Diferentes modos de privatização da educação e sua repercussão na realidade brasileira

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Transcrição:

Diferentes modos de privatização da educação e sua repercussão na realidade brasileira Dalila Andrade Oliveira Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil.

Antecedentes históricos: A reforma do Estado (1990) A redução dos gastos públicos (ajuste estrutural). Políticas temporárias por meio de fundos públicos. Modelo de proteção social através de transferências de renda. Focalização das políticas sociais sobre os mais pobres. A desregulação e flexibilidade da administração pública. Políticas sociais descentralizadas e o recurso à comunidade e à participação popular. Privatização

Antecedentes históricos: Esgotamento e crise do modelo de escola pública nas últimas décadas do Século XX Falência do princípio de justiça igualdade de oportunidades Crítica à padronização, emergência dos reclamos pela diversidade e reconhecimento. Enfraquecimento da escola como modelo de êxito (mobilidade social) Deslegitimação da escola como instituição promotora do bem-comum Desautorização dos docentes como sujeitos profissionais (competência e responsabilização) e suas instituições representativas.

A falência do público O recurso ao mercado para provimento dos serviços A adoção da lógica privada no setor público

E o predomínio do privado A tarefa educativa compete ao indivíduo e às famílias, portanto, a esfera privada. O papel do Estado é garantir as famílias as vias e os modos de melhor cumprir essa tarefa. A metáfora mercantil, a racionalidade instrumental, caracterizadas pelo predomínio de uma lógica econômica, fundamentada na relação custo-benefício: a perseguição da eficiência.

O mercado como paradigma A escola em casa (home schooling) Os cheques-estudos (educational vouchers) As escolas charter (charter schools) Surgem como alternativas para as famílias que demandam tomar em suas mãos a educação de seus filhos. Estratégias de apropriação dos recursos públicos para o financiamento da educação privada, reforçando valores consumistas e individualistas

Nova Gestão Pública (NGP) A NGP não é uma entidade homogênea, mas resulta da sedimentação progressiva de novas maneiras de pensar a organização administrativa, a importação de práticas da administração privada, dos ensinamentos tirados da experimentação conduzida nos países anglo-saxões e de preconização de organismos internacionais tais como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). (Demazière, Lessard e Morrissete (2013)

Princípios e características da NGP Dissociação das funções de execução e controle Fragmentação das burocracias e sua abertura às demandas e exigências dos usuários Concorrência de atores públicos com o setor privado e a terceirização dos serviços Reforço das responsabilidades e da autonomia dos níveis de execução da ação pública Gestão por resultados e a contratação com o estabelecimento de metas e objetivos e a avaliação de desempenho Normalização, via padronização, das práticas profissionais baseadas em evidências e em experimentos exemplares.

Regulação da educação Gestão Avaliação Financiamento

Centralidade na Avaliação (IDEB, ENEM...) Maior segmentação da oferta educativa Qualidade como eficiência Responsabilização docente e pressão consumista (pais) Expectativa de aprendizagem

Conseqüências imediatas Crescimento da matrícula em educação privada em todos os níveis Aumento da desigualdade educacional medida nos testes de proficiência de leitura em língua portuguesa

Matrícula no Ensino Fundamental 20000000 18000000 16000000 14000000 12000000 10000000 8000000 Estadual Municipal Privada 6000000 4000000 2000000 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Matrícula no Ensino Médio 9000000 8000000 7000000 6000000 5000000 4000000 3000000 2000000 1000000 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Estadual Municipal Privada

Matrícula no Ensino Superior 5.000.000 4.500.000 4.000.000 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000-2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2013 Pública Privada

Ano Escolar / Etapa do Ensino Fundamental Ano Edição da Prova Brasil Quintis do NSE Mais baixo 2 3 4 Mais alto Diferença 2005 168,00 173,24 175,98 179,85 188,34 20,34 4ª série / 5 ano 2007 163,69 170,44 174,94 179,72 186,40 22,71 2009 165,12 176,19 182,59 189,92 197,22 32,10 2011 169,47 179,82 186,74 194,85 202,62 33,14 2013 168,99 181,66 190,45 201,84 211,69 42,69

Ano / Etapa do Ensino Fundamental Ano Edição da Prova Brasil Quintis do NSE Diferença Mais baixo 2 3 4 Mais alto 8ª série / 9 ano 2005 217,96 222,86 225,92 231,17 238,99 21,03 2007 217,25 225,00 229,64 235,24 242,35 25,10 2009 223,56 233,27 238,16 244,20 250,59 27,03 2011 221,14 231,31 237,71 244,71 251,54 30,40 2013 223,77 232,08 238,13 244,93 251,34 27,57

Políticas públicas em Educação Superior Pós 90 Lei 11.096/2005 cria o Programa Universidade para Todos (PROUNI) Financiamento de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) Decreto 6.096/2007 cria o Programa de Reestruturação da Universidades Federais (REUNI) Decreto 6755/2009 institui o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR) Decreto 5800/2006 institui Universidade Aberta do Brasil (UAB) Lei 12711/2012 estabelece cotas nas Instituições Federais de Ensino para pretos, pardos, indígenas e alunos de escola pública.

A educação superior brasileira O total de alunos na educação superior brasileira chegou a 7,3 milhões em 2013, quase 300 mil matrículas acima do registrado no ano anterior. No período 2012-2013, as matrículas cresceram 3,8%, sendo 1,9% na rede pública e 4,5% na rede privada. Essa matrícula está distribuída em 32 mil cursos de graduação, oferecidos por 2,4 mil instituições de ensino superior 301 públicas e 2 mil particulares. As universidades são responsáveis por 53,4% das matrículas, enquanto as faculdades concentram 29,2%. Considerando-se o período 2003-2013, o número de ingressantes em cursos de graduação aumentou 76,4%.

Educação a distância (EaD) De acordo com o Censo da Educação Superior INEP (2013) são mais de 1,2 mil cursos a distância no Brasil, que equivalem a uma participação superior a 15% nas matrículas de graduação. Em 2003, havia 52. Atualmente, as universidades são responsáveis por 90% da oferta, o que representa 71% das matrículas nessa modalidade.

Formação de Professores O Censo mostra que as matrículas nos cursos de licenciatura aumentaram mais de 50% nos últimos dez anos, um crescimento médio de 4,5% ao ano. Anualmente, mais de 200 mil alunos concluem cursos de licenciatura. Pedagogia corresponde a 44,5% do total de matrículas. No período 2011-2013 percebe-se a contínua privatização da oferta de cursos de formação de professores, por meio do ProUni (216.761 bolsas no período) e FIES (109.647 contratos firmados para cursos em licenciatura), inclusive na modalidade EaD.

A política de formação docente e o interesse privado Como política pública os principais programas para a formação de professores do MEC foram o PARFOR (70.220 matrículas de professores em 2013) e a UAB (119.475 matrículas em cursos de licenciatura e mais de 90 mil concluintes) no mesmo ano. O SISU (Sistema de Seleção Unificada), ofereceu 166.410 vagas em cursos de licenciatura em IFES. O PROUNI e o FIES são programas que não alteram a estrutura seletiva do sistema superior de educação. As bolsas distribuídas por esses programas visam a promover justiça permitindo que o aluno pobre possa continuar seus estudos em nível superior. Contudo, ao fazê-lo, promovem o financiamento da educação privada com recursos públicos.

O FIES e o aumento do gasto em educação superior privada Em razão de regras mais flexíveis a partir de 2010, o número de alunos com financiamento federal saltou 448%, de 150 mil para 827 mil em 2013. O número total de universitários na rede privada brasileira subiu 13%, de 3,9 milhões para 4,4 milhões no mesmo período. O que se observa é que enquanto os gastos federais com mensalidades de alunos em universidades privadas por meio do Fies dispararam a partir de 2010, as matrículas no ensino superior não cresceram no mesmo ritmo. Entre 2010 e 2014, o custo do programa cresceu 13 vezes, saltou de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,4 bilhões, em valores corrigidos, mas a média anual de aumento de alunos nas instituições particulares passou de 5%, entre 2003 e 2009, para 3% de 2010 até 2013.

A desregulação do setor privado A flexibilização nas regras do FIES para a obtenção do benefício a partir de 2010, objetivando a ampliação da matrícula em educação superior no país, teve como conseqüência o forte crescimento nas transferências para grupos privados de educação. A Kroton Anhanguera foi a empresa que mais recebeu pagamentos do governo federal em 2014, mais de R$ 2 bilhões. Uma das mantenedoras controladas por ela, a Anhanguera Educacional Ltda., tinha em 2013 mais de 80 mil alunos com Fies. O crescimento de 2010 para cá no número de contratos foi de 2.000%, mas o número total de alunos não subiu eram 230 mil em 2010 e continuam 230 mil em 2013.

A desregulação do setor privado Outros grupos também figuram entre os líderes de desembolsos do Tesouro em 2014, tais como a Estácio de Sá (R$ 683 milhões) e a Unip (R$ 390 milhões). O total a mais gasto com o Fies de 2011 a 2014 em relação ao que se gastava antes das mudanças chega a R$ 24 bilhões, o suficiente para operar uma instituição do porte da Universidade de São Paulo (USP) no período.

Rupturas e permanências no contexto atual ou o início de um novo ciclo recessivo? A disputa pelo financiamento público (Meta 20 PNE) reaquece e redireciona o debate educacional no Brasil. Novos nichos de mercado se abrem na educação básica pública (livros e programas didáticos, consultoria para gestão escolar e programas de formação) (Meta 4, 7 e 19 PNE) Na educação superior, os cortes impostos às universidades públicas podem implicar em estagnação ou atrofiamento, comprometendo ainda mais o crescimento da cobertura pública. Risco de predomínio da orientação desenvolvimentista persistente nos governos Lula e Dilma sobre as pautas trazidas pelos movimentos sociais que os apoiaram.