Guia de Abertura de um Restaurante em Pernambuco (Brasil) Zeta Advisors
1 The way to get started is to quit talking and begin doing. Walt Disney Company
ÍNDICE 1. Introdução... 3 2. Licenciamento e Legislação... 3 3. Nível de Investimento e Gastos Fixos... 5 4. Obrigações Fiscais... 5 5. Propriedade Industrial... 6 2
1. Introdução Abrir um restaurante é um sonho partilhado por muitos empreendedores residentes em Pernambuco. No entanto, é um negócio que envolve vários riscos pelo que se torna necessário efetuar um adequado planejamento a vários níveis (financeiro, marketing, localização, ementa, contratação de pessoal). A gestão de um restaurante é algo muito complexo devido à burocracia associada, mas também devido às dificuldades que podem surgir na gestão do pessoal. Além disso, é necessário que haja um controle muito rigoroso dos gastos diários a fim de não surgirem problemas de caixa. 3 É importante referir que o setor de restauração é muito competitivo em Pernambuco e, assim sendo, torna-se fundamental a existência de algum tipo de diferenciação ao nível dos produtos/serviços, por exemplo. Uma das coisas necessárias a se decidir é o tipo de restaurante que pretendemos abrir, podendo ser um restaurante do tipo tradicional ou, então, um restaurante especializado em pratos originários de um determinado país. Existe também a opção de um restaurante exótico ou a hipótese de um restaurante fast-food. É importante lembrar que existe uma tendência cada vez maior pela procura de restaurantes que oferecem alimentos saudáveis, o que resulta em paralelo da procura por hábitos de vida que privilegiam a saúde e o bem-estar. Outras causas para isto estar a acontecer derivam do crescimento da população com idade superior a 65 anos, mas também de um maior poder de compra por parte da classe média. Para além disso é fundamental definir qual a localização mais adequada para o negócio, sendo que a este nível existem múltiplas opções, nomeadamente o fato de ser um restaurante localizado numa rua ou no interior de um shopping. Na análise (geomarketing) devem ser considerados diversos fatores, mas principalmente: se é um local de passagem de muitas pessoas; se existe facilidade de estacionamento; poder de compra e faixa etária das pessoas que residem e/ou trabalham nas proximidades; número de concorrentes próximos; valor do aluguel do estabelecimento. 2. Licenciamento e Legislação No sentido de se obter a licença inicial é necessário possuir a seguinte documentação 1 : 1. Requerimento padronizado da Secretaria de Saúde Vigilância Sanitária assinado pelo Proprietário e/ou Responsável Técnico; 2. Cópia do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); 1 Fonte: Prefeitura da Cidade do Recife.
3. Cópia do Contrato Social ou Ato Constitutivo registrado na Junta Comercial (nestes documentos deverão estar explicitadas todas as atividades que forem requeridas) e as alterações contratuais, quando for o caso; 4. Cópia do Alvará de Localização ou do CIM com a Taxa de Vigilância Sanitária TVS; 5. Cópia do Atestado de Regularidade do Corpo de Bombeiros; 6. Cópia dos Atestados de Saúde Ocupacional (ASO) dos funcionários. CNAE A CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) relativa aos estabelecimentos de alimentação registra-se entre o 561 e o 562 (versão 2.1). 4 Legislação 2 - Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação); - Decreto nº 3.179/1999 (especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente); - Lei n 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 (legislação sobre direitos autorais); - Lei nº 2.136 de 11/05/1994 e o Decreto nº 12.922 de 19/05/1994 (regulamentação relativa à existência de uma área específica para fumantes); - Portaria nº 1.428/93 do Ministério da Saúde (obrigação de implementação do sistema PAS (antigo APACC)); - Portaria nº 368/97 do Ministério da Agricultura (requisitos gerais (essenciais) de higiene e de boas práticas de elaboração de alimentos para o consumo humano); - Resolução CFN nº 218, de 25 de março de 1999, do Conselho Federal de Nutricionistas; - Resolução CFN nº 378, de 28 de dezembro de 2005, também do Conselho Federal de Nutricionais CFN; - Lei nº 4.769 de 09 de setembro de 1965 e Decreto nº 61.934 de 22 de dezembro de 1967 (registo no Conselho Regional de Administração conforme sua localização); - Código de Defesa do Consumidor Lei Federal n 8.078 de 11/09/1990 e Decreto Federal nº 2.181, de 20 de março de 1997; - Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (proíbe a venda a crianças ou a adolescentes de bebidas alcoólicas dentre outros itens). 2 Fonte: SEBRAE.
3. Nível de Investimento e Gastos Fixos A seguir serão apresentados valores indicativos do que seria o investimento inicial associado à abertura de um restaurante de pequena dimensão, numa ótica de aluguel de um espaço. Isto sem considerar o pagamento de luvas. Investimento por tipo de equipamento Tipo Valores (R$) Equipamentos da cozinha e da sala de jantar 30.000-50.000 Remodelação do espaço 40.000-60.000 Som, imagem e climatização 20.000-30.000 Equipamentos de informática e softwares 5.000-7.000 Outros gastos 30.000-40.000 Total 125.000-187.000 5 Surge de seguida uma estimativa do valor relativo aos gastos fixos na qual se assume a contratação de cerca de 2 a 3 funcionários. Gastos fixos mensais Tipo Valores mensais (R$) Aluguel 1.500-2.500 Gastos com Pessoal 6.000-8.000 Contador 600-800 Licenças, Higiene e Segurança 1.500-2.000 Outros gastos fixos 2.000-3.000 Total 11.600-16.300 4. Obrigações Fiscais No caso das microempresas com receita bruta anual inferior a R$ 360.000,00 e empresas de pequeno porte com receita bruta anual inferior a R$ 3.600.000,00 poderá existir a adoção do SIMPLES Nacional Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições. Através do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) poderão ser recolhidos os seguintes tributos e contribuições: IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica); CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido); PIS (Programa de Integração Social); ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); INSS (Contribuição para a Seguridade Social relativa à parte patronal);
COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). 5. Propriedade Industrial A propriedade industrial é uma ferramenta fundamental para a maioria das empresas, sendo uma segurança relativamente a terceiros no que concerne ao uso indevido de uma marca, por exemplo. Os direitos relacionados com a propriedade industrial (nomeadamente patentes, marcas e design) estão a cargo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). 6 Ainda cabe referir que existem diversos níveis de proteção da marca: nacional, comunitária e internacional. Existe sempre a possibilidade de registrar a marca apenas nos países de interesse. Relativamente aos registros realizados no Brasil, é importante referir que o processo é normalmente muito moroso, requerendo na maior parte das vezes mais de dois (2) anos.