LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO. Lesões Acidentarias / Acidente do Trabalho. Professor: Dr. Rogério Martir

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Transcrição:

LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO Lesões Acidentarias / Acidente do Trabalho Professor: Dr. Rogério Martir Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad Del Museo Social Argentino, Advogado militante e especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professor Universitário, Pós Graduação e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Sócio da Martir Advogados Associados - Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor e Consultor da Revista Filantropia. 1

Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho INTRODUÇÃO AO TEMA Para estudarmos o Acidente do trabalho e as Lesões Acidentárias a luz do Direito do Trabalho precisamos adentramos o campo do Direito Previdenciário. Este ramo do direito regulamenta as relações entre o seguro social e a sociedade. Embora estejam intimamente ligados em suas raízes históricas, Direito do Trabalho e Direito Previdenciário são ramos absolutamente diferentes da ciência do direito, que, por vezes, se tocam, mas, por certo, não se confundem.

Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho O direito previdenciário é constituído de uma série de Princípios e Normas específicas. Resumidamente, pode-se dizer que é destinado a regulamentar a forma pela qual o Estado irá tratar dos malefícios que atingem a população em geral, constituindo uma forma de seguro público e obrigatório. Seu objeto é, basicamente, a proteção contra: a) A perda da saúde (doença e doença profissional); b) O acidente (do trabalho ou comum); c) A velhice (aposentadoria); d) A morte (pensão).

Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho O sistema é baseado no binômio custeio x benefício. Duas importantes normas regem estas matérias, quais sejam, as Lei 8.212/91 e 8.213/91, respectivamente. Por vezes, normas de direito previdenciário geram efeitos no contrato de trabalho, como, por exemplo: a) O acidente do trabalho e/ou doença profissional geram garantia de emprego art. 118, Lei 8.213/91; b) A concessão de aposentadoria por invalidez gera suspensão do contrato de trabalho (art. 475, CLT);

Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho c) A concessão de benefício previdenciário importa em suspensão do contrato de trabalho (art. 476, CLT), altera e/ou faz desaparecer o direito às férias (art. 133, IV, CLT), entre outros. De igual sorte, será importante estudarmos as definições de acidente do trabalho e doença profissional:

Acidente do Trabalho ACIDENTE DO TRABALHO A Lei 8.213/91 traz o conceito legal de acidente do trabalho: "Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou do empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho." (Redação dada pela lei complementar n. 150 de 2.0154).

Acidente do Trabalho O próprio INSS em seu site define o que é acidente de trabalho: "Todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, permanente ou temporária, que cause a morte, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho." A Lei 8.213/91 conceitua o acidente do trabalho como aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empregadora, causando a morte, a perda ou a redução da capacidade de trabalho.

Acidente do Trabalho ABRANGÊNCIA DO CONCEITO DE ACIDENTE DO TRABALHO O acidente do trabalho é o gênero do qual são espécies o acidente típico e as doenças ocupacionais. ACIDENTE TÍPICO: O acidente típico, também conhecido como acidente modelo, se define como um ataque inesperado ao corpo humano, ocorrido durante a jornada de trabalho.

Acidente do Trabalho O acidente típico ocorre em razão de uma ação traumática, conhecendo-se perfeitamente o momento da lesão, ou seja, trata-se de acontecimento brusco, repentino, inesperado, externo e traumático, ocorrido durante a jornada de trabalho. Em sua maioria, os acidentes de trabalho são evitáveis, bastando a adoção de simples medidas, como o uso de equipamentos de proteção individual (fornecidos obrigatoriamente pelas empresas).

Acidente do Trabalho DOENÇAS OCUPACIONAIS: 1 - Doença Profissional Assim entendida, a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 2 - Doença do Trabalho Assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Acidente do Trabalho ACIDENTE DE TRAJETO O acidente de trajeto, também é conhecido como acidente "in itinere" ou acidente de percurso e que está regulamentado no artigo 21 da Lei 8.213/91, inciso II, Letra d. São acidentes ocorridos no caminho da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Acidente do Trabalho Importante: A legislação não determina que o segurado tenha que realizar o percurso mais rápido nem qual o tempo estimado para a locomoção. Entretanto, a Jurisprudência entende que o trabalhador deverá estar no trajeto normal, ou seja, no caminho habitual entre a residência, o local de trabalho e vice-versa. Com relação ao tempo de percurso, deverá ser adotado o mesmo critério do trajeto, ou seja, não existe um horário e, ou, tempo específico, entretanto o tempo deverá ser compatível com o habitual.

Acidente do Trabalho CONCAUSA O art. 21 da Lei n 8.213/91 equipara ainda ao acidente de trabalho as situações abaixo, de acordo com o seu parágrafo 1º: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

Acidente do Trabalho CONSEQUENCIA ESPECÍFICA PARA O ACIDENTE II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

Acidente do Trabalho d) ato de pessoa privada do uso da razão; a) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

Acidente do Trabalho EMPREGADOS DOMÉSTICOS Com a regulamentação da Lei Complementar de nº 150, ocorrida em 01/06/15, os empregados domésticos também passaram a ser contemplados pelos benefícios referentes ao acidente do trabalho e doenças do trabalho, o que constituiu um grande avanço para esta categoria que até então se encontrava desamparada.

Doenças Profissionais DOENÇAS PROFISSIONAIS Conforme estudado as doenças ocupacionais subdividem-se em doenças profissionais e doenças do trabalho. Vamos focar nosso estudo nas doenças do trabalho, passivas de serem discutidas judicialmente na Justiça do Trabalho. Normalmente decorrem das condições de agressividade existentes no local de trabalho, que agiram para acelerar, eclodir ou agravar a saúde do trabalhador.

Doenças Profissionais As doenças do trabalho mais frequentes registradas no Brasil são: LER/DORT (lesões por esforços repetitivos); PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído); Doenças do aparelho respiratório (ocasionadas por agentes físicos, químicos ou biológicos); Ex.: Bronquite e Silicose Doenças de Pele (ocasionados por fatores químicos, físicos ou biológicos); Ex.: Dermatite de contato e câncer de pele e ocupacional.

Doenças Profissionais Na prática, dependendo do ambiente de trabalho, podemos encontrar ainda as seguintes doenças provocadas pelo trabalho: PNEUMOCONIOSES E A ASMA OCUPACIONAL: são causadas por substâncias nocivas inaladas durante o trabalho, e que se instalam nos pulmões, ocasionando falta de ar, tosse, chiadeira no peito, espirros etc. DERMATOSE OU DERMATITES DE CONTATO: doenças de pele que aparecem no contato com agentes químicos, causando irritação e alergias.

Doenças Profissionais ESTRESSE: é causado pelo excesso de trabalho, sem pausas para descanso, o cumprimento de metas, ou, que por sua natureza, determina grande pressão emocional, podendo causar mudança de humor, ansiedade, irritabilidade, falta de controle emocional e até doença psíquica. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: pode ser desencadeado pelo estresse, em pessoa pré disposta a esse mal, onde o ambiente de trabalho atua como concausa.

Doenças Profissionais DISACUSIA NEUROSSENSORIAL HIPOACUSIA PAIR (perda auditiva induzida pelo ruído) : causada por trauma sonoro direto ou exposição continua ao ruído. TUBERCULOSE doença causada no contato com doente portador da moléstia e ocorre com frequência entre os operadores de saúde. SILICOSE ASBESTOSE são doenças causadas pela inalação de pó de sílica e de amianto.

Doenças Profissionais VARIZES doença aonde o trabalho age como concausa, provocada pelo trabalho em pé, com pouca movimentação, muito comum entre aqueles trabalhadores de linha de produção (trabalho em pé e parado e em frente a máquina). DOENÇAS CAUSADAS PELO ESFORÇO incidindo sobre a coluna vertebral e no abdômen (hérnia inguinal) muito comum entre os trabalhadores braçais, tais como pedreiros, arrumadores, portuários, etc.

Doenças Profissionais EPILEPSIA TRAUMÁTICA pode ser provocada em decorrência de traumatismo craneano, também denominada como epilepsia traumática. FEBRE AFTOSA vírus: doença adquirida no ambiente /rural, pelo contato com animais infectados.

CAT CAT - COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer legalmente acidente ocorrido no ambiente de trabalho, no trajeto entre empresa e a residência, bem como uma doença provocada pelo trabalho. É importante a emissão da CAT pois ela permite ao trabalhador ingressar no seguro de acidentes do trabalho e fazer jus aos benefícios da lei acidentária.

CAT Esse documento é o meio pelo qual a empresa comunica ao INSS a ocorrência de um acidente do trabalho ou a eclosão de uma moléstia profissional ou originada pelas condições em que o trabalho é desempenhado. A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata.

CAT A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal estará sujeita à aplicação de multa (conforme disposto nos Artigos 286 e 336 do Decreto 3.048/99). Se a empresa não fizer o registro da CAT, o próprio trabalhador, seu dependente, poderá procurar os seguintes órgãos para tal finalidade: Entidade sindical; O médico do trabalho;

CAT CEREST (Centro de Referência da Saúde do Trabalhador Autoridade pública (magistrados, membros do Ministério Público e dos serviços jurídicos da União e dos estados ou do Distrito Federal e comandantes de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar), ] Qualquer um destes órgãos poderão efetivar a qualquer tempo o registro deste instrumento junto à Previdência Social, o que não exclui a possibilidade da aplicação da multa à empresa.

CAT Para ser atendido nas agências do INSS, no mínimo, deverá ser apresentado um documento de identificação com foto e o número do CPF. A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em seis vias, com a seguinte destinação: 1 a via ao INSS; 2 a via à empresa; 3 a via ao segurado ou dependente; 4 a via ao sindicato de classe do trabalhador: 5 a via ao Sistema Único de Saúde SUS; 6 a via à Delegacia Regional do Trabalho.

CAT A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social foi registrada a CAT. É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo acidente ou doença relacionados ao trabalho, ainda que não haja afastamento ou incapacidade.

Benefícios e Ação Judicial Comum BENEFÍCIOS CABÍVEIS A Lei de Acidentes do Trabalho prevê três benefícios cabíveis, todos fundados no Seguro de Acidente do Trabalho e de exclusiva responsabilidade do INSS. São eles: A) Auxilio doença acidentário. B) Auxílio acidente. C) Aposentadoria por Invalidez Acidentária

Benefícios e Ação Judicial Comum AÇÃO JUDICIAL COMUM DE ACIDENTE DO TRABALHO. Muitas vezes empregador não comunica o acidente do trabalho ao INSS, deixando o trabalhador sem o respectivo amparo acidentário. Outras vezes, embora tenha sido encaminhado ao INSS, o trabalhador deixa de receber o auxílio acidente na cessação do afastamento. Isto ocorre com muita frequência em razão da perícia administrativa do INSS.

Benefícios e Ação Judicial Comum A perícia administrativa considerar o trabalhador como apto para trabalhar e sem sequelas incapacitantes quando, na verdade, deveria conceder o auxílio acidente. Em todos estes casos o trabalhador poderá socorrerse na Justiça Estadual interpondo a ação de acidente do trabalho a fim de ter o seu direito garantido. Ou ainda a Justiça Federal quando a parte contrária a arcar com eventual indenização for o INSS como Órgão Federal.

Ação Judicial Trabalhista (Reclamação) AÇÃO JUDICIAL TRABALHISTA (RECLAMAÇÃO) Toda vez que o acidentado pretender buscar uma indenização em face do EMPREGADOR será competente a Justiça do Trabalho e não a Justiça Comum (art. 114 da CF). Esta ação é específica para buscar reparação por dano sofrido onde fique configurada a responsabilidade do empregador em indenizar.

Direitos Trabalhistas DIREITOS TRABALHISTAS DECORRENTES DO ACIDENTE DE TRABALHO/DOENÇA OCUPACIONAL Ocorrendo o acidente de trabalho, o empregado é afastado de sua função para tratamento e, por força do vínculo empregatício (contrato de trabalho), também está amparado pela CLT pelas quais adquire-se os seguintes direitos: Abertura de CAT (comunicação de acidente de trabalho) pela empregadora, independentemente do tempo necessário para tratamento, com indicação da doença ou relato do acidente típico.

Direitos Trabalhistas Interrupção do contrato de trabalho durante o período afastamento - é vedada a rescisão do contrato de trabalho pela empregadora. A manutenção de benefícios - tais como convênios médicos, cesta básica, complementação salarial e outros, serão mantidos caso haja estipulação a respeito na Convenção Sindical Recolhimento do FGTS - durante todo o período de afastamento acidentário (lei 8036/90).

Direitos Trabalhistas Estabilidade de 12 meses após a alta médica - uma vez concedida a alta, a empregadora deverá submeter o empregado, obrigatoriamente, a avaliação com médico do trabalho, de acordo com NR 07 do MTB a fim de emitir ASO (ATESTADO DE SAUDE OCUPACIONAL) de APTIDÃO ou INAPTIDÃO para sua função. Indenização - em caso de sequela permanente, total ou parcial, havendo culpa por parte do empregador, será devida a indenização por dano moral, estético ou material, aferível através de ação própria perante a Justiça do Trabalho.

Direitos Trabalhistas Importante: Vale destacar que, após a cessação do auxílio-doença acidentário, ocorrendo sequela que implique na redução parcial e permanente da capacidade laborativa, o acidentado fará jus ao auxilio acidente, que será pago pelo INSS mensalmente, sem prejuízo do emprego e salário.

Responsabilidade Subjetiva RESPONSABILIDADE SUBJETIVA A responsabilidade subjetiva é aquela que depende da existência de dolo ou culpa por parte do agente causador do dano. Você lembra qual é a diferença entre dolo e culpa? Dolo: intenção de lesar com a prática do ato (proposito) Culpa: Ato praticado por negligencia, imprudência ou imperícia 38

Responsabilidade Subjetiva Desta forma, a obrigação de indenizar e o direito de ser indenizado surgem apenas se comprovado o dolo ou a culpa do agente causador do dano. Para ser indenizada, a vítima deverá comprovar a existência destes elementos, o dolo ou a culpa, caso contrário não receberá nenhum tipo de indenização. 39

Responsabilidade Objetiva RESPONSABILIDADE OBJETIVA Já a responsabilidade objetiva não depende da comprovação do dolo ou da culpa do agente causador do dano, apenas do nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano causado à vítima. Ou seja, mesmo que o agente causador não tenha agido com dolo ou culpa, deverá indenizar a vítima. O Código Civil define com clareza a aplicação de uma ou outra responsabilidade sendo a subjetiva a regra e a objetiva uma exceção a esta: 40

REGRA (Subjetiva): Responsabilidade Objetiva Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 41

Responsabilidade Objetiva EXCEÇÃO (Objetiva) Art. 927 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. (destacamos). 42

Responsabilidade Objetiva ACIDENTE DO TRABALHO (Objetiva) Analisando o art. 927 Parágrafo único do CC temos que no Caso de acidente do trabalho a responsabilidade é Objetiva:... ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Resta entender agora o que é o nexo causal!! 43

Nexo Causal NEXO CAUSAL Trata-se do elo de ligação entre o dano (material, moral, doença, sequelas...) e o fato ocorrido!! Assim como em diversos outros aspectos trabalhistas, a questão fica para ser solucionada pelo entendimento jurisprudencial, onde os magistrados, diante de cada caso concreto, tomam as decisões mediante as provas apresentadas no processo. 44

Nexo Causal Ora pode-se comprovar que houve culpa do empregado no acidente de trabalho pela falta de cuidado ao manusear o equipamento ou executar a tarefa, mesmo com todas as orientações e treinamentos necessários, ora pode-se comprovar que houve culpa do empregador que, por não observar as normas de segurança ou por obrigar o empregado a laborar frequentemente em horas extras causando-lhe desgaste físico e mental, proporcionou o acidente. 45

Nexo Causal Assim, o acidente do trabalho, por si só, é insuficiente para gerar a obrigação indenizatória por parte do empregador, pois, somente se verificará a obrigação de ressarcir os danos quando na investigação da causa, ficar comprovado que o dano é consequência direta e imediata (nexo de causalidade) de uma atuação dolosa ou culposa do empregador. 46

Dano e Indenização DANO E INDENIZAÇÃO Dano: genericamente considerado, corresponde à uma lesão que provoca uma diminuição ao patrimônio do ofendido. Pode ser material ou extrapatrimonial (moral). Dano Material: Caracteriza-se pelas perdas e danos (redução de patrimônio existente) e lucros cessantes (aquilo que deixou de ganhar).

Dano e Indenização O que se indeniza não é o acidente em si ou a doença em sí, mas, sim, os seus efeitos. O principal efeito é a redução da capacidade laborativa. O Código Civil trilha este caminho: Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

Dano e Indenização A avaliação é feita para o ofício ou profissão do trabalhador e não para qualquer ofício ou profissão. A redução pode ser total (não possa exercer) ou parcial (diminua a capacidade laborativa). A pensão é correspondente ao trabalho para o qual se inabilitou (total) ou da depreciação (parcial) que sofreu. Se for parcial tem que fixar o percentual da perda.

Dano e Indenização Daí demos que a redução pode ser: Total e Permanente (TP); Parcial e Permanente (PP); Total e Temporária (TT); Parcial e Temporária (PT)

Dano e Indenização INÍCIO E TERMINO DA PENSÃO Marco inicial da pensão. Data da ciência inequívoca do dano (redução da capacidade laborativa). Marco final da pensão. Depende: Em parcela única: Expectativa de vida; Em parcelas mensais: Vitalícia = enquanto viver.

Dano e Indenização FORMA DE PAGAMENTO O pagamento pode ser feito de duas formas: 1-) De uma só vez (fixar data provável do término, que é a expectativa de vida do trabalhador). Art. 950 [...] Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

Dano e Indenização Vantagem: Não mantém o processo em aberto. Não exige constante acompanhamento e atualizações, com execuções periódicas e infindáveis. 2-) Em pensão mensal vitalícia (sem fixação da data de término. Vitalício = enquanto viver). Neste caso tem que fixar constituição de capital. Conforme disposto no art. 533 e parágrafos do Código Civil:

Dano e Indenização Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. 1o O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.

Dano e Indenização 2o O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. 3o Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.

Dano e Indenização 4o A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo. 5o Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.

Dano e Indenização IMPORTANTE A pensão mensal não é compensável com o salário, já que este remunera trabalho prestado e pensão indeniza dano sofrido; Também não se compensa com o benefício previdenciário conforme Súmula 229 do E. STF: Súmula 229 - A indenização acidentária não exclui a do direito comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador.

Dano e Indenização E também art. 7º, XXVIII da CF: Art. 7º -... XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

Dano e Indenização OUTROS DANOS MATERIAIS Tratamento médico, passadas (recibos) e futuras (através de instituição de convênio); Próteses; Despesas com medicação passadas (recibos) e futuras; Lucros cessantes: Aquilo que razoavelmente se deixou de ganhar.

Dano e Indenização DANOS MORAL É aquele que atinge bens incorpóreos como a alta estima, a honra, a privacidade, a imagem, o nome, a dor, o espanto, a emoção, a vergonha, etc. Firma residência em sede psíquica e sensorial da vítima. (Francisco Antonio de Oliveira)... apenas a moral, ou seja, a perturbação psíquica, na tranquilidade, nos sentimentos de uma pessoa. (Floriano Vaz da Silva). aquela espécie de agravo constituída pela violação de algum dos direitos inerentes à personalidade (Roberto Brebbia)

Dano e Indenização Mero aborrecimento não gera dano moral. Simples descumprimento de normas trabalhistas gera reparação material e não moral. Tem que atingir direito de personalidade. Os direitos de personalidade foram referenciados na Lei 13.467/2017 (Reforma trabalhista) que alterou artigos da CLT (começa a vigorar em 13/11/2017:

Dano e Indenização Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação. Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. O legislador optou por uma definição descritiva, mas, não taxativa. Exemplo: a dor física gera dano moral. Para a matéria de hoje vamos focar na saúde e na integridade física.

Dano e Indenização É possível cumular pedidos de indenização por dano material e moral (Lei 13.467/2017, art. 223-F). Neste caso o juiz terá que, na sentença, distinguir um de outro (1º), mas a quantificação do dano material não interfere na quantificação do dano moral (2º); É possível cumular pedidos de indenização por dano moral por causas diferentes.

Dano e Indenização Dano estético é, normalmente, moral e não material porque atinge a autoestima da pessoa. Não confundir com o dano moral decorrente da incapacidade para o trabalho e para a vida cotidiana. É possível cumular ambos.

Dano e Indenização CRITÉRIOS DE APURAÇÃO Lei 13.467/2017, art. 223-G: Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: I - a natureza do bem jurídico tutelado; II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação; III - a possibilidade de superação física ou psicológica; IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão;

Dano e Indenização V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa; VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; VII - o grau de dolo ou culpa; VIII - a ocorrência de retratação espontânea; IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa; X - o perdão, tácito ou expresso; XI - a situação social e econômica das partes envolvidas; XII - o grau de publicidade da ofensa.

Dano e Indenização QUATIFICAÇÃO DO DANO MORAL Lei 13.467/2017, art. 223-G, 1º e 3º: 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação: I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido;

Dano e Indenização III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido; IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido. 3o Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização.

Prescrição Bienal e Quinquenal PRESCRIÇÃO DO DIREITO ACIDENTÁRIO A Constituição Federal prevê a prescrição no Direito do Trabalho em seu art. 7º, XXIX, da seguinte forma: ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Temos ainda com o mesmo sentido textual o Art. 11 da CLT.

Prescrição Bienal e Quinquenal Deste panorama, extraímos as seguintes assertivas: A prescrição de 2 anos é a bienal ou total. A prescrição de 5 anos é a quinquenal ou parcial. A prescrição de 2 anos é o tempo que se tem para entrar com a ação. A prescrição de 5 anos é o que se pode reclamar do período trabalhado.

Prescrição Bienal e Quinquenal A contagem é feita da seguinte forma: Dois para frente. Cinco para trás. São dois anos para entrar com a ação a partir da rescisão do contrato (regra geral), contando cinco anos para trás (o que pode ser reclamado) a partir do ajuizamento da ação.

Prescrição Bienal e Quinquenal Então, pense no prazo quinquenal como uma régua. Quanto mais esse prazo for projetado para a frente, dentro 2 anos possíveis para a ação ser ajuizada, ele descobrirá atrás e, consequentemente, menos poderá ser reclamado, desde que o empregado tenha um período trabalhado relevante, e obviamente desde que a prescrição seja arguida pelo reclamado.

Prescrição Bienal e Quinquenal Apenas se o empregado trabalhar por mais de 3 anos é que a prescrição pode "comer" período do contrato de trabalho, conforme a demora para ajuizar a ação.

Prescrição Total e Parcial A prescrição BIENAL em regra ela é total e inicia-se a partir da rescisão do contrato de trabalho ou ainda da relação jurídica. A prescrição QUINQUENAL, por sua vez, em regra ela é parcial. No entanto a Súmula 294 do TST traz uma exceção à regra:

Prescrição Total e Parcial Súmula Nº 294 - Prescrição. Alteração contratual. Trabalhador urbano - Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

Prescrição Total e Parcial Esta súmula diz que quando a lesão do direito ocorrer por uma alteração do contrato não amparada por lei, a "actio nata" (contagem da prescrição a partir do nascimento do direito de ação) começa a partir da supressão de parcela de pagamento continuado (não eventual) e não da rescisão do contrato. Assim, o TST encontrou uma forma de aplicar a prescrição total (a de 5 anos ou bienal), em alguns casos, no curso do contrato de trabalho.

Prescrição Total e Parcial Tal fenômeno (prescrição total) pode ocorrer também na QUINQUENAL, quando a lesão ao direito se encontra anterior aos 5 anos alcançados pela referida prescrição. Exemplo: Um dano moral ou material sofrido a mais de 5 anos e o Contrato de Trabalho ainda está em vigência.

Prescrição na Doença Ocupacional No caso de doença profissional, o art. 23 da Lei 8.213/91 assim dispõe: Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

Momento para se arguir a Prescrição A prescrição deve ser arguida sempre na instancia ordinária, não obstante ser matéria de ordem pública. Neste sentido temos a Súmula 153 do TST Súmula nº 153 - PRESCRIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Não se conhece de prescrição não arguida na instância ordinária. Ou seja, não obstante ser matéria de defesa, também é possível no Recurso Ordinário!!