UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FOR A FACULDADE DE LETRAS MESTRADO EM LETRAS Professora: Denise Weiss Bazerman e Miller: interesse pela natureza social do discurso. Bazerman por Bazerman: I am interested in the practice and teaching of writing, understood in a socio-historic context. Using socially based theories of genre, activity system, interaction, intertextuality, and cognitive development, I investigate the history of scientific writing, other forms of writing used in advancing technological projects, and the relation of writing to the development of disciplines of knowledge. I hope to contribute to our understanding of the importance of writing in all domains of modern life, and I hope to contribute to the teaching and learning of writing at all levels of schooling, as writing is a major medium of participating in society and developing one's life with the contemporary complex literate world. In these webpages my goal is to make accessible and available as much of my work as possible, and I grant permission for free use and reproduction as long as appropriate attribution is granted to the source. In a number of other current projects, such as the Handbook of Writing Research and the series of Reference Guides to Rhetoric and Composition I currently edit, I also hope to support the aggregation and dissemination of all the knowledge my colleagues have gained about the power and potential of writing. Fonte: Charles Bazerman, University of California, Santa Barbara. Internet. http://education.ucsb.edu/bazerman/biography/biography1.html. Consultado em 25/09/2009. BAZERMAN, Charles. Gêneros textuais, tipificação e interação. 3. ed. São Paulo, Cortez, 2009. Capítulo 1. Atos de fala, gêneros textuais e sistemas de atividades: como os textos organizam as palavras e as pessoas. Texto original: http://education.ucsb.edu/bazerman//chapters/04c.genresmeth.doc Objetivos do artigo: Propor instrumentos conceituais e analíticos para o exame do trabalho realizado pelo texto na sociedade. Fornecer meios para: o Identificar as condições sob as quais o trabalho do texto se realiza. o Observar a regularidade com que os textos executam tarefas similares. o Ver como certas profissões, situações e organizações sociais se relacionam com um número limitado de tipos de textos. o Apresentar métodos para analisar como produção, circulação e uso ordenados desses textos constituem, em parte, a atividade e organização dos grupos sociais. Cada texto se encontra encaixado em atividades sociais estruturadas e depende de textos anteriores que influenciam a atividade e a organização social. (22) Cada texto bem sucedido cria para seus leitores um fato social. Fatos sociais Consistem em ações sociais significativas realizadas pela linguagem, ou atos de fala. (22) São as coisas que as pessoas acreditam que sejam verdadeiras e, assim, afetam o modo como elas definem uma situação. (23) Muitos fatos sociais dependem inteiramente de atos de fala. Ex.: Casamento. O não compartilhamento de um fato social pode causar problemas. Ex.: O que é o casamento? Atos de fala Austin palavras não apenas significam, mas fazem coisas. Todo enunciado incorpora atos de fala. (26) Searle: Os níveis Três níveis de atos de fala: Ato locucionário dizer palavras pertencentes a uma determinada língua, dotadas de um significado convencional e com sentido e referência de acordo com o contexto e a intenção do locutor. Ato ilocucionário se realiza quando o locutor profere uma frase. O ato
realizado transcende o próprio proferimento, posto que a própria sentença contém sua realização. É um ato ao mesmo tempo intencional e convencional, que se abre a possibilidades de sucesso ou de fracasso. Ato perlocucionário: obtenção de um determinado efeito no interlocutor através da execução de um ato locucionário não em virtude de uma convenção, mas em virtude de uma conseqüência natural ou casual. Condições de felicidade dos atos de fala. Gêneros Conceito de gênero baseado na recorrência de atos de fala. Se começamos a seguir padrões comunicativos com os quais as outras pessoas estão familiarizadas, elas podem reconhecer mais facilmente o que estamos dizendo e o que pretendemos realizar. Assim, podemos antecipar melhor quais serão as reações das pessoas se seguimos essas formas padronizadas e reconhecíveis. Tais padrões se reforçam mutuamente. As formas de comunicação reconhecíveis e auto-reforçadoras emergem como gêneros. (...) A tipificação dá uma certa forma e significado às circunstâncias e direciona os tipos de ação que acontecerão (29) tendemos a identificar e definir os gêneros por essas características sinalizadoras especiais, e depois por todas as outras características textuais que virão a seguir, segundo nossas expectativas (30) Gêneros fenômenos de reconhecimento psicossocial. (31) Conjunto de gêneros: é a coleção de tipos de textos que uma pessoa num determinado papel tende a produzir. (32) Sistemas de gêneros: compreende os diversos conjuntos de gêneros utilizados por pessoas que trabalham juntas de uma foram organizada, e também as relações padronizadas que se estabelecem na produção, circulação e uso desses documentos. (32) Sistemas de atividades: Ao definir o sistema de gêneros em que as pessoas estão envolvidas, você identifica também um frame que organiza o seu trabalho, sua atenção e suas realizações (33) Levar em consideração o sistema de atividades junto com o sistema de gêneros é focalizar o que as pessoas fazem e como os textos ajudam as pessoas a fazê-lo, em vê\z de focalizar os textos como fins em si mesmos. (34) Questões metodológicas Como analisar gêneros de texto como atos de fala? Limitações da teoria de atos de fala para a análise de textos escritos: A concepção de atos de fala teve como base textos orais, curtos. Textos escritos dificilmente podem ter sua recepção analisada pelo seu produtor. É possível caracterizar um gênero pelas suas características formais? Limitações desse sistema: só é eficiente para gêneros previamente conhecidos. Ignora o fato de que pessoas diferentes podem receber cada texto de forma diferente Análise segundo apenas sua concepção formal pode causar a impressão de que tais elementos do texto são fins em si mesmos (39) A visão do gênero como coleção de elementos característicos encobre sua maleabilidade. Como analisar gêneros escritos? Para ir além dos elementos característicos reconhecidos: Usar conceitos analíticos lingüísticos, retóricos ou organizacionais para examinar uma coleção de textos de mesmo gênero. Para considerar variações em diferentes situações e períodos. Considerar variações em diferentes áreas e campos. Considerar variações históricas.
Para caracterizar gêneros com os quais não se é familiarizado: Conviver com os produtores e receptores de textos desses gêneros. Para ir além da compreensão explícita do que as pessoas nomeiam em uma determinada área, para visualizar toda a gama de práticas implícitas, você pode fazer uma pesquisa etnográfica. (43) Diretrizes metodológicas para definir e realizar uma investigação sobre gênero: 1. Enquadre seus propósitos e questões para delimitar seu foco. 2. Defina seu corpus. 3. Selecione e aplique suas ferramentas analíticas. Se nenhum padrão estável emergir depois da análise: A coleção não reflete as práticas reais de uso O foco analítico pode estar mal colocado.