CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO.

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Transcrição:

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio AULA 13 24/04/17 IMUNIDADES E ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS Art. 150 CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - Instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Partidos Políticos e suas Fundações; Entidades sindicais dos trabalhadores; Entidade de educação sem fins lucrativos; Entidade de Assistência de Social sem fins lucrativos. É preciso atender os requisitos da lei, contidos no art. 14 do CTN Art. 14 CTN. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título II - Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. É uma imunidade condicionada, pois, deve preencher os requisitos do art. 14 CTN: 1. Não pode distribuir lucro; 2. Não pode remeter dinheiro para o exterior, o dinheiro arrecado deve ser aplicado no país; 3. Deve manter as obrigações acessórias em dia. AS obrigações acessórias só existe dispensa se houver expressa previsão legal ART. 111 CTN.

CASO... A entidade de assistência social Viver Bem, com rigor e atenta a suas obrigações tributárias, com frequência contrata escritório de advocacia para confirmar se as práticas que operam em sua instituição estão coadunando com a legislação tributária em vigor. A nobre casa promove o assistencialismo as adolescentes em vulnerabilidade social, além de promover a integração ao mercado de trabalho. O Presidente em exercício da Viver Bem promoveu um aumento nos salários dos dirigentes, atingindo valor superior aos que atualmente são pagos aos servidores do Poder Executivo Federal. Em recente fiscalização promovida pela Receita Federal, o auditor afastou o alcance da imunidade da entidade, alegando o descumprimento dos requisitos que condicionam o alcance da benesse tributária, fundamentando na Lei 9.532/1997, artigos 12 e 14. Seu escritório foi contratado para analisar o caso. Art. 12º 4º, II da Lei 9.532/97: o teto da remuneração não pode ser acima de 70% dos valores pagos aos servidores do Poder Executivo Federal. Art. 195 7º CF São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. São imunes para contribuição para seguridade social as entidades beneficente de assistência social. Usar a Ação Anulatória com pedido de Tutela, porém, no Direito Tributário dificilmente os juízes concedem a Tutela, então uma outra opção é entrar primeiro com uma impugnação administrativa. Houve uma violação ao requisito formal, pois somente LC pode regular as limitações ao poder de tributar: Art. 146 CF. Cabe à lei complementar: II - Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; A questão da não observância ao requisito formal art. 146 CF, acontece com frequência no Direito Tributário. A imunidade é assunto de LC, portanto, não pode tratar por LO. JURISPRUDENCIA... II. Imunidade tributária (CF, art.150, VI, c, e 146, II): instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei : delimitação dos âmbitos da matéria reservada, no ponto, à intermediação da lei complementar e da lei ordinária. 2. A luz desse critério distintivo, parece ficarem incólumes à eiva da inconstitucionalidade formal arguida os arts. 12 e parágrafo 2º e 3º, assim com o parágrafo único do art.13. (STF, ADIMC 1.802/DF, Min. Sepúlveda Pertence, Inf. 336, fev/04).

Portanto, os requisitos para o gozo de imunidade devem vir por LC. Sempre observar a fonte formal no Direito Tributário. Para cobrar os honorários neste caso, analisar o auto de infração da Receita Federal e aplicar por volta de 6% para iniciar a ação e mais uns 14% no proveito econômico final. ELISÃO FISCAL decorrente da lei: Art. 116 Parágrafo único CTN. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.

É um ato que enfraquece os advogados, pois, este artigo confere poder aos órgãos administrativos. Na entidade sem fins lucrativos é preciso justificar os aumentos de seus dirigentes para não haver o entendimento de distribuição de lucros e aplicação do art. 116 CTN. Art.11 LC 101/2000: Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Não cabe à imunidade a análise deste artigo. Art. 145 CF a União, os Estados, o DF e os municípios, PODERÃO, isto significa que a competência tributária é facultativa. Impostos sobre grandes fortunas não foi criado ainda. Art. 153 CF Compete à União instituir impostos sobre: VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Trata-se de uma sanção, ou seja, a União não pode pedir empréstimos para os Estados e municípios, pois não criou todos os impostos. Portanto, está vedação não é inconstitucional: Art.11 único LC 101/2000. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. A CF traz a transferência obrigatória de receita art. 157 a 162 CF. o ente público é obrigado praticar a repartição das suas receitas. A União divide suas receitas com os Estados e os Municípios, os Estados reparte com os municípios. E os municípios recebe da União 50% do ITR, cabendo 100% se o município fiscalizar e arrecadar o ITR (art. 158, II CF), e o inciso III do art. 158 CF, diz que 50% do IPVA de veículos licenciados no município fica no município. SUM 447 STJ Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores. CASO... O Estado de Goiás aprovou a lei ordinária número 19.021/2015 que dentre outras alterações alterou o artigo 94 do Código Tributário do Estado de Goiás, com a seguinte redação: Art. 94... X - Com 15 (quinze) anos ou mais de uso; Anteriormente a essa lei, prevalecia a isenção de imposto para carros usados, registrado em qualquer município do Estado de Goiás com mais de 10 anos de uso. Até 2015 no Estado de Goiás havia uma regra que carros usados com mais de 10 anos de uso não pagaria IPVA, portanto, tendo isenção de IPVA. O Estado aprovou LO aumentou a regra dos carros usados para mais de 15 anos de uso.

Art. 150 6º CF Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, 2.º, XII, g. Art. 176 CTN A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Em regra, os tributos podem ser criados por LO, mas existem tributos que só por LC, são: Empréstimo Compulsório; Imposto sobre grandes fortunas; Contribuição Social Nova; Imposto Novo; O CT é excluído com a isenção, ou seja, não há lançamento. Art. 175, I CTN Excluem o crédito tributário: I - a isenção; A isenção não gera direito adquirido. É preciso ter a norma que cria e a norma que isenta, que precisa ter duas informações: condições e prazo para o exercício do direito à isenção. Quando a lei traz uma condição e mais um prazo, significa que é uma isenção é onerosa. Art. 178 CTN. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. Se a isenção de forma cumulativa fixa prazo e condição não podem ser suprimidas até acabar o prazo estabelecido na isenção. SUM 544 STF Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas. Se a isenção só fixar prazo ou só fixar condições, são chamadas de isenções não onerosas, neste caso essas isenções podem ser revogadas. As ISENÇÕES, podem ser: Onerosas precisam ter prazo e condições SUM 544 STF Não onerosas podem ter só prazo ou só condições ART. 178 CTN No caso em tela, trata-se de uma isenção não onerosa. Os 15 anos não é o prazo e sim uma condição.

JURISPRUDÊNCIA... MANDADO DE SEGURANÇA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AFASTADA. DECADÊNCIA. LEI 19.021/2015. REVOGAÇÃO DA LEI ANTERIOR. ALTERAÇÃO PRAZO DE ISENÇÃO DO IPVA. 1. A Secretária da Fazenda é a autoridade responsável pelo controle e execução da política fiscal, mormente porque incumbe a ela o encaminhamento ao Governador do Estado de anteprojetos de leis de interesse da administração fazendária, bem como referendar leis sancionadas, nos termos do art. 13 da Lei n. 7.599/2012.. O ato de afastar a isenção do IPVA para veículos com mais de 10 (dez) e menos de 15 (quinze) anos, alterando-se o disposto no art. 94 do CTE-GO, pelo advento da Lei n. 19.021/2015, encontra-se circunscrito ao juízo de conveniência e oportunidade da administração, não sobressaindo, pois, mácula de ilegalidade. 5. Não há se falar em direito adquirido, uma vez que a isenção do IPVA não foi concedida por prazo determinado e nem sob condição onerosa, motivo porque não há óbice à sua revogação por lei posterior, à luz do art. 178 do CTN e Súmula 544 do STF. SEGURANÇA DENEGADA. (27 de Setembro de 2016 - DJ 2128 de 10/10/2016MS 01946020920168090000 O princípio da Irretroatividade deve ser observado para cada FG praticado. Foi denegado o MS com base no art. 178 CTN e SUM 544 STF. Trata-se da vigência da lei, portanto, deve-se observar o Princípio da Irretroatividade e quando se tratar de eficácia deve-se observar o Princípio da Anterioridade. Art. 104 CTN. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. A ISENÇÃO DEVE NECESSARIAMENTE SER CONCEDIDA PELO ENTE QUE DETÉM COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA? Em regra, sim. Para isentar é preciso de duas normas, a que cria e a que isenta. O ente competente tem que ser aquele que possui poder legislativo para criar e isentar.

Princípio da Vedação das isenções heterônomas, ou seja, só pode isentar o ente que criou a norma. Art. 151, CF. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Para uma norma internacional ter validade no Brasil é preciso ter um Tratado Internacional assinado pelo Presidente da República, que está exercendo o papel de Chefe de Estado. Se o Tratado Internacional versa sobre isenção de ICMS para países do Mercosul, por exemplo, todos os Estados devem isentar o ICMS nas condições estabelecidas no tratado. Os tratados internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna. Art. 98 CTN Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Para evitar a guerra fiscal entre os municípios é preciso LC para regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais concedidos e revogados, em relação ao ISS, também, é preciso LC para os incisos I e II. Art. 156, CF: 3º. Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - Fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - Excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. CASO... Renato, taxista em razão da Lei 8383/91 decide comprar um veículo zero, para exercício da sua atividade profissional. Sabendo ser isento nas operações de financiamento do IOF, foi surpreendido com o recolhimento realizado na fonte pela financeira em Agosto de 2010. Ao enviar pedido administrativo junto a Receita Federal para devolução dos valores não logrou sucesso, pois segundo a decisão irreformável publicada em 10.06.2016, a concessão da isenção dependia exclusivamente de despacho de autorização da autoridade administrativa, o que no caso em tela não foi preenchido. A pessoa tinha direito à isenção, mas a pessoa deveria solicitar o reconhecimento do benefício. Art. 165 CTN 5 anos da data do pagamento para repetir o in débito. Portanto, no caso em tela, o contribuinte perdeu o prazo, pois, a decisão administrativa só foi publicada em 10.06.2016. Porém, é possível entrar com Ação Anulatória de decisão administrativa que denegou o direito de restituir, conforme estabelece o art. 169 CTN. Pedir o valor do tributo pago com correção monetária e juros de mora (punição pelo atraso), a data para cobrar os juros de mora devem ser calculados à partir da decisão do acordão transitado em julgado, SUM 188 STJ. Já a correção

monetária calcula-se à partir da data do pagamento indevido do tributo, SUM 162 STJ. Desta forma, não precisa demonstrar os valores, apenas citados os artigos que representa está atualização. SUM 188 STJ. Os juros moratórios, na repetição do indébito, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença. SUM 162 STJ. Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do pagamento indevido. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada em cada caso, preenchido das condições. Art. 179 CTN. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão. JURISPRUDENCIA... Não é pacificada. ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISENÇÃO. IOF. NECESSIDADE DE VERIFICAÇÃO DOS REQUISITOS. 1. Nos termos do parágrafo primeiro do artigo 72 da Lei 8.383/91, o gozo da isenção de IOF na compra de veículos automotores estabelece a prévia verificação dos requisitos legais pelo Departamento da Receita Federal. 2. O aresto reconheceu que os recorridos estavam enquadrados na categoria profissional beneficiada pelo favor fiscal. 3. A verificação dos requisitos é atividade vinculada atribuída ao órgão fazendário. Havendo reconhecimento judicial quanto à sua observância, o indébito deve ser reconhecido e repetido. RECURSO ESPECIAL Nº 576.394 - CE (2003/0132513-0) Brasília, 16 de junho de 2005 Preenchimento do requisito não é um obstáculo a concessão do benefício, desta forma o indébito deve ser reconhecimento e repetido. Porém, existem outras decisões que dizem que senão preencher os requisitos não tem o direito. Desta forma, estamos diante de uma divergência no entendimento dos relatores do tribunal. Quando existir divergência entre as turmas é possível interpor o Recurso de Embargos de Divergência art. 1043 CPC/2015, no prazo de 15 dias úteis. Para interpor Embargos de Divergência deve ser interposto no mesmo tribunal. BONS ESTUDOS! Monitoria: Cristina Casares