Potencialidades para a democratização do acesso e conflitos potenciais na gestão

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Transcrição:

O Sistema Condominial de Saneamento MODELOS em TECNOLOGICOS Zonas Especiais EM SANEAMENTO de Interesse social EM ÁREAS (ZEIS) DE BAIXA em Recife RENDA EM PE. RECIFE, WP3.2.2 BRASIL Potencialidades para a democratização do acesso e conflitos potenciais na gestão Hermelinda Ferreira, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Recife, Brasil Cali, Colombia 29 de agosto de 2014

Caracterização da Área ARAÇOIABA ITAPISSUMA IGARASSU Jaguaribe ITAMARACÁ Forte Orange Maria Farinha CAMARAGIBE ABREU E LIMA PAULISTA Pau Amarelo Janga BRASIL SÃO LOURENÇO DA MATA Casa Caiada Porto do Recife BR-232 MORENO JABOATÃO DOS GUARARAPES Boa Viagem Barra de Jangadas CABO DE STO. AGOSTINHO Gaibu Cabo de Sto. Agostinho IPOJUCA Porto de Suape Superfície: 217 Km 2 População: 1.546 Hab. Porto de Galinhas Serrambi Escala 0 4 8 12km

3.3 Áreas precárias do Recife - Zeis; - Áreas originárias de SES (1980-1990) - Áreas críticas 3.1 2.3 3.2 2.2 2.1 4.3 4.1 1.1 4.2 1.2 5.3 5.1 1.3 5.2 6.1 Bairros Pobres 6.3 6.2 Cerca de 600.000 habitantes Fonte:URB RECIFE/FADE, 2001

Esquema histórico dos SES de Recife/PE até 2012 Mapa de Localização dos SES de Recife/PE até 2012 1908-1915 : Saturnino (área centralabordagem integrada e inclusiva) ETE Cabanga, 115Km de rede, 09 EE. 1965: Duplicação ETE Cabanga, ETE Peixinhos; 200km rede. 1971 (PLANASA/Compesa): 19 E.E., 450Km de rede Condominial - décadas 1980/1990 83 SES (65 SC) Saneamento Integrado - 2001 a 2012 Recuperação 36 SES construção de 03 SES; 34% de acesso a rede de esgotos (IBGE 2010) Fonte: adaptado de VASCONCELOS, 1995.

O bairro de Mustardinha Limite do SES Bairro >100 anos ZEIS (1987) 3.500 habitaçõess

Contexto Nacional Retorno do regime democrático/eleição direta/1985 (PMDB, PT, PCdoB) Constituição/1988 Crise econômica nacional; restrições ao financiamento do setor Estrangulamento do PLANASA/fechamento BNH/1986 Elevado déficit de rede de esgotos Debate sobre a Titularidade dos serviços de saneamento Discussão de proposta de primeira Lei Nacional de Saneamento tecnologia apropriada e aplicado de acordo com a demanda das localidades

Contexto - Recife Em andamento o processo de privatização Compesa Sucateamento da Compesa/péssima qualidade da prestação dos serviços 2001-2004 - João Paulo Frente de Esquerdas (PT, PC do B) PPA/2002-2005: Recife, Cidade Saudável compromissos básicos: - resistir às políticas neoliberais - radicalizar a democracia, e - construir uma cidade socialmente justa Mudanças profundas nas 2 gestões posteriores do PT (2005-2008 e 2009-2012)

Surgimento do modelo de SI O modelo de SI emergiu como: uma crítica aos modelos vigentes na época (convencional e SC), a partir da hipótese de que a resposta ao quadro de vulnerabilidade multidimensional que afetava as áreas pobres requeriam uma abordagem integrada e intersetorial respaldado na compreensão de que a solução para os problemas de saúde (filariose) não estava na doença e sim nas condições de melhoria do ambiente = alterar as condições materiais que reproduziam a doença pretendeu romper com a fragmentação das ações do modelos convencional e SC para propor um modelo de gestão urbana na busca de soluções duráveis e sustentáveis Atuar, não só no déficit da infrastutura, mas na qualidade de vida e do ambiente baseado na compreensão da política pública como promotora da diminuição das desigualdades

Aspecto tecnológico Sistema Convencional Sistema Condominial Fonte: Melo, 2013

Algumas diretrizes Intervenções complexas e de elevado custo, porque visam dar uma solução integral e sustentável O Estado deve assumir a responsabilidade principal, embora em um marco de relações democráticas, donde se fomente a corresponsabilidade com o usuário-cidadão em todas as etapas da intervenção O Estado deve ter completa responsabilidade pelo financiamento dos custos da intervenção, que nunca poderiam ser arcadas pela população pobre Se propõe o estabelecimento de tarifas adequadas para a promoção da justiça social.

(cont.) Mecanismos de controle social - sobre a politica: Conselho Municipal de Saneamento - sobre a obra: Comissão de Acompanhamento do SI Disseminar a cultura de manutenção com vistas a sustentabilidade Cooperação institucional e tecnologica Prevê investimentos em trabalho técnico-social incorporados ao custo da intervenção física desde a etapa de planejamento Concepção de saúde centrada já não na doença, e mais bem na construção de ambientes favoráveis à saúde Acoes socioeducativas continuadas

Instrumentos da inovação - Matriz de Compartilhamento SI Planeamento Saneamento O. Participativo Saúde Educação Cultura Comunicação social Diretoria habitação Des. Econômico Assuntos jurídicos Finanças URB EMLURB Secretarias /Órgãos Ações Assinar contrato de concessão Orçamento Participativo, Fórum PREZEIS e outros Fóruns Implantar sistema de saneamento integrado Implantar sistema de saneamento básico Complementar sistemas já existentes Recuperar sistemas precários Desenvolver ações educativas Formar agentes multiplicadores Promover educação sanitária nas escolas Promover a realização de conferências municipais de saneamento Acompanhar os canais de participação da sociedade civil Criar o Conselho Municipal de Saneamento e o Fundo Municipal de Saneamento Propor a complementação da estrutura atual Criar Autarquia de Saneamento

Esquema do Saneamento Integrado ações físicas + urbanísticas + ações sociais + gestão cidadã Diretrizes e aspectos metodológicos Fonte: PR/Sesan; 2001

Mecanismos do saneamento integrado Fonte: PR (2001).

Escritórios Locais de Saneamento Integrado. Articulação Social Engenharia (Manutenção) - Recepciona o usuário; - Presta informações sobre o projeto e orientações de Educação Sanitária e Ambiental; - Registra e realiza triagem das ocorrências; - Encaminha para as equipes competentes (Compesa e Secretaria de Saneamento); - Monitora a resolução das ocorrências e o grau de satisfação do usuário; - Fortalece através das ações de mobilização comunitária, educação sanitária e ambiental e ações intersetoriais nos escritórios como centro de referência nas comunidades. - Recebe as ocorrências; - Analisa a situação; - Planeja a equipe para intervenção em campo; - Emite as ordens de serviços (O.S.). - Supervisor verifica trabalho executado e consistência dos dados; - Deslocamento; - Intervenção; - Eliminação do defeito; - Ocorrência resolvida (Preenche O.S.) (Coleta Dados) Monitoramento - Analisa e Avalia: Satisfação do Cidadão/usuário; Ações de Educação Sanitária e ambiental; - Analisa e Avalia: Mantenabilidade; Confiabilidade Qualidade de Serviço; Custos. Fonte: Sesan-PR 2002

Inovações sócio-técnicas Ações Participativas

Inovações sócio-técnicas Oficinas de ESA

Inovações sócio-técnicas Produtos de Oficinas de ESA

Mustardinha (Rua do Cravo) ANTES DEPOIS