A avaliação da magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a essência do orçamento de capital.

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Transcrição:

Fluxo de Caixa

o administrador financeiro precisa preocupar-se com o montante de fluxo de caixa que espera receber, quando irá recebê-lo e qual a probabilidade de recebê-lo. A avaliação da magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a essência do orçamento de capital.

A administração da liquidez (dinheiro disponível) e da solvência (capacidade de pagar as contas) é uma das atividades mais importantes do administrador financeiro. Para desempenhar esta função, o profissional de finanças utiliza um dos principais instrumentos de análise e controle financeiro: o FLUXO DE CAIXA.

O caixa é importante porque representa poder de compra que pode ser transferido facilmente, em uma economia de troca, a qualquer indivíduo ou organização para satisfação de suas necessidades específicas por bens e serviços desejados e disponíveis na economia. Informações sobre fluxo de caixa são relevantes, à medida que permitem a investidores e credores projetar a capacidade que a empresa terá de distribuir dividendos, pagar juros e amortizar dívidas.

liquidez é a capacidade relativa de conversão de ativos em caixa e solvência é a capacidade de pagamento das obrigações de uma empresa no momento de seus vencimentos. O conceito de solvência é mais amplo que o de liquidez. A capacidade de solvência da empresa é importante, pois indica a possibilidade de continuidade.

Inicialmente destaca-se que a compreensão do termo caixa deve abranger não somente a conta contábil caixa, e sim todos os recursos disponíveis da empresa dos quais se possa fazer uso como se dinheiro fosse. Correspondem ao caixa, desta forma, as disponibilidades imediatas da empresa, ou seja, caixa, propriamente dito, depósitos bancários à vista, numerários em transito e aplicações de liquidez imediata.

Denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e saídas de dinheiro ao longo do tempo, podendo ser calculado mediante a construção de um mapa de fluxos de tesouraria. É um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a situação financeira da empresa. Pelo fato de proporcionar uma medida da capacidade da empresa em liberar meios monetários, o fluxo de caixa torna-se um excelente indicador da capacidade de autofinanciamento da empresa, isto é, da sua capacidade para efetuar novos investimentos sem necessidade de recorrer a fontes de financiamento externas.

Para que servem os relatórios de fluxo de caixa? Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado. Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro na empresa. Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período avaliado. Verificar se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio em determinado período ou se há necessidade de obtenção de capital de giro. Continua...

Planejar melhores políticas de prazos de pagamentos e recebimentos. Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos. Conhecer previamente (planejamento estratégico) os grandes números do negócio e sua real importância no período considerado. Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos no período considerado. Avaliar o melhor momento para efetuar as reposições de estoque em função dos prazos de pagamento e da disponibilidade de caixa. Avaliar o momento mais favorável para realizar promoções de vendas visando melhorar o caixa do negócio.

Desequilíbrio Financeiro: A análise do fluxo de caixa permite determinar com precisão, uma empresa que se apresente em uma situação de desequilíbrio financeiro. Sintomas: Insuficiência crônica de caixa; Captação sistemática de recursos através de empréstimos (dinheiro de terceiros).

Causas Básicas: Excesso de investimento em estoque; Prazo médio de recebimento maior do que o prazo médio de pagamentos; Excesso de investimento em ativos fixos (imobilização); Alto giro de estoque e ciclo de produção elevado. Inflação; Recessão;

Medidas de Saneamento: Aumento do capital próprio através de aporte de novos recursos dos proprietários atuais ou através de novos sócios, ou emissão de papeis (SAs); Redução ou adequação do nível das atividades aos volumes de recursos disponíveis para o financiamento das operações; Controle rígido de custos e despesas operacionais; Desmobilização de ativos ociosos (vender para transformá-los em dinheiro; Adequação do nível de operações ao nível de recursos disponíveis.

Modelo de Fluxo de Caixa

MODELO FLUXO DE CAIXA Previsto e realizado No relatório (exemplo) foi adotado como modelo o período mensal, apenas como demonstração, sendo usual e recomendado o período diário. Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período considerado para a elaboração do Fluxo. É composto pelo dinheiro na gaveta mais os saldos bancários disponíveis para saque.

Entradas de Caixa: correspondem às vendas realizadas à vista, bem como a outros recebimentos, tais como duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartão de crédito etc., disponíveis como dinheiro na respectiva data. Saídas de Caixa: correspondem a pagamentos de fornecedores, pró labore (retiradas dos sócios), aluguéis, impostos, folha de pagamento, água, luz, telefone e outros, entre eles alguns descritos no exemplo.

Saldo Operacional: representam o valor obtido de entradas menos as saídas de caixa na respectiva data. Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos e gastos periodicamente, sem a influência dos saldos de caixa anteriores. Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do Saldo Inicial com o Saldo Operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu negócio no período considerado e passa a ser o Saldo Inicial do próximo período.

Um dos fatores mais importantes para o sucesso na gestão de uma empresa é o adequado PLANEJAMENTO. Portanto, a gestão financeira deve ser cuidadosamente planejada, executada, acompanhada e avaliada. Isso só é possível se estabelecermos metas (objetivos, previsões) que nos orientem a fim de evitar surpresas inesperadas.

Depois de um período é possível através do fluxo de caixa e a experiência do administrador projetar recebimentos e pagamentos com base nos conhecimentos anteriores e prospectando expectativas futuras e assim preparar-se para enfrentar dificuldades antes que elas ocorram.

Período Contas (1) Saldo Inicial (2) Entradas/Receitas Vendas de Produtos Serviços Recebimentos/Cartões (3) Saídas/ Despesas Imposto sobre vendas Pagto a Fornecedores/ Mercadorias Pró- Labore Salários Agua, Luz (4) Saldo Operacional (2 + 3) (5) Saldo Final de Caixa (1 + 4) Janeiro Fevereiro Março Abril Prev. Real Prev. Real Prev. Real Prev. Real