A carteira de crédito no SFN (sistema financeiro nacional) totalizou pouco mais de R$ 2 trilhões em janeiro, equivalendo a 48,8% do PIB. Mesmo com o recuo de -0,2% registrado no mês, o volume continuou demonstrando crescimento quando comparado àquele de Jan./11 (18,4%). Contudo, num ritmo menos intenso que o registrado no início do ano anterior (20,2%). Tanto a carteira livre como a direcionada evidenciaram discretos declínios nos respectivos volumes (-0,2% e -0,1%). Dentro do montante relacionado ao direcionamento de recursos, a redução no saldo do BNDES (-1,2%), em função da queda nas operações diretas (-2,3%), praticamente, contrabalançou o aumento verificado no crédito habitacional (2,6%). Já o resultado na carteira livre refletiu a expansão da parte relacionada às pessoas físicas, em contraste com a retração do saldo empresarial (0,8% e -1,2%, respectivamente). O crédito livre continuou representando a maior parte do montante (64,3%), embora venha perdendo representatividade nos últimos anos (Jan./10: 67,1%). Este movimento pôde ser evidenciado pelas taxas de 12 meses, as quais apresentam crescimentos menos acentuados que os contabilizados para o segmento direcionado, desde 2009. Neste horizonte, em janeiro, o crédito livre aumentou 16,6% ao passo que o direcionado avançou 21,6%.
As concessões de crédito acumularam R$ 181,2 bilhões em janeiro, significando um valor diário na casa dos R$ 8,24 bilhões. Esse resultado representou uma redução de -11,7% na comparação com a média diária contabilizada em dezembro, entretanto no confronto com aquela calculada em Jan./11 significou uma alta de 7,7%. Este foi o melhor mês de janeiro para ambos os segmentos, dentro da série iniciada em 2000. Em dezembro, a parcela relacionada às pessoas físicas foi responsável por pouco mais de 2/5 do total e mesmo depois da redução mensal (-0,7%), aumentou quase 14% ante janeiro do ano anterior. O fluxo empresarial, por sua vez, diminuiu -18,6% no mês, embora também tenha ampliado quando confrontado com mesmo mês de 2011 (3,5%).
Dentre as operações voltadas aos consumidores, a principal forma de concessão continuou sendo o cheque especial (R$ 1,19 bilhão/dia). A outra modalidade pertencente ao crédito rotativo foi o financiamento (c/juros) através do cartão de crédito, que em janeiro respondeu por R$ 1,07 bilhão/dia. Portanto, mais de 3/5 das contratações, realizadas pelas pessoas físicas em janeiro, ocorreram somente por meio dessas duas modalidades. Nas pessoas jurídicas, verificou-se uma redução disseminada em janeiro, embora o fluxo diário de algumas das principais modalidades (o financiamento para capital de giro, a conta garantida e o desconto de duplicatas) continue ampliando, se comparados a Jan./11 (14,4%, 6,9% e 4,6%, respectivamente).
Em janeiro a taxa média de juros aumentou 0,9 p.p., totalizando 38% a.a.. Como a taxa média de captação permaneceu na casa dos 10% a.a., o spread médio bruto aumentou para algo em torno dos 27,8 pontos percentuais (p.p.). No confronto mensal, os juros aumentaram tanto para o segmento de pessoa física como de pessoa jurídica (1,3 p.p. e 0,5 p.p., respectivamente). Entretanto, quando o paralelo é com janeiro do ano anterior, somente o primeiro segmento registrou alta (1,3 p.p.), enquanto o último diminuição (-0,6 p.p.). O prazo médio das operações (498 dias corridos) aumentou discretamente em janeiro (1 dia), acumulando uma alta de 24 dias na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Nas pessoas físicas os 598 dias representaram uma redução de -2 dias, ao passo que nas pessoas jurídicas os 405 dias contabilizaram 3 dias de ampliação. Em 12 meses, o prazo nas primeiras continuou demonstrando uma expansão mais evidente (39 dias) se comparada com a alta registrada nas últimas (10 dias).
Por fim, a inadimplência, conceituada como o percentual de atraso acima de 90 dias, aumentou 0,1 p.p. em janeiro, encerrando o mês correspondendo a 5,6% da carteira referencial. O comportamento consolidado resultou da interação entre, a elevação do indicador na carteira de pessoa física e a redução naquela relacionada à pessoa jurídica (ambas em 0,2 p.p.). Enquanto na primeira (PF: 7,6% da carteira), esse desempenho colaborou para a manutenção da trajetória de alta, iniciada em 2011, na última (PJ: 3,7% da carteira) propiciou a segunda redução (mensal) consecutiva. No confronto com o mesmo mês do ano anterior, o indicador das pessoas físicas intensificou o aumento (de 1,7 p.p. para 1,9 p.p.), ao passo que aquele relacionado às operações de pessoas jurídicas, apesar de ainda apresentar alta, arrefeceu (de 0,4 p.p. para 0,1 p.p.). Dentre as principais modalidades, a inadimplência do CDC veículos aumentou (0,3 p.p.) para 5,3% da carteira, enquanto a relacionada ao financiamento para capital de giro recuou (-0,5 p.p.) para 3,3% da carteira.
-0,2% +18,4% -0,2 p.p. +3,9 p.p. -0,2% +16,6% -0,1% +21,6%
-0,2% +16,6% +0,8% +16,6% -1,2% +16,7%
+0,1% +19,3% +1,6% +20,0% -1,2% +18,6%
-11,7% +12,9% -0,7% +19,3% -18,6% +8,4%
-11,7% +7,7% -0,7% +13,9% -18,6% +3,5%
+0,9 p.p. +0,6 p.p. +1,3 p.p. +1,3 p.p. +0,5 p.p. -0,6 p.p.
+0,9 p.p. +2,2 p.p. +1,2 p.p. +3,5 p.p. +0,6 p.p. +0,4 p.p.
+1 dia +24 dias -2 dias +39 dias +3 dias +10 dias
+0,1 p.p. +1,0 p.p. +0,2 p.p +1,9 p.p. -0,2 p.p. +0,1 p.p.