DIABETES EM FELINOS MONITORAR PARA CUIDAR BEM!

Documentos relacionados
DIABETES - MONITORAR PARA CUIDAR BEM! FELINOS

FISIOTERAPIA PREVENTIVA

1. INTRODUÇÃO Definição

TRYPANOSOMA EVANSI EM EQUINOS

Problemas Endócrinos

Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES. Diabetes Mellitus Tipo I

MASTITE (PARTE II) - COLETA DE AMOSTRAS PARA ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Diabetes Mellitus Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

Pâncreas O Pâncreas é um órgão do sistema digestivo e endócrino. Tem uma função exócrina (segregando suco pancreático que contém enzimas digestivas) e

SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS EM EQUINOS

CERTIFICAÇÃO DE FAZENDAS Perguntas mais frequentes

VÔMITO CONDUTA DIAGNÓSTICA

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES HORMONAIS EM EQUINOS: CORRELAÇÃO CLÍNICO - LABORATORIAL

Interpretação de Exames Laboratoriais para Doença Renal

DIABETES MELLITUS. Jejum mínimo. de 8h. Tolerância à glicose diminuída 100 a a 199 -

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES HORMONAIS EM EQUINOS (1)

INDICADORES DE ESTRESSE EM GATOS 1

Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica

FÍGADO AVALIAÇÃO LABORATORIAL PARAA PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Diabetes Mellitus Tipo 1 Cetoacidose diabética

SEGURANÇA ALIMENTAR NA AVICULTURA

14/11/2016. Pâncreas exócrino. Pancreatite. Diagnóstico laboratorial. Diagnóstico laboratorial. Diagnóstico laboratorial. Diagnóstico laboratorial

TERAPIA INSULÍNICA E CONTROLE DA DIABETES MELLITUS CANINA: RELATO DE CASO RESUMO

Problemas Endócrinos. Prof.º Enf.º Esp. Diógenes Trevizan

ELETROFORESE DE PROTEÍNAS

PERFIL PANCREÁTICO. Pâncreas. Função Pancreática. Função Pancreática. Pancreatite aguda. Função Pancreática 22/08/2013

EXAMES BIOQUÍMICOS. Profa Dra Sandra Zeitoun Aula 3

Principais sintomas: - Poliúria (urinar muitas vezes ao dia e em grandes quantidades); - Polidipsia (sede exagerada); - Polifagia (comer muito);

BIOLOGIA 1ª QUESTÃO. a) Identifique o reino a que pertence o agente etiológico do cólera. b) Cite duas formas de proteção contra essa doença.

Insulinoterapia no Diabetes tipo 1. Profa. Fernanda Oliveira Magalhães

Introdução Descrição da condição

BOAS PRÁTICAS DA PRODUÇÃO DE LEITE

Acompanhamento farmacoterapêutico do paciente portador de Diabetes mellitus tipo 2 em uso de insulina. Georgiane de Castro Oliveira

5) Hiperglicemia hospitalar

HIPERADRENOCORTICISMO CANINO ADRENAL- DEPENDENTE ASSOCIADO A DIABETES MELLITUS EM CÃO - RELATO DE CASO

DIABETES MELLITUS TIPO 1 EM UMA DASCHUND 1 DIABETES MELLITUS TYPE 1 IN A DASCHUND

Cetoacidose Diabética

Controle Glicêmico Intra-Hospitalar. Introdução

Pâncreas. Glucagon. Insulina

[CUIDADOS COM OS ANIMAIS IDOSOS]

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO DIABÉTICOS, SAUDÁVEIS E FELIZES VOCÊ TORNA ISSO POSSÍVEL COM CANINSULIN

DIABETES MELLITUS: MONITORANDO O TRATAMENTO 1

AVALIAÇÃO DE UM HEMOGRAMA COMPLETO - SÉRIE VERMELHA

Nefropatia Diabética. Caso clínico com estudo dirigido. Coordenadores: Márcio Dantas e Gustavo Frezza RESPOSTAS DAS QUESTÕES:

AVALIAÇÃO DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR EM CÃES OBESOS RESUMO

Sistema Urinário. Patrícia Dupim

Bioquímica. Dosagem de Glicose no Sangue: 1 Alguns Conceitos Básicos:

COLETA, CONSERVAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE AMOSTRAS DESTINADAS AO COAGULOGRAMA PONTOS CRÍTICOS PRÉ-ANALÍTICOS NO DIAGNÓSTICO DE DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO

AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA NO IDOSO

Diabetes Mellitus Tipo 1

LINHA DE CUIDADO GERAL EM DIABETE

CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS EM SAUDE MENTAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO HIPOGLICEMIA

EXAMES LABORATORIAIS PROF. DR. CARLOS CEZAR I. S. OVALLE

INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA SOBRE OS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS DE CÃES

PANCREAS A eliminação do suco pancreático é regulada, principalmente, pelo sistema nervoso. Quando uma pessoa alimenta-se, vários fatores geram

PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA PARA PORTADORES DE DIABETES MELLITUS

MINISTÉRIO DA SAÚDE. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições legais, e

número 29 - setembro/2016 RELATÓRIO PARA A SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS

MONITORAMENTO FISIOLÓGICO DO EXERCÍCIO: O FUTURO DO CAVALO ATLETA

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes

HIPERÊMESE GRAVÍDICA. Msc. Roberpaulo Anacleto

O PÂNCREAS ENDÓCRINO. Laboratório de Endocrinologia e Metabolismo Profa. Dra. Ísis do Carmo Kettelhut Maria Ida Bonini Ravanelli Walter Dias Júnior

Hidroclorotiazida. Diurético - tiazídico.

Medicações usadas no tratamento do Diabetes Mellitus. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente

Protocolo de Atendimento a Pacientes Hepatopatas com Injúria Renal Aguda e Síndrome Hepatorrenal

A Diabetes É uma doença metabólica Caracteriza-se por um aumento dos níveis de açúcar no sangue hiperglicemia. Vários factores contribuem para o apare

ÍNDICE. Introdução 4. O que é diabetes 5. Os diferentes tipos de diabetes 5. Fatores de risco do diabetes tipo 1 e tipo 2 6. Sintomas 7.

Pâncreas Endócrino Controle da glicemia

Alterações às secções relevantes do resumo das características do medicamento e do folheto informativo

DIABETES MELLITUS NA INFÂNCIA

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO E DE LIPÍDIOS

A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO DA HEMOGLOBINA GLICADA NO CONTROLE DO DIABETES MELLITUS E NA AVALIAÇÃO DE RISCO DE COMPLICAÇÕES CRÔNICAS FUTURAS

INTRODUÇÃO À BASES DIAGNÓSTICAS. Profa Sandra Zeitoun Aula 1

MTAC Aula 6 BIOQUÍMICA DO SANGUE PARTE 1. GLICEMIA e LIPÍDIOS PLASMÁTICOS. 1) Mecanismos de regulação da glicemia: agentes hiper e hipoglicemiante

AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA OBSTÉTRICA ENDOB

Protocolo para controle glicêmico de paciente não crítico com diagnóstico prévio ou não de diabetes mellitus

GLICÉMIA E CETONÉMIA A. GLICÉMIA E GLICOSÚRIA

Introdução. A hipocalcemia clínica é um dos principais transtornos metabólicos do período de transição.

MODY: QUANDO SUSPEITAR? COMO INVESTIGAR? YARA MEDEIROS CONGRESSO CATARINENSE DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA 2015

SISTEMA TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS

NOVOS CONCEITOS NA MEDICINAL TRANSFUSIONAL DE CÃES E GATOS MARCIO MOREIRA SANIMVET UNVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

PARECER CONSULTA N 6/2016

Alterações do equilíbrio hídrico Alterações do equilíbrio hídrico Desidratação Regulação do volume hídrico

TÍTULO: PROBLEMAS ASSOCIADOS À OBESIDADE EM CÃES NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE ANHANGUERA

PERFIL GLICÊMICO DE CÃES SEM RAÇA DEFINIDA CLINICAMENTE SADIOS, DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS E SEXOS, DOMICILIADOS EM PATOS-PB.

DIFERENÇAS DO DIABETES MELLITUS TIPO I E TIPO II: BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA

Aluna: Laise Souza Mestranda em Alimentos e Nutrição

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 27. Profª. Lívia Bahia

Diabetes na gravidez

Variabilidade glicêmica no diabetes: a quais características o médico deve estar atento?

TRATAMENTO DIETÉTICO DO DIABETES MELLITUS. Profa. Dra. Maria Cristina Foss-Freitas

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

3/6/ 2014 Manuela Cerqueira

INDICAÇÕES Diabetes melito não insulinodependente (diabetes melito tipo 2).

ANIMAIS SILVESTRES. Fonte: Retirado do blog true-wildlife.

ACARBOSE. Hipoglicemiante

3) Complicações agudas do diabetes

Transcrição:

DIABETES EM FELINOS MONITORAR PARA CUIDAR BEM! INRODUÇÃO A diabetes melito é considerada uma desordem metabólica comum em felinos, sendo a obesidade, inatividade física e aumento da longevidade um dos principais fatores de risco. Caracterizada por altas concentrações de glicose no sangue e na urina, geralmente requer tratamento com insulina por toda a vida. Quando não tratada, esta enfermidade pode trazer sérios problemas para a saúde dos animais, como fraqueza nos membros, cetoacidose diabética, desidratação e morte. Apesar da elevada incidência desta doença na população felina, a taxa de mortalidade vem diminuindo consideravelmente nas últimas décadas, graças ao emprego de diagnóstico precoce e terapias mais eficazes. Os felinos são mais propensos à hiperglicemia de estresse, deixando a interpretação da glicemia mais difícil. Podendo levar ao erro no diagnóstico. O conhecimento da fisiopatogenia da diabetes pelo veterinário é crucial para um diagnóstico preciso, e escolha do melhor tratamento e esclarecimento ao proprietário quanto à evolução da doença. Assim, o diagnóstico precoce, tratamento e manejo alimentar correto e o comprometimento do proprietário, representam os requisitos básicos para um prognóstico favorável. PATOGENIA Cerca de 80-95% dos casos de diabetes melito felina são caracterizadas por uma carência absoluta ou relativa de insulina, associada com a resistência à insulina. O restante, cerca de 5-20% dos gatos atingidos, apresenta outros tipos específicos de diabetes melito. Diabetes melito pode ser classificado em dois tipos: Tipo (insulina dependente), Tipo 2 (não insulina dependente). A diabetes tipo é rara em gatos, caracteriza-se pela secreção muito reduzida ou ausente de insulina, devido a destruição imunomediada das células beta. Que não sendo suficiente para impedir a formação de corpos cetônicos, acaba levando o animal a cetoacidose diabética. Este evento é mais comum em cães, tendo incidência maior na meia-idade (6-0 anos), pois estes produzirem menos insulina que os gatos. Já a diabetes do tipo 2 é mais comum em gatos devido a um caráter hereditário que leva a deposição de substâncias amilóides no pâncreas. Cujas características patofisiológicas incluem a resistência periférica à insulina e sua capacidade secretora diminuída. Resultando na diminuição da secreção de insulina combinada com uma ação insuficiente. Conforme aumenta a resistência à insulina, O animal tenta compensar esse problema aumentando a secreção de insulina para manter uma concentração normal de glicose. A intolerância à glicose e a diabetes melito, desenvolve-se quando a hiperinsulinemia já não pode ser sustentada em razão da exaustão das células beta. Ocorre então o aumento crônico da secreção de insulina, que induz um dano nas células beta, provocando apoptose.

Outros fatores que também podem promover a perda de células beta, incluem mais comumente a deposição de substância amilóide nas ilhotas, toxicidade à glicose e pancreatite. A obesidade (figura ) é o principal fator de risco para o desenvolvimento do Diabetes tipo 2 em felinos. Animais obesos diminui a sensibilidade à insulina por afetar receptores do metabolismo da glicose. Em gatos, os índices de sensibilidade à insulina estão diminuídos pela metade, quando há um aumento de 44% no índice corporal ideal. Figura : Obesidade Felina. Fonte: http://mousebreath.com Entre outros fatores de risco que podem causar resistência a insulina são: inatividade física, confinamento em espaços pequenos, gatos machos castrados por serem mais predispostos a obesidade e o uso crônico ou de forma prolongada de glicocorticóides e os progestágenos. As causas de redução da secreção de insulina nos gatos diabéticos podem não serem reversível. Entretanto não há uma maneira de prever quais animais tem o potencial de recuperação suficiente para conseguir manter a secreção de insulina normal. A perda irreversível da secreção de insulina pode ser pela apoptose de células beta, deposição amilóide nas ilhotas e da toxidade da glicose e/ou pancreatite. SINAIS CLINICOS Normalmente a diabetes melito ocorre em animais com mais de 7 anos de idade, sendo que gatos machos castrados e obesos são mais predispostos. Os sinais clínicos de diabetes melito em gatos são súbitos e progressivos. Muitas das vezes, a obesidade associada à hiperglicemia são os únicos sinais precoces de Diabetes. Porém, os sinais clínicos clássicos do gato diabético não complicado incluem polidipsia, poliúria, polifagia, perda de peso e raramente catarata diabética, pois os felinos possuem diferenças no metabolismo da glicose no cristalino. Já nos casos de animais com diabetes complicados, podem evoluir para cetoacidose diabética, anorexia, depressão, letargia, taquipnéia, vômito, desidratação e hálito cetótico. Os sintomas clínicos de diabetes melito vão ficar visíveis apenas quando a glicemia ultrapassar o limiar renal (> 252-288 mg/dl). Acima desse limiar a glicose não é totalmente reabsorvida nos túbulos proximais, ocorrendo diurese osmótica. DIAGNÓSTICO As suspeitas de diabetes devem ser investigadas completamente para descartar outras causas, antes de iniciar o tratamento. O diagnóstico diferencial para diabetes felina incluem hipertireoidismo, insuficiência renal e a Síndrome de Cushing (hiperadrenocorticismo). A diabetes melito não-complicado pode ser diagnosticado quando apresenta pelo menos três sinais clínicos característicos, associados a achados laboratoriais como hiperglicemia persistente em jejum (acima de 200mg/dl) e glicosúria. A confirmação da hiperglicemia em gatos é complicada, pois esses animais são susceptíveis á hiperglicemia induzida pelo estresse durante contenção e coleta do material para diagnóstico, que pode causar aumento da glicose sanguínea e glicosúria transitória. Se houver suspeita de hiperglicemia por estresse, a urina é colhida no momento da consulta inicial e geralmente contém quantidade mínima de glicose, auxiliando no diagnóstico.

Os principais achados na urinálise de um animal com diabetes são: glicosúria, cetonúria e baixa concentração urinária. Devido à chance de erro de interpretação da hiperglicemia em gatos, devemos considerar o máximo de dados para confirmar o diagnóstico. Sendo assim a dosagem de hemoglobina glicosilada e frutosamina podem auxiliar no diagnóstico definitivo. Pois esses exames indicam hiperglicemia de longa duração e ajudam na diferenciação de hiperglicemia induzida pelo estresse. A hemoglobina glicosilada é formada por uma ligação irreversível da glicose à hemoglobina. Sendo assim quando há concentrações de glicose plasmática aumenta, a hemoglobina glicosilada aumenta proporcionalmente. Portanto, meia-vida da hemoglobina glicosilada está relacionada à duração das hemácias no sangue, que no caso dos gatos, equivale à aproximadamente dois meses. Consequentemente uma hemoglobina glicosilada elevada indica uma hiperglicemia durante a 2 meses anteriores. Já concentração de frutosamina circulante normalmente é aumentada em gatos diabéticos. A frutosamina é formada pela ligação irreversível não-enzimática de glicose com proteínas séricas, principalmente albumina. A concentração de frutosamina no soro é relacionada diretamente com a concentração de glicose sanguínea. Sua determinação fornece uma estimativa da glicemia durante as últimas 2-3 semanas. É uma ferramenta importante na identificação dos gatos com hiperglicemia de estresse que podem apresentar glicosúria, mas que não tem diabetes melito. Nesses casos, a concentração de frutosamina circulante encontra-se dentro dos limites de referência. Resultado pode está alterado se o animal estiver com hipoproteinemia. Uma vez diagnosticada a diabetes melito, é de vital importância instituir o tratamento o mais rapidamente possível. Reduzir a hiperglicemia e a hiperlipidemia maximiza as chances de preservar a função das células beta e atingir a remissão dos diabéticos. MONITORAMENTO DO PACIENTE DIABÉTICO O principal objetivo no tratamento do paciente diabético é alcançar um controle adequado da glicemia, para eliminar os sinais clínicos associados a doença causadas pela hiperglicemia, e prevenir o desenvolvimento de complicações, como a cetoacidose e a polineuropatia. Sendo de suma importância o monitoramento do animal para avaliação da resposta ao tratamento. Onde pode ser avaliada de várias maneiras e nenhuma modalidade individual deve ser utilizada como único parâmetro para ajustar o tratamento. O monitoramento do animal deve ser realizado com ajuda do proprietário, na avaliação do paciente no dia a dia, relatando alterações no peso corporal, ingestão de água e frequência de micção; pode ser um bom indicador do controle glicêmico. Além disso as curvas glicêmicas seriadas podem ser utilizadas para determinar a direção e a magnitude de qualquer mudança na insulinoterapia. Inicialmente os gatos diabéticos são avaliados de uma a quatro semanas até que os sintomas clínicos da diabetes melito tenham resolvidos e a dose de insulina não tenha sido alterada por duas visitas consecutivas. Posteriormente os gatos só serão examinados a cada dois a três meses, dependendo do nível de controle glicêmico alcançado. CURVA GLICÊMICA SERIADA Em geral, as mensurações isoladas de glicose, por si só, não são suficientes para avaliar o controle metabólico, sendo recomendável a elaboração de curvas glicêmicas. Os parâmetros mais importantes a serem avaliados através da curva glicêmica são a concentração mais baixa de glicose (Nadir) e a duração do efeito. Para o acompanhamento da eficácia terapêutica e para determinar as mudanças na dose de insulina. A determinação seriada de glicose no sangue é o método mais aceito. Vale lembrar que uma única e aleatória determinação de glicemia muitas vezes não tem valor diagnóstico. Para avaliação da curva glicêmica o melhor local de coleta de sangue é a veia central ou periférica. A utilização da veia jugular é muitas vezes mais fácil e menos estressante para o

gato. A aplicação de um creme anestésico no local da coleta reduz a dor e o estresse. O estresse físico deve ser evitado o quanto possível, uma vez que pode induzir a hiperglicemia acentuada. Dispositivos lancetadores a vácuo podem ser utilizados para a obtenção de sangue na superfície interna das orelhas e estão sendo cada vez mais indicados para serem utilizados pelos proprietários para realizar curvas glicêmicas em casa. Sendo uma boa alternativa para animais que se estressam facilmente quando vão ao veterinário. Figura 2: Técnica da picada de orelha para mensuração da concentração de glicose sanguínea. Fonte: Nelson e Couto, 200. A glicemia é determinada antes da administração de insulina e, em seguida, a cada 2h, durante um período de 2h (ou 24h se a insulina for administrada uma vez por dia), ou duas vezes mais após atingir o nadir (menor valor da glicose durante o teste). Se o nadir não ocorrer dentro de 2h quando a insulina for aplicada em duas doses, a curva deve ser continuada até que o nadir seja identificado. INTERPRETAÇÃO DA CURVA GLICEMICA O objetivo do tratamento é atingir níveis adequados do controle glicêmico durante todo o dia e minimizar os riscos de hipoglicemia. Objetivar um estreito controle da glicemia é algo que deve ser evitado em função do risco aumentado do desenvolvimento de hipoglicemia com uma superdosagem de insulina. Apesar da normoglicemia não ser obtida, muitos gatos são controlados adequadamente. Se a concentração mais baixa de glicose (Nadir) for <90mg/dl as amostras devem ser colhidas a cada hora para determinar a presença de hipoglicemia. Esse resultado pode ser observado em casos de hiperdosagem de insulina, ausência de ingestão alimentar e exercício físico intenso. Se a concentração (Nadir) for superior a 44 mg/dl, devem ser considerados os seguintes fatores: subdosagem de insulina, estresse, fase contra-reguladora do fenômeno de Somogyi (efeito rebote de hiperglicemia um tempo após a administração da insulina) e problemas técnicos. As recomendações para mudanças de dosagem diferem ligeiramente entre insulina de ação intermediária e de ação prolongada estando resumidas na Tabela. Tabela. Alterações recomendadas na dose e na freqüência de insulina com base na determinação de glicemia.

Se a dose de insulina for alterada, o gato deve ser reexaminado em intervalos de uma a duas semanas. É importante que as mudanças na dose de insulina não sejam feitas exclusivamente em função dos valores de glicemia apenas. DETERMINAÇÃO DA GLICOSE NA URINA A concentração de glicose na urina não deve ser utilizada como única base para mudar a dose de insulina, mas pode ser útil para indicar quando uma mudança na dose é necessária. A glicose na urina de ++ ou menos é compatível com razoável controle diabético. Se a glicose na urina for negativa, o gato pode apresentar controle exemplar da diabetes (observar se não ocorre superdosagem de insulina). OBJETIVO Segundo SIMÕES (2003) um bom controle glicêmico é obtido quando se alcança os seguintes valores de referência: glicemia pontual: 00 a 300mg/dl, hemoglobina glicosilada: <2,5 µmol/ml e frutosamina: 249 a 406 µmol/ml. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Carmel. T. M.; Mark E. P. Manual de endocrinologia Canina e Felina. São Paulo. Roca. 2009. MARCHETTI. J. Y. H. Diabetes Mellitus em gatos. São Paulo, Janeiro de 2007. NELSO, R. W. ; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais.4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 200. Para auxílio no diagnóstico o TECSA Laboratórios disponibiliza as seguintes análises: Exame Código Material de Envio Método de Envio Prazo (dia) Refrigerado Glicose Glicemia 05 Curva Glicêmica 24 Sangue total (2,0 ml) colhido em tubo de tampa cinza/preta. Plasma (2 ml). Coletar 6 amostras, sendo a primeira em jejum e as outras após protocolo de escolha do veterinário. Perfil Glicêmico 58 Soro e Sangue total. Hemoglobina Glicolisada 277 Sangue total (2,0mL) coletado em tubo de tampa roxa (EDTA). 2

Frutosamina 03 Sangue total (2,0 ml) colhido em tubo de tampa vermelha ou tampa roxa (EDTA) ou 0,5 ml de soro ou plasma sem hemólise. entre 2 e 8ºC até 7 Urina Rotina 234 Urina recente 5 a 30 ml. Perfil Pancreático 340 Sangue total, 2,0 ml, colhido em tubo de tampa vermelha. entre 2 e 8ºC até 24 horas após entre 2 e 8ºC até 2 EQUIPE DE VETERINÁRIOS - TECSA Laboratórios Primeiro Lab. Veterinário certificado ISO900 da América Latina. Credenciado no MAPA. PABX: (3) 328-0500 ou 0300 33-4008 FAX: (3) 3287-3404 tecsa@tecsa.com.br RT - Dr. Luiz Eduardo Ristow CRMV MG 3708 Facebook: Tecsa Laboratorios WWW.TECSA.COM.BR ''Atendemos todo Brasil, resultados via internet, FAÇA SEU CONVENIO E PARTICIPE DA JORNADA DO CONHECIMENTO TECSA" INDIQUE ESTA DICA TECSA PARA UM AMIGO Você recebeu este Informativo Técnico, pois acreditamos ser de seu interesse. Caso queira cancelar o envio de futuros emails das DICAS TECSA ( Boletim de Informações e Dicas ), por favor responda a esta mensagem com a palavra CANCELAMENTO no campo ASSUNTO do email.