Autores: Ygor Bezerra Pessoa. Aline Cristiane Amorim Souza. Professor Dr. Érico Veras Marques PAIS: Brasil



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Transcrição:

XXX CONFERÊNCIA INTERAMERICANA DE CONTABILIDADE TRABALHO TÉCNICO SOBRE ÁREAS ESPECIAIS II: TEMAS LIVRES DE INTERESSE GERAL TÍTULO: Finanças Comportamentais: Uma análise da gestão financeira pessoal dos empresários cearenses. Autores: Ygor Bezerra Pessoa Aline Cristiane Amorim Souza Professor Dr. Érico Veras Marques PAIS: Brasil

RESUMO: O Brasil vive um bom momento econômico. Isto tem proporcionado um aumento na renda dos brasileiros e, consequente, diferenciação na utilização da mesma. As variadas maneiras de aplicar recursos financeiros estão cada vez mais acessíveis ao pretenso investidor. Dessa forma, é preciso definir de que maneira a renda própria está sendo utilizada e quais os fatores envolvidos nas decisões de caráter financeiro e de investimentos pessoais. Estudos recentes, envolvendo o tema Finanças Comportamentais, tem demonstrado que fatores da psicologia econômica, do comportamento dos indivíduos e da sociologia podem estar por trás das decisões financeiras e são relevantes para a conclusão de que a racionalidade humana, nesses casos, é limitada. O presente estudo foi baseado em uma pesquisa quantitativaexploratória, realizada por meio da aplicação de questionários a empresários e gestores de empresas do Ceará, durante os meses de abril e maio de 2013. Orientam este trabalho questionamentos tais como: se há algum envolvimento positivo e diferente dos empresários e gestores para o senso comum pelo simples fato de conviverem com a busca pela racionalidade e como se dá o trato em finanças pessoais dessas pessoas. Por fim, conclui-se que não há diferenciação direta do cotidiano dos empresários e gestores pesquisados ao senso comum quando o assunto é o gerenciamento financeiro pessoal e os investimentos. Fatores de cunho comportamental se mostram presentes, fortalecendo a ainda mais a racionalidade limitada. Palavras chave: Finanças Pessoais, Finanças Comportamentais, Decisão sobre Investimentos.

1. INTRODUÇÃO Diante do crescimento econômico brasileiro nos últimos anos, a sofisticação das tomadas de decisões dentro das empresas, sejam elas de pequeno porte ao de maior porte, tem se tornado o diferencial para o sucesso ou insucesso das empresas. Personagens principais da tomada de decisão, os donos de negócio, bem como os gestores responsáveis por empreendimentos, são um rico objeto de estudo. Espera-se sempre que a tomada de decisão sobre investimentos dos gestores, em especial os relacionados com finanças, tenha sua utilidade maximizada, conforme aponta a economia tradicional através de autores como (MARKOVITZ, 1952) e (SHARPER, 1964). No entanto, ao longo do tempo as teorias modernas de finanças tem comprovado que existe algo além da racionalidade humana inserida nas decisões. Os conceitos que corroboram com as ideias pioneiras de Herbert Simon, quando defendeu a Racionalidade Limitada nas decisões, se aplicam aos responsáveis pelo ato de decidir sobre investimentos e tem sua denominação: Finanças Comportamentais. Esta área de estudos em finanças é composta por conceitos que envolvem a psicologia econômica, bem como o comportamento de indivíduos. Associado a esta discussão, surge um tema recorrente na mídia nacional, que reduz o campo de estudo corporativo ao nível pessoal e está diretamente ligado a investimentos. Este se chama: Finanças Pessoais, que é composto por formas de investimentos, formas de gestão de recursos pessoais, bem como os conceitos de educação financeira. Neste momento, a seguinte indagação pode ser introduzida: é possível que o comportamento dos gestores ou empresários, que cotidianamente buscam a maximização dos resultados e, por consequência o lucro, interfira na sua forma de gerir os seus recursos pessoais? Outras questões, com base neste tema e objeto de estudos podem ser levantadas, tais como: o grau de entendimento em investimentos torna a forma de gestão de seus recursos financeiros pessoais mais sofisticada? É com base nesta discussão que este estudo, ora apresentado, está composto. Objetiva-se com esta pesquisa, portanto, identificar se os gestores ou empresários cearenses, por terem contato prático com os temas: finanças e tomada de decisão sobre investimentos, por exemplo, planejam-se bem financeiramente em suas vidas pessoais e até que ponto existe relação entre sua atuação e sua forma de gerir os próprios recursos. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Finanças Pessoais Com a atual conjuntura socioeconômica mundial que, segundo (TOSI, 2003, p.253), se preocupa cada vez mais com um desenvolvimento sustentável a longo prazo, o tema Finanças Pessoais tem tido sua importância reconhecida nos últimos anos. Historicamente, conforme escreve (GOMES, 2005, p.42), os brasileiros acostumados a conviver com as taxas mensais de inflação galopantes, provocadas pelo aumento quase diário dos preços de produtos e serviços, de uma forma geral não tornou habitual a prática de se planejar financeiramente. Esta marca histórica comportamental do brasileiro deve estar sendo alterada. Vive-se um momento de aparente tranquilidade econômica e aqueles que preservam suas rendas, ao que parece, tem obtido maior calmaria inclusive, em suas vidas pessoais.

A pesquisa de orçamentos familiares feita em 2002-2003 pelo IBGE, divulgada em 2004 apud (GOMES, 2005, p.43) aponta que 85% das famílias brasileiras têm algum grau de dificuldade para chegar ao final do mês com rendimento familiar. Segundo a mesma pesquisa, o endividado brasileiro, sem cumprir todos os compromissos do mês passou a ter problemas de relacionamento familiar e, no trabalho teve sua produtividade reduzida. É possível definir, assim como (TOSI, 2003, p.253), que poupança e desenvolvimento estão relacionados. Quem poupa está investindo no presente e, certamente, se tornando um investidor no futuro. Ainda sobre a poupança e administração financeira, (BRAUNSTEIN E WELCH, 2002) afirmam que a administração ineficiente do dinheiro deixa os consumidores vulneráveis a crises financeiras mais graves. No entanto, se os agentes são bem informados, o mercado se torna mais competitivo e mais eficiente. Diante desta importância, do gerenciamento financeiro pessoal, exposta anteriormente, por qual motivo ainda não se tem a cultura de ser educado financeiramente no país? Quais as ferramentas utilizadas pelas Finanças Pessoais que contribuem para uma aplicação prática? Qual a relação entre planejamento financeiro pessoal e desenvolvimento nas empresas? De acordo com (MERTON, 1990) apud (CAMARGO e CHEROBIM, 2008, p.136), o comportamento financeiro ótimo dos indivíduos é determinado por preferências específicas e individuais, que ordenam alternativas de consumo e poupança ao longo de sua vida. Desta forma, é possível dizer que além da racionalidade da decisão de poupar existem outros fatores, inerentes a cada um dos indivíduos, em particular, que afetam na internalização do hábito de se educar financeiramente. Em concordância com (TOSI, 2003, p.255) a educação financeira depende de planejamento, compromisso e paciência. O planejamento financeiro pessoal é uma das ferramentas mais úteis no tema Finanças Pessoais. Para (CAMARGO e CHEROBIM, 2008, p.135), esta ferramenta consiste em estabelecer e seguir uma estratégia para a manutenção ou acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua família. Esta estratégia visa garantir a tranquilidade econômico-financeira do indivíduo. Ainda sobre esta ferramenta, (FOULKS e GRACI, 1989, p.32) definem planejamento financeiro como um processo de desenvolvimento, implementação e monitoração de um plano formal ou não, para se investir em ativos de acordo com a propensão individual ao risco. É por isto que o item comportamental e pessoal é importante de ser ressaltado. A educação financeira pessoal e o comportamento de pessoas mais habilitadas em finanças pessoais podem contribuir para um melhor gerenciamento de empreendimentos. A não utilização das ferramentas de planejamento e controle de recursos financeiros ou até mesmo, a utilização indevida das mesmas ocasiona falhas de gestão que podem ser motivos para falência de empresas, conforme aponta pesquisa do SEBRAE (2004): 42% do total de entrevistados afirma ser por conta da falta de capital de giro; outros 21% afirma ser por problemas financeiros. Portanto, fica comprovado que a grande dificuldade de empresas de pequeno porte terem uma maior vida útil pode ser, de fato, o gerenciamento financeiro ineficiente, em sua maioria por desconhecimento de teoria e técnica do mesmo, associados a vertente comportamental dos indivíduos em finanças. 2.2. Finanças Comportamentais O estudo das Finanças Comportamentais revela-se em uma nova forma de perceber a Teoria de Finanças Tradicional, assim, em sua base, conforme os apontamentos de (BARBEDO e CAMILO-DA-SILVA, 2008) busca-se entender o comportamento do indivíduo em relação aos investimentos, bem como objetiva-

se entender a racionalidade do individuo na tomada de decisão em investimentos. Para (THALER, 1999) Finanças Comportamentais está definida como: simples finanças de cabeça aberta, salientando, assim como (VIEIRA SILVA, CORSO, SILVA e OLIVEIRA, 2008, p.144), que algumas vezes para achar a solução de um problema financeiro empírico é necessário aceitar a possibilidade que alguns dos agentes da economia se comportem, em alguns momentos, de forma não completamente racional. Baseando-se nos estudos de (FERREIRA, 2008) pode-se afirmar que é diante de crises financeiras, volatilidade do mercado e mudanças na economia mundial que o estudo do comportamento econômico do indivíduo torna-se uma importante ferramenta para entender como esses gerenciam seus recursos escassos. Em concordância com os escritos de (ROGERS, FAVATO E SECURATO, 2009, p.3), as Finanças Comportamentais tem como principal objetivo identificar e compreender os frames, ilusões cognitivas que fazem com que pessoas cometam erros sistemáticos de avaliação de valores, probabilidades e riscos. As Finanças Comportamentais consideram, ainda, que os indivíduos nem sempre agem racionalmente, pois estão propensos aos efeitos das ilusões cognitivas. A Teoria da Utilidade, defendida por economistas tradicionais e reavaliada pelos teóricos de finanças comportamentais, segundo (ASSAF NETO, 2010, p.37), descreve um processo racional de decisão dos investidores diante de questões envolvendo diferentes posições de risco e retorno esperado. Esta teoria pressupõe que todos os investidores agem de maneira perfeitamente racional na avaliação do risco. Todo indivíduo procura maximizar sua utilidade, ou seja, seu grau de satisfação. Herbert Simon, prêmio Nobel de economia em 1978 foi o primeiro a contestar a racionalidade ilimitada dos homens. Propôs incorporar os limites ao exercício da plena racionalidade para tornar os modelos de tomada de decisão mais próximos da realidade. Para Simon apud (ROGERS, SECURATO, RIBEIRO e ARAÚJO, 2007), decisões ótimas, podem ser custosas e, assim, torna-se natural a busca por soluções satisfatórias. Surgiram também os estudos sobre psicologia econômica, nos quais as anomalias econômicas identificadas são objeto de estudo. Esta ramificação dos estudos de psicologia está voltada ao comportamento econômico dos indivíduos, sejam consumidores ou tomadores de decisão, no sentido de compreender como a economia influencia o indivíduo e, como o indivíduo influencia a economia. Para (FERREIRA, 2008) valorizam-se as variáveis como pensamentos, sentimentos, crenças, atitudes e expectativas de cada indivíduo. Daniel Kahneman e Amos Tversky (1974) exploraram aspectos constituintes da experiência de perceber, avaliar e estimar probabilidades com o intuito de escolher a melhor que se apresentasse. A partir disso, identificaram distorções de percepção e avaliação. Associado a estudos baseados na avaliação de decisões em situações de risco, denominaram a teoria dos prospectos ou perspectivas e obtiveram tal prêmio Nobel em 2002. Partindo do pressuposto de que as decisões se baseiam em crenças na probabilidade a respeito de eventos incertos, os autores israelenses agraciados em 2002 elaboraram as seguintes indagações: o que determina essas crenças e como as pessoas avaliam essas probabilidades? Para responder a essas perguntas, Kahneman e Tversky identificaram as heurísticas e seus vieses correspondentes que induzem os tomadores de decisão a erros sistemáticos. Os princípios heurísticos, segundo afirma (FERREIRA, 2008, p.153), conhecidos como regras de bolso ou atalhos mentais, reduzem a complexidade

das tarefas de avaliar probabilidade e prever valores, tornando as operações de julgamento mais simples. Os atalhos mentais, conforme estabelece (KAHNEMAN, 2012, p. 524) podem ser classificados em aqueles que envolvem representatividade ou semelhança, disponibilidade e ancoragem ou ajustamento. Para todas essas formas foram verificados exemplos de ocorrências e seus vieses que podem levar as pessoas a erros sistemáticos durante o processo decisório. A representatividade, segundo (FERREIRA, 2008) está descrita como apego a alguma informação que foi dada no passado e que por ela, pode-se se basear para decisões futuras, podendo ocorrer extrapolações por não considerar outras informações mais recentes ou mais adaptáveis caso a caso. Como exemplo, tem-se a formação de estereótipos. Em (FERREIRA, 2008, p. 155) tem-se o caso a seguir: A imagem que se tem de um bibliotecário, a título de exemplo, é de uma pessoa tímida e organizada. Caso pergunte-se a algum indivíduo, dadas essas características como informações para tomada de decisão, qual a profissão do sujeito dentre as opções: cantor, mecânico, professor ou bibliotecário, a maioria das respostas seria para a última opção, pois considerariam apenas as características que levariam o julgamento para um estereótipo já pré-estabelecido. A resposta pode estar certa, no entanto, pode ser que esteja completamente errada, pois as informações são insuficientes para decidir por alguma resposta. Algo mais teria que ser dado como fonte para sustentação da escolha. Assim como as heurísticas de representatividade, (FERREIRA, 2008) afirma que as referentes a disponibilidade remetem a cenários já conhecidos, fazendo com que os indivíduos lembrem-se de situações antes experimentadas ou imaginadas para tomada de decisão de forma mais simplificada. Conforme escreve (KAHNEMAN, 2012, p. 532), a heurística de disponibilidade é uma pista útil para estimar a frequência ou probabilidade, pois as ocorrências de classes mais amplas são geralmente recordadas melhor e mais rapidamente do que as ocorrências de classes menos frequentes. Informações familiares ao indivíduo e aquelas que são mais proeminentes podem contribuir para formação deste atalho mental Da mesma forma, o caso de ancoragem ou ajustamento, o qual se ajusta, de uma informação antes conhecida, diversas ramificações para tomar a decisão de forma embasada. A extrapolação desse ajustamento, também, pode levar a erros sistemáticos de decisão. Segundo (BARBEDO e CAMILO-DA-SILVA, 2008, p.52), nesta estratégia avalia-se a probabilidade de ocorrência de um evento pela colocação de uma base ou âncora, seguida por ajustes. Os tomadores de decisão, desta forma, realizam suas avaliações com base em um valor inicial, ou ponto de partida, que posteriormente é ajustado para fins de uma decisão final. Da mesma forma que a representatividade, ainda segundo (BARBEDO e CAMILO-DA-SILVA, 2008) as heurísticas de ancoragem podem ser compostas por informações históricas, pela forma como os dados são apresentados ou até mesmo de maneira aleatória. Outro assunto importante diz respeito à Teoria dos Prospectos. Esta teoria foi elaborada quando da realização de estudos em que se visava analisar as decisões frente ao risco. Kahneman e Tversky (1974) identificaram que a aversão à perda é o grande norteador das decisões. Esta teoria, aqui exposta de uma maneira bem simplificada, com base na publicação de (FERREIRA, 2008), definiu as fases do processo de escolha em inicial ou de edição e uma subsequente, de avaliação. Na primeira, tem-se a avaliação primária das perspectivas apresentadas, organização, codificação, combinação, segregação e, por fim, determinação de dominância para utilização

na fase posterior. Na segunda fase, as perspectivas editadas são avaliadas e, atribuídos pontos, a de valor mais alto é escolhida como decisão. A Teoria dos Prospectos definiu também três efeitos: Isolamento, Certeza e Reflexibilidade. O primeiro tem como característica, segundo (FERREIRA, 2008), a centralização da decisão em apenas uma informação, excluindo-se outras marginais que podem influenciar no resultado final do julgamento. O efeito certeza, conforme (FERREIRA, 2008) está ligado ao otimismo do apostador nas probabilidades já conhecidas, as quais proporcionam uma certeza sobre os destinos de determinada decisão. Por fim, para (FERREIRA, 2008) o efeito reflexo, implica aversão ao risco quando a perspectiva é positiva, de ganho, acompanhada de busca de risco, quando a perspectiva é negativa, de perda. Segundo (FERREIRA, 2008) o estresse e a dor pela perda são mais intensos que as sensações de ganhos. Essa frase serve como ligação das teorias apresentadas até agora com as Finanças Comportamentais. Todos os conceitos listados são percebidos quando o tema é decisão financeira, em especial quanto o assunto são os investimentos. Para (MOSCA, 2009) as pessoas não estão dispostas a correr riscos para ganhar, mas não se intimidam frente ao risco, se isso nos permitir evitar perdas. No universo dos investimentos, esse fenômeno afasta os tomadores de decisão da alocação ótima dos recursos que temos para investir, uma vez que a aversão a perdas os leva a superestimar a significância ou a probabilidade de ocorrência de eventos negativos. Aspectos, portanto, voltados a psicologia, bem como, a natureza social e cognitiva dos indivíduos podem interferir no modo de decisão dos indivíduos e na atuação gerencial de empreendimentos. O inverso também pode ser verdadeiro, o modo de gerir negócios pode influenciar o modo de gerir finanças pessoais. Existe, desta maneira, algo mais a ser discutido que não simplesmente a racionalidade das decisões. 3 METODOLOGIA Este estudo foi composto por uma pesquisa de caráter exclusivamente quantitativo, na qual empresários e gestores cearenses foram entrevistados através de um questionário estruturado. O trabalho foi concebido por uma pesquisa descritiva, justifica-se isto pelo fato de se ter como principal objetivo de trabalho descrever algo, neste caso características de determinado grupo ou investigar se certo comportamento é aplicável ao grupo a ser estudado ou não. Depois de realizada a produção de um questionário estruturado com questões apenas de caráter objetivo, foi feita a coleta dos dados. Foram realizadas 112 aplicações de instrumentos de pesquisa durante os meses de abril e maio de 2013, em Fortaleza, no Ceará. O método utilizado como ferramenta de pesquisa foi o survey. Segundo (MALHOTRA, 2001), o método survey é um questionário estruturado dado a uma amostra de uma população e destinado a provocar informações específicas dos entrevistados. A aplicação do método de pesquisa foi feita de duas formas, a saber: entrevista pessoal e entrevista eletrônica. Por fim, a determinação da amostra pode ser classificada como não probabilística, pois segundo afirma (MALHOTRA, 2001), confia no julgamento pessoal do pesquisador para definição, bem como é formada por elementos convenientes. Desta maneira, trata-se então, de uma amostragem por conveniência.

4 ANÁLISE DOS DADOS 4.1. Perfil da Amostra Esta secção irá caracterizar a amostra entrevistada participante da pesquisa. Seja pelo aspecto sócio econômico, seja pelo aspecto financeiro ou de controle financeiro. O instrumento de pesquisa foi aplicado a 112 pessoas. Esta amostra é composta por empresários e gestores cearenses. A seguir tem-se sua caracterização. 4.1.1. Sócio - Econômico Espera-se com esta análise identificar o perfil em termos de sociedade e classificação econômica dos entrevistados. Este segmento do estudo está dividido em relação às pessoas participantes da pesquisa. 4.1.1.1 Quanto às pessoas Tabela 1 - Ocupação Ocupação Frequência Porcentagem Empresário 99 88,39% Diretor 9 8,04% Gerente 4 3,57% Total 112 100,00% Como se pode perceber através da Tabela 1 Ocupação, tem se nesta pesquisa uma análise da gestão financeira pessoal dos empresários cearenses. Isto, pois mais de 88% das pessoas são donos de empresas. Em seguida, têm-se entrevistados que, ainda que não sejam proprietárias do negócio, tem sob suas responsabilidades o poder de decisão nas organizações as quais pertencem. A seguir o perfil relativo a Gênero e Idade. Tabela 2 Gênero Gênero Frequência Porcentagem Feminino 38 33,93% Masculino 74 66,07% Total 112 100,00% Tabela 3 - Faixa Etária Faixa Etária Frequência Porcentagem 20 a 25 1 0,89% 26 a 31 45 40,18% 32 a 38 14 12,50% 39 a 45 21 18,75% 46 a 58 17 15,18% 59 a 64 14 12,50% Total 112 100,00%

Através das Tabelas 2 e 3 Gênero e Faixa Etária, respectivamente, pode-se perceber que os empresários, diretores e gestores de empresas pesquisados são em sua maioria do sexo masculino, visto que 66,07% da amostra é composta por homens. Outro ponto a ser observado é a faixa etária. Tem-se neste estudo uma amostra jovem. Pode-se perceber isto na concentração percentual da amostra na faixa de 26 a 31 anos de idade, 40,18% do total, conforme apresentado na Tabela 3 Faixa Etária. Tabela 4 - Estado Civil Estado Civil Frequência Porcentagem Solteiro(a) 34 30,36% Casado(a) 60 53,57% Separado(a) 18 16,07% Total 112 100,00% Tabela 5 - Quantidade de Dependentes Econômicos Quantidade de Dependentes Econômicos Frequência Porcentagem Nenhum 36 32,14% 1 30 26,79% 2 42 37,50% 3 4 3,57% Total 112 100,00% Pode-se inferir dos dados apresentados nas Tabelas 4 e 5 Estado Civil e Quantidade de Dependentes Econômicos, respectivamente, que apesar do perfil jovem dos empresários e gestores de empresas, conforme visto 3 Faixa Etária, sua maioria encontra-se casada, cerca de 53% dos pesquisados. Este perfil será utilizado para uma análise do aspecto comportamental diferente entre os casados, separados e solteiros no que diz respeito à gestão financeira pessoal. Outra informação necessária à análise da gestão financeira pessoal é a quantidade de pessoas dependentes de uma mesma renda. Pode-se perceber que neste aspecto, quantidade de dependentes econômicos, a amostra está concentrada em dois perfis distintos: dois dependentes e nenhum dependente. Estes dados serão utilizados para avaliação do comportamento dos empresários e gestores de empresas mediante o crescimento da quantidade de dependentes de sua renda. É importante ressaltar que o perfil dos entrevistados, caso analisado em porcentagens agrupadas, pode ser definido como mais de 65% deles com um ou mais dependentes. Isto representa uma caracterização de público que deve ter sua renda bem planejada, visto a responsabilidade tamanha atribuída a eles pelo número de dependentes. A seguir analisa-se as formações acadêmicas.

Tabela 6 Grau de Escolaridade Nível de Escolaridade Frequência Porcentagem Fundamental Incompleto 10 8,93% Segundo Grau Incompleto 4 3,57% Técnico Profissional 6 5,36% Segundo Grau Completo 38 33,93% Superior Completo 50 44,64% Especialização 4 3,57% Total 112 100,00% Tabela 7 - Área de Formação Acadêmica Área de Atuação dos Graduados em Ensino Superior Porcentagem dos Graduados em Ensino Superior Porcentagem do Total da Amostra Frequência Administração 35 31,25% Finanças ou Contabilidade 11 8,93% Saúde 1 0,89% Ciências Humanas 5 9,82% Jurídica 2 1,79% Total 54 100,00% 48,22% Um dos aspectos importantes que devem ser estudados é a formação acadêmica. Estes dados serão utilizados a fim de se mensurar o nível de influência da proporcionalidade entre: maior grau de formação, sofisticação de investimentos e o desenvolvimento das empresas. Além disso, poderá se identificar com os dados apresentados nas Tabelas 6 e 7 Formação Acadêmica e Área de Formação Acadêmica, respectivamente, se verdadeiramente especializar-se em gestão ou finanças trará vantagem em termos de resultados das empresas. 4.1.2. Financeiro Na secção denominada Financeiro, pretende-se estudar o perfil financeiro dos entrevistados. Suas opções quanto a poupança de recursos e relevâncias sejam informacionais ou comportamentais no momento da decisão sobre investimentos. Tabela 08 - Poupadores x Não Poupadores Poupa? Frequência Porcentagem Não 9 8,04% Sim 103 91,96% Total 112 100,00%

A partir da Tabela 08 Poupadores x Não Poupadores pode-se perceber que os entrevistados têm um perfil poupador, predominantemente. Deve-se, no entanto, investigar o perfil destes poupadores e não poupadores, a fim de entender os motivos para tal poupança de dinheiro, bem como as formas de utilização deste dinheiro poupado. A seguir irá se estudar os motivos pelos quais os entrevistados não poupam recursos e em seguida, os principais objetivos dos entrevistados ao pouparem dinheiro. Tabela 09 - Motivos para Não Poupar Porcentagem dos Não Poupadores Porcentagem do Total Motivo para Não Poupar Frequência Nunca sobra dinheiro 3 33,33% 2,68% Não tenho interesse 6 66,67% 5,36% Não tenho conhecimentos específicos para aplicações 0 0,00% 0,00% Falta de controle financeiro 0 0,00% 0,00% Dívidas 0 0,00% 0,00% Total 9 100,00% 8,03% Fazendo-se uma leitura da Tabela 09 Motivos para Não Poupar temse que o principal motivo para os empresários, diretores e gestores cearenses entrevistados não pouparem dinheiro é não ter interesse em praticar esta atividade, ou seja, apesar de possuírem um negócio próprio, onde por si só já há um investimento, portanto uma poupança de valores, não percebem isto e, de forma complementar, afirmam não ter interesse em poupar dinheiro. Por outro lado, há empresários pesquisados que não poupam por que nunca sobra dinheiro. Neste ponto, é possível se inferir duas informações: os resultados da empresa estão muito ligados aos resultados financeiros pessoais, ou seja, há uma pouca diferenciação entre as finanças pessoais e da empresa e, há ainda, a possibilidade de não haver entre os empresários da pesquisa a elaboração de planejamento pessoal da renda. Nesta última forma, por consequência da má gestão dos recursos não haverá sobras de dinheiro para que se possa poupar. Observa-se ainda nesta tabela que apesar de alguns empresários pesquisados não pouparem por não sobrar dinheiro, nenhum deles considera que podem não ter controle financeiro ou não ter conhecimento para gerir investimentos. Desta forma, o aspecto comportamental autoconfiança é observado, visto que o empresariado não admite que o conhecimento é escasso e que não controlar o dinheiro pode ocasionar a não poupança do mesmo. Tabela 10 - Objetivo para Poupar Dinheiro Principal Objetivo ao se Poupar Dinheiro Frequência Porcentagem dos Poupadores Porcentagem do Total da Amostra Utilizar em Casos Emergenciais 14 13,60% 12,50% Visando Realizar Sonhos e Aquisições 44 42,72% 39,29%

Visando Aumentar o Patrimônio 42 40,78% 37,50% Geração de Renda 0 0,00% 0,00% Reserva para Aposentadoria 3 2,91% 2,68% Total 103 100,00% 91,96% Realizar sonhos é o principal objetivo ao se poupar dinheiro, dentre os empresários e gestores cearenses que foram pesquisados. Os entrevistados não se fazem diferente da maioria das pessoas quanto as objetivações ao se poupar dinheiro.. Seja empresário ou não o brasileiro em geral, pertencente a uma sociedade consumista, tem como principal objetivo ao poupar dinheiro realizar sonhos e aquisições. Racionalmente o empresariado entrevistado deveria perceber e avaliar suas poupanças como forma de gerar renda, por exemplo. Uma opção mais sofisticada de objetivação, visto que ainda não é comum, para a maioria dos investidores, perceber que a poupança de parte de sua renda poderá servir para o engrandecimento da mesma, desde que sejam analisadas boas opções de investimentos. Há de se destacar, no entanto, que as pessoas donas de empresas pensam em expandir o negócio e crescer seu patrimônio. Dada esta opção como resposta, 42 pessoas dentre empresários e gestores perceberam que poupar dinheiro pode ser uma forma de aumentar o seu patrimônio já existente. Além de entender as motivações para poupança ou não de recursos financeiros é preciso que se defina onde estão aplicado os recursos dos poupadores. É o que poderá se analisar a seguir, através de um questionamento feito aos pesquisados no qual eram permitidas mais de uma resposta. Tabela 11 - Aplicações Financeiras Quantidade de Porcentagem Aplicação Aplicadores Caderneta de Poupança 70 34,80% Renda Fixa 15 7,46% Renda Variável 1 0,49% Fundos de Previdência 7 3,48% Imóveis 14 6,96% Negócio Próprio 87 43,33% Títulos do Tesouro 7 3,48% Com os dados da Tabela 11 Aplicações Financeiras pode-se perceber que o Negócio Próprio é a forma de aplicação de recursos financeiros preferida dos empresários cearenses que participaram da pesquisa. Este resultado era esperado tendo em vista a amostragem da pesquisa. No entanto, é possível analisar com estes dados, também, que apesar de uma esperada maior propensão ao risco dentre os participantes, muitos deles optam pela mais comum e segura forma de investimento conhecida no país: a caderneta de poupança. Podendo ser visualizado neste momento a aplicação dos conceitos

de ancoragem, visto que os pesquisados tem disponível por proeminência da informação que a forma de investimento caderneta de poupança deve ser a mais segura, além de proporcionar alguma renda, ainda que pouca. Não há, portanto, uma grande variedade na carteira de investimentos dos empresários pesquisados. Investimentos mais sofisticados, tais como renda variável, tem porcentagem muito discreta de usuários. Ressalta-se que neste item, os entrevistados podiam marcar mais de uma opção de investimento, por isso a quantidade total de aplicadores não corresponde ao total de pesquisados. Tabela 12 - Aspectos mais e menos relevantes no momento da decisão de investimentos Aspecto Mais Importante Menos Importante Porcentagem dos Porcentagem dos Total Poupadores Total Poupadores Liquidez 33 32,15% 38 36,90% Rentabilidade 12 11,48% 27 26,20% Segurança 58 56,31% 38 36,90% Total 103 100,00% 103 100,00% Risco e retorno são inversamente proporcionais, ou seja, quanto mais seguro o investimento menor o retorno que ele irá proporcionar. Assim, para se maximizar os resultados, os investidores devem, entre outros fatores, optarem por forma de investimentos mais rentáveis no momento de escolha dos investimentos. Esta seria a forma mais racional de se comportar diante das decisões sobre investimentos, no entanto a Tabela 12 Aspectos mais e menos relevantes no momento da decisão de investimentos identifica que existe algo a mais no momento da decisão que não seja apenas a maneira racional. Os empresários e gestores de empresas do Ceará que foram pesquisados demonstraram um comportamento avesso ao risco, lembrando os conceitos de Efeito Reflexo, visto que 51,79% dos poupadores acreditam que o aspecto segurança é o mais relevante no momento da decisão, configurando o comportamento descrito acima. Isto é confirmado quando se observa que 10,71%, ou seja, a menor parcela dos empresários acredita que rentabilidade seja o aspecto mais relevante. 4.1.3. Controle Financeiro Na secção a seguir serão estudas as diferentes opções dos entrevistados no aspecto planejamento e controle das finanças pessoais. Neste momento poderá se identificar a prática de planejamento financeiro entre os entrevistados, a importância dada ao mesmo e aos estudos de finanças pessoais, bem como a separação entre contas jurídicas e físicas. Tabela 13 - Origem de Recursos para Pagamento de Contas Pessoais Origem de Recursos para Pagamento de Contas Pessoais Frequência Porcentagem Do Caixa da Empresa 35 31,25% De um Pró - Labore Pré Estabelecido 33 29,46% De uma renda Extra Proveniente de outros 11 9,82%

investimentos Sou um funcionário e uso o salário que recebo 19 16,96% Sou sócio, mas recebo pela função que exerço 14 12,50% Total 112 100,00% É comum, principalmente, nas micro e pequenas empresas a confusão na delimitação de fronteiras entre o que é capital da empresa e o que é renda pessoal. Este aspecto é confirmado através da Tabela 13 Origem de Recursos para Pagamento de Contas Pessoais. A maioria dos empresários entrevistados do Ceará utiliza o dinheiro do próprio caixa da empresa para quitar suas contas pessoais. Isto demonstra que a forma de gerenciamento de recursos pessoais dos empresários participantes, em sua maioria, não é eficiente, pois há uma mistura entre as finanças pessoais e do próprio negócio. Esta falta de controle financeiro é uma das principais causas da mortalidade de pequenos negócios no período de 2 a 5 anos de funcionamento, conforme aponta o SEBRAE (2004). Tabela 14 - Importância do Planejamento Financeiro Importância do Planejamento Financeiro Frequência Porcentagem Muito Baixa 0 0,00% Baixa 0 0,00% Normal 0 0,00% Alta 0 0,00% Muito Alta 112 100,00% Total 112 100,00% Sejam empresários ou diretores ou gestores de empresas cearenses pesquisados todos sabem que o planejamento financeiro tem uma importância elevada quando se trata de sua elaboração e implantação. Pode-se observar isto na Tabela 14 Importância do Planejamento Financeiro, na qual 100% dos participantes desta pesquisa entendem como muito alta a importância do mesmo. Tabela 15 - Grau de Conhecimento sobre Gestão Financeira Pessoal Grau de Conhecimento de Gestão Financeira Pessoal Frequência Porcentagem Muito Baixo 1 0,89% Baixo 20 17,86% Normal 44 39,29% Alto 47 41,96% Muito Alto 0 0,00% Total 112 100%

Com base na Tabela 15 Grau de Conhecimento sobre Gestão Financeira Pessoal pode-se afirmar que os empresários cearenses entrevistados se consideram conhecedores da gestão financeira pessoal. Esta afirmativa é justificada pelo dado: 41,96% dos pesquisados entenderem que conhecem em nível alto as diferentes formas de se gerir finanças pessoais. Além disso, apenas uma pessoa identificou que tem um grau de conhecimento limitado, ou seja, baixo. Desta forma, de forma racional espera-se que sejam colocadas em prática formas sofisticadas de gerenciamento de recursos por parte dos pesquisados. No entanto, conforme já foi observado em análises anteriores, nas Tabelas 10, 11 e 12 não é isso que de fato acontece. Tabela 16 - Quanto a possuir Orçamento Familiar Possui? Frequência Porcentagem Não 59 52,68% Sim 53 47,32% Total 112 100,00% Confirmando o que já havia sido exposto no presente trabalho, tal como o conhecimento das formas para manutenção da saúde, as pessoas sabem da importância, sabem das ferramentas que podem ser utilizadas, no entanto não as colocam em prática. Nesta tabela pode-se perceber que os mesmos empresários pesquisados que outrora afirmaram saber da importância muito alta do planejamento financeiro, em sua maioria, não possuem orçamento financeiro familiar. A seguir, na Tabela 17 Motivos para Não Elaboração do Orçamento Familiar, estão apresentados os principais motivos para a não elaboração de orçamentos familiares. É possível que o tempo despendido estando na coordenação das atividades em suas próprias empresas e em associação com as responsabilidades pessoais sejam os fatores que acarretam na indisponibilidade de tempo do empresariado pesquisado. Tabela 17 - Motivos para Não Elaboração do Orçamento Familiar Motivos para não elaborar Orçamento Financeiro Familiar Frequência Porcentagem Não me sobra renda suficiente 8 13,56% Meu orçamento depende dos resultados da minha empresa, portanto variável durante o ano 17 28,81% Não acredito na eficácia de tal instrumento 8 13,56% Indisponibilidade de Tempo 26 44,07% Total 59 100,00% 4.2 Outros Resultados Serão estudados nesta secção outros resultados relevantes da pesquisa quando correlacionados os dados de perfil já descritos anteriormente. 4.2.1 Quanto ao Planejamento e Organização Financeira Pessoal

Neste item irá se concluir informações a respeito do planejamento e da organização financeira dos entrevistados, com base em suas opções de decisão e seus aspectos socioeconômicos. Tabela 18 - Elaboração de Orçamento Familiar x Estado Civil Estado Civil Elaboração de Orçamento Não Sim Total Geral Solteiro 7 27 34 Casado 35 25 60 Separado 17 1 18 Total Geral 59 53 112 Conforme apresentado na Tabela 18 Elaboração de Orçamento Familiar x Estado Civil percebe-se que, enquanto solteiros, os entrevistados, em sua maioria, executam o planejamento financeiro pessoal. Por outro lado, aumentando o nível de comprometimento familiar, ou seja, aqueles que têm o estado civil casado já passam a ter a maioria não elaborando o orçamento familiar. Isto tem explicação no nível de comprometimento da renda e na quantidade maior de atribuições familiares que são características da vida de casado. Já os separados quase que na totalidade não elaboram orçamentos familiares. A seguir tem-se uma análise por quantidade de dependentes. Tabela 19 Elaboração de Orçamento Familiar x Quantidade de Dependentes Quantidade de dependentes Elaboração de Orçamento Não Sim Total Geral 0 9 27 36 1 18 12 30 2 28 14 42 3 4 4 Total Geral 59 53 112 Além do maior comprometimento na vida conjugal, a quantidade de dependentes econômicos também influencia o comportamento dos entrevistados frente a elaboração de um orçamento familiar ou não. À medida que a quantidade de membros de uma família cresce, engrandecem também as demandas financeiras. Este já é um dos fatores que prejudicam a elaboração de um orçamento familiar. Associado a este fator temse que quanto maior o número de pessoas envolvidas na elaboração de um orçamento, maior o número de interesses e mais diferenciados eles são. Isto é perceptível ao serem cruzados os dados quanto a elaboração de orçamentos familiares e a quantidade de dependentes. Segundo a Tabela 19 Elaboração de Orçamento Familiar x Quantidade de Dependentes apresenta o aumento progressivo da quantidade de dependentes: 0, 1, 2, tem,por consequência um aumento na quantidade de empresários que não fazem orçamento, a saber: 9,18 e 28, respectivamente.

No entanto, deveria haver neste momento, segundo as normas de educação financeira um maior rigor no planejamento da utilização dos recursos que são escassos, visto que as falhas de gerenciamento nesta conjuntura comprometem vários entes. Na próxima análise tem-se a separação de recursos da empresa em relação aos recursos pessoais, tendo em vista a formação acadêmica dos entrevistados. Tabela 20 - Formação Acadêmica x Origem de Recursos para Pagamento de Contas Pessoais Formação Acadêmica Do caixa da empresa Pro-labore Fundamental Incompleto 4 6 Segundo Grau Incompleto 4 Formas de Pagamentos Renda Extra Salário que recebo Técnico Profissional 6 Sou sócio, mas recebo pela função que exerço Segundo Grau Completo 13 2 7 10 6 Superior 18 21 4 7 Especialização 3 1 A Tabela 20 Formação Acadêmica x Origem de Recursos para pagamentos de contas pessoais apresenta que não há uma ligação clara entre o grau de formação acadêmica e a forma como destina recursos para o pagamento de contas pessoais. Tanto empresários entrevistados com baixo nível de escolaridade quanto formados no ensino superior envolvem o capital da empresa com a renda própria. Desta forma, está claro que o empresariado cearense pesquisado não faz distinção, por muitas vezes, do que é patrimônio da empresa e o que patrimônio próprio. 4.2.2 Quanto ao Grau de Conhecimento em Finanças Pessoais Neste item irá se estudar o grau de conhecimento em finanças pessoais, conforme os entrevistados em comparação com os diferentes aspectos socioeconômico dos mesmos. Tabela 21 Gênero x Conhecimento em Gestão Financeira Pessoal Gênero Grau de Conhecimento em Finanças Pessoais Total Muito Baixo Baixo Normal Alto Geral Feminino 1 16 21 38 Masculino 4 23 47 74 Total Geral 1 20 44 47 112 Os empresários pesquisados acreditam ter, de forma predominante, grau de conhecimento alto. As pessoas do sexo masculino tem um grau de confiança em seu potencial muito elevado. O mesmo não acontece com as mulheres. As empresárias entrevistadas, ao contrário dos homens são menos ousadas. A maioria delas considera que tem o nível de conhecimento normal e nenhuma

delas considera-se muito alinhada com este assunto. Este é um aspecto comportamental presente nas decisões relativas a investimentos. Homens e mulheres se comportam de diferentes maneiras frente ao risco. Muitas vezes isto interfere na forma de decidir sobre investimentos. Neste momento, retomam-se as considerações feitas na Tabela 12, quando foi discutido sobre os aspectos importantes no momento da decisão sobre investimentos. Neste caso, a maioria das mulheres opta por segurança como primeira opção. Já os homens apresentam-se com porcentagens mais dispersas de escolha, embora a maioria também considere a fuga do risco. Espera-se que para aqueles dotados de maior conhecimento em finanças pessoais tenham um maior grau de sofisticação em suas opções por investimentos. É isto que se pretende analisar nas próximas tabelas. Tabela 22 - Grau de Conhecimento x Sofisticação do Investimento Caderneta de Poupança Caderneta de Poupança Grau de Conhecimento em Finanças Pessoais Muito Baixo Baixo Normal Total Alto Geral Não possui 4 4 25 33 Possui 14 34 22 70 (Não Poupadores) 1 2 6 9 Total Geral 1 20 44 47 112 Tabela 23 - Grau de Conhecimento x Sofisticação do Investimento - Renda Variável Renda Variável Grau de Conhecimento em Finanças Pessoais Total Muito Baixo Baixo Normal Alto Geral Não Possui 18 38 46 102 Possui 1 1 Não Poupadores 1 2 6 9 Total Geral 1 20 44 47 112 Conforme pode-se observar na Tabela 23 Grau de Conhecimento x Sofisticação do Investimento Renda Variável, pessoas com nível de conhecimento mais elevado optam por investimentos com grau de sofisticação bem semelhante a aqueles que tem níveis de conhecimento de baixo a normal. Apesar de haver entrevistados que optam por investimentos mais sofisticados, suas quantidades são baixas e não os torna diferenciáveis neste aspecto. Na Tabela, identifica-se apenas um entrevistado que possui investimento em renda variável e o mesmo se considera com um alto conhecimento em finanças pessoais. Já na Tabela 22 Grau de Conhecimento x Sofisticação do Investimento Caderneta de Poupança, o assunto é caderneta de poupança, o mais comum dos investimentos. Observa-se neste caso, que a maioria das pessoas com grau baixo e normal de conhecimento possui aplicações em caderneta, confirmando a opção por segurança dos participantes da pesquisa.

5 CONCLUSÕES Os empresários e gestores de empresas do Ceará não gerem suas finanças pessoais de forma tão diferenciada do senso comum. Apesar de ter existido uma pequena parcela que demonstrou certo grau de distinção da maioria, esta foi pequena para se chegar à conclusão de diferenciação. O que se pode definir é uma maior predisposição ao que se refere a questão do controle dos gastos. No entanto, os investimentos realizados não são mais sofisticados do que os investimentos de um cidadão comum. Alguns dos entrevistados definiram seus investimentos como sendo seu próprio negócio. Este olhar apesar de importante, visto que de fato os negócios próprios são investimentos, tão somente não são subsídios para diferenciação no aspecto decisão financeira do senso comum. O que os faz, portanto, não se diferenciarem tanto, é a não percepção de que apesar de possuírem este negócio como forma de investir eles não devem ser os únicos. Seus investimentos e retornos financeiros podem ser maximizados caso haja uma maior diversificação de investimentos. O empresariado passa por problemas de gestão assim como pessoas que não são envolvidas com situações de decisão sobre os mesmos. A saber: quanto a execução do planejamento financeiro, apesar de entenderem a importância, não executam de fato; ao definirem qual o motivo ao poupar dinheiro, os empresários optam pelo sentimento mais comum ao comportamento humano, a realização de sonhos; a maioria dos envolvidos, assim como a maioria dos brasileiros optam por utilizar a caderneta de poupança, bem como definir o aspecto segurança como o principal diante do momento de decisão; grande parte dos empresários no momento de aprender sobre investimentos e garantir subsídios a tomada de decisão, se prendem a ancorar em apenas uma informação que tem como base o passado em experiências práticas, configurando assim, a extrema autoconfiança do investidor. Os dados que foram analisados apontaram ainda que o nível de importância dado ao tema gestão financeira pessoal de recursos pelos empresários é considerado muito alto. Falta ainda, no entanto, esta importância ser transformada em capacitação e aplicação no gerenciamento de suas rendas. Isto pode ser claramente observado, na análise do envolvimento entre o dinheiro pessoal e o dinheiro da empresa. Ainda é muito falha, apesar de saberem a importância de um bom planejamento financeiro, a separação entre pessoa física e pessoa jurídica no que se refere a gestão financeira pessoal. Portanto, pode-se estabelecer como conclusão final que existe sim, algo a mais quando se trata de decisão sobre investimentos. Neste estudo aspectos da Representatividade, Disponibilidade e Ancoragem puderam ser percebidos. Bem como, além das heurísticas para a tomada de decisão, foram percebidos os aspectos da Teoria dos Prospectos, tais como os efeitos isolamento, certeza e reflexo. A maximização dos resultados mediante o gerenciamento de recursos financeiros, até mesmo com pessoas diretamente envolvidas com a busca pelo máximo resultado, como os empresários, envolve aspectos comportamentais. O nível de socialização dos mesmos, o comprometimento de renda familiar, a formação acadêmica, os desejos pessoais, são todos fatores da natureza humana e que contribuem, além da racionalidade limitada para o ato de decidir.

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OUTRAS INFORMAÇÕES Correio Eletrônico para Contato: ygorbezerra@yahoo.com.br Pseudônimos dos Autores: Ygor Bezerra Pessoa Pseudônimo: BR1 Aline Amorim Pseudônimo: BR2 Professor Dr. Érico Veras Marques Pseudônimo: BR3 A seguir estão os Currículos dos Autores

CURRICULUM VITAE YGOR BEZERRA PESSOA Graduando do 4º semestre no curso Administração-Noturno pela Universidade Federal do Ceará, tendo iniciado no semestre 2012.1 e com previsão de término no semestre 2016.2. Nascido na data de 21/05/1991. Atual Diretor Jurídico Financeiro da Inova Empresa Júnior FEAAC/UFC, Conselheiro Administrativo da FEJECE Federação de Empresas Juniores do Estado do Ceará e Pesquisador CNPQ PIBIC nos temas Finanças Pessoais e Comportamentais. E-mail: ygorbezerra@yahoo.com.br Contato Telefone/Celular: (85)3254-2790 / (85) 9444-0854 Experiências Profissionais e Acadêmicas Empresa: Inova Empresa Júnior FEAAC/UFC Cargo: Analista Financeiro Período: Março de 2012 à Dezembro de 2012. Empresa: Inova Empresa Júnior FEAAC/UFC Cargo: Diretor Jurídico Financeiro Período: Janeiro de 2013 Atual. Instituição: CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Vínculo: Pesquisador Bolsista Iniciação Científica PIBIC Período: Agosto de 2012 Atual. Cursos Complementares Maio - 2006 Educação Financeira BM&Bovespa Carga Horária 6h Agosto 2012 Mercado de Ações Futura Educadora Financeira Carga Horária 8h. Eventos Comparecidos 1. III Seminário de Altos Estudos em Administração Pública. 2013. (Seminário). Fortaleza, Ceará, Brasil. 2. ECEJ - Encontro Cearense de Empresários Juniores. Mediador da Roda de Discussão: Regulamentação Jurídica - Os principais desafios e problemas para as empresas juniores brasileiras. 2013. (Encontro). Fortaleza, Ceará, Brasil. 3. V SPEM - Seminário de Pensamento Estratégico de Marketing. 2012. (Seminário). Fortaleza, Ceará, Brasil. 4. ALMEJ - Encontro Alagoano de Empresários Juniores. 2012. (Encontro). 5. Feira do Empreendedor Fortaleza, Ceará, Brasil. Representação no Stand do Centro de Estágios - UFC - Inova Empresa Júnior. 2012. (Outra). Outras Informações 1. Quanto ao idioma: Fala, ler e escreve Inglês razoavelmente. 2. Endereço do Currículo Lattes (CNPQ): http://lattes.cnpq.br/6370036787914788 CURRICULUM VITAE ALINE CRISTIANE AMORIM SOUZA