio Cesar Pisani Prof. Adjunto de Gastroenterologia

FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM II. Nutrição Enteral Profª.Enfª:Darlene Carvalho

Prof. Dr. Jorge Eduardo F. Matias Cirurgia do Aparelho Digestivo Departamento de Cirurgia UFPR - HC

Hepatite C Casos Clínicos

Manejo da Ascite no Cirrótico

Passos para a prática de MBE Elaboração de uma pergunta clínica Passos para a prática de MBE

Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias

Otite média aguda em crianças Resumo de diretriz NHG M09 (segunda revisão, fevereiro 2013)

Abordagem do Paciente Renal F J Werneck

MANEJO DA SEPSE: ENFOQUE MULTIPROFISSIONAL. Belo Horizonte 2014

Paciente de 89 anos, vem à consulta médica relatando nauseas e vômitos há 2 dias. Previamente à consulta encontravase bem, assintomática.


ANEXO 2: Exemplos de questões e percentual de erro dos participantes

PROTOCOLO GERENCIADO DE SEPSE PACIENTE COM CONDUTA PARA SEPSE (OPÇÃO 2 E 3 - COLETA DE EXAMES/ANTIBIÓTICO)

ACOMPANHAMENTO DA PUÉRPERA HIV* Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins


EXERCÍCIO E DIABETES

TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA em ODONTOPEDIATRIA SANDRA ECHEVERRIA

8:00 Horas Sessão de Temas Livres concorrendo a Premiação. 8:30 8:45 INTERVALO VISITA AOS EXPOSITORES E PATROCINADORES.

O sistema esquelético ou sistema ósseo é formado por vários ossos, cujo estudo é chamado de osteologia.

PROPEDÊUTICA DO APARELHO DIGESTIVO. gesep. Dor Abdominal Pontos Chave. Tipos de Dor Abdominal 4/13/09 ANTES DE INICIAR O EXAME FÍSICO...

SONDAGEM VESICAL DEMORA FEMININA

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS.

HM Cardoso Fontes Serviço o de Cirurgia Geral Sessão Clínica

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

USO PRÁTICO DOS INDICADORES DE IRAS: SUBSIDIANDO O TRABALHO DA CCIH HOSPITAIS COM UTI

I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS

CATATERIZAÇÃO DA ARTÉRIA UMBILICAL

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Drenos. Prof. Claudia Witzel

Cetoacidose Diabética. Prof. Gilberto Perez Cardoso Titular de Medicina Interna UFF

PROTOCOLO MÉDICO. Assunto: Osteomielite. Especialidade: Infectologia. Autor: Cláudio de Cerqueira Cotrim Neto e Equipe GIPEA

MAPEAMENTO ELETROANATOMICO NA ABLAÇÃO. Cristiane Miranda Hospital São Lucas - RJ

PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR-HNSC NORMAS E ROTINAS TÉCNICO-OPERACIONAIS CIH/HNSC/GHC

ANEXO. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Para candidatos que desejam entrar na 4ª etapa do curso

Colibacilose Aviária. Disciplina de Doença das Aves Curso de Medicina Veterinária MV Leonardo Bozzi Miglino Mestrando em Cinecias Veterinarias - UFPR

Abcessos Hepáticos. Hospital de Braga. Cirurgia Geral. Director: Dr. Mesquita Rodrigues. Pedro Leão Interno de Formação Específica em.

As disfunções respiratórias são situações que necessitam de intervenções rápidas e eficazes, pois a manutenção da função

Epidemiologia DIABETES MELLITUS

HIPÓTESES: PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA EM CIRRÓTICO DESCOMPENSADO ENTEROINFECÇÃO (GASTROENTEROCOLITE)

GABARITO. Resposta: Cálculo da superfície corporal para dose de gencitabina 1 m mg 1,66 m X mg X = 1660 mg

MASTITE PUERPERAL: MEDIDAS FARMACOLÓGICAS E NÃO FARMACOLÓGICAS NO SEU MANEJO

PROCEDIMENTOS EM NEONATOLOGIA. Medições frequentes e contínuas da gasometria arterial; Monitorização continua da pressão arterial.

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DE SANTO ANDRÉ

PEDIATRIA CLÍNICA 1. OBJETIVOS

Boletim Informativo Estamos finalizando nossas reformas e nesta primeira quinzena do mês estaremos de cara

Fibrose Cística. Triagem Neonatal

COD PROTOCOLOS DE GASTROENTEROLOGIA

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) E TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP)

Transcrição:

PROTOCOLOS CLÍNICOS DA COOPERCLIM AM MANEJO PRÁTICO DA ASCITE AUTOR: LEONARDO SOARES DA SILVA 1 RESUMO Ascite é definida como acúmulo de líquido livre na cavidade peritoneal. Manifestação comum na hipertensão portal da cirrose hepática. A paracentese deve ser realizada em todos pacientes com ascite, independentemente da sua etiologia. A complicação comum na ascite de origem hepática é peritonite bacteriana espontânea, que deve ser tratada com antibioticoterapia, devido sua alta mortalidade. Este artigo é uma visão prática no diagnóstico e na conduta do paciente com ascite. 2 INTRODUÇÃO Ascite é definida como acúmulo de líquido livre na cavidade peritoneal. Manifestação freqüente em inúmeras patologias, sendo que o seu diagnostico diferencial constitui um desafio intelectual para os gastroenterologistas e para os clínicos. 3 ETIOLOGIA As principais etiologias da ascite (Tabela 1): Gastroenterologica Cardíaca Renal Infecciosa Hipertensão portal: Cirrose hepática, hepatite fulminante, doença veno-oclusiva (trombose de veia porta, supra-hepáticas) Pancreática: Pancreatite, pseudocisto Biliar Insuficiência cardíaca, pericardite constritiva, cor pulmonale Síndrome nefrótica, Insuficiência renal crônica dialítica Tuberculose, esquistossomose, fúngica, bacteriana

Neoplasia Quilosa Ginecológica Outras Metástase peritoneal, mesotelioma, linfoma, pseudomixoma peritoneal Obstrução linfática mesentéricas Síndrome de Meigss, endometriose, síndrome de hiperestimulação ovariana. Lúpus eritematoso sistêmico, angioedema hereditário, artrite reumatóide, Doença de Whipple, mixedema, gastroenterite eosinofilica, febre familiar do mediterrâneo,, hipoalbuminemia. Tab. 1. Causas de Ascite. 4 DIAGNÓSTICO 4.1 Paracentese diagnóstica A paracentese com coleta de líquido ascítico para posterior estudo é uma grande arma para o diagnóstico da causa básica do derrame peritoneal. É um procedimento seguro, sem evidências que predisponham à infecção do líquido peritoneal e deve ser realizado em todos pacientes com ascite, independentemente da suspeita clínica. Indicações: Pacientes internados ou ambulatoriais com ascite ao exame físico de início recente ou causa indeterminada. Paciente portador de doença hepática crônica com ascite pré-existente e suspeita de peritonite bacteriana espontânea (PBE). A PBE deve sempre suspeitada quando ocorre deterioração do quadro clínico do paciente, como: Febre, dor abdominal, encefalopatia hepática, disfunção renal, leucocitose, acidose, sepse ou choque. 4.1.1 Procedimento: 1. Material Utilizado a. Cateter intravenoso nº 14 b. Seringa nº 20 ou 10 c. Campo fenestrado estéril d. Luvas estéreis e. Pinças para pequenas cirurgias f. Frascos de vidro estéril

g. Coletor de vidro ou plástico h. Equipo de soro i. Cloridrato de lidocaína a 2% sem vasoconstritor j. Substâncias para assepsia e anti-sepsia 2. Técnica a. Realizado na beira do leito ou em local para procedimento na enfermaria, com paciente em jejum e esvaziamento prévio da bexiga. b. Decúbito dorsal c. Localização: Quadrante inferior esquerdo. No ponto central em uma linha imaginária que passa na crista ilíaca superior a cicatriz umbilical e longe dos vasos hipogástricos. d. Assepsia e anti-sepsia e. Colocação do campo fenestrado f. Anestesia local com lidocaína (2 a 5ml) g. Montar o cateter intravenoso na seringa de 20ml h. Introdução do cateter/seringa perpendicular à pele, sempre aspirando até que a saída do líquido peritoneal i. Retirar a agulha e coletar liquido para bioquímica, citometria, pesquisa de células neoplásicas, culturas. j. Ligar o cateter ao equipo e o coletor l. Curativo no local da punção 4.2 Análise do líquido Ascítico 4.2.1 Aparência macroscópica (Tabela 2). Aparências do liquido ascítico Macroscópica Etiologias Amarelo citrino (claro) Cirrose hepática sem complicações Turvo Leitoso (quilosa) Sanguinolento Marronzado Infecções (peritonite bacteriana espontânea ou secundária) (Neoplasia ou trauma do ducto pancreático) Punção traumática Neoplasia maligna Ascite cirrótica sanguinolenta Tuberculose (Raro) Punção inadvertida do baço (Esplenomegalia volumosa) Síndrome ictérica Perfuração de vesícula biliar Ulcera duodenal Tab. 2. Macroscopia do liquido ascítico

4.2.2 Citologia e Citometria A contagem de polimorfonucleares é importante no diagnóstico da peritonite bacteriana espontânea (PBE) no paciente cirrótico, independentemente da cultura: Contagem >250 PMN = PBE 4.2.3 Gradiente albumina sérica e albumina do liquido ascítico (GASA) A dosagem do GASA é crucial no diagnóstico da etiologia da ascite, principalmente relacionada à hipertensão portal. O GASA é a diferença entre a albumina do soro e a albumina da ascite, por isso, deve ser colhido simultaneamente (Tabela 3). GASA 1,1 GASA 1,1 Hipertensão portal HP Sinusoidal (cirrose hepática) : Proteína < 3,0 HP Pós-sinusoidal (Insuficiência cardíaca): > 3,0 Doença Peritoneal Carcinomatose Tuberculose Síndrome Nefrótica Tab. 3. Diagnóstico diferencial com uso do GASA 4.2.4 Citologia oncótica Frasco com metade álcool, metade líquido ascitíco e encaminhar para anatomia patológica. A citologia oncótica contribui para o diagnóstico diferencial da neoplasias malignas peritoneais, principalmente metastáticas (carcinomatose peritoneal). 4.2.5 Cultura No frasco de hemocultura -10ml de líquido ascitíco à beira do leito. Cultura para bactérias, em casos especiais para tuberculose e fungos. 4.2.6 Bioquímica Glicose, ph, proteínas totais, DHL, (na primeira análise: amilase, ADA).

5. TRATAMENTO 5.1 Medidas Conservadoras 5.1.1 Repouso relativo no leito. 5.1.2 Restrição de Sódio Dieta deve conter em torno de 2g (88 meq) de sódio por dia 5.1.3 Restrição de líquido g/ml. Restrição da ingesta de líquido apenas quando o sódio sérico for menor que 120 5.1.4 Diuréticos A associação de dois diuréticos de ações diferentes é melhor opção no tratamento via oral da ascite no paciente cirrótico. As drogas provocam efeito sinérgico, além de diminuir os efeitos deletérios, quando usados isoladamente. Inicia com furosemida 40mg/dia e espironolactona 100mg/dia. Aumenta progressivamente, se a resposta clínica for insuficiente após 3 a 4 dias com a terapia. A furosemida pode ser aumentada ate 160 mg e a espironolactona ate 400mg. Importante: Evitar o uso endovenoso ou perdas rápidas de liquido. O objetivo da perda líquida é de no máximo 1 kg/dia em pacientes com edemas de membros inferiores ou 0,5 kg/dia em pacientes sem edema de membros. Essa medida tem a intenção de diminuir a deterioração da função renal nestes pacientes. 5.2 Paracentese terapêutica A paracentese esta indicada no tratamento da ascite de difícil controle como: 5.2.1 Ascite refratária ao tratamento oral com diuréticos 5.2.2 Ascite intratável, isto é, paciente com contra-indicações ou efeitos colaterais com diuréticos 5.2.3 Ascite tensa com desconforto respiratório Albumina humana A albumina humana é indicada quando ocorre uma retirada maior que 4 litros durante o procedimento da paracentese terapêutica. A dose preconizada de 6 a 10g de albumina por litro retirado. A infusão da albumina ocorre concomitante ou logo após o procedimento, com velocidade 1ml/minuto. Lembrando que cada frasco de albumina humana a 20% possui 10g.

5.3 Outros tratamentos 5.3.1 TIPS (Derivação porto-sistêmico intra-hepático transjugular) 5.3.2 Transplante hepático. É opção definitiva da ascite de origem hepática 5.4 Tratamento da Peritonite bacteriana espontânea 5.4.1 Antibioticoterapia (tabela 4). Cefatoxima 2g EV 8/8hs por 5 dias Ceftriaxona 2g EV 1xdia por 5 dias Amoxacilina + clavulanato EV 1,2g 8/8hs por 2dias e 625mg VO 8/8 por 6 a 12 dias Ciprofloxacina EV 200mg 12/12hs por 5 dias Tab. 4. Antibióticos usados no tratamento do PBE 5.4.2 Uso da Albumina na PBE (PROTOCOLO DE BARCELONA) A albumina é administrada 1,5g/kg/dia no primeiro dia (no máximo até 6h do diagnóstico) e 1g/kg/dia no terceiro dia de tratamento. A albumina reduz a mortalidade intra-hospitalar e deterioração da função renal, mas ainda necessita de estudos para sua verdadeira efetividade. Realizar principalmente na presença de função renal alterada e paciente ictérico. 5.4.3 Paracentese de controle Realizada nova paracentese após 48 horas do início do tratamento. O resultado esperado é uma queda mínima abaixo de 25% do polimorfonucleares da paracentese inicial. Não ocorrendo essa diminuição, o esquema de antibioticoterapia deve ser substituído de acordo com o antibiograma. 5.4.4 Profilaxia da PBE A profilaxia da PBE é uma prioridade em todo paciente que apresentou a infecção do líquido ascítico, através de esquema oral por tempo indeterminado (Tabela 5). Norfloxacina 400mg VO 1xdia Ciprofloxacina 750mg /semana Sulfa + trimetropim 400/80mg por dia Outros: Ofloxacina, amoxacilina + clavunulato Tab. 5. Profilaxia do PBE

6. ALGORITMO DA ASCITE

BIBLIOGRAFIA 1. ANGELI P & GATTA A. Medical treatment of ascites in cirrhosis. In: Ginès P, Arroyo V, Rodés J, Schrier RW eds. Ascites and Renal dysfunction in liver disease. Pathogenesis, diagnosis and treatment. Massachusetts: Blackwell Science 227-41, 2005. 2. CÁRDENAS, ANDRÉAS; ARROYO, VICENTE. Management of ascites and hepatic hydrothorax. Best Practice & Research Clinical Gastroenterology. Vol 21, n 1, 55-75. 2007. 3. CORAL, GABRIELA. et al. Prevalência e prognóstico da peritonite bacteriana espontânea. Experiência em pacientes internados em um Hospital Geral de Porto Alegre. (1991-2000). Arq Gastroenterol. Vol. 39 No.3 jul./set. 2002. 4. MATTOS, ANGELO ALVES. Paracentese diagnóstica. Revista da AMRIGS, 50 (1):54-58. 2006. 5. MOORE, KEVIN P. et al. The management of ascites in cirrhosis: Report on the Consensus Conference of the International Ascites Club. Hepatology, Vol 38, n 1, 2003. 6. OLMOS, RODRIGO DÌAZ, et al. Ascite no Pronto-Socorro. In: Emergências clínicas: abordagem prática. 2. ed. Editora Manole. 278-95. 2006. 7. SHERLOCK, SHEILA; DOOLEY, JAMES. Ascites. In:Doença do fígado e do sistema biliar. 11. ed. Ed. Guanabara Koogan. 111-27. 2004. 8. THOMSEM, TODO W. et al. Paracentesis. N. Engl J Med. Nov, 355:e21. 2006. 9. WGO. Gerenciamento da ascite como complicação da cirrose em adultos. www.worldgastroenterology.org/.../pdf/guidelines/ascites_complicating_cirrhosis_in_adult s_management_pt.pdf 10. YU AS, HU K-Q. Management of ascites. Clin Liver Dis 2001; 5:541-68.