PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RESPONSABILIDADE CIVIL DOS DENTISTAS
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- Maria do Carmo Melgaço Franco
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1 RESPONSABILIDADE CIVIL DOS DENTISTAS Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde - Módulo I - Aula n. 21 1
2 A obrigação do dentista é de resultado e de meio. Exemplo de obrigação de resultado: colocação de pivô. Exemplo de obrigação de meio: tratamento de canal. 2
3 O dentista poderá cometer erro de diagnóstico, erro de tratamento, erro na perícia etc. O dentista não pode errar na anestesia. Anestesia local. Não responde, por exemplo, pela consequência da anestesia. 3
4 O autor da ação deverá provar nos autos do processo a negligência, imprudência ou imperícia do dentista. 4
5 APELAÇÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. Inocorrência. Desnecessária a produção de outras provas no presente caso. Preliminar rejeitada, em consonância com o entendimento do I. Relator sorteado. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO ODONTOLÓGICO. Demanda que envolve a reparação de prejuízos advindos da prestação defeituosa de serviços odontológicos. Colocação de implantes. Laudo pericial que atesta a irregularidade do procedimento realizado, bem como a culpa exclusiva do apelante e o nexo de causalidade. Dever de indenizar caracterizado. DANOS MATERIAIS. Ressarcimento que deve se dar de forma integral, na medida em que não houve aproveitamento de nenhum dos implantes colocados. DANO MORAL. Ocorrência. A apelada realizou tratamento doloroso e, ao final, necessitou ser socorrida por outro profissional para corrigir o trabalho defeituosamente prestado. Quantum indenizatório mantido em R$ ,00, uma vez que atende ao princípio da dupla finalidade da reparação. SUCUMBÊNCIA. Majoração dos honorários advocatícios, segundo as disposições do art. 85, 11, do CPC/2015. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação ; Relator (a): Rosangela Telles; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional II - Santo Amaro - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 18/09/2018; Data de Registro: 17/10/2018) 5
6 Ao fixar o valor da indenização por danos morais, o magistrado deve respeitar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, bem como observar critérios como a gravidade da conduta, a extensão do dano, a necessidade de desestimular o ofensor e a condição econômica das partes. 6
7 O dano indenizável Não há responsabilidade civil sem dano. Vimos nas aulas anteriores que o dano é resultado do ato ilícito praticado pelo profissional da saúde que motiva a indenização. 7
8 Conceito de dano Dano é a agressão ou violação a qualquer direito, material ou imaterial, que provocado com dolo ou culpa pelo agente (responsabilidade subjetiva) ou em razão de atividade desenvolvida (responsabilidade objetiva), cause a uma pessoa, independentemente de sua vontade, uma diminuição de valor de um bem juridicamente protegido, seja de valor pecuniário, seja de valor moral ou até mesmo de valor afetivo. 8
9 O dano material corresponde àquele comumente chamado de dano patrimonial, abrangendo as perdas e danos, abarcando ainda o dano emergente (prejuízo efetivo) e os lucros cessantes (o que a vítima razoavelmente deixou de ganhar). 9
10 O dano material é aquele que atinge o patrimônio da vítima, possível de ser quantificado e reparável por meio de uma indenização pecuniária, quando não se possa restituir o bem lesado à situação anterior. 10
11 Artigo 389 do Código Civil Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e correção monetária segundo os índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários de advogado. 11
12 Artigo 402 do Código Civil Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 12
13 No erro cometido pelos profissionais da saúde, o dano emergente refere-se ao dano ao corpo ou à saúde do paciente que resulte despesas realizadas para tratamento, internação, medicamento e outros que visem à recomposição do lesado ao status quo ante. 13
14 Os lucros cessantes correspondem aos valores que o lesado deixou de aferir exatamente por ter sofrido as sequelas do erro que lhe possa ter subtraído a capacidade laborativa por determinado período. Exemplo: prolongamento da dor em razão de erro praticado pelo dentista no tratamento dentário. 14
15 Os lucros cessantes são os prejuízos sofridos pela vítima frente à interrupção de suas atividades econômicas regulares, que consiste na frustração do crescimento patrimonial esperado, causado por outrem por dolo ou culpa (art. 186 do CC) ou em razão de uma determinada atividade (art. 927, parágrafo único, do CC). 15
16 Dano moral ou extrapatrimonial O dano moral é abalo emocional e psicológico que atingem o âmago da pessoa, causando-lhe sofrimento, angústia, vexame ou humilhação. 16
17 O Ministro Carlos Alberto Menezes Direito afirmou no Resp /SP (4ª T.) que não há que se falar em prova do dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam. 17
18 Natureza contratual dos serviços dos profissionais da saúde Conceito de obrigação no vínculo jurídico estabelecido entre o paciente e o dentista. Elementos constitutivos da obrigação a) Elemento subjetivo b) Elemento objetivo c) Vínculo jurídico 18
19 A responsabilidade médica e odontológica é contratual, visto que esses profissionais se obrigam a prestação de cuidados ao paciente. 19
20 Atenção: Nos contratos odontológicos, haverá um contrato de prestação de serviço de natureza complexa, tendo em vista que nele estará inserida a prestação dos serviços odontológicos, sem qualquer caráter personalíssimo, pois o paciente poderá ser atendido por qualquer dos dentistas que estejam de plantão. 20
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