Política Brasileira de Conteúdo Local. Propostas de aprimoramento

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Transcrição:

Política Brasileira de Conteúdo Local Propostas de aprimoramento

Agenda Atual Cenário Dados do setor Política de Conteúdo Local aplicada ao setor Propostas para Rodadas Futuras

Atual cenário da indústria

Impactos da Crise Impactos da Crise nos Investimentos em E&P Mundo: 26% $ 734bi $ 545bi Brasil: 42% $ 43bi $ 25bi Participação brasileira: 5,85% 4,59% Pelo seu potencial geológico, o Brasil poderia capturar entre 7% e 10% dos investimentos globais em E&P. Fonte: IHS

Resultados de Leilões no Mundo Ano: 2015 BRASIL R13 MOÇAMBIQUE CANADÁ MÉXICO Blocos ofertados 266 15 11 25 Blocos arrematados 37 6 7 25 % Sucesso 14% 40% 64% 100% Área arrematada (km²) 33.625 34.430 16.299 815 Bônus (USD) 31.2 milhões N/A N/A N/A Investimento (USD) 55.7 milhões 691 milhões 1.2 bilhões 623 milhões Fonte: Elaboração IBP

Atratividade dos Regimes Fiscais Valor Presente Líquido (USD por barril) -10-5 0 5 10 15 20 Brazil PSC Without Repetro Brazil PSC With Repetro Barrel at USD 75 Barrel at USD 55 Brazil Concession Without Repetro Brazil Concession With Repetro Angola Nigeria Norway Canada Mozambique US UK Note: Based on a 660 million barrel deep water oil field under each fiscal regime Fonte: Wood Mackenzie; fiscal changes made in 2014-2015

Mudanças nos Regimes Fiscais Há esforços nos países para manter ou incrementar a competitividade pelos investimentos no setor de E&P em um cenário mais desafiante de preço da commodity. Fonte: Wood Mackenzie; fiscal changes made in 2014-2015

Brent Breakeven 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Fonte: IHS

Análise de viabilidade Preço de viabilidade de projetos de exploração e produção de petróleo nos ambientes Pré-sal, pós-sal de grande porte e pós-sal de pequeno porte Dados de 2014 Fonte: Elaboração própria. Modelo GEE-IBP-Upstream.

Participações Governamentais Com a queda acentuada dos preços do petróleo, as participações governamentais tiveram queda em torno de 30% em 2015 com relação ao ano anterior. Em 2015, o valor de participação especial alcançou R$ 11,4 bilhões e os royalties R$ 13,8 bilhões.

Cadeia de fornecimento Caracterização da cadeia de fornecimento de bens e serviços offshore. Diretrizes da cadeia Fornecedores diretos Setores relacionados Fonte: ONIP 1. Inclui todos os materiais e equipamentos para os quais a cadeia offshore é pouco representativa, ficando portanto foca da cadeia de fornecimento principal.

Caracterização PERFURAÇÃO E COMPLETAÇÃO DE POÇOS As grandes prestadoras de serviços internacionais já estão estabelecidas no Brasil. A oferta mundial de Sondas de Perfuração é superior à demanda, não justificando a construção de novas unidades FPSO Com relação aos módulos e ao topside, o Brasil tem potencial para se tornar um país competitivo internacionalmente. O mercado mundial de Cascos é dominado por grandes líderes globais. SUBSEA A cadeia de fornecimento brasileira para o segmento subsea é referência mundial e competitiva globalmente.

Regras de Conteúdo Local aplicadas ao setor de P&G

Considerações sobre o modelo vigente Proteção permanente Foco exclusivo no volume de demanda interna Tentativa de contemplação de todos os segmentos, independente de sua relevância e competitividade Alta complexidade de execução, controle e fiscalização Penalidades: Foco sai da área de negócios para a de compliance Não conectada a uma estratégia de política industrial e tecnológica O modelo se mostrou de característica pró-cíclica, pois seu foco nas encomendas internas gerou uma exposição cada vez maior da cadeia fornecedora às flutuações dos investimentos em projetos no Brasil. No atual ciclo de queda no volume de investimentos locais, com maior intensidade que a indústria global, houve grande desmobilização de capacidade produtiva e de mão de obra especializada.

Premissas para o novo Conteúdo Local O objetivo final da política de Conteúdo Local deve ser REDUZIR, e não aumentar, a dependência da Indústria/Economia aos ciclos do setor de P&G. Não onerar projetos. Competitividade Internacional. Regras simples e objetivas. Foco em estímulos e não em penalizações. São os investimentos que geram a demanda para a cadeia fornecedora de E&P.

Conceitos gerais 1 Conteúdo Local não deve ser variável de oferta no leilão. 2 Fase de Exploração sem compromisso de Conteúdo Local. 3 Conteúdo Local para segmentos estratégicos. 4 Estímulo para aumento do Conteúdo Local realizado pelas empresas operadoras. 5 Necessidade de revisão periódica. 6 Simplificação da execução, controle e fiscalização.

Conteúdo Local não deve ser variável de oferta no leilão 1 2 3 4 5 6 Leilão Desenvolvimento do campo ~10anos Definição do tipo de óleo Novas Tecnologias Mudanças na cadeia fornecedora A regra atual impõe ao operador: Assumir um compromisso no ato do leilão sem o conhecimento necessário do bloco a ser explorado; Incertezas no momento do leilão por não representar a realidade do mercado fornecedor ao longo da execução do projeto, dificultando prever a execução do Conteúdo Local requerido (mínimo e máximo); Imprevisibilidade no momento da tomada de decisão de investimento; Risco econômico refletido no VPL do projeto (multa); Risco jurídico por conta de reclamações futuras dos outros proponentes ao bloco.

Fase de Exploração sem compromisso de Conteúdo Local 1 2 3 4 5 6 Características da Fase: Investimento de alto risco e elevado grau de incerteza quanto ao volume final de investimentos. Limitação na aplicação de soluções tecnológicas, para cumprimento de Conteúdo Local, refletindo na capacitação/capacidade da indústria necessidade de waiver. Período (7 a 10 anos) onde o investimento deve ser estimulado e não contingenciado pela eventual exposição ao risco de não cumprimento do Conteúdo Local (multa). O compromisso de Conteúdo Local na Fase de Exploração inibe investimentos adicionais ao PEM. Interesse estratégico por dados geológicos. Interesse por maiores volumes de descobertas.

Conteúdo Local para segmentos estratégicos 1 Convergência de visões: Visão do Governo 2 3 4 Cumprimento das obrigações de CL Aumento de produção com aumento de CL Desenvolvimento da Engenharia Incremento progressivo de CL mínimo Sistema de incentivo para o futuro Equilíbrio fiscal (TCU) PIB Investimento Empregos Mão-de-obra qualificada Localização Manufatura PD&I Visão Empresarial Competitividade Rentabilidade 5 Segmentos estratégicos: 6 Desenvolvimento de fornecedores Geração de empregos qualificados Tecnologia PD&I Contribuição para o PIB

Conteúdo Local para segmentos estratégicos 1 Matrizes de priorização: 2 3 4 5 6

Estímulo para aumento do Conteúdo Local realizado pelas empresas operadoras 1 A aplicação de penalidades desestimula o investimento e direciona o foco do Conteúdo Local para a área de compliance, ao invés de direcioná-lo às áreas estratégicas e de negócios. 2 3 4 5 Conteúdo Local de Referência para cada segmento estratégico, a partir do qual a indústria se beneficiaria de incentivos. As atuais regras estabelecem punições sobre compromissos que se mostraram inexequíveis: a política deve ser de incentivo. Os incentivos devem ser avaliados e aplicados para cada segmento estratégico de acordo com as necessidades identificadas para cada um deles, refletindo também em resultados para outros níveis da cadeia fornecedora. Ressalta-se que tais necessidades podem ser distintas e específicas, podendo passar por: - Acesso a financiamento; - Incentivo fiscal; - Flexibilidade nas regras de P&D para desenvolvimento de Conteúdo Local. 6 Indicadores para metas: Engenharia; Exportações; Inovação; Produtividade.

Simplificação da execução, controle e fiscalização 1 2 3 4 5 Verificação através do CST ou CFOP: alinhamento com boas práticas de outros setores. Conteúdo Local de Referência para cada segmento estratégico, a partir do qual a indústria se beneficiaria de incentivos. Os representantes dos segmentos estratégicos e a ANP definirão CST/CFOP dos bens, serviços e sistemas fornecidos que irão compor os elementos de controle e fiscalização. 6