Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 1

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Transcrição:

Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 1

ÍNDICE RELATÓRIO DE GESTÃO 3 1. RESULTADOS CONSOLIDADOS DO 1º SEMESTRE DE 2012 3 2. ORGANIZAÇÃO 18 3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 22 4. PRINCIPAIS RISCOS E INCERTEZAS 23 5. PARTICIPAÇÕES E TRANSAÇÕES DOS TITULARES DE ÓRGÃOS SOCIAS E DIRIGENTES 24 6. LISTA DOS TITULARES DE PARTICIPAÇÕES QUALIFICADAS 25 7. DECLARAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS SOBRE A CONFORMIDADE DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA 26 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 27 POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS E NOTAS EXPLICATIVAS 36 Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 2

RELATÓRIO DE GESTÃO 1. RESULTADOS CONSOLIDADOS DO 1º SEMESTRE DE 2012 (Contas não auditadas) DESTAQUES Volume de Negócios (VN) de 411 milhões de Euros (-2,0%); Volume de Negócios internacional do Grupo cresce 11,0% (atingindo 288 milhões de Euros e representando 70% do VN consolidado); Enfoque na sustentabilidade económica das operações com redução de efetivos, adaptação da estrutura e fusões internas; EBITDA recorrente comparável sobe 13,1% para 54,3 milhões de Euros; Resultados financeiros de -22,1 milhões de Euros face a -27,5 milhões de Euros no período homólogo de 2011, beneficiando de 7,7 milhões de Euros por alteração do método de contabilização da concessão da Beira Interior; Resultado atribuível ao Grupo de -17,0 milhões é fortemente influenciado por fatores não recorrentes; excluindo estes fatores cifrar-se-iam em -0,4 milhões de Euros; Carteira de encomendas estável de 1,2 mil milhões de Euros. Indicadores Financeiros Consolidados (milhões de Euros) 1S 2012 1S 2011 Volume de Negócios 411,0 419,5-2,0% Mercado Internacional 288,0 259,4 11,0% Mercado Nacional 123,0 160,1-23,2% EBITDA 21,6 47,5-54,4% Margem EBITDA 5,3% 11,3% - EBITDA* recorrente comparável 54,3 48,0 13,1% Margem EBITDA* 12,7% 11,4% - Resultados Operacionais 1,5 30,9-95,0% Margem Operacional 0,4% 7,4% - Resultados Financeiros -22,1-27,5-19,7% Resultado antes de impostos -20,6 3,4 - Result. Exerc. Atribuível ao Grupo -17,0 2,0 - EBITDA*= EBITDA ajustado sem custos não recorrentes (de rescisões com colaboradores e de índole fiscal) e sem alteração do método de contabilização da concessão da Beira Interior Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 3

ANÁLISE DA ATIVIDADE A atividade de 2012 decorre, no plano nacional, sob um enquadramento macroeconómico que penaliza significativamente o setor da Construção através da verificação de um conjunto de variáveis que, afetando o investimento, se traduzem no estreitamento intenso da procura. Esta crise de mercado está a provocar um acelerado processo de ajustamento com a insubsistência de muitas empresas e a reorientação estratégica de outras no sentido de adaptação das estruturas internas e da via da internacionalização com o objetivo de substituição de mercados; mesmo as mais robustas, que já prosseguem uma visão internacional e diversificada, não passam incólumes. Com efeito, à já de si expetável e natural redução da procura após um ciclo de expansão do mercado imobiliário, designadamente no segmento de habitação, e da construção de grandes infraestruturas -, veio-se associar a crise nos mercados financeiros com a escassez de meios de financiamento e uma política orçamental e de investimento público severamente restritivas impostas, ou pelo menos delineadas, pelos compromissos internacionalmente assumidos pelo país. A conjugação destes fatores, desacompanhada de políticas moderadoras e lenitivas capazes de estimular a reorientação do investimento intrasetor, constitui um mix que está a acarretar consequências muito negativas ao nível do tecido empresarial e do emprego e que, naturalmente, se refletem nos indicadores de confiança e nas preocupações das associações de classe. A atividade do Grupo durante o semestre revela uma atuação que se tem procurado que seja dinâmica e confiante nas respostas que tem sido possível dar neste contexto adverso. Os vetores dominantes da atividade no semestre foram os seguintes: (i) Intensificação da orientação internacional dos negócios da construção reforçando esta vertente internacional do Grupo com vincado sucesso em função do justo reconhecimento pelo mercado do know-how e competências angariados pela longa experiência, capacidades técnicas demonstradas e pela qualidade dos seus quadros, nos diversos segmentos de construção e engenharia civil; (ii) Fraca dinâmica do mercado interno da Construção com a rarefação das decisões de investimento no setor privado a juntar-se à estratégia prosseguida pelas autoridades públicas relativamente à paralisação do investimento e que se consubstancia no abandono, suspensão e em alterações abruptas de condições, de projetos nas suas diversas etapas de vida incluindo os já adjudicados; (iii) Adaptação das estruturas organizativas e da dotação de fatores a esta realidade do mercado e do setor, com mobilização interna de recursos humanos, redução de efetivos e racionalização de meios, estratégia em que também se inserem as fusões já concretizadas entre algumas participadas, especialmente focadas na redução de custos, sem perda das valências e competências instaladas e da potenciação de alguns fatores sinergéticos. Os resultados e indicadores do semestre que, com mais detalhe, são analisados adiante, são reflexo deste enquadramento, para além de terem sido afetados por fatores não recorrentes que os penalizam em termos comparativos, como sejam os custos com a rescisão por mútuo acordo de contratos de trabalho, no valor de 6,4 milhões de Euros (0,5 milhões um ano antes), os efeitos da contabilização no exercício de 8,7 milhões de Euros referentes a um processo judicial de índole fiscal, ainda que por factos ocorridos entre 2001 a 2005, e a própria alteração do método contabilístico da concessão da autoestrada da Beira Interior decorrente do despacho governamental que acompanhou a introdução das portagens reais. Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 4

VOLUME DE NEGÓCIOS O incremento do VN durante o 2º trimestre - neste período situou-se em 221,1 milhões de Euros, superior ao valor verificado no 1º trimestre do ano de 189,9 milhões de Euros e superior em 0,9% ao 2º trimestre do ano passado - elevou o VN no final do 1º semestre de 2012 a 411,0 milhões de Euros, face ao valor registado no semestre homólogo do ano passado de 419,5 milhões de Euros. Sem considerar a participação da Scutvias (que contribuiu no 1º Semestre de 2011 para o VN consolidado com 19,5 milhões de Euros enquanto no 1º semestre de 2012 apenas com 5,0 milhões, na sequência da alteração do método de contabilização da concessão), conclui-se que a atividade real foi durante o 1º semestre de 2012 superior em 1,5% à do período homólogo de 2011. Os quadros seguintes discriminam a formação do VN por segmentos quer na vertente dos mercados geográficos quer por áreas de negócio: Distribuição do Volume de Negócios por Mercados Geográficos Mercado (milhões de Euros) 1S 2012 % 1S 2011 % Portugal 123,0 29,9% 160,1 38,2% -23,2% Angola 176.0 42,8% 149,8 35,7% 17,5% E.U.A. 67,9 16,5% 52,8 12,6% 28,7% Moçambique 34,7 8,4% 45,6 10,9% -23,9% Outros 9,3 2,3% 11,2 2,7% -16,5% Totais 411,0 100,0% 419,5 100,0% -2,0% Distribuição do Volume de Negócios por Área de Negócio Área de Negócio (milhões de Euros) 1S 2012 % 1S 2011 % Construção 389,5 94,8% 366,8 87,4% 6,2% Concessões 75,1 18,3% 92,3 22,0% -18,6% Imobiliário 2,8 0,7% 3,8 0,9% -26,1% Energia Própria 1,1 0,3% 3,0 0,7% -63,9% Grupo e outros 6,1 1,5% 6,6 1,6% -7,9% Eliminações de Consol. -63,5-15,5% -52,9-12,6% 20,2% Totais 411,0 100,0% 419,5 100,0% -2,0% Em termos de evolução por mercados geográficos: O setor de construção regista no mercado nacional uma deterioração cumulativa e progressiva. Dados estatísticos do INE 1 revelam para o índice de produção na construção uma variação média nos últimos doze meses (aferida a Junho de 2012) de -14,2% com -14,6% na construção de edifícios e -13,8% na engenharia civil. Estes índices têm vindo a revelar uma tendência de agravamento já que o ritmo de decréscimo das variações homólogas nos últimos meses se tem acentuado (- 19,2% em junho face a -18,2% em maio e sem distinção significativa nos segmentos com o da engenharia civil a verificar uma diminuição homóloga de 20,4% (-18,7% em maio) e o construção de edifícios -17,9% (-17,6% no mês anterior). A esta crise de mercado associa-se a crise financeira. Durante décadas, o setor da Construção funcionou como principal agente financiador de grande parte das obras realizadas no nosso país, desde os edifícios até às infraestruturas, garantindo junto da Banca os meios financeiros necessários, mas quantas vezes não disponibilizados atempadamente 1 Índices de Produção, Emprego e Remunerações na Construção, Junho de 2012 INE,10 de agosto de 2012 Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 5

pelos donos de obra, para a realização dos trabalhos necessários. Durante um longo período de tempo e até ao eclodir da atual crise financeira, o financiamento da atividade foi garantido junto da Banca, de uma forma relativamente fácil e com custos reduzidos. Como resultado, o Setor endividou-se e aumentou a sua exposição à crise 2. As severas restrições e cortes de crédito que se verificam num setor fortemente alavancado, numa altura de crise de mercado, não poderiam deixar de acarretar consequências relevantes ao nível da estrutura do tecido empresarial, que estão a revelar-se dramáticas, com destruição descontrolada de empresas e de emprego. Este clima depressivo justifica o valor extremo do Indicador de Confiança do Sector da Construção, que tem vindo a descer de forma sustentada desde 2010 e atingiu em maio de 2012 o valor mínimo nos -71.4%. Indicador de Confiança do Sector de Construção Fonte: INE Reorientando-nos em termos de análise para o interior do Grupo, a sólida carteira de partida tem permitido suster a descida do VN nacional. Todavia, a persistência e agravamento da situação acima retratada faz com que não surpreenda que no final do 1º semestre o mercado de Portugal represente apenas cerca de 30% do total do VN consolidado (face a 36% um ano antes), refletindo uma variação homóloga de -23%. Um maior rigor de análise imporá que nesta evolução se isole o já referido efeito de alteração contabilística da concessão da autoestrada da Beira Interior (Scutvias). Assim, sem considerar o contributo desta participada, a variação do VN doméstico situa-se em -16,1%. Esta tendência acentuar-se-á no futuro próximo face ao estado de estagnação da construção em Portugal. Da atividade do Grupo em Portugal, entre as obras de maior volume, o destaque vai, a grande distância, para a construção da autoestrada Transmontana realizada pelo CAET XXI, um agrupamento complementar de empresas (ACE), onde os interesses do Grupo estão representados em 50%. Nesta infraestrutura há a registar que no passado dia 13 de julho se deu a entrada em serviço, em regime de autoestrada, dos chamados lotes 3, 5 e 6. Esta abertura ocorreu antecipadamente em relação às datas contratuais previstas. Há ainda a referir entre as obras em território nacional: Acessos à plataforma logística da Castanheira do Ribatejo para a Brisa; 2 Conjuntura da Construção n.º 61 junho / 2012 - FEPICOP Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 6

Resort Quinta do Lorde, na Madeira; Alargamento e Beneficiação do sublanço Maia-Santo Tirso da A3 para a Brisa; Pousada da Serra da Estrela para a Enatur; Infraestruturas do Tróia Resort; Continente Bom Dia, Ramalde, no Porto, para o Grupo Sonae. Ao nível dos ACE s, deve-se fazer ainda referência ao Hidroalqueva e ao ME, SDC, MA Matosinhos, ACE, referente ao projeto de águas desse concelho (Indáqua). O mercado de Angola mantém-se como primacial mercado internacional do Grupo e neste semestre ultrapassou de modo folgado o mercado nacional. Para este país, o Fundo Monetário Internacional, no seu Regional Outlook para a África Subsariana 3 projeta para 2012 a taxa de crescimento real do produto de 9,7% (uma das mais altas da região), sendo de 9,0% a previsão de crescimento para o setor não petrolífero. No setor da construção, após o surto de edificação na cidade de Luanda nos últimos anos, os próximos devem ditar uma crescente diversificação do investimento em função do forte potencial de crescimento ao nível da construção de infraestruturas, de equipamentos sociais e de habitação social, um pouco por todo o país. Durante o primeiro semestre de 2012, o volume de negócios do Grupo neste mercado, atingindo 176 milhões de Euros, superou em 17,5% o valor verificado no semestre homólogo do ano anterior. Entre as obras de maior influência no VN, durante o primeiro semestre, apontam-se as seguintes: Edifício de escritórios TTA-2 em Luanda, para a Bayview; Torres Dipanda em Luanda, para a Novinvest; Requalificação da Baía de Luanda, para a Sociedade Baía de Luanda; Novo Edifício Sede do INE; Torre do 1º Congresso, Edifício Sede do BESA, em Luanda, para a Investe Grupo; Novo edifício de escritórios, para a Companhia de Seguros AAA; Luanda Towers Project, para a Vista Club; Hotel da Ilha em Luanda, para a Forçauto; Edifício PK Building (2ª. fase), para a Sonangol; Torre Ambiente, para a C. R. ROCA; Edifício da Sagrada Família, para a MATRA; Museu da Ciência e Tecnologia em Luanda, para o GOE; Armazém de Embalagem da Tofa, para a Nestlé Angola; AES Facility Extension, para a Sonils; Escola do Bairro Fina, no Soyo, para a Bechtel. Neste mercado, merece mais uma vez referência o crescimento e desempenho da subsidiária Clear Angola que, nas suas demonstrações financeiras individuais, obteve um VN de 30,5 milhões de Euros, o que supera em 15,6% o valor de 26,3 milhões de Euros verificado no primeiro semestre do ano passado, numa trajetória ascendente que prossegue, desde há vários anos, ininterruptamente, assumindo-se no mercado como uma empresa de referência no segmento de eletromecânica, eletricidade e climatização. Nos Estados Unidos da América consolida-se a posição do Grupo, através da subsidiária Prince Contracting, no segmento das infraestruturas. Esta sociedade surge já classificada em 10º lugar no ranking The Southeast's Top 20 General Contractors da revista ENR, principal referência do setor para este efeito. 3 Regional Economic Outlook Sub-Saharan Africa, Sustaining Growth amid Global Uncertainty IMF Apr. 2012 Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 7

A Prince, que concentra o exercício da atividade do Grupo neste território, deu continuidade, durante o 1º semestre de 2012, à estratégia de desenvolvimento e consolidação definida em exercícios anteriores. Neste sentido, prosseguiu o crescimento da atividade no segmento das infraestruturas rodoviárias, designadamente estradas e pontes, com um conjunto de 12 obras ativas, distribuídas pelos estados da Flórida e da Geórgia. A consistência deste percurso foi reforçada, no primeiro semestre de 2012, com a angariação de dois novos contratos na Flórida, no valor total de 42 milhões de Euros. No semestre findo obteve-se neste mercado um valor historicamente elevado de atividade traduzido num VN equivalente a 67,8 milhões de Euros que supera em 28,7% o valor atingido no semestre homólogo do ano anterior. O mercado de Moçambique continua a merecer uma especial atenção da comunidade internacional no âmbito dos negócios em geral e da construção e obras públicas em particular, tendo em linha de conta os resultados positivos do seu crescimento económico sustentado por indicadores sucessivamente crescentes, que se contrapõem ao ambiente recessivo das economias europeias. A presença da Soares da Costa, neste país, desenvolve-se através do estabelecimento estável da empresa construtora nacional e, através de uma sociedade de direito moçambicano: a Soares da Costa Moçambique, S.A.R.L. em cujo capital o Grupo participa com 80%, tendo como parceiro local o IGEPE Instituto de Gestão de Participações do Estado. Os empreendimentos a cargo do estabelecimento estável no território da Sociedade de Construções Soares da Costa, SA evoluem de forma sustentada e a ritmos apreciáveis. Neste âmbito o destaque vai para as obras de reabilitação da estrada EN 211, entre Combomune e Chicualacuala, numa extensão de 187 Km, e para a obra de construção da nova Ponte sobre o Rio Zambeze em Tete e respetivos acessos. Estas duas obras, de impacto estruturante na economia da região, assumem relevante peso social, económico e financeiro, quer para o crescimento de Moçambique, quer para o dos seus países vizinhos e parceiros da SADC. A Soares da Costa está empenhada, designadamente através de garantir os níveis de qualidade e segurança e do cumprimento dos prazos, em corresponder à dimensão e expressão técnica e política destes projetos, No que concerne à participada Soares da Costa Moçambique, SARL, no primeiro semestre de 2012, deve assinalar-se o seguinte: Obras concluídas: Obras em curso: Construção do Edifício do Tribunal Administrativo; Construção do Edifício do INNOQ: Instituto de Normalização e Qualidade. Reabilitação do Museu da Revolução; Construção do Hotel VIP Executive Tete; Reabilitação do Mercado Central de Maputo; Ampliação do Hotel VIP INN Beira. Ainda assim dado o VN excecionalmente alto evidenciado no 1º semestre de 2011 com a conclusão da obra da Vila Olímpica para os X Jogos Africanos, o bom nível de atividade de 2012 cede em termos comparativos. Os outros mercados contribuem no 1º semestre de 2012 com 9,3 milhões de Euros para o VN consolidado do Grupo. Nestes fazemos referência particular ao mercado do Brasil com atividade respeitante fundamentalmente: (I) À execução dos serviços de construção civil para implantação de unidade completa em Rio Branco do Sul (Paraná) linha de 5.000 Ton/dia, um contrato que se insere num plano de investimento designado por 3ª Onda de Investimentos Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 8

da Votorantim Cimentos. Esta obra está a ser levada a efeito, já desde o ano passado, pela Terceira Onda Planejamento e Desenvolvimento Ltda com a participação do Grupo em 50%, por intermédio da Sociedade de Construções Soares da Costa, sendo a Serpal Engenharia e Construtora, Ltda, a outra participante; (ii) Projeto da linha 3 da fábrica de cimentos de Cezarina Cimpor Brasil. Neste caso os trabalhos levados a efeito pela Linha 3 Cezarina Construções Ltda também com a participação do Grupo em 50% por intermédio da Soares da Costa Brasil, Ltda, tendo por parceiro a sociedade Gutierrez Empreendimentos e Participações, Ltda.. Os trabalhos iniciaram-se em abril de 2012 e têm prazo de execução previsto de 13 meses. Em relação à Roménia foram concluídas as obras dos acessos ao Parque Eólico de Casimcea e ao Parque Eólico Alpha Wind ambas em Tulcea e está em fase arranque a obra Constructia Variantei de Ocolire Tecuci, de 49 milhões de Ron (11,1 milhões de Euros) para a autoridade nacional de estradas da Roménia (CNADNR - Compania Nationala de Autostrazi si Drumuri National din Romania S.A.), cuja data de consignação dos trabalhos ocorreu em junho de 2012. Em termos de áreas de negócio salienta-se o crescimento do VN da área da Construção (+6,2%) com a predominância do crescimento da área internacional, para que contribuíram sobretudo os Estados Unidos e Angola, e da construção da autoestrada Transmontana no mercado nacional, orientada para o segmento das concessões (o que também faz aumentar o valor das eliminações de consolidação). Na área das Concessões o VN reportado sofre o efeito negativo já referido da alteração do método de contabilização da concessão da autoestrada da Beira Interior (valor de 5,0 milhões de Euros contabilizado no 1º semestre de 2012 face ao valor de 19,5 milhões de Euros no 1º semestre de 2011). Aliás, a manutenção do método do ativo intangível ampliaria em 17,5 milhões de Euros o volume de negócios registado no 1º semestre de 2012 o que colocaria numa base homogénea o VN deste segmento em 90,6 milhões de Euros praticamente ao nível (+0,3%) do verificado um ano antes, numa base homóloga. Nesta área, o VN do subsegmento da exploração de parques de estacionamento sofreu uma redução de cerca de 9%, reflexo incontornável da menor utilização do transporte automóvel imposta pela conjuntura. As restantes áreas contribuem de modo modesto para o VN consolidado. Perante um quadro severo no recurso a meios de financiamento, o que determina a ausência de desenvolvimento de novos projetos, a área Imobiliária vai fazendo a gestão dos ativos e a colocação no mercado dos stocks ainda em inventário; a Energia Própria não pôde ainda concretizar o crescimento do VN em escala condicente com o potencial que o setor em que se insere encerra. RENTABILIDADE Rentabilidade Operacional Considerando os segmentos de reporte habituais, das demonstrações financeiras dos 1ºs semestres de 2012 e de 2011 podem-se extrair os seguintes indicadores de performance operacional: Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 9

Distribuição do EBITDA e EBIT por Área de Negócio (milhões de Euros) 1S 2012 % Margem 1S 2011 % Margem EBITDA 21,6 100,0% 5,3% 47,5 100,0% 11,3% -54,4% Construção 22,9 105,7% 5,9% 23,5 49,5% 6,4% -2,7% Concessões 5,9 27,4% 7,9% 22,8 48,0% 24,7% -74,0% Imobiliário 2,2 10,1% 77,8% 2,2 4,6% 57,7% -0,4% Energia Própria -0,8-3,6% - -1,1-2,3% -37,2% -29,1% Grupo e Outros -8,6-39,5% - 0,3 0,7% 5,1% - Eliminações - 0,0% - -0,2-0,5% - - EBIT 1,5 100,0% 0,4% 30,9 100,0% 7,4% -95,0% Construção 5,5 360,6% 1,4% 15,1 48,9% 4,1% -63,4% Concessões 4.5 293,4% 6,0% 15,8 51,2% 17,1% -71,6% Imobiliário 1,4 89,6% 48,9% 1,4 4,6% 37,6% -4,0% Energia Própria -0,8-53,5% -76,8% -1,1-3,7% -38,5% -28,0% Grupo e Outras -9,0 - - -0,1-0,4% -1,7% - Eliminações 0 - - -0,2-0,7% 0,4% - Estes indicadores estão afetados por fatores de índole não recorrente verificados durante o 1º semestre de 2012 já mencionados neste Relatório e ainda pela alteração da contabilização da concessão da Beira Interior, o que condiciona a análise comparativa. Os custos com rescisões têm um efeito de 6,4 milhões de Euros no EBITDA e EBIT do 1º semestre de 2012 (face ao valor 0,5 milhões um ano antes), com especial concentração (mas não exclusivamente) na área de negócio de construção, enquanto o registo dos encargos com o processo judicial de índole fiscal de 8,7 milhões de Euros se traduz no segmento Grupo e Outros. Já as alterações da contabilização da concessão da Beira Interior, identificadas pelos diferentes níveis de resultados, no quadro que se segue, repercutem-se, no segmento Concessões : Scutvias (valores correspondentes à quota parte do Grupo) (milhões de Euros) 1S 2012 F 1S 2012 I* 1S 2011 I Volume de Negócios 5,0 22,5 19,5 EBITDA 0,9 18,4 15,3 EBIT 0,9 12,8 9,7 Resultados Financeiros 1,1-6,6-7,1 Resultados Antes Impostos 2,0 6,2 2,6 Resultado Líquido 1,4 4,5 1,9 1S 2012 F: Valores efetivamente considerados nas demonstrações financeiras (modelo ativo financeiro) 1S 2012 I*: Valores (pro forma) segundo o método do ativo intangível 1S 2011 I: Valores efetivamente considerados nas demonstrações financeiras do 1º semestre de 2011 A reformulação dos indicadores EBITDA e EBIT numa base comparável, expurgando os referidos fatores não recorrentes e admitindo a manutenção da concessão da Beira Interior pelo método do ativo intangível, conduziria à obtenção do quadro seguinte: Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 10

Distribuição do EBITDA e EBIT por Área de Negócio (milhões de Euros) 1S 2012 % Margem 1S 2011 % Margem EBITDA* 54,3 100,0% 12,7% 48,0 100,0% 11,3% 13,1% Construção 28,9 53,2% 7,4% 23,9 49,9% 6,4% 20,7% Concessões 23,6 43,4% 25,4% 22,8 47,6% 24,7% 3,2% Imobiliário 2,2 4,1% 79,9% 2,2 4,6% 57,7% 2,3% Energia Própria -0,8-1,4% -73,0% -1,1-2,3% -37,2% -29,1% Grupo e Outros 0,4 0,7% - 0,3 0,7% 5,1% - Eliminações - 0,0% - -0,2-0,4% - - EBIT* 28,6 100,0% 7,0% 31,3 100,0% 7,5% -8,8% Construção 11,5 40,4% 3,0% 15,5 49,6% 4,2% -25,6% Concessões 16,5 57,9% 17,9% 15,8 50,5% 17,2% 4,5% Imobiliário 1,4 5,0% 51,1% 1,4 4,6% 37,6% 0,3% Energia Própria -0,8-2,9% -76,8% -1,1-3,6% -38,5% -28,0% Grupo e Outras -0,1-0,4% - -0,1-0,3% -1,7% - Eliminações 0 - - -0,2-0,7% 0,4% - Assim, o EBITDA ajustado numa base comparável situar-se-ia no valor de 54,3 milhões de Euros, representativo de um crescimento de 13,1%, e aumentando a margem relativamente ao VN para 12,7%, enquanto o EBIT apresentaria um decréscimo de 8,8% para 28,6 milhões de Euros. Com efeito, verifica-se no 1º semestre de 2012 um aumento do distanciamento entre EBITDA e EBIT relativamente ao ano anterior, pelo maior valor das provisões e ajustamentos de valor. Por áreas, a Construção que apresenta uma margem EBITDA de 5,9% veria, sem os gastos com as rescisões, a sua margem de rentabilidade evoluir positivamente passando para 7,4% do VN e também a área das Concessões com a manutenção da contabilização pelo critério do ano anterior veria o EBITDA, em valor absoluto, evoluir favoravelmente (+4,5%). Estas ilações são importantes demonstrações da sustentabilidade económica e da rentabilidade operacional do Grupo. Resultados Financeiros Os resultados financeiros apresentam no 1º semestre de 2012 um valor de -22,1 milhões de Euros face ao valor de -27,5 milhões de Euros evidenciados no 1º semestre de 2011. Neste âmbito o sentido da influência da alteração do tratamento contabilístico da concessão da autoestrada da Beira Interior (simétrico ao verificado ao nível operacional) é favorável (+7,7 milhões de Euros). A reposição do mesmo método de tratamento com a eliminação deste favorecimento colocaria os resultados financeiros do 1º semestre de 2012 em -29,8 milhões de Euros. O custo líquido de financiamento passou de 19,3 milhões de Euros no 1º semestre de 2011 para 15,8 milhões de Euros no semestre findo beneficiando daquele efeito positivo nos resultados financeiros da Scutvias. As diferenças cambiais contribuíram durante o semestre com +1,7 milhões de Euros para os resultados financeiros (face ao valor negativo de 1,8 milhões de Euros no período homólogo de 2011). Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 11

Resultados Antes de Impostos Os resultados antes de impostos apresentam um prejuízo de 20,6 milhões de Euros (face ao lucro de 3,4 milhões de Euros um ano antes). Tal expressão numérica resulta, no entanto, do impacto determinante de componentes de caráter não recorrente. Excluindo os três efeitos não recorrentes já acima assinalados o RAI seria negativo em 1,2 milhões de Euros. Resultado Líquido Exteriorizados e analisados os diferentes níveis de resultados a montante do resultado líquido, este não justifica particulares comentários adicionais traduzindo-se, com a consideração do valor dos impostos de 3,4 milhões de Euros, no prejuízo atribuível ao Grupo de -17,0 milhões de Euros. DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA Da análise comparativa das demonstrações das posições financeiras consolidadas às datas de 30 de junho de 2012 e 31 de dezembro de 2011, a principal e mais expressiva variação ao nível do ativo ocorre nas dívidas de terceiros (não corrente) e que se referem às concessões que seguem o modelo do ativo financeiro, que aumentam de 237,4 milhões de Euros para 504,5 milhões de Euros; este aumento para além de traduzir o ativo financeiro das concessões em fase de construção das respetivas infraestruturas (essencialmente da Autoestrada XXI - Subconcessionária Transmontana, mas também da Estradas do Zambeze), incorpora ainda o efeito da transferência do ativo antes classificado como intangível da concessão da Beira Interior; é este o motivo justificativo da evolução do ativo intangível expresso no balanço em 30.06.2012 57,2 milhões de Euros relativamente ao valor da mesma rubrica em dezembro de 2011: 255,4 milhões de Euros. Ao nível do ativo corrente, a maior variação respeita à redução desejável verificada nos clientes (-42,2 milhões de Euros), com os outros ativos correntes e Caixa e seus equivalentes a aumentarem e o nível dos inventários a manter-se estável. No passivo verifica-se um aumento do passivo corrente em 87,0 milhões de Euros, enquanto o passivo não corrente aumentou 18,5 milhões de Euros. Espera-se que a conclusão e respetiva formalização, a breve prazo, do processo negocial em curso sobre a reestruturação de uma parte relevante do passivo bancário, com o significativo alargamento das maturidades desse endividamento, permita a redução substancial do nível de pressão sobre os indicadores de liquidez. Nos capitais próprios não existiram no semestre operações sobre o capital social, nem movimentos sobre ações próprias, tendo a sua evolução sido determinada, fundamentalmente, pelo reconhecimento dos resultados do semestre (-17,0 milhões de Euros) e pela variação líquida de ativos por impostos diferidos no valor dos instrumentos financeiros derivados (-8,3 milhões de Euros). Dívida Líquida O endividamento líquido remunerado situa-se em 30 de junho de 2012 em 916,3 milhões de Euros (já incluindo o valor de 417,0 milhões correspondente a endividamento sem recurso, do segmento de negócio das concessões), o que compara com o valor global de 863,0 milhões de Euros no final de 2011 (que incluía o valor de 399,8 milhões de dívida sem recurso). Assim, durante o semestre a dívida corporativa (com recurso) aumentou cerca de 36,1 milhões de Euros. Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 12

Deste montante, o valor de 16,3 milhões de Euros foi aplicado no aumento do esforço acionista no projeto da concessão da autoestrada Transmontana, sendo o remanescente fundamentalmente orientado para fundo de maneio. Discriminação da Divida Líquida (com e sem recurso) (milhões de Euros) junho 2012 março 2012 dezem. 2011 Dívida Líquida Total 916,3 874,7 863,0 Com recurso 499,3 485,6 463,2 Sem recurso 417,0 389,1 399,8 Evolução Divida Líquida com Recurso e Rácio Dívida Liquida com Recurso / EBITDA (milhões de Euros) 2009 2010 2011 1S 2012 Dívida Líquida com Recurso 379,7 442,5 463,2 499,3 Múltiplo (Dív. Liq. Com Recurso / EBITDA* com Recurso) 7,2x 8,3x 8,2x 8,0x Nota: EBITDA* = EBITDA dos últimos doze meses ajustado sem custos não recorrentes (de rescisões de colaboradores e de índole fiscal) ATIVIDADE COMERCIAL: CARTEIRA DE ENCOMENDAS O enquadramento orçamental do país exerce enorme pressão sobre o investimento público e a anemia do investimento privado determinam a ocorrência de factos que impendem sobre a atividade comercial e que impõem uma aposta cada vez maior da empresa na atividade internacional. Desses factos, importa ressaltar, por serem os mais significativos, os seguintes: Escassez generalizada de concursos, com a consequente aviltação de preços; Suspensão de praticamente todo o Investimento Público, tanto do Estado como das Autarquias; Reduzida taxa de decisão nos concursos lançados; Atraso no Plano Nacional de Barragens, com muitos concursos realizados, mas quase nenhum concretizado; Pouca apetência da banca para o investimento no Mercado da Construção; Suspensão de várias obras depois de adjudicadas, alegadamente por falta de financiamento. Este enquadramento de mercado para além do impacto proveniente da retirada do projeto de construção do troço TGV Poceirão-Caia da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, na sequência da recusa, em 21 de março, de visto pelo Tribunal de Contas, origina uma redução da carteira no mercado nacional. O destaque nas obras angariadas no mercado nacional vai para a empreitada de construção do gasoduto Mangualde- Celorico-Guarda no valor de 16,8 milhões de Euros e para o projeto Puaça Building, em Lisboa. Com o mercado nacional amorfo, o Grupo mantém o dinamismo na exploração da vertente internacional dos negócios, com enfoque nos mercados de intervenção histórica regular. Em Angola destaca-se a adjudicação da empreitada de projeto e construção das instalações sociais dos quadros da Angola LNG (1ª fase), no Soyo, adiante referida nos factos relevantes do semestre; trata-se de uma obra a ser executada em consórcio com a MSF, tendo a Soares da Costa uma participação de 50%; a obra tem um prazo de execução de 36 meses e o valor total de adjudicação é de 252 milhões de dólares (189 milhões de Euros). Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 13

Durante o segundo trimestre registe-se, ainda que noutra ordem de grandeza, a adjudicação da fase de acabamentos e especialidades do Centro Cultural do Huambo, a construção do Shopping Fortaleza (em consórcio) e a agência BESA em Viana. Já em Julho e, portanto, ainda sem tradução na carteira apresentada, foi adjudicada a empreitada de construção de um data center e escritórios, para a Movicel em Talatona, Luanda, num valor superior a 25 milhões de dólares americanos. Em Moçambique, num contexto fortemente dinamizado pelos investimentos externos em áreas como os recursos minerais (carvão) e gás natural, têm surgido diversas oportunidades de negócio, às quais a Soares da Costa tem dedicado a atenção que merecem, esforçando-se por penetrar nesses nichos de oportunidade, à custa de investidas comerciais, e candidatura a concursos públicos ou por convite, na perspetiva do engrandecimento da atividade e do incremento do volume de negócios neste mercado emergente. No âmbito da atividade exercida pela subsidiária Soares da Costa Moçambique, SARL obtiveram-se durante o semestre várias adjudicações, a saber: Construção do Posto de Combustíveis da Petromoc Zoo (Maputo); Construção de 15 Casas para a HCB Songo (Tete); Construção de Edifício com oito pisos na Costa do Sol Maputo; Reabilitação do 4º Pombal e Subestação na HCB Songo 2ª Fase; Construção do Terminal Rodoviário do Zimpeto (Maputo); Reabilitação e Ampliação da Aerogare de Pemba; Remodelação de Instalações para Agência do Mozabanco em Xai-Xai. Já em data posterior ao fecho do semestre foram adjudicadas pela ANE Administração Nacional de Estradas à Sociedade de Construção Soares da Costa, SA as obras de construção das pontes sobre os rios Sangaze, Pompwe, Macuca e Chidge na Província de Sofala e das pontes sobre os rios Muira, Tsanzabue,e Nhagucha na Província de Manica, em Moçambique. Esta empreitada tem por objeto a conceção/construção de 9 obras de arte (sendo 6 com tabuleiro em betão armado, préesforçado de comprimentos variáveis), a correção das estradas de acesso e outros trabalhos relacionados de natureza diversa em valor que ascende a 21,7 milhões de Euros. Nos Estados Unidos da América, a Prince tem vindo a reforçar a sua posição no mercado no segmento das infraestruturas obtendo no semestre a angariação de dois novos projetos: I-275 Tampa, Hillborough County. No montante de 30 milhões de dólares, consiste na reabilitação de cerca de 6 km de estrada e 16 pontes; conclusão do projeto prevista para Julho de 2014. I-75 Design-Build Airport Access, Fort Myers. Contrato de conceção-construção, no valor de 54 milhões de dólares. Consta do projeto e construção de uma nova ligação direta, com 12 km, entre a estrada I-75 e o terminal do Aeroporto Internacional do Sudoeste da Flórida (SWFIA), em Fort Myers; execução até Setembro de 2014. Na Roménia, obteve-se a adjudicação para a autoridade nacional de estradas (CNADNR Compania Nationala de Autostrazi si Drumuri National din Romania, S. A.) do projeto Constructia Variantei De Ocolire Tecuci, uma obra de 49 Milhões de RON (11,1 Milhões de Euros), cuja data de consignação dos trabalhos ocorreu no dia 18 de Junho de 2012. Neste mercado o esforço comercial tem-se concentrado em projetos relacionados com energias renováveis (parques eólicos) área em que atualmente tem em negociações com clientes distintos a execução de dois projetos que se encontram em fase de decisão de adjudicação. Paralelamente tem-se dado prioridade a projetos de construção de estradas e de redes de água e saneamento onde já se adquiriu experiência no mercado. No Brasil há a registar a adjudicação da empreitada referente à execução da linha 3 da fábrica de cimento de Cezarina, em consórcio com a Gutierrez Engenharia, num contributo para a carteira do Grupo de 10,4 milhões de Euros. No que respeita a novos mercados salienta-se a adjudicação à Sociedade de Construções Soares da Costa, SA, de uma obra no Sultanato de Omã, no valor de 48 milhões de Euros e um prazo de execução de 654 dias; esta obra engloba a execução dos projetos e trabalhos de construção de infraestruturas rodoviárias, contemplando troços rodoviários, cinco Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 14

viadutos superiores em nós de ligação rodoviária, e redes de infraestruturas associadas, a executar em zona situada entre o aeroporto internacional de Muscat e a via expresso de Muscat. A obra será executada em agrupamento com uma empresa de construção local, tendo a Sociedade de Construções Soares da Costa uma participação de 70%. Em termos globais a carteira no final do 1º semestre tem o valor de 1.181,6 milhões de Euros, conforme decomposição por mercados que adiante se apresenta, situando-se em nível semelhante ao verificado no final de 2011 se considerarmos o ajustamento decorrente da eliminação da carteira do projeto de alta velocidade contido no valor do ano passado. Aquele valor situa-se ligeiramente abaixo (-4,3%) do verificado no final do 1º trimestre do ano. Carteira de Encomendas (milhões de Euros) Jun.2012 % Mar.2012 % Dez.2011 % Total 1.181,6 100,0% 1.234,2 100,0% -4,3% 1.404,6 100,0% Angola 455,2 38,5% 523,1 42,4% -13,0% 467,0 33,2% Portugal 236,9 20,0% 234,3 19,0% 1,1% 482,6 34,4% EUA 215,3 18,2% 188,7 15,3% 14,1% 201,7 14,4% Moçambique 112,3 9,5% 116,5 9,4% -3,6% 131,6 9,4% Outros 162,0 13,7% 171,6 13,9% -5,6% 121,8 8,7% Perspetivas e Objetivos para 2012 Durante o 2º semestre de 2012 prosseguirá o processo de ajustamento das estruturas internas com a adequação à dimensão projetada dos respetivos mercados, visando para o final do exercício atingir a sua estabilização. O enfoque estratégico dos negócios manter-se-á orientado para o segmento da Construção e para os mercados internacionais onde as geografias core - Angola, Estados Unidos e Moçambique - assumem relevante e primordial importância. No Brasil continuar-se-á a busca de oportunidades de crescimento de modo a poder solidificar o conhecimento e presença neste novo mercado. Em Portugal, em função do contexto já caraterizado, a atividade permanecerá fortemente concentrada na construção da autoestrada Transmontana. FACTOS RELEVANTES DO SEMESTRE Tribunal de Contas recusou visto ao Contrato de Concessão RAV Poceirão-Caia da ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid; Adjudicação de Obra em Omã: À Sociedade de Construções Soares da Costa é adjudicada uma obra no Sultanato de Omã que engloba a execução dos projetos e trabalhos de construção de infraestruturas rodoviárias, contemplando troços rodoviários, cinco viadutos superiores em nós de ligação rodoviária, e redes de infraestruturas associadas, a executar em zona situada entre o aeroporto internacional de Muscat. A obra num valor global de 48 milhões de Euros será executada num prazo de 654 dias através de um agrupamento com uma empresa local detendo a Soares da Costa uma participação de 70%; Adjudicação de Obra em Angola: a Sociedade de Construções Soares da Costa, SA, em consórcio com a MSF, celebra contrato para a empreitada de projeto e construção das instalações sociais dos quadros de Angola da LNG (1ª. fase) no Soyo, com um valor total de adjudicação de 252 milhões de dólares (189 milhões de Euros), tendo a Soares da Costa uma participação de 50%; Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 15

Suspensão provisória de processo judicial de índole fiscal com a assunção de responsabilidade pelo pagamento de 8,7 milhões de Euros; Adjudicação da empreitada de construção do gasoduto Mangualde-Celorico-Guarda no valor de 16,8 milhões de Euros; Projeto de Conceção-Construção nos Estados Unidos: A Prince subsidiária americana do Grupo ganha concurso de projeto de conceção-construção dos acessos da I-75 (SR 93) ao Aeroporto Internacional de Southwest Florida em Fort Myers na Flórida, no valor de 54,1 milhões de dólares (42,3 milhões de Euros); Realização da Assembleia-Geral de Acionistas, em 24 de Maio de 2012, em que, entre outras deliberações, aprovou o relatório de gestão, contas individuais, contas consolidadas e a proposta de aplicação do Resultado Líquido individual. Fusões Internas: o Grupo Soares da Costa procedeu à fusão das duas participadas portuguesas mais relevantes da área de construção incorporando a Contacto Sociedade de Construções, S.A. na Sociedade de Construções Soares da Costa, S.A.. No prosseguimento das medidas de ajustamento da sua estrutura, procedeu também à fusão da sua participada, da área de concessões, Soares da Costa -Serviços Técnicos e de Gestão, S.A., por incorporação na Soares da Costa Concessões, SGPS, S.A.. SOARES DA COSTA NA BOLSA REPRESENTAÇÃO DO CAPITAL Nos termos do disposto no artigo 4, nº 3, dos estatutos, o capital social da sociedade é representado por cento e sessenta milhões de ações escriturais, ao portador, com valor nominal de um euro cada, encontrando-se dividido em duas categorias de ações, reciprocamente convertíveis mediante deliberação da assembleia geral: a) cento e cinquenta e nove milhões novecentos e noventa e quatro mil quatrocentas e oitenta e duas (159.994.482) ações ordinárias; b) cinco mil quinhentas e dezoito (5.518) ações preferenciais sem voto, cujos direitos atribuídos consistem num direito ao recebimento de um dividendo preferencial e ao reembolso preferencial do respetivo valor nominal na liquidação da sociedade. AÇÕES PRÓPRIAS O Grupo Soares da Costa, detinha a 30 de junho de 2012, 507.292 ações próprias, correspondendo a 0,317% do seu capital social, uma posição inalterada face a 31 de dezembro de 2011. DIVIDENDOS Tal como proposto pelo conselho de administração em assembleia geral de acionistas realizada a 24 de maio de 2012, foi aprovado e distribuído um dividendo preferencial ilíquido de 275,90 Euros, correspondendo a 0,05 Euros por cada ação. Conforme comunicado em 7 de junho de 2012, os dividendos foram colocados à disposição dos acionistas a partir de 22 de junho de 2012, passando as ações a transacionarem sem direito a dividendo em 19 de junho de 2012. Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 16

COMPORTAMENTO EM BOLSA O título registou no 1º semestre do ano um comportamento bastante negativo, tanto em termos de evolução da cotação, como de liquidez. Desta forma, a cotação perdeu 57% nos primeiros seis meses de 2012, descendo de 0,37 Euros no final de 2011 para 0,16 Euros no final do semestre. Esta performance negativa foi mais acentuada na 2ª metade do semestre, quando a cotação perdeu 45% (-22% no 1º trimestre). Em comparação, o índice PSI20 perdeu 14% no 1º semestre, uma descida totalmente concentrada no 2º trimestre (-15%), dado que no 1º trimestre ficou praticamente inalterado (+0.1%) face a dezembro de 2011. Assim, a cotação do Grupo Soares da Costa, seguiu a tendência negativa do mercado, embora de forma bastante mais acentuada, o que poderá ser explicado pela forte contração e baixa visibilidade que atualmente afeta o mercado de construção em Portugal, o que influencia negativamente as expectativas dos investidores para o setor, embora no caso do Grupo Soares da Costa, o mercado doméstico pese menos de 40% do volume de negócios (2011). Também as expetativas e a visibilidade do mercado de concessões se degradaram de forma assinalável. O volume de transações do mercado de ações português continuou neste 1º semestre bastante deprimido, com o valor médio transacionado por sessão do índice PSI20 a ascender a 86 milhões de Euros, menos 20% do que o valor médio de 2011. Ainda assim, no 2º trimestre registou-se uma ligeira melhoria (+1%) face aos primeiros três meses do ano. As ações do Grupo Soares da Costa, seguiram igualmente esta tendência de redução de liquidez, embora novamente de forma mais marcada, alcançando um valor médio transacionado por sessão neste 1º semestre de 11 mil Euros, 71% abaixo do valor médio de 2011. Contrariamente à tendência de mercado de alguma recuperação de liquidez no trimestre abriljunho, a queda de liquidez da ação do Grupo Soares da Costa foi bastante acentuada na 2ª parte do trimestre: 4 mil Euros de valor médio transacionado no 2º trimestre de 2012 versus quase 18 mil Euros nos primeiros três meses. Alguns Indicadores Comportamento da Ação Soares da Costa 2T 2012 1T 2012 2011 4T 2011 3T 2011 2T 2011 1T 2011 2010 Cotação início período (Euro) 0,29 0,39 0,54 0,35 0,41 0,55 0,55 1,19 Cotação final período (Euro) 0,16 0,29 0,37 0,37 0,36 0,42 0,54 0,54 Cotação máxima (Euro) 0,29 0,44 0,59 0,38 0,41 0,55 0,59 1,27 Cotação mínima (Euro) 0,15 0,29 0,27 0,31 0,27 0,40 0,48 0,49 Ações transacionadas (mil ações) 1.413 3.372 21.293 3.065 4.376 3.986 9.866 59.101 Valor acumulado das ações transacionadas (milhões Euros) 0,3 1,2 9,8 1,1 1,5 1,9 5,4 50,797 Ações transacionadas por sessão (média; mil ações) 23 52 83 48 66 63 154 229 Valor transacionado por sessão (média; mil Euros) 4,2 17,8 38,1 16,5 22,2 30,0 84,1 196,9 Fonte: Euronext Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 17

Evolução da Cotação da Soares da Costa (Euros) e Número Ações Transacionadas no 1º semestre de 2012 250 200 381 985 150 100 50 0 Jan 12 Jan 12 Feb 12 Mar 12 Mar 12 Apr 12 May 12 May 12 Jun 12 0.46 0.44 0.42 0.40 0.38 0.36 0.34 0.32 0.30 0.28 0.26 0.24 0.22 0.20 0.18 0.16 0.14 0.12 0.10 Volume (# mil ações) Cotação (Euro) Fonte: Euronext 2. ORGANIZAÇÃO Indica-se de seguida a composição dos órgãos sociais, o organigrama da sociedade e a estrutura de participações e métodos de consolidação permitindo observar a abrangência e composição do Grupo Soares da Costa. Sequentemente são relevadas, ainda, as alterações ocorridas durante o semestre no perímetro de consolidação do Grupo. A lista completa das empresas participadas direta ou indiretamente é apresentada nas notas números 6 a 9 das Políticas Contabilísticas e Notas Explicativas anexas às Contas, onde são também divulgadas outras informações. Órgãos Sociais A composição atual dos órgãos sociais é a seguinte: Mesa da Assembleia Geral: Fernando Enes Gaião (Presidente) João Pessoa e Costa (Secretário) Conselho de Administração: Manuel Roseta Fino (Presidente) António Manuel Pereira Caldas Castro Henriques (Presidente da Comissão Executiva) Pedro Gonçalo de Sotto-Mayor de Andrade Santos (Vogal executivo) Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 18

Jorge Domingues Grade Mendes (Vogal Executivo) António Manuel Formigal de Arriaga (Vogal não executivo independente) António Pereira da Silva Neves (Vogal não executivo) Carlos Moreira Garcia (Vogal não executivo independente) José Manuel Baptista Fino (Vogal não executivo) Martim Salema de Sande e Castro Fino (Vogal não executivo) PARINAMA - Participações e Investimentos, SGPS, SA, pessoa coletiva nº 509 016 987, que nomeou Ana Maria Martins Caetano para exercer o cargo em nome próprio (Vogal não executivo). Conselho Fiscal: Júlio de Lemos de Castro Caldas (Presidente) Carlos Pedro Machado de Sousa Góis Joaquim Augusto Soares da Silva Júlio de Jesus Pinto (Suplente) Revisor Oficial de Contas: Grant Thornton Associados, SROC, Lda, representada por Jorge Bento Martins Ledo. Comissão de Remunerações: José Manuel Baptista Fino (Presidente) António Jorge Gonçalves Afonso João Pessoa e Costa Secretário da Sociedade: Jorge Manuel de Oliveira Alves Pedro Miguel Tigre Falcão Queirós (suplente) Informa-se adicionalmente que o auditor externo, nos termos e para os efeitos do disposto no Código dos Valores Mobiliários, é a BDO & Associados, SROC, representada por Paulo Sousa Ferreira. Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 19

Organigrama da sociedade e Composição do grupo Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 20

C. aquisição Eq. Patrimonial Método Proporcional Método Integral SDC América, INC 99,96% SDC CONCESIONESC.RICA,SA CIAGEST, SA SCSP SDC Serviços 60% Porto Construction Group, LLC Partilhados, SA (3) 80% COSTAPARQUES, SA SDC Construction Services, LLC Soares da Mercados Novos, LDA Prince, LLC Costa CS, LLC CPE, SA SOARTA, SA SDC Contractor, LLC INFRAESTRUCT. SDC C.RICA, SA HABITOP, SA 51% GEC Guiné Ecuatorial Construcciones NAVEGAIA, SA 57,26% 80% Energia Própria, S.A. SDC Moçambique, SARL 99% SDC IMOBILIÁRIA, LDA (2) INTEVIAS, SA 75% SDC S. Tomé e Príncipe, Construções, Lda. 50,6% Self Energy Engineering Hidroequador S. Tomense HOTTI Angola Hóteis, S.A. & Innovation, S.A. 60% 98% 60% SOCOMETAL, SA Hidroeléctrica STP, Lda. COSTA SUL, LDA (7) Ventos do Horizonte, S.A. SDC Construcciones Centro Americanas, SA 98% INR Inv. Nac. Rodoviários 78,1% IMOSEDE, LDA (7) 75% Self Energy UK SDC Hidroenergia, S.A. Coordenação & SDC (6) CAIS da FONTINHA, SA 0,2% 99,8% 99% SDC Hidroenergia 1T, Lda CARTA, LDA Carta Angola, Lda. (11) 51% IMOKANDANDU, LDA 0,2% 99,8% 95% SDC Hidroenergia 8C, Lda CLEAR, SA CLEAR ANGOLA, SA 99% IMOSDC - Investimentos LDA 1% 0,2% 99,8% 51% SDC Hidroenergia 8T, Lda CERENNA, SA 0,2% SDC Hidroenergia 4T, Lda 99,8% TRANSMETRO, ACE 50% 28,57% GCVC, ACE ASSOC-Estádio de 40% 40% Estádio d Braga, ACE Braga, ACE Estádio Coimbra, ACE 60% 25% Nova Estação, ACE Somague-SDC, ACE 50% 28,57% Matosinhos, ACE Três ponto dois, ACE 50% 50% Teatro Circo, ACE HidroAlqueva, ACE 50% 50% CAET XXI, ACE GCF, ACE 28,57% 17,25% LGV, ACE Israel Metro Builders 30% 30% LGC, ACE NORMETRO, ACE 17,9% 50% SdC e Lena, ACE Terceira Onda, Lda 50% 24% GACE Gondomar, ACE 40% 50% SOMAFEL, SA 45% 50% SDC Construção,SGPS, SA SDC/Contacto, ACE SANTOLINA Holding B.V. 59% 41% Soares da Costa Brasil, Ltda. Soc. Construções Soares da Costa, SA 60% 95% Alsoma, AEIE 49% SDC Emirates, LLC Traversofer, SARL 11,3% VSL, SA 7,24% VORTAL SGPS, SA OFM, SA Construtora S. José Caldera, SA Grupul Portughez de Constructii Construtora - S.José-S.Ramon, SA Linha3 - Cezarina,Ltda Somafel e Ferr.,ACE CFE Indústria de Condutas, S.A. (1) Somafel,Ltda.(Brasil) MTA, LDA. (11) 17% 17% (1) Sociedade detida em 33,33% pela Clear Instalações Electromecânicas, S.A.. (2) A Ciagest, SA detém uma participação de 1% no capital social da SDC Imobiliária, Lda. 5% 50% 33% Grupo Soares da Costa, SGPS, SA 46% Operestradas XXI, S.A. (4) 50% Exproestradas XXI, S.A. (5) 40% Oper. Estradas. Zambeze, S.A. 40% Estradas do Zambeze, S.A. 25% GAYAEXPLOR, LDA 28,57% INDÁQUA, SA 0,5% 97,5% Indáqua Matosinhos, SA Indáqua V. do Conde, SA 98% 0,5% 93% Indáqua Feira, S.A. (10) 20% MTS, LDA Autopistas del Sol Autopistas del Valle (3) A Sociedade de Construções Soares da Costa, SA, a Ciagest, SA, a Clear, SA e a SDC Concessões,SGPS detêm, cada uma, 0,01% do capital social da SCSP Soares da Costa Serviços Partilhados, SA. (4) A Sociedade de Construções Soares da Costa, S.A. detém uma participação de 4% no capital social da Auto-estradas XXI, S.A. e Operestradas XXI, SA.. (5) A Sociedade de Construções Soares da Costa, S.A. detém uma participação de 0,004% no capital social da Exproestradas XXI, S.A.. (6) A SDC Concessões,SGPS e a Hidroequador Santomense detêm, cada uma, 0,002% do capital social da SDC Hidroenergia, SA.. (7) A Clear Angola, S.A. detém 2% do capital social da Costa Sul, Lda. e da Imosede, Lda.. (8) Sociedade detida em 16,302% pela Soares da Costa Concessões, SGPS, S.A. e em 0,002% pela Sociedade de Construções Soares da Costa, S.A. (9) A Intevias Serviços e Gestão, S.A. detém 0,002% do capital social da Portvias, S.A.. (10) A Grupo Soares da Costa, SGPS, S.A. detém uma participação de 0,5% do capital social da Indáqua Feira, S.A.. (11) A Sociedade de Construções Soares da Costa, SA detém uma participação de 1% do capital social da MTA, LDA. e do capital socia l da Carta Angola, LDA. SDC Imobiliária, SGPS, SA 14,7% Talatona Imobiliária, Lda. 34,3% SDC Concessões, SGPS, SA SDC Concessions USA, Inc SCUTVIAS, SA 33,33% 33,33% 0,002% MRN Man. Rod.Nacionais 33,33% Portvias, S.A. (9) 46% Auto-estradas XXI, S.A. (4) 16,3% Elos OM, S.A. 16,3% Elos, S.A. (8) 17% 17% 50% Ute Efacec/Self Energy 45% Self Energy Moçambique 49,5% Larvick Espanha 25% MY WATT, LDA Global Azoague, S.L. 50% 10% Roof Tops of Spain, S.A. Soares da Costa I Relatório e Contas I Primeiro Semestre 2012 21